quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Artefatos (245)

Taco de bilhar desmontável

Série: qualidade de vida... (161): o quarto macaco não enxerga, não ouve e não fala...

FLAtulências (218): quantas vezes o flamengo já desceu de divisão?...

O flamengo não desceu de divisão várias vezes porque… a desonestidade existe!

Estudo exaustivo sobre a unificação dos títulos nacionais de futebol (II)

por LUIZ GUSTAVO MEDEIROS DE LIMA
Graduado em Ciência Sociais e cursando atualmente mestrado em Literatura, carioca, botafoguense, leitor assíduo do blogue

Em 1978 foi realizada uma outra edição do Torneio dos Campeões da CBD, mas dessa vez com critérios distintos. Nesse caso, a CBD procurava emplacar mais uma competição nacional e determinou como participantes os vencedores do Campeonato Brasileiro até então. Atlético Mineiro foi o campeão, Palmeiras optou por não participar e o Internacional foi excluído pela própria CBD. Não encontrei os motivos pelos quais a CBD decidiu excluir o Colorado. É outro torneio com falhas, mas com critérios bem esclarecidos de participação. A CBD, assim como a CBF, cometeu inúmeros erros que partem desde o princípio do nosso futebol. O próprio Campeonato Brasileiro gerou revolta em certos clubes de estados ignorados pela CBD, que criaram uma competição paralela, Torneio de Integração Nacional. Ainda assim, acredito ser injusto ignorar títulos oficiais de esquadrões importantes para o futebol brasileiro. A CBD tentou novamente inserir um novo torneio de âmbito nacional e em 1982 criou uma edição do Torneio dos Campeões. Dessa vez, os participantes foram determinados por terem sido campeões ou vice-campeões de competições nacionais já disputadas no país, como Campeonato Brasileiro, Taça Brasil, Robertão, e também o Torneio Rio-São Paulo. O Flamengo, com Zico e companhia, decidiu excursionar e não participou da disputa. O América-RJ foi o vencedor de forma invicta. Estas duas edições, de 1978 e 1982, além de serem oficiais, eram a segunda competição nacional do país, assim como hoje é a Copa do Brasil. Em 2000, 2001 e 2002 a CBF organizou a Copa dos Campeões que, assim como a Taça Brasil, era disputada pelos atuais campeões estaduais. Era uma competição importante, pois dava vaga para a Libertadores em um momento que a competição continental era cobiçada. O problema é que nessa altura a Copa do Brasil já estava estabelecida, assim como o Campeonato Brasileiro. Contudo, são glórias que não podem ser esquecidas por estarem perdidas no passado por questão de nomenclatura e atualização, assim como as outras citadas. Também consideraria estes torneios como Copa do Brasil.

O futebol argentino também redescobriu o passado com a unificação dos títulos nacionais realizada pela AFA. Torneios antigos como a Copa Suécia, Copa Honor, Copa Ibarguen, muitos com regulamentos distintos, foram unificados. O Racing, que é talvez o primeiro grande clube do futebol Argentino ainda em atividade, teve muitas de suas glórias passadas devidamente reconhecidas. Tanto o Campeonato Argentino como a Copa Argentina foram recheadas com novas edições. A história agradece.

A Taça de Prata, em contrapartida, reunia as melhores equipes e possuía um formato mais similar ao atual. Teve apenas quatro edições, entre os anos de 1967 e 1970. Concordo que estes títulos devam ser unificados, mas muitos anos importantes para o futebol brasileiro ainda não seriam contemplados. O embrião da Taça de Prata ou Robertão foi o Torneio Rio-São Paulo, também denominado de Roberto Gomes Pedrosa. Na realidade, o Robertão é apenas uma ampliação do torneio regional. O primeiro Rio-São Paulo ocorreu em 1933 sem o aval da CBD e sofria com as distâncias, além de não reunir todos os grandes clubes. O Botafogo, que dominava de forma soberana o futebol carioca na primeira metade da década de 1930, não participou do torneio, e o Flamengo também ficou de fora. Era a transição do amadorismo para o profissionalismo. Em 1934 e em 1940 foram feitas outras tentativas para se implantar o torneio, mas as duas fracassaram e não foram concluídas. Finalmente em 1950 o torneio seria retomado e se consolidaria.

Rio e São Paulo possuíam inegavelmente os maiores clubes do país pré-1970. A seleção Brasileira era representada em larga maioria por jogadores provenientes de clubes destes estados. Claro que havia clubes que despontavam em algum momento, como o Cruzeiro e o Bahia, que venceram a Taça Brasil em 1966 e 1959, respectivamente. Mas não há como discordar que antes da criação do Campeonato Brasileiro os maiores clubes do país concentravam-se majoritariamente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Não é difícil, portanto, conceber que o Torneio Rio-São Paulo era o campeonato que reunia os melhores clubes do país. Tanto é que quando o cenário começou a mudar a partir do assombro causado pelo Cruzeiro de Tostão, Dirceu e Piazza, em 1966, deu-se início o Robertão com a inclusão de clubes de outras regiões. Isto posto, entendo que entre os anos de 1950 e 1966 o Rio-São Paulo definia o melhor time do Brasil e penso que unificá-los como título nacional, apesar da confusão por se tratar de um torneio disputado por equipes de dois estados, é justo por contemplar a época de ouro do futebol brasileiro e por destacar a importância de grandes esquadrões que não têm seu devido valor reconhecido. Já destaquei e reiterei o fato de Rio e São Paulo concentrarem os melhores clubes do país e se pensarmos que, por este motivo, ele não poderia ser considerado um título nacional, teríamos que contestar o Robertão por, em uma edição, englobar clubes de apenas 5 estados.

Em uma entrevista, o pesquisador Odir Cunha rechaça a contestação da Portuguesa em considerar o Rio-São Paulo como Campeonato Brasileiro, dizendo que se o torneio pudesse ter esse valor a Taça Brasil não seria criada. Ora, concebendo dessa maneira não haveria necessidade de se ampliar o Robertão e a Taça Brasil prosseguiria como o único torneio de âmbito nacional. Entendo que é importante para o futebol que seja atribuído valor a quem o merece. E com a unificação que proponho, os títulos nacionais seriam distribuídos de uma maneira mais justa.

Na primeira metade da década de 1950, quando se inicia o Rio-São Paulo, três clubes se destacavam enormemente. A Portuguesa de Djalma Santos, Julinho Botelho e Pinga, o Corinthians de Luisinho, Baltazar e Gylmar, e o Expresso da Vitória do Vasco da Gama. A Portuguesa foi base da seleção brasileira na Copa de 1954 e o Vasco cedeu a maioria de seu time para a seleção de 1950. O Corinthians tinha o maior goleiro da história do futebol Brasileiro, bi-campeão de mundo, que também se destacou pelo Santos, além de Baltazar que representou o país em 1950 e 1954.

A Portuguesa venceu o Rio-São Paulo em 1952 e 1955, conduzida por um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro, Julinho Botelho. O Corinthians, além de três títulos paulistas conquistados por aquele esquadrão, também venceu os Rio-São Paulo de 1950, 1953 e 1954. O Vasco dominava o cenário carioca no final da década de 1940, além de vencer os cariocas de 1950 e 1952 e, embora não tenha vencido nenhum Rio-São Paulo no início da década de 1950, foi vice-campeão em 1950, 1952, 1953 e 1954. O Vasco só foi vencer o Rio-São Paulo em 1958 com um grande time liderado pelo bi-campeão do mundo Vavá, mas o seu grande time foi mesmo aquele Expresso da Vitória. Estes três esquadrões são exemplos de equipes de enorme importância para o futebol Brasileiro e que não são reconhecidos como grandes vencedores. E eu ainda deixei passar batido os títulos internacionais conquistados por eles.

Na segunda metade da década de 1950 o Vasco seguia como uma das maiores equipes brasileiras, reforçado por Bellini e Pinga, além da consolidação de Vavá, e via o surgimento do Santos de Pelé e do Botafogo de Garrincha. O Santos venceu o Rio-São Paulo de 1959. Em 1956 o Rio-São Paulo foi considerado sem efeito e em 1957 e 1960 o Fluminense foi o campeão. Não era um clube recheado de craques naquele momento, mas tinha Castilho no gol, Waldo e Escurinho no ataque, dois grandes ídolos da história tricolor. Foi no final da década de 1950 que o Brasil conquistava o seu primeiro título mundial e dava início ao período mais glorioso de seu futebol.

Vem então a década de 1960 com sua grande quantidade de jogadores inesquecíveis. O Botafogo de Garrincha, Didi e Nilton Santos empilhou títulos internacionais com suas excursões e dominava o Rio de Janeiro com os títulos estaduais de 1961 e 1962. Foi um dos maiores esquadrões de todos os tempos e fazia com o Santos o duelo que era conhecido como O Maior Espetáculo do Mundo. Venceu o Rio-São Paulo em 1962, 1964 (ex aequo com Santos) e 1966 (ex aequo com Santos, Corinthians e Vasco), além de ter sido vice-campeão em 1960 e 1961. Teve o melhor retrospecto no torneio mais disputado do país naquela época.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Artefatos (244)

A tecnologia no futebol: um peso e duas medidas

O campeonato português de futebol chegou à 4ª rodada: (1) notícia positiva: o vídeo-árbitro, tecnologia instalada em todos os jogos do campeonato português (bem como na Alemanha e em itália), tem funcionado quando acionado pela equipe de arbitragem; (2) notícia negativa: o árbitro inventou um pênalti a favor do Benfica, permitindo-lhe empatar, e a equipe de arbitragem não recorreu ao vídeo-árbitro para confirmar a (in)existência da falta. Tendo o Sporting e o Porto se isolado à frente do campeonato, os ‘Beltramis’, ‘Limas Henriques’ e ‘Bassols’ portugueses afiam o apito para que o Benfica não se afaste dos primeiros. É assim há quatro anos consecutivos, com maracutaias escandalosas que provam indiscutivelmente que os ‘tentáculos do polvo’ proliferam no futebol. O Flamengo também sabe disso muito bem…

Série: Coisas & Loisas (39)

Estudo exaustivo sobre a unificação dos títulos nacionais de futebol (I)


por LUIZ GUSTAVO MEDEIROS DE LIMA
Graduado em Ciência Sociais e cursando atualmente mestrado em Literatura, carioca, botafoguense, leitor assíduo do blogue, faz uma extraordinária reflexão sobre a unificação dos títulos nacionais de futebol, publicada em três partes no Mundo Botafogo

Um fato incontestável a respeito do futebol brasileiro consigna o período entre 1950 e 1974 como o mais importante para o esporte no país. Foi durante esses anos que o Brasil produziu a maior quantidade de craques surpreendentes, esquadrões inesquecíveis e grandes seleções com belas campanhas em copas do mundo. Em 1950 o Brasil foi vice-campeão contra o Uruguai no Macaranã, em 1954 perdia nas quartas-de-final para o poderoso time húngaro de Puskás, em 1958 e 1962 vence com Pelé, Garrincha e companhia, em 1966 faz uma campanha ruim em virtude de um elenco envelhecido, em 1970 conquista o tri e em 1974 perde para o carrossel holandês de Cruyff na semifinal. Nos anos 1990 a seleção fez ótimas campanhas, tais como o título de 1994, a final de 1998 e o título de 2002, mas foi no período anterior que o Brasil venceu seus primeiros três títulos de copa do mundo e tornou-se indiscutivelmente o país do futebol.

Outro fato inquestionável, fundamentado pelo fato citado no parágrafo acima, considera que é precipitado comparar a grandeza de clubes através da quantidade de títulos de campeão brasileiro que eles possuem. No caso em questão refiro-me concretamente aos títulos do Campeonato Brasileiro, criado em 1971 para ser a mais importante disputa de clubes de futebol em âmbito nacional. E é importante destacar que nenhuma criança que decide por um clube para torcer vai optar por um que é pouco vitorioso. Afinal, todos querem ser vencedores. A repetição de uma hierarquia de grandeza baseada em um ou outro troféu, embora não seja uma atitude parcial, pode contribuir para que outras glórias sejam diminuídas, a história seja ofuscada, clubes sejam desprestigiados e jovens façam a sua decisão sob as lentes embaçadas de um óculos colocado à força sobre seus olhos. E é por estas e outras que a CBF decidiu realizar a polêmica unificação dos títulos nacionais.

Outro fato também inegável é aquele que trata da dificuldade de se fazer uma unificação dos títulos nacionais que seja justa, imparcial e realmente traduza a realidade do futebol brasileiro. Em 2010 a CBF decidiu acatar o pedido para considerar os títulos da Taça Brasil e da Taça de Prata como equivalentes ao Campeonato Brasileiro. A Taça Brasil iniciou-se em 1959 e foi o primeiro torneio de âmbito nacional, reunindo clubes campeões em seus estados, e tinha como objetivo indicar o representante do país para a Libertadores, recentemente criada. Tinha o formato de Copa, com jogos de mata-mata. Os clubes paulistas e cariocas já entravam na fase final da competição, precisando apenas de dois duelos para conquistar o título. A Taça de Prata, popularmente conhecida como Robertão, em virtude de seu nome oficial que era Roberto Gomes Pedrosa, surgiu em 1967 e, diferentemente, da Taça Brasil era disputado em turnos e quadrangulares. Era organizada pelas federações paulista e carioca em conluio com a CBD e reunia os clubes que demonstravam o melhor futebol do país.

É também importante ressaltar que o futebol mudou. Em 1989, por exemplo, foi criada a Copa do Brasil, que é o segundo maior torneio nacional. Mas uma peculiaridade de anos anteriores é que a Libertadores, torneio mais desejado pelos clubes hoje em dia, não tinha tanto valor. Muitos clubes brasileiros recusaram disputar o torneio, pois era deficitário e os adversários violentos. Era mais interessante realizar excursões rentáveis ou focar nos torneios contra os rivais locais. Podemos, portanto, afirmar que o fato de um torneio garantir a vaga de um clube para o torneio sul-americano não faz dele necessariamente o torneio mais importante do país ou o torneio que define o melhor time do país.

Para ser bem franco, eu não li todas as razões pelas quais a CBF se respaldou para fazer esta unificação dos títulos nacionais. Em outro momento irei me aprofundar nisso. Li algumas notícias, artigos de alguns jornalistas, opiniões de diversas pessoas e uma entrevista do responsável pelos argumentos em que a CBF se alicerçou: o jornalista santista Odir Cunha. Me agrada o fato disso ter saído da cachola de um santista, pois é um dos clubes que mais exemplificam o fato citado no segundo parágrafo. Porém, se nos atermos ao que é justo e à realidade que esta unificação deve representar, veremos que o tiro saiu pela culatra. Acredito que o Campeonato Brasileiro, o mais importante campeonato disputado entre clubes do país, deve ser o responsável por definir a melhor equipe do país em uma disputa entre as melhores equipes do país. Também acredito que esta opinião não é só minha.

Irei agora discutir sobre o que penso a respeito da Taça Brasil e do Robertão e de como seria a unificação dos títulos nacionais se eu fosse o responsável por essa decisão.

A Taça Brasil, conforme citado, reunia os clubes vencedores em seus campeonatos estaduais. Ora, é evidente que o vice-campeão carioca era um clube de qualidade superior ao campeão alagoano. As federações carioca e paulista eram mais organizadas, os clubes paulistas e cariocas possuíam os melhores jogadores, enfim. Não quero tirar o mérito de nenhum clube, mas é importante destacar que o vencedor da Taça Brasil não definia o melhor time do país, pois não disputava com os melhores. O Paulista de Jundiaí foi campeão da Copa do Brasil em 2005 com uma belíssima campanha, mas não posso afirmar que foi o melhor time daquele ano.  Além do que a Taça Brasil possui um formato que não condiz com o que sempre foi o Campeonato Brasileiro. Penso que a Taça Brasil deveria equiparar-se com a Copa do Brasil.

Eu ainda anexaria outros torneios antigos à lista de edições da Copa do Brasil. Em 1920 foi realizada a primeira competição a nível nacional do nosso futebol, chamada Copa dos Campeões Estaduais. Este torneio foi organizado pela CBD e teve mais uma edição em 1931. A primeira foi vencida pelo Club Athletico Paulistano e a segunda pelo Botafogo. Nessas duas edições participaram três clubes – de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul – e todos eram à época os campeões estaduais. Em 1937 houve uma outra edição do mesmo torneio, organizada pela Federação Brasileira de Football, que rivalizava com a CBD por aceitar inscrição de atletas profissionais, enquanto a CBD só aceitava amadores, a qual foi vencida pelo Atlético Mineiro. Diferente do primeiro Torneio Rio-São Paulo, de 1933, esta edição da Copa dos Campeões Estaduais teve um certo rigor para selecionar os participantes. Exceto um clube convidado, da Marinha, todos os outros haviam sido recém campeões estaduais. Em 1967 uma outra edição foi realizada, tendo o Bangu como campeão, com critérios bem definidos para a escolha dos clubes participantes, mas organizada pela federação mineira de futebol. Como a premissa da unificação, creio eu, seja fazer justiça ao futebol nacional no que se refere às glórias dos clubes, penso que o que mais interessa é a magnitude dos times e jogadores, a relevância das suas conquistas, a importância dos clubes para o esporte em determinados períodos, e não o passaporte para a libertadores ou o fato de ter sido organizado por certo órgão. Sendo assim, consideraria estas quatro edições da Copa dos Campeões Estaduais como Copa do Brasil. Embora seja anterior ao Rio-São Paulo, Robertão e Taça Brasil, eu optaria por não considerar como título de Campeonato Brasileiro pelo fato de não reunir os melhores clubes do país e ter o formato de copa.

Outros torneios foram criados, antes da Copa do Brasil se estabelecer, na tentativa de se criar um novo torneio de âmbito nacional. Em 1969 foi realizado o Torneio dos Campeões da CBD, de cunho oficial, com as participações dos campeões da Taça Brasil, Roberto Gomes Pedrosa ou Robertão, Torneio Norte-Nordeste e Torneio Centro-Sul. O objetivo inicial era determinar o representante nacional na Libertadores, o que acabou não sendo feito. Botafogo e Santos alegaram desinteresse e decidiram não concluir sua participação no torneio, fato este que naturalmente nos faz desconfiar da legitimidade do torneio. Mas embora esse como outros torneios tivessem falhas e sofressem com o desprezo de clubes de maior expressão, que conseguiam fazer dinheiro em excursões internacionais, acredito que não podem ser ignorados tendo em vista serem organizados pela entidade máxima do futebol e possuir um critério bem definido de participação, ainda que tenha deixado de determinar o clube brasileiro a jogar a Libertadores da América. Esta edição foi vencida pelo Grêmio Maringá, que foi considerado campeão após o Santos se recusar a jogar a partida de desempate. O fator que depõe contra a importância deste torneio, assim como a Copa dos Campeões Estaduais de 1967 citada acima, é que já havia no país dois grandes torneios nacionais, Taça Brasil e Robertão.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

FLAtulências (217): 90 anos de freguesia cathartiforme!

Até 2007, antes da maléfica influência de árbitros como Djalma Beltrami, Marcelo de Lima Henrique e Péricles Bassols, que entregaram um tricampeonato carioca inteiramente injusto aos catarthiformes,  no ‘clássico da rivalidade’ imperava a Gávea como grande freguesa dos Gloriosos de General Severiano. Quando a nova tecnologia que já funciona nos campeonatos alemão, italiano e português for aplicada, os títulos ilegítimos dos cathartiformes vão cair inexoravelmente…

Biribolt na Liberta!

E assim vai a extrema-direita na Europa...

» Insignificante ou inexistente: Espanha, Estônia, Irlanda, Islândia, Portugal, República Checa.

» Inferior a 10%: Alemanha, Bulgária, Croácia, Eslováquia, Eslovênia, Grécia, Lituânia, Malta, Romênia, Sérvia.

» 10% a 20%: Finlândia, Letônia, Noruega, Reino Unido, Rússia, Suécia.

» 21% a 30%: Bélgica, Dinamarca, França, Itália, Países Baixos, Suíça.

» Superior a 30%: Áustria, Hungria, Polônia.

El día que Garrincha fue ‘Tiburión’

Para muchos barranquilleros, e hinchas del fútbol en general, el 25 de agosto es un día especial. Hace 49 años, en una tarde soleada de esas típicas de la capital del Atlántico, un tal Manuel Francisco dos Santos explayó todo su talento en un estadio Romelio Martínez repleto.

Con ese, su nombre de pila, pocos entenderán de quién estamos hablando. Pero cuando decimos que se trata de Garrincha, seguramente la percepción de usted, querido lector, cambiará.

Después de brillar en el Botafogo por más de 10 años y de tener un paso aceptable por el Corinthians, ‘Mané’ aceptó venir a Barranquilla, después de tener varias entrevistas con los directivos del ‘Tiburón’, entre ellos Carlos Areano. […]

Su debut, como ya comentamos, fue el 25 de agosto de 1968, ante Independiente Santa Fe. […] Eese 25 de agosto de 1968, uno de los mejores jugadores de la historia de este deporte, ese que algunos atrevidos osan poner un escalón arriba de Pelé, tuvo debut y despedida con el Junior de Barranquilla.

Texto completo em www.habladeportes.co

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Botafogo Mawyana

Voz de Carlos Eduardo Pereira


O que vem sendo feito pelo Botafogo é um trabalho de qualidade, é um trabalho de resgate e consideramos o desempenho do time na Copa do Brasil como positivo. Ainda estamos disputando a principal competição continental. Esse elenco merece toda a confiança da diretoria e tenho certeza que da torcida também. O momento desse é bom para reafirmar certezas, confiança na qualidade do trabalho, na capacidade dos jogadores. […] Não dá para esquecer que em dois anos o Botafogo não consegue mudar a sua situação de um devedor de quase R$ 700 milhões. Isso tudo cobra no momento de contratar, e tem reflexo no desempenho do time. Em compensação, pelo montante que nós investimos, acho que o Botafogo tem um resultado absolutamente fantástico.” – Carlos Eduardo Pereira, presidente do Botafogo.

Os idiotas são seres coerentes

por VICTOR UCHÔA, jornalista
Escreve aos sábados em www.correio24horas.com.br

Sou obrigado a reconhecer, caro leitor ou bela leitora: o idiota é, antes de qualquer coisa, um insistente.

Ao idiota, não basta ser idiota. Ele tem que bater pé firme na sua idiotice mesmo quando ela é descabida em todos os sentidos. O idiota persevera. Quando você pensa que o idiota vai ficar amuado, no canto, doido para que ninguém perceba quão imbecil ele pode ser, o idiota fala mais alto.

A bem da verdade, otário sou eu que ainda fico surpreso. O idiota nada mais é do que coerente com sua condição.

Observe bem: uma semana depois que um idiota botafoguense foi detido por injúria racial contra familiares do jogador Vinícius Júnior, do Flamengo, não é que me aparece um idiota flamenguista para ser detido por igual motivo?

Imagino que, na cabeça dos idiotas, a coisa deve funcionar mais ou menos assim: no estádio Nilton Santos, o mando era do Botafogo e um torcedor alvinegro foi preso por ser idiota. No Maracanã, com mando de campo do Flamengo, os rubro-negros não podiam ficar pra trás. Logo, é preciso expressar a estupidez humana com toda a eloquência possível.

Semana passada, escrevi aqui sobre o episódio do idiota botafoguense, André Luis Moreira dos Santos. Mirando as pessoas que queria ofender, ele esfregava o braço e dizia uma vez atrás da outra: “tudo macaco”.

Essa semana, o idiota flamenguista, Wagner Marinho Tavares, resolveu dar sua demonstração verbal de indignidade. Diante de um funcionário terceirizado do Maracanã, que tentava organizar a passagem dos torcedores pelas catracas, Wagner botou pra fora sua natureza imbecil. “Ele disse que se eu não sabia trabalhar nisso, eu devia vender banana, porque eu era filho de preto”, contou o trabalhador.

Para azar de Wagner e sorte de toda a comunidade humana, um policial estava bem de junto, flagrou a situação e imediatamente levou o idiota para o juizado especial do estádio.

É realmente incrível como, poucos dias após um caso de grande repercussão, um idiota consegue fazer a mesmíssima coisa, no mesmíssimo evento.

Este é mais um exemplo de que o idiota, para além de perseverante, é acima de tudo burro. Se ele tivesse um tostão de poder cognitivo, poderia até pensar suas barbaridades, mas engoliria seco e guardaria a estupidez dentro de si, podendo seguir tranquilamente como um idiota livre.

Mas como os idiotas gostam de se exibir, o flamenguista Wagner Marinho Tavares e o botafoguense André Luís Moreira dos Santos agora estão proibidos de ver um jogo dos seus time no estádio pelos próximos seis meses. Além disso, têm que ir mensalmente ao Juizado do Torcedor, não podem mudar de endereço sem comunicação prévia e não podem deixar o Rio de Janeiro por mais de dez dias sem autorização judicial. Ou seja, viraram idiotas com movimentos limitados. Ainda bem.

Infelizmente, os idiotas têm muitos apoiadores, claro. Num dos portais da internet que publicou o caso dessa semana, outro idiota comentou: “Lá vem a chatice. Anos atrás todo mundo daria risada”.

Os idiotas se merecem.

Fonte: http://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/os-idiotas-sao-seres-coerentes/

O que será, será


por LÚCIA SENNA, escritora e cantora
escrito para o blogue Mundo Botafogo

Nasceu o bebê da Cris. Vai chamar-se Lúcia. Bobagem imaginar que a escolha seria em minha homenagem. Mas, em off e na santa privacidade do meu quarto, penso que poderia ser.  Meu ego ficaria visivelmente inflado e a bagagem de vida enriquecida. Seria, sem dúvida, convidada para madrinha e, já que não consta do meu curriculum vitae uma afilhada sequer, mataria dois coelhos com a mesma cajadada.

A razão, no entanto, é bem outra. Decidir nome de filho é tarefa complicada. Nove meses de gestação e o casal não havia chegado a nenhuma conclusão. Era preciso olhar para a carinha dela e ver com que nome combinava. Paulo e Cris receberam uma verdadeira enxurrada de sugestões. Hoje em dia, os personagens que fazem sucesso nas novelas de televisão ou na música influenciam os pais no importante momento da escolha do nome do rebento.  E é um tal de nascer Valentina, Isadora, Yasmim, Maria Eduarda, Betina e, sozinha, no topo da pirâmide, a poderosa Anitta.

Os avós maternos, de origem francesa, apostavam em Loraine, por ser chique e sofisticado. Já os paternos, com pinta de aristocratas, torciam o nariz para Loraine e pressionavam para que a escolha recaísse sobre Beatriz, nome nobre, de imperatriz. Amigos e colegas de trabalho também meteram a colher e sugeriram nomes unissex do tipo: Darcy, Juracy, Dercy e Nair. Nome indefinido, justificavam eles, é muito bem-vindo atualmente. Não haverá necessidade de trocá-lo, caso o indivíduo não venha a se identificar com o gênero determinado no nascimento. Nada de descartar a possibilidade de uma opção gay ou mesmo pela alternativa: sem gênero.

Paulo e Cris, atordoados, não davam respostas às inúmeras propostas que chegavam de todos os lados. Não queriam nome da moda, muito menos os afrancesados ou com ar de nobreza e rejeitavam, terminantemente, os indefinidos. Desejavam um nome pequeno, fácil de se pronunciar e, acima de tudo, que significasse alguém que, ao nascer, já venha iluminada, como um belo alvorecer. E, então, decidiram-se por LÚCIA. Modéstia às favas, Lúcia é nome lindo. Tem luz própria!

Soube pela Cris que houve cara feia na família. Lúcia, dizem, é um nome fora de moda, não se usa mais. Nome de outras gerações e que, de forma alguma, combina com alguém que acaba de nascer. Conheço bem essa história. Quando meu primeiro filho nasceu e dei-lhe o nome de Matheus, todos foram contra por ser nome de ancião, de macróbio, de matusalém. Hoje, virou nome da moda.

Em relação ao meu segundo filho, Tiago, a história é bem mais divertida. Minha sogra chega no hospital para ver o neto recém-nascido. Observa que a criança veio ao mundo no mesmo dia do sogro dela, pessoa boníssima e a quem ela gostaria de prestar uma homenagem. Corajosa, como só os nordestinos sabem ser, pediu-me com ar altivo e sobrancelhas alçadas que eu pusesse naquele infante, inocente e inofensivo, o nome do tal sogro: TI-BUR-TI-NO.

Tive que apelar para o meu Padim Ciço para não cometer nenhum desatino contra aquela senhora, embora eu tivesse todo o direito. Afinal, estava sensível, havia acabado de parir, e quem se atreve a dar uma “tiburtinada” dessas numa parturiente, deve estar consciente do risco que corre. Virei leoa em defesa do meu filhote. Isso é coisa que uma avó deseje para o seu próprio neto? Ela pariu catorze filhos e não tem nenhum TIBURTINO. Por quê no meu menino?

Nome, minha gente, é coisa séria. Salvo algumas raras exceções, é para toda a vida. A primeira coisa que entregamos a alguém é o nosso nome. Ainda guardo na memória a história de uma colega do ginásio chamada Itamar. Menina tímida, fechada, introspectiva. No recreio não interagia com ninguém. Sempre sozinha. Seria por ter um nome unissex?

Um amigo meu confessa-me que seria complicado namorar uma mulher chamada Itamar, por mais bela e atraente que fosse.  E conclui: “A primeira imagem que me vem à cabeça é a do nosso nada sexy ex-presidente Itamar Franco e seu fabuloso topete.” Francamente, que comentário mais sem propósito...

O brasileiro é o povo mais criativo do mundo e na hora de dar nomes para os filhos não poderia ser diferente. Minha mãe, titular do 1º Cartório de Registros de Nascimentos, em Manaus, testemunhou essa nossa excêntrica criatividade.   Foi ela que registrou, por exemplo, a Jacqueline Kennedy do Brasil e o Elvis Presley do Amazonas.

Bem, mas escrevo esta crônica para homenagear o nascimento do bebê da Cris. Feliz, saio em busca de um presente para essa menininha que acaba de ser apresentada ao mundo. Quero dar-lhe as boas-vindas com lindas flores e um vestidinho fashion para celebrar a data. Entro em uma loja de roupas infantis e fico encantada diante daquele cenário colorido e lúdico. A vendedora, percebendo a minha total incapacidade de escolha, oferece-me ajuda. Aproxima-se de mim e com voz pausada e firme, pergunta-me: “O presente é pra menino, menina ou sem gênero?”

“Ah, moça, por favor, não me faça pergunta que eu não sei responder.” Acabei comprando três vestidinhos: um rosa, um azul e um... branco.

domingo, 27 de agosto de 2017

Vozes de PC Guimarães e Zatônio Lahud

Num tô entendendo. O Framengo ganhou a Copa do Mundo?” – PC Guimarães. “Não, ganhou do Botafogo, que é muito mais importante que qualquer Copa do Mundo! Por isso a festa deles.” – Zatônio Lahud.

Série: Coisas & Loisas (38)

Contribuindo para o combate à xenofobia num mundo globalizado, o supermercado Edeka, em Hamburgo, decidiu, por um dia, retirar das prateleiras todos os produtos estrangeiros à venda, evidenciando os espaços vazios assim criados…

Botafogo em Sófia (XI): fim de circuito

Botafogo 2x1 Bahia

Garçom do dia

Cada vez tenho mais dificuldades em fazer comentários aos jogos. A equipe mantém a sua elevada resiliência, que lhe valeu o gol nos acréscimos (não foi sorte, foi persistência), mas continua errando muito, e hoje jogou diferente do habitual, mas com as mesmas incapacidades já sentidas e reconhecidas pelos mais lúcidos.

Ao contrário do habitual tivemos mais posse de bola, procuramos a vitória com perseguição insistente ao resultado, chutamos mais. Tive a sensação que a maior posse de bola deveu-se à estratégia de correria da equipe baiana. Após o gol de empate o adversário desatou numa correria disparatada em direção à nossa baliza, e foi preciso acalmar os ânimos para não irmos atrás desse tipo de jogo que nos é adverso, tal como acontecia antes de Jair ser o treinador. E tomávamos gol assim, naquilo que os narradores chamam de… ‘jogo eletrizante’. Eu diria ‘eletrocutante’…

Falta de criação, passes maus, finalização defeituosa, gols perdidos por Pimpão e Roger – permitam-me expressar que continuo sem gostar do estilo de Roger, que é muito lento, por isso perde gols quase feitos e não dá sequência a jogadas. Em contrapartida, tivemos um Pimpão em bom nível com dois bons cruzamentos para os dois gols da equipe – e algumas incursões rasgando a defesa adversária. Todavia, vale a pena analisar os três gols: foram todos de cabeça e todos por falha de posicionamento correto da marcação.

No primeiro gol Roger está sozinho, no gol de empate a jogada é tirada a papel químico, no terceiro gol Bruno Silva sobe absolutamente sozinho, apesar de dois adversários estarem ao seu lado. Quer dizer, três gols mais por demérito do que por mérito. Eu dividiria assim: 20% de mérito de quem fez os cruzamentos, 20% de mérito de quem fez os gols; 60% de demérito dos responsáveis pelas marcações.

Aliás, sou levado a crer que a maioria dos gols do campeonato brasileiro ocorre mais por demérito do que por mérito. O futebol praticado é, regra geral, de mediano a mau.

Em todo o caso, pareceu-me que Jair escolheu bem o sistema tático e a dinâmica para este jogo. Na verdade, o Botafogo não joga no esquema ‘eletrizante’, mas no esquema de ‘banho-maria’ ao adversário e, subitamente, faz um ataque rápido pelas laterais e marca os gols necessários. Neste jogo, face às características do adversário, teve que avançar para a posse de bola para amolecer o Bahia. Jogou mais para a eficiência do que para a eficácia, ao contrário do habitual onde a eficácia é o alvo sobre a eficiência. A persistência permitiu a vitória num jogo de adversário mal estruturado e, na generalidade, inferior à nossa equipe.

O 6º lugar provisório, em meio à disputa da semifinal da Copa do Brasil e à permanência na disputa pela Libertadores, configura um ano bem diferente do passado recente. O avanço foi substancial nos últimos 365 dias e lamento apenas que o investimento na equipe seja tão fraco e, sobretudo, tão obviamente errado em certas contratações no mínimo estranhas.

Por mim, já tinha entregue o departamento de futebol a Manoel Renha, que, caso o atual presidente não concorra a novo mandato, espero que seja o novo presidente.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 2x1 Bahia
» Gols: Roger, aos 12' e Bruno Silva, aos 90’+1 (Botafogo); Renê Jr., aos 15' (Bahia)
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Local: Estádio Fonte Nova, em Salvador (BA)
» Data: 27.08.2017
» Público: 22.999 presentes; 22.585 pagantes
» Renda: R$ 571.444,00
» Árbitro: Héber Roberto Lopes (PR)
» Disciplina: cartão amarelo – Tiago e Edson (Bahia)
» Botafogo: Gatito Fernández, Arnaldo, Carli (Marcelo), Igor Rabello e Victor Luís (Gilson); Rodrigo Lindoso, Bruno Silva, João Paulo e Marcos Vinícius (Guilherme); Rodrigo Pimpão e Roger. Técnico: Jair Ventura.
» Bahia: Jean, Eduardo, Tiago (Rodrigo Becão), Lucas Fonseca e Juninho Capixaba; Edson e Renê Júnior; Régis (Maikon Leite), Zé Rafael (Vinícius) e Mendoza; Rodrigão. Técnico: Preto Casagrande.

sábado, 26 de agosto de 2017

Voz de André Rizek: DNA do Flamengo gosta de pisar os rivais

Não consigo entender qual o sentido da instituição Flamengo, depois de tudo que a gente tem assistido, provocar a instituição Botafogo depois do jogo. Eu sei que estou vivendo no mundo encantado do 'Redação SporTV', mas eu gostaria de ver assim, ó: ‘Parabéns, Botafogo, por ter lutado lealmente, agora o Mengão tá na final, sorte na Libertadores’. Mas esse é o mundo encantado do 'Redação SporTV', porque isso não vai partir da diretoria do Flamengo e nem da do Botafogo, pelo contrário, até porque está no DNA do Flamengo e desse Departamento de Marketing especificamente pisar nos rivais. Ele gosta, mesmo, de além de mostrar a força do Flamengo, diminuir os rivais." – André Rizek, o melhor jornalista esportivo brasileiro na opinião do Mundo Botafogo. [O destaque a negrito na citação é da responsabilidade do editor do blogue]

Série: Coisas & Loisas (37)

Uma Índia amamenta filhote de porco-do-mato no Maranhão, em 1992

Botafogo em Sófia (X)

O ‘milagre’ da omelete sem ovos…

por SERGIO DI SABBATO
Leitor de sempre do Mundo Botafogo

Lendo os comentários a respeito do jogo contra o Flamengo, entre as inúmeras lamentações, a mais recorrente é de que o time foi covarde. Eu de minha parte repito: o atual time do Botafogo jogou ontem exatamente como vem jogando ao longo dos últimos 9 ou 10 meses. Se recordarmos as vitórias contra o Sport e o Atlético veremos que o fator fundamental foi: contra o Sport a péssima leitura de seu técnico que quis matar o jogo, tirou um jogador do meio, colocou um atacante e deu o contra ataque ao Botafogo, isso ganhando por 1x0. Contra o Atlético Mineiro, o gol aos 2 minutos fez com o time mineiro saísse e ficou fácil o contra ataque.

Idem contra o Nacional e assim por diante.


O fato é que o time do flamengo, mesmo sem ser um bom time, tem jogadores tecnicamente superiores aos do Botafogo, nada que seja muito acima, mas tecnicamente melhor. O time do Botafogo tem uma defesa de razoável para boa, laterais medianos, mas o Luís Ricardo muito fora de forma e sem confiança; a contusão foi séria e não sei se ele volta a jogar o que jogava antes da fratura. No meio não temos nenhum jogador de habilidade, um jogador que pense, e no ataque, bem, o ataque é nulo, o Roger não consegue sequer matar uma bola, não impõe medo à zaga adversária. Como fazer para jogar ofensivamente se não tem atacantes?... Só resta esperar por uma brecha no contra ataque.

No início do jogo o Botafogo vinha bem nos primeiros 15 minutos e poderia ter aberto o placar se o Guilherme não fosse incompetente, mas aí o adversário fechou as laterais, marcou em cima e o Botafogo ficou sem muita ação, principalmente porque os erros de passes são uma das principais deficiências do time.

O engraçado é que quando o Botafogo ganha é porque o time jogou bem, mas quando perde nunca é o adversário que foi melhor, mas sim o Botafogo que jogou mal, foi covarde. O mesmo acontece com jogadores: quando um jogador nosso dá um drible desconcertante e faz uma bela jogada que resulta em gol foi virtude do nosso jogador, quando o adversário faz esse tipo de jogada taxamos de falha nossa. Vícios de torcedores que só assistem com paixão.

Claro que ninguém gosta de perder para o time dos cathartiformes, mas daí a dizer que o time treme diante deles é querer superdimensioná-los. O certo seria dizer que na Copa do Brasil o time tem sido sistematicamente eliminado desde de que começou essa competição, a lógica seria dizer que o Botafogo treme na Copa do Brasil.

Felizmente a idade tem-me dado um pouco mais de discernimento e pelo menos aprendi a analisar com mais calma as coisas do futebol. A derrota contra o flamengo, por mais que procuremos culpados, tem uma explicação bem simples: o time do Botafogo, ou melhor, o seu elenco, é muito limitado e não adianta querer culpar o Jair Ventura pela derrota. Como dizia o Oto Glória: "sem ovos não se faz omelete". O Jair tem defeitos, mas tem virtudes. É novo e torço para que evolua.

É claro que o planejamento do Departamento de Futebol tem erros muito claros que precisam de ser corrigidos, mas há de se considerar que a situação do clube é muito complicada. Como diz um conhecido do Carlos Eduardo Pereira, meu amigo, o clube vende o almoço para comprar o jantar.

Tenho escrito diversas vezes que só um milagre pode dar um título a esse time do Botafogo. Pela lógica não vejo como, mas vou torcer e muito por esse milagre, e mesmo que não ganhe acho que esse time pelo que fez até aqui merece o nosso respeito.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Série: Coisas & Loisas (36)

Estava eu e trinta pessoas em uma reunião da Presidência Portuguesa da União Europeia quando estalou o atentado e assisti, estarrecido, ao embate do segundo avião e ao terror que se lhe seguiu. E ainda não parou…

CR7 ganha, Messi felicita!

Enquanto os (maus) fãs de um e outro se ofendem e os ofendem nas redes sociais, Messi e Ronaldo respeitam-se, reconhecem-se mutuamente como os dois melhores do mundo ininterruptamente há 10 anos – resiliência competitiva inédita entre futebolistas de todos os tempos – e felicitam-se mutuamente ano após ano ao conquistarem os maiores títulos individuais desde 2008. Parabéns ao Cristiano Ronaldo por mais um título merecido e parabéns a Lionel Messi por tudo o que também tem feito em prol do brilho desportivo. 

O otorrino não me deu ouvidos

[Aos leitores interessados informa-se que as crônicas de Lúcia Senna no Mundo Botafogo foram publicadas em livro intitulado 'No embalo...