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O Botafogo está querendo regressar aos seus tempos antigos. Em dois jogos praticamente ganhos toma dois gols no final e perde quatro pontos. E provavelmente fica arredado do título se o Grêmio ganhar amanhã.
Ao longo do desafio as chances desperdiçadas pelo Botafogo foram inúmeras, incluindo duas jogadas de baliza aberta que Thiaguinho desperdiça. Outras oportunidades não concretizadas na segunda parte do jogo acabaram por não ‘matar’ o jogo.
Considero que o modo como o Botafogo (não) jogou após a expulsão do jogador do Naútico foi merecedor de ter levado um gol mais uma vez dispensável. Para quem queria ser campeão é inadmissível a maneira de jogar do Botafogo na segunda metade da segunda parte.
Após estar em vantagem numérica o Botafogo desleixou-se na marcação que vinha fazendo, acomodou-se mais uma vez como no jogo contra o Vasco e chegou mesmo a permitir ao Náutico que criasse perigo algumas vezes – e acabasse por concretizar.
No seu segundo escanteio o Náutico marcou com Castillo a espanejar-se dentro da área. Aliás, já um pouco antes Castillo falhara e tivera sorte em não tomar gol em duas ocasiões. Considero que Renan começa a tornar-se uma fortíssima alternativa na baliza do Botafogo. Castillo, insisto novamente, apesar de a maioria da torcida não concordar, é um goleiro vulgar – e Renan é muito bom.
E o que aconteceu nos últimos vinte e cinco minutos é tanto mais lamentável quanto o Botafogo criara anteriormente excelentes oportunidades para ganhar: Thiaguinho por duas vezes, Lúcio Flávio outras duas (uma delas num slalom sensacional entre a defesa do Náutico), bem como outras chances desperdiçadas devido à lentidão com que o Botafogo jogou à entrada da área na segunda parte do segundo tempo.
Se na primeira parte a equipa foi extremamente forte, paciente e tranquila, variando muito bem o jogo e imprimindo rapidez às jogadas, após a expulsão do jogador do Náutico relaxou e tornou-se muito lenta à entrada da área – em vez de imprimir velocidade e rematar de primeira.
Por outro lado, o individualismo de Carlos Alberto, associado a excessivas paragens para driblar em vez de passar a bola, começa a tornar-se desesperante. Alem de que quando perde a bola gosta de fazer faltas inúteis para cartão amarelo.
Não é aceitável que em dois jogos o Botafogo tenha relaxado em vez de se determinar na marcação do segundo gol. Dá a impressão de que a soberba da superioridade se instalou. Até ao jogo do Vasco eu tinha a sensação de que o gol da vitória haveria de chegar, mas parece que essa persistência e determinação deu lugar ao excesso de confiança e à perda de pontos inacreditáveis.
Se Ney Franco não se impõe rapidamente no que respeita a diversas insuficiências que a equipa apresenta devido à falta de determinação em liquidar as partidas, bem se poderá preparar para começar a sair do G4, porque o São Paulo e outros estão à espreita. Além de já ser altura de Ney Franco perceber que Lúcio Flávio é excelente a bater penalties mas não a cobrar faltas e escanteios. Inúmeros jogos de futebol hoje em dia são resolvidos em bolas paradas e o Botafogo desperdiçou, entre faltas perigosas e escanteios, umas vinte oportunidades sem nenhuma concretização.
A consistência que a equipa vinha apresentando começou a vacilar contra o Vasco e confirmou-se contra o Náutico (e contra o Atlético Mineiro, apesar da goleada, já se sentira essa facilitação). Tenso, o Botafogo joga bem e ganha fora; relaxado, começa a não ganhar nos sítios em que costuma ser forte – no Maracanã e no Engenhão.
E, todavia, quer o treinador quer os jogadores podem fazer muito melhores resultados do que os sofríveis empates obtidos contra duas equipas de fim de tabela. Como será contra as equipas mais fortes que vêm por aí?... Confesso que estou irritadíssimo!
Desejo muito estar enganado, mas creio que a possibilidade do título esfumou-se no espaço de uma semana de facilitações, e se Ney Franco não impuser uma liderança forte durante os jogos, a permanência no G4 pode tornar-se um sonho desfeito em castelos de areia.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x1 Náutico
Gols: Carlos Alberto 39’ 1ºT (Botafogo); Adriano 37’ 2ºT (Náutico)
Competição: Campeonato Brasileiro
Estádio Olímpico João Havelange, o ‘Engenhão’; 30/08/2008
Arbitragem: Paulo César Oliveira (SP); Márcio Luiz Augusto (SP) e Marcelino Tomaz de Brito Neto (SP)
Cartões amarelos: Carlos Alberto (Botafogo); Alceu, Negretti e Ticão (Náutico)
Cartão vermelho: Alceu (Náutico)
Botafogo: Castillo, Thiaguinho (Zárate), Renato Silva, André Luís e Triguinho; Túlio (Alessandro), Diguinho, Lucio Flavio e Carlos Alberto; Jorge Henrique e Gil (Zé Carlos)
Náutico: Eduardo, Vágner Santos, Negretti e Adriano; Ruy, Ticão (Felipe), Hamilton, Valdeir (Gilmar) e Alceu; Paulo Santos e Kuki (Radamés). Técnico: Roberto Fernandes
O Botafogo está querendo regressar aos seus tempos antigos. Em dois jogos praticamente ganhos toma dois gols no final e perde quatro pontos. E provavelmente fica arredado do título se o Grêmio ganhar amanhã.
Ao longo do desafio as chances desperdiçadas pelo Botafogo foram inúmeras, incluindo duas jogadas de baliza aberta que Thiaguinho desperdiça. Outras oportunidades não concretizadas na segunda parte do jogo acabaram por não ‘matar’ o jogo.
Considero que o modo como o Botafogo (não) jogou após a expulsão do jogador do Naútico foi merecedor de ter levado um gol mais uma vez dispensável. Para quem queria ser campeão é inadmissível a maneira de jogar do Botafogo na segunda metade da segunda parte.
Após estar em vantagem numérica o Botafogo desleixou-se na marcação que vinha fazendo, acomodou-se mais uma vez como no jogo contra o Vasco e chegou mesmo a permitir ao Náutico que criasse perigo algumas vezes – e acabasse por concretizar.
No seu segundo escanteio o Náutico marcou com Castillo a espanejar-se dentro da área. Aliás, já um pouco antes Castillo falhara e tivera sorte em não tomar gol em duas ocasiões. Considero que Renan começa a tornar-se uma fortíssima alternativa na baliza do Botafogo. Castillo, insisto novamente, apesar de a maioria da torcida não concordar, é um goleiro vulgar – e Renan é muito bom.
E o que aconteceu nos últimos vinte e cinco minutos é tanto mais lamentável quanto o Botafogo criara anteriormente excelentes oportunidades para ganhar: Thiaguinho por duas vezes, Lúcio Flávio outras duas (uma delas num slalom sensacional entre a defesa do Náutico), bem como outras chances desperdiçadas devido à lentidão com que o Botafogo jogou à entrada da área na segunda parte do segundo tempo.
Se na primeira parte a equipa foi extremamente forte, paciente e tranquila, variando muito bem o jogo e imprimindo rapidez às jogadas, após a expulsão do jogador do Náutico relaxou e tornou-se muito lenta à entrada da área – em vez de imprimir velocidade e rematar de primeira.
Por outro lado, o individualismo de Carlos Alberto, associado a excessivas paragens para driblar em vez de passar a bola, começa a tornar-se desesperante. Alem de que quando perde a bola gosta de fazer faltas inúteis para cartão amarelo.
Não é aceitável que em dois jogos o Botafogo tenha relaxado em vez de se determinar na marcação do segundo gol. Dá a impressão de que a soberba da superioridade se instalou. Até ao jogo do Vasco eu tinha a sensação de que o gol da vitória haveria de chegar, mas parece que essa persistência e determinação deu lugar ao excesso de confiança e à perda de pontos inacreditáveis.
Se Ney Franco não se impõe rapidamente no que respeita a diversas insuficiências que a equipa apresenta devido à falta de determinação em liquidar as partidas, bem se poderá preparar para começar a sair do G4, porque o São Paulo e outros estão à espreita. Além de já ser altura de Ney Franco perceber que Lúcio Flávio é excelente a bater penalties mas não a cobrar faltas e escanteios. Inúmeros jogos de futebol hoje em dia são resolvidos em bolas paradas e o Botafogo desperdiçou, entre faltas perigosas e escanteios, umas vinte oportunidades sem nenhuma concretização.
A consistência que a equipa vinha apresentando começou a vacilar contra o Vasco e confirmou-se contra o Náutico (e contra o Atlético Mineiro, apesar da goleada, já se sentira essa facilitação). Tenso, o Botafogo joga bem e ganha fora; relaxado, começa a não ganhar nos sítios em que costuma ser forte – no Maracanã e no Engenhão.
E, todavia, quer o treinador quer os jogadores podem fazer muito melhores resultados do que os sofríveis empates obtidos contra duas equipas de fim de tabela. Como será contra as equipas mais fortes que vêm por aí?... Confesso que estou irritadíssimo!
Desejo muito estar enganado, mas creio que a possibilidade do título esfumou-se no espaço de uma semana de facilitações, e se Ney Franco não impuser uma liderança forte durante os jogos, a permanência no G4 pode tornar-se um sonho desfeito em castelos de areia.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x1 Náutico
Gols: Carlos Alberto 39’ 1ºT (Botafogo); Adriano 37’ 2ºT (Náutico)
Competição: Campeonato Brasileiro
Estádio Olímpico João Havelange, o ‘Engenhão’; 30/08/2008
Arbitragem: Paulo César Oliveira (SP); Márcio Luiz Augusto (SP) e Marcelino Tomaz de Brito Neto (SP)
Cartões amarelos: Carlos Alberto (Botafogo); Alceu, Negretti e Ticão (Náutico)
Cartão vermelho: Alceu (Náutico)
Botafogo: Castillo, Thiaguinho (Zárate), Renato Silva, André Luís e Triguinho; Túlio (Alessandro), Diguinho, Lucio Flavio e Carlos Alberto; Jorge Henrique e Gil (Zé Carlos)
Náutico: Eduardo, Vágner Santos, Negretti e Adriano; Ruy, Ticão (Felipe), Hamilton, Valdeir (Gilmar) e Alceu; Paulo Santos e Kuki (Radamés). Técnico: Roberto Fernandes
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14 comentários:
blogdojoaoninguem.blogspot.com
É isso mesmo, Vinícius! O vazio... Nada para dizermos...
Abraços.
Rui, meu amigo....
Infelizmente não tenho nem comentários...além de afirmar que mais uma vez nós entregamos o título de graça....
Sem mais, amigo! Infelizmente...
Abs e SA!!!
Rui... já até alterei meu voto na enquete "quem será o campeão brasileiro 2008?"
R: Antes Botafogo... agora Cruzeiro com certeza
o bota ontem tinha q vencer o nautico pra ficar no grupo do G4, mas parece que os jogo de hj,depender de alguns resultados o bota sai.
mas ta bom, não perder ontem e demonstrou q está no palio no campeonato.
De graça, Rodrigo... De graça...
Saudações botafoguenses
Vinícius, eu não vou alterar o meu porque votei no Palmeiras logo no início. Estava ainda hesitante até ontem se havia de mudar para o Botafogo, mas depois do jogo mantenho o Palmeiras. Em minha opinião será Palmeiras ou Grêmio, porque o Cruzeiro parece-me muito incerto.
Saudações Gloriosas
Leo, eu diria que para quem temia a descida está tudo muito bem. Mas para quem começou a acalentar um sonho... Enfim... A meta era o G4, não era?... Então que se mantenha essa meta e que a outra meta torne a ser a Sul-americana. Aliás, foi isto que defendi desde o início do campeonato. Só que com os últimos resultados eu começara a ver uma possível luz para o título. Se ganhassemos a Sul-americana ficaria feliz na mesma. Por agora não estou contente.
Saudaçoes Gloriosas
Renam se tornará tão vulgar a partir de quatro ou cinco jogos seguidos e um ou dois gols tomados... com o sentido defensivo do Botafogo, a contar do jogo com o Palmeiras, marcação frouxa a partir de nossa intermediária e não da do adversário, nem o melhor goleiro do mundo sobreviverá. Castilho é um grande goleiro e me passa total segurança.
Entendo que a volta do Leandro Guerreiro nos trará a estabilidade necessaria, com a liberação do Diguinho e Túlo para atacarem/marcarem a partir da meia cancha. Na ausência do Leandro testaria o LUcas à frente da zaga, o time ganharia em estabilidade.
Quem sairia???? Carlos Alberto,com certeza, me deixa muito inseguro com seus vacilos/amarrações de jogo.
Desculpe nao deixei meu nome, Reinaldo, no comentario passado
Amigo Reinaldo, as suas opções são pouco vulgares. Eu não tiraria o CA, preferindo obrigá-lo a jogar de outro modo, porque também me deixa inseguro; o Lucas à frente da zaga, confesso que é uma opção ousada, especialmente porque o Lucas ainda não se afirmou; acho que tem razão quanto à 'sobrevivência' dos goleiros, mas, sinceramente, o Castillo não me infunde confiança. É um goleiro razoável +, em minha opinião. Nunca faz grandes defesas - aliás, a estatura não ajuda. Já o Renan me parece mais goleiro, mais seguro e não toma pelo alto as bolas que o Castillo toma. No entanto, não diria que esse é um grande problema, porque o Castillo pelo menos não 'franga'. O grande problema continua a ser a defesa. Toma gols 'bestas' por distração.
Por outro lado, apesar de ter o Ney Franco em elevada consideração, penso que as substituições de ontem não foram as melhores e fragilizaram o esquema de jogo. Após a expulsão e as substituições o BFR caiu muito.
E o Zárate?... Espero que dê certo, mas não me pareceu tratar a bola por 'tu'... Achei-o algo desajeitado. Tenho a sensação que para o Zárate funcionar no ataque, o esquema de jogo terá que ser outro. O nosso não está feito para corpos de combate como aquele...
Saudações Gloriosas
Rui,
Sinceramente, não confio no futebol do Carlos Alberto sob o aspecto equipe, ele é muito individualista e inseguro, como atacante faz mais faltas que recebe, inconcebível, serve muito pouco aos companheiros e é um perigo ao tomar seu cartáo amarelo (ontem mesmo o árbitroo beneficiou bastante).
Entendo que ao Lucas caberia a chance, nas poucas vezes que o vi atuar senti uma certa elegância no trato com a bola (bom se o Thiaguinho a tivesse para atuar ali) o que me chamou a atenção sobre ele, mas acho o Leandro Guerreiro um jogadoraço.
Assisti a dois jogos neste campeonato, Atlético/PR e Figueirense, nos quais a equipe se apresentou com a formação sugerida (no segundo com CA expulso aos 20 min do primeiro tempo) e ví o time girar o tempo todo, Tulio se apresentar com destaque ao ataque e, em momentos severos, como aqueles com o Figueirense, a defesa sair de campo sem grandes sustos.
Quanto ao Renam, embora o tenha visto em poucas partidas até agora, acho que não atuou mais que 20, senti suas falhas, exatamente, em saidas de gol (na estréia e no jogo com o Figueirense, quando deveria ter socado a bola e tentou segurar).
Ney Franco, perfeitas a suas considerações, o placar de 1xo não nos dava segurança para estrear um jogador que, pelo que vi, de forma alguma se adequa ao estilo de jogar da equipe; principalmente a saída do Túlio foi um desastre para o time, no meu entender, mas o Ney tem crédito.
Agora, sabe o que mais me incomoda?? O time me demonstrou, nas duas últimas partidas, situações semelhantes às demonstradas no período de pré-saída do Cuca e e passagem do Geninho, que está com seus salários atrasados novamente. Será???
Desculpe ter-me alongado tanto.
Amigo Reinaldo, tomei em boa nota as suas considerações. Eu vi praticamente todos os jogos do Botafogo (televisão, claro...) e tenho avaliado muito bem o Renan. Acho o Lucas capaz de ser jogador do BFR, mas ainda não se confirmou realmente, embora a sua nota sobre eel seja importante. De acordo sobre o Leandro Guerreiro. De acordo sobre o Carlos Alberto, mas o homem é bom e podia ser melhor tabalhadado para o jogo de equipa.
Sobre o Ney, tenho tecido os maiores elogios, mas ambém alinho pelas suas observações. Ou ele impõe uma liderança forte ou temos outra vez o 'nha-nha-nha' do Cuca. De resto, confesso que não tenho gostado das últimas substituições dele, como a do Túlio, por exemplo.
Julgo que temos alguma discordância quanto aos goleiros. Mas não é grave porque os dois servem, sobretudo se olharmos para o desastre que foi o ano passado. Sobre o Lucas desejo que tenha razão.
Saudações Gloriosas
Uma decepção!
Para mim, a maior do ano. Pois, com o NF pensei que não fossemos passar por isso. Temos que ter humildade e desmontar o sistema defensivo foi um erro.Nós torcedores temos que aprender a segurar o resultado, não exigir o que o time não pode dar. Se o NF tirasse um armador ou atacante para colocar o Alessandro (a substituição certa a se fazer) já seria taxado de retranqueiro.
Patrick Dias
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