Não sou adepto de Rafael Marques nem no banco de
reservas porque entendo que o Botafogo deveria ter outros atacantes ao nível
das nossas ambições e tradições.
Porém, ele vem marcando alguns gols e trabalha muito
durante a semana, mostrando-se modesto e profissional. A nossa generosa
torcida, a mesma que vaiou quando isso foi necessário para evidenciar a
desaprovação do que se passava no departamento de futebol, também sabe incitar
os atletas e exprimir-lhes a sua gratidão.
Então, a torcida adotou um refrão adaptado da
composição ‘O Carimbador Maluco’, de Raul Seixas, especial infantil ‘Plunct,
Plact, Zuum’, de 1983, e a coisa ecoa assim na arquibancada:
“Plunct,
Plact, Zuum,
Rafael
Marques
vai
fazer mais um!”
Para
que conste que a torcida do Botafogo não são ‘vagabundos’ das 16h00 que torcem
pelo clube nos campos de futebol, tal como o treinador Oswaldo Oliveira
classificou a torcida que o vaiava quando, após um ano à frente do Botafogo,
ainda não criara um padrão de jogo.
Agora,
como se pode ler no LANCENET!, o “Botafogo deixou
para trás os tempos de instabilidade, vaias e críticas ao seu técnico e vive
uma fase de harmonia entre torcida, jogadores, diretoria e comissão técnica.”
Que os Doze
Deuses Olímpicos nos acompanhem!
8 comentários:
Ele é um jogador e um ser humano muito mais honesto que o Loco Abreu. Sabe das suas limitações, trabalha em silêncio, não fica dando declaração para iludir a torcida e sabe aceitar a reserva. Prefiro mil vezes um jogador assim do que um que quer que o time jogue para ele, se faz de coitado, manipula a torcida etc.
Chega desse futebol ultrapassado, onde todos tinham que jogar pelo Abreu.
Futebol moderno é com o espírito pragmático e vencedor de Seedorf, Bolívar e Lodeiro, que consequentemente estão influenciando positivamente até o Rafael Marques.
Abraços e amanhã é Botafogo 2 x 0 CRB
Aurelio, em minha opinião, o Loco tem aspectos muito positivos e outros negativos. De positivo, penso que foi trazer alegria, confiança e personalidade a uma equipa que todos gozavam como equipa do chororô. Fazendo dupla com Herrera ganhamos o carioca 2010. Em 2011 ainda foi positivo, mas em 2012 estava claramente em decadência, sentia-se 'pavão', queria que todos jogassem para ele e, contudo, ele já não tinha a velocidade necessária. Creio que acabou saindo mal, mas ao beijar o escudo do Botafogo em frente à torcida do Flamengo já atuando por outro clube, catapultou novamente o Botafogo para a berlinda e fez mais inveja a muita gente. No cômputo geral ele reanimou as hostes botafoguenses e relançou o clube cm mais vivacidade.
Seedorf foi a cereja em cima do bolo, rompendo com o estilo provocante de Loco Abreu - eu analisei isso numa publicação que fiz - e criando um novo paradigma na equipa e, consequentemente, uma nova filosofia, muito nais baseada na equipa, na união, no profissionalismo, no brio pela camisa. Seedorf rompeu com o paradigma L. Abreu e inaugurou o paradigma pelo qual tantas vezes labutei neste blogue. A torcida ficava contente com qualquer coisinha, e Seedorf trouxe uma 'qualquercoisona' que permitiu mostrar o que é realmente um time de futebol e a introdução de uma dinâmica que Loco Abreu não conseguia introduzir. Foi por isso que considerei adequada a saída de Loco Abreu, mas nem por isso ele deixa de ter um lugar importante na galeria do Glorioso. E o 'poste' saiu como artilheiro do Engenhão.
Abraços Gloriosos!
Caro Ruy,
na minha opinião, você foi infeliz na crítica ao técnico Oswaldo de Oliveira nessa postagem. Após o jogo, ele disse claramente que essa declaração era direcionada a alguns torcedores que se encontravam atrás do banco de reservas, que ele os conhecia há algum tempo.
E até se retratou à torcida, afirmando que em nenhum momento quis direcionar a todos.
Foi uma polêmica tola que a imprensa quis criar na época do ocorrido e que nós, torcedores, temos que saber filtrar bem o que sai nos jornais.
Saudações botafoguenses.
Thiago Hildebrandt.
Amigo Thiago, dizem que os factos (fatos, em 'brasileiro') são factos e nada mais. Naturalmente que não. Os factos carecem de interpretação, aquela que nós lhes damos e que lhe dão um sentido A ou B. Assim como o que dizemos ou fazemos tem que ser interpretado. Não basta constatar que um sujeito matou; é preciso saber porque matou, em que circunstâncias matou, etc., porque até pode ser absolvido, por exemplo, em caso de legítima defesa.
Bem, a sua interpretação, que respeito, é a de que Oswaldo Oliveira referiu-se a uns quantos sujeitos que ele "conhecia" e que o assunto era pessoal. E, portanto, foi a imprensa que empolou a situação. Aceito democraticamente a sua interpretação, mas não é rigorosamente nada a minha interpretação. Vejamos o que penso.
Em primeiro lugar diria que O.O. teve muitos meses de 2012 para dar UM padrão de jogo à equipa e não deu NENHUM padrão em 2012, com jogos horríveis e comportamentos inexplicáveis em campo de um time taticamente bagunçado meses após meses sem se saber posicionar. Por isso tomou um banho de bola do Fluminense na final do carioca. Porquê isso? Porque O.O. é um treinador mediano, ou menos que isso, e nada mais. As únicas vitórias no Brasil foram com um time preparado pelo W. Luxemburgo e a seguir com um São Paulo repleto de bons jogadores, desperdiçando o que havia sido feito antes. Sumiu do Brasil depois de vários revezes e apareceu no Japão num campeonato sem expressão. O Botafogo 'descobriu-o', sabe-se lá como e porquê.
É este treinador que a torcida começou justamente a criticar em 2012, e como ele se julga muito 'culto' e 'intelectual' não aceitou as críticas e, um dia, EU VI, enfrentou a torcida de mãos nas ancas provocando-a. Se ele estivesse no Flamengo ou noutro clube menos tolerante, não teria tido essa coragem, ou se tivesse seria despedido o quanto antes, mas a nossa torcida e a nossa direção são por natureza de 'compaixão' para com os outros.
Passados uns meses, nesse famoso jogou em que fomos péssimos, EU VI, pela televisão, O.O. dirigir-se à torcida e apontar para o relógio dizendo que quem estava livre às quatro horas da tarde para assistir a um jogo de futebol, era 'vagabundo'. Ora, eu também estava em casa para assistir ao jogo, tal como o meu amigo Lorismario, e muitos outros torcedores, e não somos vagabundos. Se ambos morássemos no Rio certamente teríamos ido ao jogo. Não somos 'vagabundos', somos professores universitários responsáveis e atuantes nas nossas sociedades que amam o Glorioso.
Depois de cometer o grande asneira, apercebeu-se que tinha que remediar o assunto e EU OUVI ele desculpar-se de que era um assunto pessoal blá-blá-blá. Nesse caso penso que a imprensa nem explorou a coisa como é costume contra nós.
O.O. sentia o Botafogo como a maioria dos que não são botafoguenses: um clube onde se pode dizer tudo e de quem se pode dizer tudo. E cometeu duas enormes gafes, IMPERDOÁVEIS, que foi enfrentar com arrogância o maior património de qualquer clube - a torcida, que sem ela nenhum clube existe. Reincidente: por duas vezes. [continua]
Amigo Thiago, eu deixei de criticar O.O. nas minhas publicações dos jogos para não prejudicar a nossa confiança, mas se o BFR joga como joga deve-se fundamentalmente a três coisas: (a) Seedorf ganhou estatuto crescente e comanda o jogo dentro de campo, e tem muita importância fora de campo; (b) felizmente Márcio Azevedo foi vendido (de quem O.O. dizia maravilhas) e deu lugar a Júlio César; (3) as contusões dos titularíssimos OBRIGARAM O.O. a lançar Dória, Gabriel, Jadson e até Vitinho por falta de um atacante, que ele deveria ter escolhido de qualidade em vez de escolher R. Marques, que é esforçado mas claramente incapaz para a titularidade.
Por estas três razões se formou a equipa 'ideal' dentro do que o BFR possui, suprimindo os titularíssimos A. carlos, Andrezinho e Renato. A exceção é ainda R. Marques. É por isso que estamos jogando bem e não por causa do O.O. Aliás, se comparar as duas atitudes referidas que O.O. teve com a torcida e as declarações de Seedorf sobre o clube, o time e a torcida, percebe-se claramente a qualidade PESSOAL de um e de outro.
Não considero, por isso, ter sido infeliz na publicação, estimado amigo. Considero até que atualmente sou leve demais a criticar as 'burreiras' de O.O., como disse antes. Mas como está lá Seedorf para as endireitar dentro de campo - dando sempre muitas instruções -, o O.O. está mais ou menos anulado durante o jogo, exceto nas substituições, que continuam a ser por vezes erradas e quase sempre atrasadas.
Veja que O.O. foi buscar, e neste caso bem, o Fellype Gabriel, que antes não se aguentava o jogo todo e era considerado frágil. E quem deu, este ano, informações cruciais para que F. Gabriel melhorasse o seu rendimento e a sua caopacidade física? Foi o treinador, que o conhecia já desde o tempo do Japão? Não... foi Seedorf!!!
Mas também reconheço que este ou outro treinador é mais ou menos o mesmo, porque os treinadores brasileiros não se atualizaram e estão a anos luz dos melhores treinadores dom mundo. Aliás, o Brasil é pentacampeão do mundo à custa dos seus fabulosos craques, não à custa de boas estratégias. Em minha opinião vejo dois treinadores mais evoluídos que os outros: Tite e Cuca, porque conseguem uma dinâmica de jogo que os outros times não conseguem. E sou insuspeito ao avaliar positivamente o Cuca, porque fui um dos seus críticos por ele não ter sabido montar boas defesas no Botafogo, embirrar com o nosso goleiro Lopes e não o escalar arrumando goleiros inacreditáveis como Rogério, queimar vários jogadores que não gostava, especialmente os estrangeiros que conseguiu pôr fora do time, fazer 'panelinhas', errar quando recuava para defender resultados como nos 4x2 da Argentina sem que tivesse uma defesa capaz, apresentar um ar fatalista, etc. E quando saiu eu escrevi, num artigo, que já devia ter saído antes e que talvez dentro de cinco anos estivesse pronto para tornar a dirigir o time do Botafogo depois de amadurecer como treinador e como pessoa. E eis que seis anos depois eu não me importaria de o ver a comandar a equipa. Mas O.O. não, dispenso completamente.
Desculpe a enormidade do comentário, mas neste caso precisava ser longo para poder explicitar o que sinto e penso claramente, frontalmente e honestamente, tal como o Thiago fez no seu comentário, isto é, foi frontal e honesto.
Abraços Gloriosos!
Mais um acréscimo sobre o texto ser longo: sempre penso que todos nós temos tempo para tudo aquilo que realmente queremos, por isso fazemos prioridades e não fazemos o que achamos menos interessante. As pessoas que dizem que não têm tempo, têm realmente, mas não para aquilo que menorizam. Por isso tive tempo para si. Por isso apesar de ter estado hospitalizado devido a uma intervenção cirúrgica a semana passada, nem por um dia deixei de publicar no blogue, porque preparei antes as coisas de modo a facilmente publicar o que já escrevera.
Abraços Gloriosos!
Rui,
Tive um professor, faz tempo, que em todas as suas aulas repetia a seguinte frase:
"Tempo é questão de prioridade".
Quando algum aluno dava desculpa por não fazer a tarefa, não estudar ou tirar nota baixa, ele repetia a frase. Nesses casos (naquele tempo não existia o politicamente correto e muito menos o tal do "bullyng") ele mandava a turma repetir a frase.
Tempos bons!
Abs e Sds, Botafoguenses!!!
Sem dúvida, Gil. Sei que os mais velhos se lamentam sempre muito dos mais novos e acham o seu tempo o melhor. Eu não acho que o meu melhor ou pior, mas diferente, como é comum dizer-se. Porém, hoje o problema é complicado. O professor ralha ao aluno e é punido por queixa dos pais; um sexagenário que passeava com o neto num jardim foi preso porque alegaram que estava a seduzir a criança, e afinal era o avô; defender a liberdade de um gay ser gay, é crime; ser ateu é um horror; etc. E eu que sou da geração do maio francês e dos Beatles e dos Rolling Stones fico abismado que a democracia que sempre defendi afinal nivelou por baixo e não por cima, não deu a formação sólida necessária, premia os medíocres e persegue os que são frontais. Como no futebol: ter força é que é bom, porque se fizer dois dribles seguidos já é humilhação para o adversário. E assim se foi o futebol arte. Não há paciência!
Abraços Gloriosos!
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