segunda-feira, 30 de junho de 2014

Dedicatória e assinatura de Didi


A dedicatória acima, com assinatura muito original, foi deita por Didi para o botafoguense Gildo Henrique, que é escritor, designer gráfico e autor teatral. Gildo tem 58 anos, 4 filhos e é natural de Campos de Goytacazes (RJ), sendo conterrâneo de Didi e do autor do livro, Péris Ribeiro. Gildo faz parte dos meus amigos do facebook.


A imagem acima faz referências teatrais a Garrincha.

De craque para craque – Parte 8

[Paulo Marcelo Sampaio é o autor destas crônicas, interpretando os protagonistas pelos quais assina; as crônicas publicadas no Mundo Botafogo são uma gentileza do autor.]

Do céu para a França
25/junho/2014

Michel, meu caro!

No começo até me zanguei. Mas tomei para mim os ideais daquela nossa antiga revolução: liberdade, igualdade e fraternidade. Alegaram congestionamento no Sky Mail, o correio aqui de cima. Não acreditei muito, mas resolvi não esquentar. Sou o último a mandar palavras de incentivo, embora elas, à essa altura, não sejam lá mais necessárias.

Quando vi meus amigos escrevendo essas missivas, me incomodei um pouco. Desde aquela entrada maldosa de Vavá, que me obrigou a jogar até o final do primeiro tempo com muitas dores aquela semifinal da Copa de 58, guardo uma certa mágoa do Brasil. Aquela Copa, com o Just tinindo, era nossa. Deixei isso pra lá. Como reza uma música bem bossa-nova que caíria bem na voz aveludada do Aznavour – ou de Chevalier talvez – brigas nunca mais. Mas a cada Mundial iniciado, corria nas minhas veias a sede de vingança. Três delas eu ainda estava por aí.

Ficamos, é verdade, em terceiro lugar quando o Brasil foi campeão. Mas de lá até aqui viramos a pedra nos sapatos, ou melhor, nas chuteiras deles. Me deu um frio na barriga quando você, Platini, isolou aquele pênalti. Mas eles estavam com pontaria pior. E contamos com as santas costas de Carlos, o arqueiro deles. Nunca tinha visto um gol contra em pênalti. Pois lá no México, em 1986, aconteceu.

Fregueses de caderninho. É o que tenho a dizer dos anfitrões dessa Copa, a Copa da alta média de gols, a Copa das zebras, a Copa cruz dos favoritos, a Copa dos latino-americanos. Vivi 83 anos até que bem vividos. Fiz algum sucesso naquela geração de ouro do Stade Reims. Mas nunca fui protagonista como você e o Zinedine. Ah, o Zidane! Que jogador esse jogador de sangue argelino.

Falam muito do nosso título em casa, mas com que alegria vi a atuação de Zidane contra nossas vítimas nas quartas-de-final de 2006. Quem esteve no estádio não acreditava em tanta categoria. Ali ele jogou o fino, como você jogou, Michel. Agora vivemos a era do Karim Benzema, mais um francesinho-argelino a nos encantar. Amanhã ele estará onde eu sempre quis estar: no templo do futebol, o Maracanã. Vai ser bom jogar sem pressão. Assim a chance de espetáculo será maior.

Esperando pela segunda estrela dos Bleus, te abraça o
Bob Joquet

Voz de José Mujica: la FIFA son hijos de puta

¿Qué significó para usted este Mundial? – perguntou o repórter Sergio Gorzy ao presidente do Uruguai, José Mujica, acerca da Copa do Mundo.

Los de la FIFA son una manga de viejos hijos de puta. – respondeu José Mujica, presidente do Uruguai, sobre as sanções impostas pela FIFA a Luis Suárez, futebolista compulsivo em morder os adversários.

Após a resposta, cuja entrevista foi para o ar no programa ‘La Hora de los Deportes’ da Televisão Nacional do Uruguai, Gorzy acercou-se do presidente e perguntou: – ¿Lo publico esto?

Resposta de José Mujica: – Publicalo, por mí.

Em seguida, Gorzy focou a primeira-dama e senadora, Lucía Topolanski, questionando: – ¿Usted que opina Lucía?

Lucía respondeu sorrindo: – Me adhiero a las palabras del presidente.

Nota: o Mundo Botafogo transcreveu rigorosamente os diálogos que constam de notícia da edição eletrônica do jornal peruano ‘El Comercio’.

domingo, 29 de junho de 2014

El Mejor Regateador de Todos los Tiempos


De craque para craque – Parte 7

[Paulo Marcelo Sampaio é o autor destas crônicas, interpretando os protagonistas pelos quais assina; as crônicas publicadas no Mundo Botafogo são uma gentileza do autor.]

Do céu para a Itália
20/jun/2014

Dino, meu capitão!

Ficou bom pra gente. Desde aquela tarde no estádio do Sarriá que, imerecida e inacreditavelmente, foi abaixo, eu não vivia uma tranquilidade dessas. Acho até que a destruição daquele templo parte da história das Copas foi proposital. Há, até hoje, 32 anos depois, uma nostalgia burra por uma seleção que fracassou. Sabemos eu e você – minha voz dentro do campo – que estava tudo calculado. Só não esperávamos que o time armado – mal armado, diga-se – de Telê Santana viesse com tanta volúpia já que eles só precisavam do empate para se classificar. Mas naquela época os brasileiros não sabiam jogar assim. E assim, esperando no nosso campo, partíamos para os contra-ataques. Esperando a saída de bola deles, Toninho Cerezo nos deu um presente.

Fomos para o vestiário em vantagem. A nossa seleção, muita contestada – três empates na fase de grupos -, ainda era vista com desconfiança. Como sofri com os colunistas do Gazzetta Dello Sport, Dio Santo! Até greve de silêncio tive que fazer, você se lembra? Tirando o Falcão, ninguém nos conhecia. E foi ele, coroado Rei de Roma, que põe quase tudo a perder. Só o vi limpando a bola. Imagino seu desespero em tentar pegar aquela bola. Só ele nos conhecia, eu dizia. Esse foi o pecado capital do Brasil, embevecido com o futebol-arte, de pé em pé. Bonito, é verdade, mas cheio de buracos, ineficiente na defesa. O gol da nossa classificação foi de pelada. Confusão na área e pimba, Paolo estava lá, para nos salvar. Ali arrancamos para o título.

Você, que esteve comigo em Copas desde 1974, sabe que comemos o pão que o Diabo amassou. Na Alemanha, uma volta pra casa já na primeira fase. Quatro anos mais tarde, um honroso quarto lugar, com o Brasil no nosso caminho. Desde que cheguei aqui tenho encontrado muita gente ligado ao futebol. Isso é muito bom. Alguns jornalistas admitem que foram injustos comigo. E dizem que eu mesclei força e talento. Com que orgulho vi você, goleiro como o Combi de 19, levantar a taça como capitão, dessa vez sem nenhum ditador a nos fazer discursos e saudações fascistas.

Dino, bambino! Você vestiu 112 vezes a camisa da seleção. Só vesti uma vez. Conheço, é verdade, os bastidores do vestiário, o nervosismo que se vive no banco de reservas, ora em pé, ora sentado, só olhando, sem poder dar um chute. É o pior. Planeja-se tudo nos mínimos detalhes e um pequeno vacilo, pimba, pode-se perder tudo. Nunca tive chance de falar isso pra você. Uma de minhas alegrias foi ter visto uma seleção sob seu comando, na campanha que a levou para as Olimpíadas de Seul, em 1988. O meu líder, o meu representante dentro de campo agora no lugar onde eu sempre gostei de estar. Aquele garoto, que olhava atento, bem de pertinho, as defesas de Enrico Albertosi, tinha vencido na vida.

Nossa Itália sempre cresceu no momento certo. Hoje, com a disposição de Balotelli, um touro que já posou de Cristo Redentor, e a experiência de Pirlo, vai carimbar a passagem para as oitavos, não tenho a menor dúvida. Nesta sexta-feira nublada por aqui – aí está ? – estamos tranquilos, muito diferente do que nos aconteceu em 2010. Com o prestígio de campeões mundiais, fizemos o que a Espanha faz agora. Vão logo falar que estou confiante, que no futebol o imponderável e o imprevisível podem bater a nossa porta. Prudência e caldo de galinha, é verdade, não fazem mal a ninguém, mas forza Italia!

O melhor dos meus abraços,
Vincenzo Bearzot

sábado, 28 de junho de 2014

Fred na Copa


Série: sabia que... (43)


De craque para craque - Parte 6

[Paulo Marcelo Sampaio é o autor destas crônicas, interpretando os protagonistas pelos quais assina; as crônicas publicadas no Mundo Botafogo são uma gentileza do autor.]

Do céu para a Inglaterra
19/jun/2014

Caro Gordon:

passados 44 anos, aquela cena não me sai da memória. Ainda no primeiro tempo, Carlos Alberto, num passe de três dedos, pegou toda a nossa defesa desprevenida. Foi um desespero tentar alcançar o Jairzinho. Incorporando o Garrincha, seu antecessor no grande Botafogo, o aspirante a Furacão foi à linha de fundo. Antes mesmo de Wright pular com Pelé, você já estava se jogando no chão. Mais tarde, revendo o lance pela TV, não entendíamos como aconteceu aquele milagre. Anos depois, num desses encontros que a Federação Inglesa organiza, me confessou: o gol de Pelé teria sido mais bonito do que a defesa que você fez. Acho que estava sendo sincero. “A defesa que parou o mundo”, diria um locutor inglês. Aquela foi uma partida difícil, truncado, estudado como um jogo de xadrez. E com lances violentos, como a entrada de Lee em Félix e o troco dado por Carlos Alberto no mesmo Lee, que vimos de longe, lá da nossa intermediária. Uma pena não termos ficado mais na Copa. Mas guardo daquela derrota um troféu: a camisa de Pelé, onde enxuguei as lágrimas que teimavam em escorrer do meu rosto suado.

Vejo com simpatia o Roy Hodgson. Fomos contemporâneos, ele seis anos mais novo do que eu. Jogou em clubes pequenos. Por isso raras vezes nos enfrentamos. Quando encerrou a carreira foi corajoso. Saiu da ilha para ir para um lugar mais cinzento ainda: a Suécia. Lá conquistou muitos títulos. Mas foi na Suíça que ele conseguiu sua maior façanha: classificar a seleção patra a Copa de 94 e para a Euro 96, torneio que o país dos cantões na participava desde 1966.

Dá um orgulho danado de ver garotos de times de menor expressão como Everton e Tottenham Hotspur no English Team. Bonita a reverência de Gérrard e a Lampard, ícones do país que criou o futebol. Como deixá-los de fora de uma Copa num país que reinventou o velho esporte bretão? Mais uma prova do caráter de nosso coach. Além de tudo isso, precisa-se de muita coragem para ir a uma Copa do Mundo pensando na próxima. E ainda que que se ter muito humildade para admitir mudanças. Leio pela internet daqui que Rooney vai jogar mais centralizado. Não ficará nas pontas. Mesmo com a boa atuação contra os italianos, você admite erros, muito diferente dos técnico da seleção anfitriã.

Já estamos aqui na expectativa dessa jogo de vida ou morte. Ficamos ansiosos. Parece que os ponteiros do relógio demoram a girar. E como diria um ex-presidente de um clube inglês sediado em Laranjeiras, hoje é vencer ou vencer!

Os bons votos do
Robert Morre

Futebol no Paraíso


Júlio Chester substituído à última hora


sexta-feira, 27 de junho de 2014

O cúmulo da depressão!

Alemães + Camisas Rubro Negras = depressão total!
ou... aliança pior não é possível.

As 'jóias' de Luis Suárez


As jóias que nenhum craque verdadeiro partilha. Imperdível. Punição injusta da FIFA?...

Luis Suárez é conhecido pelo apelido de ‘El Vampiro’ desde que mordeu um adversário em 2010 quando era jogador do Ajax (7 jogos de suspensão) e depois em 2013 quando era jogador do Liverpool (10 jogos de suspensão por ser reincidente). Agora, em 2014, durante a Copa do Mundo torna a morder um adversário, mas a FIFA foi mais branda do que a Federação Inglesa de Futebol, suspendendo Suárez por apenas 9 partidas. Além desta suspensão, Suárez foi multado e o dinheiro reverterá a favor da FIFA. Um jornalista português sugeriu que o dinheiro revertesse a favor de uma Associação de Proteção a Animais Caninos, já que os vampiros foram praticamente extintos do nosso imaginário…

Holandês voador é nosso!


Van Persie, craque do Manchester United e da Seleção da Holanda, declarou há alguns dias:

Quando eu era adolescente, assisti a um filme sobre Garrincha. Aquilo me inspirou e, de uma certa forma, influenciou o meu futebol. Como ele jogava! Era rápido, sempre marcava belos gols. Foi minha primeira experiência, quando criança, com jogadores brasileiros. No último ano não acompanhei muito o futebol brasileiro, vi mais os lances do Seedorf, no Botafogo.


O Botafogo reagiu positivamente oferecendo ao 'holandês voador' um conjunto de lembranças sobre o clube, no qual se incluía a Gloriosa Camisa 7, acompanhado da seguinte missiva:

Caro Van Persie,

Muito nos orgulha saber que Garrincha, nosso grande ídolo, foi inspiração para a sua carreira. Pode ter certeza de que com essa demonstração de carinho a Holanda está no coração do torcedor botafoguense.

É também enorme a satisfação de ver que a genialidade tem o acompanhado na Copa do Mundo. Van Persie, você está fazendo história. 

Aceite esta lembrança do Botafogo FR. Será um enorme prazer para nós vê-lo com a nossa camisa gloriosa.

Saudações Alvinegras!

Mauricio Assumpção – Presidente
Carlos Thiago Cesario Alvim - Vice-Presidente Social e de Comunicação
Botafogo de Futebol e Regatas

Sportinguistas brilham na Copa do Mundo


MARCOS ROJO, futebolista argentino que marcou o gol da vitória da Argentina contra a Nigéria, defende as cores do Sporting Clube de Portugal.


ISLAM SLIMANI, futebolista argelino que marcou o gol da classificação da Argélia às oitavas-de-final, defende as cores do Sporting Clube de Portugal.

Os meus prognósticos, as minhas preferências, a realidade


Terminada a 1ª fase da Copa do Mundo, e a título de curiosidade, apresento os países que a minha lógica dizia que se classificavam, em seguida as minhas preferências e, finalmente, a realidade.

MEUS PROGNÓSTICOS
MINHAS PREFERÊNCIAS
A REALIDADE
BRASIL, CROÁCIA
BRASIL, CROÁCIA
BRASIL, MÉXICO
ESPANHA, HOLANDA
CHILE, HOLANDA
CHILE, HOLANDA
COLÔMBIA, GRÉCIA
COLÔMBIA, GRÉCIA
COLÔMBIA, GRÉCIA
INGLATERRA, ITÁLIA
ITÁLIA, URUGUAI
COSTA RICA, URUGUAI
FRANÇA, SUÍÇA
FRANÇA, SUÍÇA
FRANÇA, SUÍÇA
ARGENTINA, NIGÉRIA
IRÃ, NIGÉRIA
ARGENTINA, NIGÉRIA
ALEMANHA, PORTUGAL
AMÉRICA, PORTUGAL
ALEMANHA, AMÉRICA
BÉLGICA, RÚSSIA
ARGÉLIA, BÉLGICA
ARGÉLIA, BÉLGICA
                  
Em 16 possibilidades:

10 APOSTAS FORAM TORNADAS REALIDADE
12 PREFERÊNCIAS FORAM TORNADAS REALIDADE

Quer dizer, parece que a minha emoção entende mais de futebol do que a minha razão: Emoção 12x10 Razão.

Para as oitavas-de-final o meu quadro é o seguinte:

MEUS PROGNÓSTICOS
MINHAS PREFERÊNCIAS
A REALIDADE
BRASIL
BRASIL
?
COLÔMBIA
URUGUAI
?
FRANÇA
FRANÇA
?
ALEMANHA
ARGÉLIA
?
HOLANDA
HOLANDA
?
COSTA RICA
GRÉCIA
?
ARGENTINA
SUÍÇA
?
BÉLGICA
BÉLGICA
?

Tendo em consideração que a minha final preferida – Brasil x Portugal – não se pode realizar (nem eu imaginaria tal coisa porque considero a Seleção Portuguesa bastante inferior à Seleção Holandesa no seu conjunto), eis a minha final preferida:

BRASIL x HOLANDA

Uma ‘confidência’: torci sempre contra Alemanha e Espanha. Fiquei empatado 1x1. As razões não são de natureza futebolística, mas de natureza política. Alemanha: duas guerras mundiais que arrasaram a Europa, forjaram o Nazismo e exterminaram 6 milhões de judeus; Espanha: uma guerra civil brutal contra as forças democráticas e uma ditadura que desde a década de 1930 até à década de 1970 serviu de tampão aquém Pirinéus para duas longas ditaduras na Península Ibérica a soldo do Fascismo – na própria Espanha e em Portugal. E, claro, Alemanha e Espanha são ambos países arrogantes, coisa bem visível na sua política externa. Curiosamente, sendo a Itália a pátria do Fascismo, nem de perto nem de longe os italianos se assemelham aos espanhóis ou aos alemães, pelo contrário, os italianos conhecem a beleza e procuram-na sempre. No seu conjunto é o país mais belo da Europa.

Vou continuar torcendo a favor da dupla Brasil / Holanda contra a dupla Alemanha / Argentina.

Garrincha driblaba por placer


por Ladislao J. Moñino
22/junho/2014

[Nota preliminar: Dica dada pelo meu querido amigo Danilo R. Paiva no Facebook]

A poco más de 50 kilómetros de Río de Janeiro, camino de la concentración brasileña en Teresópolis, un desvío de la autopista conduce hasta Pau Grande, el pueblo que vio nacer en 1933 a Mané Garrincha, El ángel de las piernas torcidas, el diablo que convirtió el regate en el arte de hacer reír a las gradas.

La carretera se estrecha y sus arcenes rezuman vida. Abundan los coloridos puestos de frutas, algunos carros tirados aún por mulas y numerosas bicicletas que transitan en dirección contraria con una soltura libertaria que ignora cualquier norma de circulación. Las chinelas (chanclas) de los viandantes repican con pausa sobre la calzada marcando los tiempos de una existencia en la que el estrés parece estar por inventarse. La poblada y agitada antesala del cementerio en el que reposan los restos de La estrella solitaria, título de la impactante biografía que escribió Ruy Castro, da paso al silencio que inunda otro angosto y empedrado camino que serpentea hasta las faldas de la Sierra de la Raíz.

“Aquí descansa Mané Garrincha, la alegría del pueblo”, se lee en la lápida de su tumba.

“Un jugador de la categoría de Garrincha no precisa de explicaciones para escribir un libro. Lo que me interesaba era entender por qué un hombre tan exitoso y querido —nadie lo fue más en Brasil entre 1958 y 1962 con los dos Mundiales ganados— fue destruido por el alcoholismo. Las personas tienden a pensar que los alcohólicos son perdedores, pero Garrincha siempre bebió mucho, y desde que era joven. Era un ganador que fue destruido por el alcoholismo”, explica Ruy Castro.

La formación montañosa da nombre al campo santo de Pau Grande. El anonimato de la lápida obliga a una búsqueda imposible entre calles empinadas de sepulturas. Un enterrador que cava en la parte alta de la desvencijada necrópolis se ofrece a mostrar el lugar en el que reposan los restos de aquel extremo que bailaba con el balón. “Cuando no tenía que jugar le gustaba venir aquí y hacer lo de siempre, beber y cazar pájaros. Tenía buena puntería”, rememora, pala en mano y el torso desnudo, el operario, que también asegura haber sido novio de una sobrina suya. “Aquí descansa Mané Garrincha, la alegría del pueblo”, se lee sobre la alargada piedra blanca. Unos metros más arriba, un pequeño mausoleo le homenajea. En la parte superior, alguien ha depositado la figurita de un ángel. La inscripción apenas puede descifrarse.

“Era inculto, pero inteligente para escapar de las concentraciones”

“De vez en cuando vienen turistas, sobre todo europeos, pero durante el Mundial nadie ha venido a visitar la tumba”, apunta el enterrador. En Pau Grande, un bar bautizado Mané Garrincha, es el principal lugar de reunión de sus habitantes para seguir los partidos de Brasil. “Cerveza, samba, pagoda y mujeres bonitas, todo al estilo Mané”, advierte un hostelero que ofrece pescado y camarones en un chiringo a la entrada del pueblo. Allí aun residen tres hijas de las ocho que tuvo con Irma, su primera mujer.

La vida de Garrincha está sobrepasada por su propia leyenda en la que se entremezclan su promiscuidad, tuvo 13 hijos, el alcohol y fútbol. “Durante tres años de trabajo en mi libro, me preocupé de averiguar el origen de las anécdotas que rodeaban su vida y casi ninguna de ellas sucedió. Fueron invenciones de periodistas que eran amigos suyos para hacerlo parecer más genuino. Una de esas historias falsas fue la de llamar a todos sus marcadores Joao”, matiza Ruy Castro sobre ese sobrenombre que decían le ponía a todos los defensas que le marcaban porque los driblaba a todos por igual. “Nunca hizo eso y odiaba esa historia porque hacía que sus marcadores se emplearan con más violencia para no convertirse en un Joao más”, prosigue Castro.

 “Mané”, le recuerda Pepe, ex delantero del Santos de Pelé y campeón del mundo en el 58, “fue un driblador excepcional, pura fantasía. Las piernas torcidas le permitían hacer esos regates”. “En una gira por Alemania compró una radio por 40 dólares y Américo, el masajista, le dijo que solo hablaban en alemán, que para qué la había comprado. Américo se la compró luego por 20 dólares. Así era él, sencillo, inocente. El pueblo le amó, pero las autoridades brasileñas le abandonaron”, abunda Pepe. “Era inculto, pero inteligente para ciertas cosas como escapar de las concentraciones y salir para beber o hacer el amor”, le describe el autor de La estrella solitaria, que a lo largo de las más de 100 entrevistas que hizo para escribir la obra se encontró con “un hombre bueno, incapaz de hacer daño a nadie, solo a sí mismo”.

Separado de Irma, su romance con la cantante de samba y jazz Elza Soares fue todo un acontecimiento en el Brasil. En el Mundial de Chile, con Pelé lesionado, Garrincha jugó como nunca. Los puristas dicen que él, entonces, y Maradona en México 86 han sido los únicos jugadores en ganar una Copa del Mundo por sí solos. Se decía que, en Chile, Garrincha jugó para su nueva musa. “Puede ser, pero él jugaba principalmente para sí mismo, driblar contrarios era su verdadero placer”, sugiere Castro de un hombre que tenía un lema que le resumía: “Yo vivo la vida, la vida no me vive a mí”.

Fonte: http://deportes.elpais.com/deportes/2014/06/22/mundial_futbol/1403455825_496718.html; Imagem: Getty (Garrincha com algumas das suas filhas)

quinta-feira, 26 de junho de 2014

A bandeira Gloriosa percorre mundo

Everson Corrêa, em Montreal, Canadá, em dia gélido e ainda assim desfraldando corajosamente a bandeira Gloriosa.

Série: sabia que... (42)

Versão mais realista dos maiores públicos em jogos no Maracanã


Leia a história dos jogos de maiores públicos no Maracanã em versão inédita: http://aqipossa.blogspot.pt/2014/06/maior-publico-em-jogos-no-brasil-uma.html

Rancor, ressentimento e preconceito

Confesso, caros leitores, que me estou completamente ‘nas tintas’ para os adeptos do futebol que devem muito ao bom senso, à inteligência e à razão, sejam ou não botafoguenses, mas gostaria de realçar, à conta de um exercício de retórica, a seguinte questão:

Avaliando-se o volume de opiniões nas redes sociais acerca das qualidades de Lionel Messi e de Cristiano Ronaldo, porque razão é que a maioria esmagadora dos fãs brasileiros de Cristiano Ronaldo não necessita de menosprezar as virtudes de Lionel Messi e a maioria dos fãs brasileiros de Lionel Messi precisa de diminuir sistematicamente as virtudes de Cristiano Ronaldo?

[Refiro-me aos brasileiros porque é o futebol que mais acompanho e porque no resto do mundo Ronaldo tem muito mais adeptos do que Messi, os quais preferem o seu futebol à ‘Luís de Camões’ do que o futebol de Messi ao jeito de Júlio Cortázar, tal como mencionou Reinaldo Azevedo no seu blogue.]

Sabendo-se que a maioria esmagadora dos profissionais e dos especialistas de futebol em todo o mundo consideram Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, desde há vários anos (precisamente desde 2008), os melhores futebolistas do planeta, é claro que a necessidade de diminuição de CR7 pelos adeptos de Messi prenuncia uma resposta muito clara que os mais inteligentes percebem.

Note-se que não me estou a referir a adeptos que preferem Messi mas que não precisam de diminuir as qualidades de Ronaldo com argumentos pobres, idiotas e por vezes obscenos. Portanto, excluo das minhas observações os adeptos que simplesmente consideram haver mais genialidade em Messi do que em Ronaldo e que realçam o item ‘genialidade’ como critério principal de escolha.

A propósito de tentar explicar as qualidades especiais de Lionel Messi, reproduzi um artigo, antecedido de uma nota preliminar da minha autoria, que dá conta de doença de Asperger (autismo brando) que acompanha Messi desde a infância, e em cuja nota procuro levantar a hipótese de Garrincha também ter sido portador da doença de Asperger. A diferença é que enquanto hoje já se sabe diagnosticar a doença, na época de Garrincha a doença era desconhecida.

Sobre o assunto em apreço, se o leitor assim desejar, poderá ler o artigo em http://mundobotafogo.blogspot.pt/2014/01/como-o-autismo-ajudou-messi-se-tornar-o.html

Nesse mesmo artigo, que publiquei em janeiro deste ano, mas que se reporta a 26.08.2013, escrevi que era descomunal a distância “que separa Lionel Messi e Cristiano Ronaldo de todos os outros futebolistas do século XXI – por mim dava-lhes a Bola de Ouro ex-aequo todos os anos.”

Efetivamente, ser 1º ou 2º melhor futebolista do mundo é absolutamente indiferente face aos imensos atributos de CR7 e de Messi. A altíssima competitividade entre ambos é filha deste neoliberalismo individualista que, lançado por Ronald Reagan e Margaret Thatcher há cerca de 30 anos, invadiu o planeta e aumenta, ano após ano, a amplitude entre os mais ricos e os mais pobres – e na qual os mais tolos ‘embarcam’.

Alguma razão tem Arsène Wenger quando considera que “a Bola de Ouro faz mal ao futebol”, defendendo que a premiação de ‘melhor do mundo’ prejudica mais o futebol do que o beneficia, porque torna os candidatos obsessivos nessa procura. E não sei se os leitores pensam como eu, mas, em minha opinião, quer CR7 quer Messi são obcecados por esse prêmio, independentemente de as suas ações acerca do assunto não serem coincidentes.

Mesmo Ibrahimovic e Ribery também se tornaram obcecados e invejosos das premiações obtidas por Ronaldo e Messi, a avaliar pelas suas observações proferidas em 2013. Após a atribuição da Bola de Ouro a Messi, em 2012, Ibrahimovic sugeriu que “a Bola de Ouro de Ouro devia mudar o nome para Messi” e após a atribuição do mesmo prêmio a Ronaldo, em 2013, sentenciou: “Não preciso desse troféu para saber que sou o melhor”. Por sua vez, Ribéry comentou a Bola de Ouro de 2013 com uma afirmação paradoxal: “Não estou triste, mas dói. Eu merecia ter ganho a Bola de Ouro”.

Aliás, até Michel Platini criticou a atribuição dos maiores prêmios do mundo sempre aos dois ‘monstros’ do futebol, porque queria a todo o custo que o seu compatriota Ribéry ganhasse a Bola de Ouro em 2013: “Estou muito dececionado por Ribéry. No ano que vem, vamos voltar ao duelo Messi / Ronaldo, daqui a dois anos será o duelo Ronaldo / Messi”.

Todavia, a inveja vale de pouco, porque Ronaldo e Messi, juntos, possuem mais de 200 prêmios individuais (Ronaldo cerca de 90 e Messi cerca de 115). Em todos, ou em quase todos os prêmios da atualidade, quando não é Ronaldo a ganhar é Messi; quando não é Messi é Ronaldo a ganhar. Não existe nenhum outro futebolista do passado ou do presente que tenha alcançado tão expressivas marcas nem batido tantos recordes como o português e o argentino.

Veja-se, meramente a título de exemplos, quatro grandes prêmios anuais:

Bola de Ouro FIFA
2008: Cristiano Ronaldo
2009: Leonel Messi
2010: Leonel Messi
2011: Leonel Messi
2012: Leonel Messi
2013: Cristiano Ronaldo

Melhor Jogador do Mundo FIFPro
2008: Cristiano Ronaldo
2009: Leonel Messi
2010: Leonel Messi
2011: Leonel Messi
2012: Leonel Messi
2013: Cristiano Ronaldo

Chuteira de Ouro
2007/08: Cristiano Ronaldo
2008/09: Diego Fórlan
2009/10: Leonel Messi
2010/11: Cristiano Ronaldo
2011/12: Leonel Messi
2012/13: Leonel Messi
2013/14: Cristiano Ronaldo e Luís Suárez

Artilheiro da Liga dos Campeões
2007/08: Cristiano Ronaldo
2008/09: Leonel Messi
2009/10: Leonel Messi
2010/11: Leonel Messi
2011/12: Leonel Messi
2012/13: Cristiano Ronaldo
2013/14: Cristiano Ronaldo

Mas o que me interessa realçar mesmo é que, tal como eu, que considero Cristiano Ronaldo um atleta muito mais completo do que Messi – e que no passado somente Pelé havia sido um futebolista completo em todos os domínios da vida de um atacante – os adeptos que preferem CR7 não necessitam de menorizar Lionel Messi, aos contrário de muitos adeptos do argentino.

Em suma, aos adeptos que precisam de rebaixar as qualidades de Cristiano Ronaldo para elevar as de Messi, passo a palavra a Reinaldo Azevedo com a sua resposta cabal: – Isso é rancor, ressentimento e preconceito.

O que é de lamentar em certas pessoas que, em outros domínios da sua vida, aparentam ser portadoras de bom senso e de suficiente inteligência. Porém, é verdade que conheço muitas pessoas inteligentes que mergulham completamente num autismo profundo quando o tema é futebol, emergindo então muitos dos seus defeitos pessoais…

Se também desejar ler o texto de Reinaldo Azevedo sobre o assunto aceda a http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/cristiano-ronaldo-e-o-ressentimento-burro/

Marcelo de Almeida e Isabella Gomes conquistam 5 medalhas no Pan-Americano de Remo

Marcelo de Almeida. Fonte: Instagram botafogo.remo por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo Marcelo Barbosa de Almeida (14.02.2003) e Is...