Esquadrão de 1930
por: Imortais do Futebol
Grandes feitos: Pentacampeão Carioca (1930, 1932, 1933, 1934 e 1935) e Bicampeão
do Torneio dos Campeões Estaduais Rio-SP (1930 e 1935). Foi o primeiro (e até hoje único) clube tetracampeão consecutivo do Campeonato Carioca em campo.
Equipe base: Pedrosa (Alberto / Germano); Octacílio e Nariz (Benedicto);
Affonso (Waldyr), Martim (Ariel) e Canalli; Álvaro (Áttila), Paulinho (Leônidas
da Silva), Carvalho Leite, Nilo (Russinho) e Celso (Patesko). Técnicos:
Nicolas Ladanyi (1930-1934) e Carlito Rocha (1935).
Foi graças aos feitos únicos de um emblemático time dos anos 30
que o Botafogo ganhou status de maior força do Rio de Janeiro e compôs a base
da seleção brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1934. Com destaque para o
lendário goleiro Roberto Gomes Pedrosa (aquele mesmo que deu nome ao torneio
precursor do Campeonato Brasileiro), do zagueiro Octacílio, dos médios Martim e
Canalli, e dos brilhantes atacantes Celso, Patesko, Nilo e Carvalho Leite, o
Botafogo fez história com uma hegemonia marcante e que simbolizou a transição
do amadorismo para o profissionalismo do futebol no país.
Ainda sob o nome Botafogo Football Club, o clube alvinegro
começaria em 1930 a construir uma de suas maiores eras no futebol ainda amador
do Brasil. Naquele ano, o time venceu o Campeonato Carioca, organizado pela AMEA
(Associação Metropolitana de Esportes Athleticos), com uma campanha impecável:
15 vitórias, dois empates e três derrotas em 20 jogos, com 60 gols marcados e
30 sofridos. Naquele time campeão, os destaques foram os atacantes Carvalho
Leite (14 gols), Nilo e Celso (ambos com 13), artilheiros do alvinegro na
competição. Ainda em 1930 o clube faturou a Taça dos Campeões Estaduais, uma
espécie de ‘Supercopa’ entre os campeões do Rio e de SP. Na final, o Botafogo
enfrentou o Corinthians e perdeu o primeiro jogo, em SP, por 2 a 0. Na volta, o
alvinegro carioca massacrou os paulistas: 7 a 1, gols de Nilo (4), Carvalho
Leite (2) e Paulinho. Depois de um ligeiro jejum em 1931, em 1932, ainda mais
entrosado, o time faturou mais um torneio estadual com 15 vitórias, seis
empates e apenas uma derrota em 22 jogos, com 59 gols marcados e 24 sofridos.
Carvalho Leite foi outra vez o grande nome da equipe ao anotar 20 gols, seguido
de Nilo, com 12. Ali, no entanto, começaria um período confuso e cheio de
burocracias no futebol do estado e do Brasil.
Esquadrão de 1932
Pedrosa: Um dos mais marcantes goleiros do Botafogo, Roberto Gomes Pedrosa
marcou época no clube no início dos anos 30, participando das conquistas
estaduais de 1932, 1933 e 1934. Muito seguro, Pedrosa foi um dos convocados
para a Copa de 1934. Deixou o Botafogo em 1935 para jogar no futebol paulista.
Quando pendurou as chuteiras, virou juiz e dirigente, presidindo a FPF. Quando
faleceu, com apenas 41 anos, foi homenageado ao ter seu nome no Torneio Roberto
Gomes Pedrosa (um dos embriões do Campeonato Brasileiro) e na Praça Roberto
Gomes Pedrosa, onde está localizado o estádio do Morumbi.
Alberto: Foi o goleiro titular em todas as 22
partidas do tetracampeonato carioca de 1935. Tinha trabalho com o sistema
ofensivo do time, mas ainda sim fazia grandes defesas.
Germano: Foi o goleiro da conquista do Carioca
de 1930, até perder lugar para Pedrosa. Mesmo assim, seguiu no clube até 1935 e
participou das conquistas históricas do Botafogo no período. Foi convocado para
a Copa de 1934.
Octacílio: O gaúcho de Porto Alegre foi um dos
primeiros jogadores a se destacar no setor defensivo do futebol brasileiro.
Numa época onde atacar era tudo e mais um pouco, Octacílio comandava a zaga
alvinegra com muita técnica e seriedade. Participou de todos os cinco títulos
estaduais do clube entre 1930 e 1935. Seu desempenho o levou para a Copa de
1934.
Benedicto: Zagueiro do Botafogo no período de
ouro da década de 30, Benedicto fez uma grande dupla de zaga com Octacílio. O
clube alvinegro teve um outro Benedicto naqueles tempos, mas atacante, que
brilhou na década de 20 e foi convocado para a seleção que disputou a Copa de
1930.
Esquadrão de 1933
Nariz: O apelido, claro, era por conta do
nariz avantajado que Álvaro Lopes Cançado ostentava. Zagueiro sério e forte,
Nariz compôs a zaga do Botafogo campeã carioca em 1935, ao lado de Octacílio.
Tinha uma presença física imponente e participou da Copa de 1938 pela seleção.
Affonso: Compunha o meio de campo daquele
brilhante Botafogo dos anos 30. Foi campeã carioca nos anos de 1932, 1933 e
1935.
Waldyr: Outro jogador do Botafogo presente na
Copa do Mundo de 1934, Waldyr jogava no meio de campo e ataque daquele
esquadrão. Acabava ofuscado pelos companheiros Martim e Canalli.
Martim: O meio campista talentoso e de ótimos
passes foi campeão em quatro dos cinco cariocas vencidos pelo Botafogo entre
1930 e 1935. Brilhou, também, no Boca Juniors-ARG. Foi convocado para a seleção
nas Copas de 1934 e 1938.
Ariel: Outro botafoguense na seleção da Copa
de 1934, Ariel foi campeão carioca em 1930, 1932, 1933 e 1934 pelo Botafogo.
Jogou muito bem no meio de campo da equipe no período, ajudando na marcação e
no apoio ao ataque.
Canalli: Participou dos três primeiros títulos
estaduais do Botafogo naqueles anos 30, até jogar no Flamengo e no futebol
italiano. Voltou em 1935 para ser novamente campeão e se consagrar como um dos
melhores meio campistas do time no período. Esteve, também, na Copa de 1934.
Álvaro: Compôs o ataque titular do Botafogo
nos títulos cariocas de 1932 e 1935. Fez nove gols na campanha do tetra.
Áttila: Mais um atacante de qualidade do
Botafogo, Áttila foi campeão carioca em 1933 e 1934, além de participar da Copa
do Mundo de 1934.
Paulinho: Atacante campeão carioca em 1930 e
1932, sendo titular em ambas as conquistas.
Esquadrão de 1934
Leônidas da Silva: Um dos maiores atacantes da história
do futebol brasileiro, Leônidas teve uma breve, porém marcante passagem pelo
Botafogo em 1935. O craque marcou nove gols na campanha do tetracampeonato
estadual e foi uma das referências do time ao lado do ídolo Carvalho Leite.
Carvalho Leite: Foi, sem dúvida alguma, um dos maiores
craques brasileiros dos anos 30 e referência máxima em gols no Botafogo daquele
tempo. Marcou 273 gols em 326 jogos pelo clube, sendo o segundo maior
artilheiro do alvinegro, atrás apenas de Quarentinha e a frente de outros
ícones como Garrincha e Heleno. Trombador, astuto e muito oportunista, Carvalho
Leite era terrível dentro da área e tinha um chute fortíssimo. Foi convocado
para a seleção brasileira que disputou as Copas de 1930 e 1934. Ídolo eterno do
clube de General Severiano.
Nilo: É o sexto na lista dos maiores
artilheiros da história do Botafogo com 190 gols. Baixinho, Nilo era um terror
para qualquer zagueiro com sua velocidade, habilidade e técnica. Fez uma dupla
inesquecível ao lado de Carvalho Leite e ajudou o Botafogo a conquistar os
cinco títulos estaduais entre 1930 e 1935. Integrou a seleção brasileira que
disputou a Copa do Mundo de 1930.
Russinho: Com 14 gols, foi um dos artilheiros do
Botafogo no campeonato estadual de 1935, o ano do tetra. Chegou ao clube
alvinegro já consagrado pelos tempos de Vasco, onde marcou época no final dos
anos 20. Foi um dos maiores talentos do futebol brasileiro naqueles anos.
Encerrou a carreira no Botafogo em 1938.
Esquadrão de 1935
Celso: Ao lado de Carvalho Leite e Nilo,
compôs o ataque fantástico que ajudou o Botafogo a faturar os Cariocas de 1930
e 1932. Marcou 13 gols no torneio de 1930.
Patesko: De origem polonesa, Rodolfo
Bartesczko, mais conhecido como Patesko, foi um dos maiores pontas-esquerdas do
futebol brasileiro nos anos 30. Depois de passar pelo futebol paulista, gaúcho
e uruguaio, desembarcou no Botafogo em 1934 e não saiu mais do time, ficando
até 1943. Conquistou o Carioca de 1935 e foi convocado para a Copa de 1934.
Marcou 102 gols em 243 jogos pelo Botafogo e outros 11 gols em 34
partidas pela seleção brasileira.
Nicolas Ladanyi e Carlito Rocha (Técnicos): O húngaro Nicolas Ladanyi foi, ao lado
de Carlito Rocha, o mentor daquele Botafogo super campeão e ultra ofensivo. Com
os dois no comando, o time alvinegro virou o maior time do Brasil nos anos 30 e
salvou a seleção de um fiasco na Copa de 1934, quando quase deixou de
participar por causa das picuinhas entre paulistas e cariocas. Os feitos do
alvinegro naqueles anos de ouro ficaram marcados para sempre e jamais foram
igualados por outro clube do eixo Rio-SP, fazendo Nicolas e Carlito imortais do
Botafogo.
Durante a campanha dos cinco títulos cariocas o Botafogo disputou
113 jogos, venceu 75, empatou 22 e perdeu 16. Marcou 320 gols (sendo 79 de
Carvalho Leite) e sofreu 176.
Notas de Pedro Varanda a posteriori:
1. Discordo dos técnicos do BFC informados no MB em 1933 e 1934. Em 1933 foram treinadores no Carioca Victor Guisard (14 jogos) e Armindo Nobs Ferreira (4 jogos), pois Nicolas J. Ladanyi ficou no BFC até a excursão a Belo Horizonte antes do Campeonato Carioca de 1933. Em 1934, o treinador foi Armindo Nobs Ferreira.
TÉCNICOS CAMPEÕES PELO ALVINEGRO NOS ANOS 30:
Campeonato Carioca – 1930 Nicholas J. Ladanyi
Copa dos Campeões Estaduais de 1930 (Rio-SP) – 1931 Nicholas J. Ladanyi
Campeonato Carioca – 1932 Nicholas J. Ladanyi
Campeonato Carioca – 1933 Victor Guisard e Armindo Nobs Ferreira
Torneio Início do Rio de Janeiro – 1934 Armindo Nobs Ferreira
Campeonato Carioca – 1934 Armindo Nobs Ferreira
Campeonato Carioca – 1935 Carlito Rocha
Torneio Início do Rio de Janeiro – 1938 Carlito Rocha
2. Discordo que o Botafogo tenha conquistado a Taça dos Campeões Estaduais de 1935, pois em agosto quando se enfrentaram o Alvinegro de General Severiano ainda não era campeão de 1935 do Rio de Janeiro, o que ocorreu somente em janeiro de 1936.
2 comentários:
Boa tarde.
1. Discordo dos técnicos do BFC informados no MB em 1933 e 1934. Em 1933 foram treinadores no Carioca Victor Guisard (14 jogos) e Armindo Nobs Ferreira (4 jogos), pois Nicolas J. Ladanyi ficou no BFC até a excursão a Belo Horizonte antes do Campeonato Carioca de 1933. Em 1934, o treinador foi Armindo Nobs Ferreira.
TÉCNICOS CAMPEÕES PELO ALVINEGRO NOS ANOS 30:
Campeonato Carioca – 1930 Nicholas J. Ladanyi
Copa dos Campeões Estaduais de 1930 (Rio-SP) – 1931 Nicholas J. Ladanyi
Campeonato Carioca – 1932 Nicholas J. Ladanyi
Campeonato Carioca – 1933 Victor Guisard e Armindo Nobs Ferreira
Torneio Início do Rio de Janeiro – 1934 Armindo Nobs Ferreira
Campeonato Carioca – 1934 Armindo Nobs Ferreira
Campeonato Carioca – 1935 Carlito Rocha
Torneio Início do Rio de Janeiro – 1938 Carlito Rocha
2. Discordo que o Botafogo tenha conquistado a Taça dos Campeões Estaduais de 1935, pois em agosto quando se enfrentaram o Alvinegro de General Severiano ainda não era campeão de 1935 do Rio de Janeiro, o que ocorreu somente em janeiro de 1936.
Saudações Alvinegras.
Fiz adenda ao texto original, Pedro.
Abraços Gloriosos.
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