sábado, 25 de fevereiro de 2017

Fragmentos ‘futebol do botafogo 1961-1965’: João Saldanha, comunista, mas botafoguense reacionário (1)… [44]

por CARLOS VILARINHO
especialmente para o Mundo Botafogo
sócio-proprietário e historiador do Botafogo de Futebol e Regatas

[A narração que se segue reporta-se ao ano de 1963]

João Saldanha compareceu ao Ministério da Justiça para depor. […] Então, afirmou que os campeonatos do Rio e de São Paulo eram disputados com os jogadores dopados (80% deles). Alguns se drogavam por vontade própria, outros, sem saber. […]

Em artigos publicados na Última Hora […] ele pintou o Botafogo como um clube de passado não recomendável, reacionário, avacalhado, andando às cegas sobo comando de patetas. Um leitor menos informado duvidaria da sua condição de botafoguense. […]

Ao tratar da participação do Botafogo no Quadrangular da Costa Rica (janeiro de 1958), além de desacreditar a conquista do título de 1948, Saldanha acusou os jogadores botafoguenses de terem se dopado na decisão contra o Fluminense (22/12/1957). […]

Saldanha qualificou Paulo Azeredo como racista. Tomando tardia posição na racha de 1933, acusou o Botafogo de rejeitar o profissionalismo porque, “no fundo”, não queria “abrir suas portas ao negro”. Era de rir, pois o Botafogo não era contra o profissionalismo. Apenas não reconhecia autoridade no Fluminense para proibi-lo de escalar jogadores amadores. […] Por isso o Botafogo defendia o sistema misto […], exatamente o regime que vigoraria a partir de 1937.

Saldanha pintou este quadro de dirigentes de clubes: “Uma organização velha, arcaica, impede que on futebol avance. […] O futebol promove. Dá nome. E eles brigam por um lugar ao sol”. Saldanha não disse que, antes de ser técnico (1957-1959), também exercera cargos de direção (1944-1949) e 1956-1957) no Botafogo. […]

As raríssimas exceções só confirmam, de forma categórica, a regra. Jamais o diretor apresentará um plano de trabalho sério. Nem pode”. Então, quem podia? Algum jornalista iluminado?

Fonte do excerto: VILARINHO, C. F. (2016). O Futebol do Botafogo 1961-1965. Edição do Autor: Rio de Janeiro, p. 179-180.

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