quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Será o Botafogo imbatível?

por PAULO CÉSAR BORGES
  
O primeiro jogo da história da Seleção Brasileira de futebol teria sido em 21 de julho de 1914 e lá já estavam os botafoguenses Rolando de Lamare e Abelardo ajudando a vencer. Recentemente Camilo foi chamado, antes de ser transferido para o Internacional, devido à sua contribuição ao Glorioso, nas três competições em que está envolvido. Dória que já defendia a seleção sub-20, aos 18 anos já era convocado para amistoso fora diante da Bolívia. Lá estava com ele Jéfferson (Copa do Mundo 2014). São os outros chamados recentemente para vestirem o manto verde e amarelo. Detalhe: além do goleiro do Fogão, só Fred, então no Fluminense atuavam em agremiações brasileiras.

Foram tantos craques do alvinegro servindo o escrete do país, que se fosse possível juntá-los em um mesmo tempo, nem mesmo um grupo unindo Roma, Barcelona, Manchester United, Milan, Internacional de Milão, Juventus, Real e Atlético de Madrid em seus melhores momentos os superaria. Os mais jovens podem achar loucura, mas não há  a menor dúvida. Você poderia “cravar”! O Botafogo teria cedido 47 representantes para usarem a camisa nacional, nas 20 Copas. Ao lado de Roma e Real, formam a liderança no mundo. No Brasil, São Paulo e Vasco são os mais próximos, quando o assunto é escalações para a esquadra brasileira. É necessário ressaltar que em 1968, apenas três titulares não eram do Botafogo (eram de Vasco e Fluminense) no confronto amistoso que terminou em 4 x 1 sobre a Argentina principal. 40 mil pessoas assistiram à façanha no Maracanã. A CBD (Confederação que antecedeu à CBF, na gestão do futebol) não falava “a mesma língua” dos times paulistas e a “SeleFOGO”  (Seleção Brasileira com a base no Botafogo) acabou sendo a solução. Adivinhe quem era o técnico. Claro: Mário Jorge Lobo, “Zagallo”!

Falar dos ídolos botafoguenses com a camisa amarela em um parágrafo é inimaginável. Uma página talvez fosse razoável para a enumeração dos principais deles. Todo o “tri” que culminou em 70 no México, teve presença marcante de botafoguenses. O time que conquistou a Jules Rimet tinha o técnico Zagallo, Jairzinho “Furacão”, Paulo César e Roberto Miranda. No “Bi”, em 1962 (Chile), Amarildo não deixou a contusão de Pelé comprometer nosso ataque e Nílton Santos, Garrincha, Didi, além de Zagallo (atleta) foram determinantes para a conquista. Nílton, Didi e Garrincha já haviam levantado a Copa de 1958, na Suécia. Rildo, Gérson, Manga e Jair foram “bolas da vez” em 1966, na Inglaterra. Nílton Santos foi titular na Suíça, em 1954. Já era um dos relacionados na Copa realizada no Brasil, em 1950. Em 1936, na França foram cinco do time carioca: Nariz, Martim Silveira, Zezé Procópio, Patesko e Perácio. Alemão foi titular em 1990, na Itália, porém já atuava pelo Nápoli. Mauro Galvão “fez as honras”. Em 1978, Rodrigues Neto estava lá, na Argentina, ao lado de Gil. Em 1982 na Espanha, Paulo Sérgio era opção para o gol. Em 1986, Alemão era ainda botafoguense como Josimar, que fez dois golaços, no México. Na França, em 1998 foi a vez de Gonçalves e Bebeto.

Falar no Botafogo é lembrar Garrincha, da mesma forma o nome Garrincha remete ao Botafogo e consequentemente, à Seleção do Brasil. Mas o que dizer de Quarentinha, dono da maior média de gols (um por jogo) em uma Seleção Brasileira? E sobre Heleno de Freitas, que marcou o seu gol, tanto no primeiro, como no segundo jogo da Copa Roca. A Argentina perdeu por 3x1 e 6x2, em São Januário. Seria necessário muito espaço para os apelidos carinhosos da imprensa e da torcida que os “monstros” da estrela solitária receberam. Túlio “Maravilha”, que pleiteia o reconhecimento de ter feito mais de mil gols não disputou copas, mas foi protagonista ao dominar com o antebraço a bola que mandaria para as redes, na Copa América de 1995, no Uruguai contra a Argentina. Entrou faltando 15 minutos e somado ao gol de Edmundo levou o jogo para os pênaltis e à eliminação do “Hermanos”.

2 comentários:

Sempre Botafogo disse...

Prezado Rui Moura

Somente os que não conhecem por ignorância ou desinteresse desdenham do Gigante Alvinegro.
Mesmo sem ter pelo menos um craque, gênio ou lenda nos últimos anos, o Botafogo continua com sua fama mundial pra quem aprecia o futebol nos quatro cantos da terra.
Abraço
HUMBERTO

Ruy Moura disse...

A fama nunca advém apenas de grandes títulos, mas de história. Temos uma ridicularia de títulos no século XXI, mas temos história, como diz o Rizek. E como a história não se apaga, mesmo sem títulos espantamos a América do Sul e o Brasil com este time muito resiliente, apesar da sua óbvia falta de qualidade individual. Como diz Zatonio Lahud, o Botafogo não é para os óbvios...

Abraços Gloriosos.

Na altitude, faltou atitude; no planejamento, sobrou a falta dele

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