por PAULO CÉSAR BORGES
O primeiro jogo da história da Seleção
Brasileira de futebol teria sido em 21 de julho de 1914 e lá já estavam os
botafoguenses Rolando de Lamare e Abelardo ajudando a vencer. Recentemente
Camilo foi chamado, antes de ser transferido para o Internacional, devido à sua
contribuição ao Glorioso, nas três competições em que está envolvido. Dória que
já defendia a seleção sub-20, aos 18 anos já era convocado para amistoso fora
diante da Bolívia. Lá estava com ele Jéfferson (Copa do Mundo 2014). São os
outros chamados recentemente para vestirem o manto verde e amarelo. Detalhe:
além do goleiro do Fogão, só Fred, então no Fluminense atuavam em agremiações
brasileiras.
Foram tantos craques do alvinegro servindo
o escrete do país, que se fosse possível juntá-los em um mesmo tempo, nem mesmo
um grupo unindo Roma, Barcelona, Manchester United, Milan, Internacional de
Milão, Juventus, Real e Atlético de Madrid em seus melhores momentos os
superaria. Os mais jovens podem achar loucura, mas não há a menor dúvida.
Você poderia “cravar”! O Botafogo teria cedido 47 representantes para usarem a
camisa nacional, nas 20 Copas. Ao lado de Roma e Real, formam a liderança no
mundo. No Brasil, São Paulo e Vasco são os mais próximos, quando o assunto é
escalações para a esquadra brasileira. É necessário ressaltar que em 1968,
apenas três titulares não eram do Botafogo (eram de Vasco e Fluminense) no confronto
amistoso que terminou em 4 x 1 sobre a Argentina principal. 40 mil pessoas
assistiram à façanha no Maracanã. A CBD (Confederação que antecedeu à CBF, na
gestão do futebol) não falava “a mesma língua” dos times paulistas e a
“SeleFOGO” (Seleção Brasileira com a base no Botafogo) acabou sendo a
solução. Adivinhe quem era o técnico. Claro: Mário Jorge Lobo, “Zagallo”!
Falar dos ídolos botafoguenses com a
camisa amarela em um parágrafo é inimaginável. Uma página talvez fosse razoável
para a enumeração dos principais deles. Todo o “tri” que culminou em 70 no
México, teve presença marcante de botafoguenses. O time que conquistou a Jules
Rimet tinha o técnico Zagallo, Jairzinho “Furacão”, Paulo César e Roberto
Miranda. No “Bi”, em 1962 (Chile), Amarildo não deixou a contusão de Pelé
comprometer nosso ataque e Nílton Santos, Garrincha, Didi, além de Zagallo
(atleta) foram determinantes para a conquista. Nílton, Didi e Garrincha já
haviam levantado a Copa de 1958, na Suécia. Rildo, Gérson, Manga e Jair foram “bolas
da vez” em 1966, na Inglaterra. Nílton Santos foi titular na Suíça, em 1954. Já
era um dos relacionados na Copa realizada no Brasil, em 1950. Em 1936, na
França foram cinco do time carioca: Nariz, Martim Silveira, Zezé Procópio,
Patesko e Perácio. Alemão foi titular em 1990, na Itália, porém já atuava pelo
Nápoli. Mauro Galvão “fez as honras”. Em 1978, Rodrigues Neto estava lá, na
Argentina, ao lado de Gil. Em 1982 na Espanha, Paulo Sérgio era opção para o
gol. Em 1986, Alemão era ainda botafoguense como Josimar, que fez dois golaços,
no México. Na França, em 1998 foi a vez de Gonçalves e Bebeto.
Falar no Botafogo é lembrar Garrincha, da
mesma forma o nome Garrincha remete ao Botafogo e consequentemente, à Seleção
do Brasil. Mas o que dizer de Quarentinha, dono da maior média de gols (um
por jogo) em uma Seleção Brasileira? E sobre Heleno de Freitas, que marcou o
seu gol, tanto no primeiro, como no segundo jogo da Copa Roca. A Argentina
perdeu por 3x1 e 6x2, em São Januário. Seria necessário muito espaço para os
apelidos carinhosos da imprensa e da torcida que os “monstros” da estrela
solitária receberam. Túlio “Maravilha”, que pleiteia o reconhecimento de ter
feito mais de mil gols não disputou copas, mas foi protagonista ao dominar com
o antebraço a bola que mandaria para as redes, na Copa América de 1995, no
Uruguai contra a Argentina. Entrou faltando 15 minutos e somado ao gol de
Edmundo levou o jogo para os pênaltis e à eliminação do “Hermanos”.
2 comentários:
Prezado Rui Moura
Somente os que não conhecem por ignorância ou desinteresse desdenham do Gigante Alvinegro.
Mesmo sem ter pelo menos um craque, gênio ou lenda nos últimos anos, o Botafogo continua com sua fama mundial pra quem aprecia o futebol nos quatro cantos da terra.
Abraço
HUMBERTO
A fama nunca advém apenas de grandes títulos, mas de história. Temos uma ridicularia de títulos no século XXI, mas temos história, como diz o Rizek. E como a história não se apaga, mesmo sem títulos espantamos a América do Sul e o Brasil com este time muito resiliente, apesar da sua óbvia falta de qualidade individual. Como diz Zatonio Lahud, o Botafogo não é para os óbvios...
Abraços Gloriosos.
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