por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo
Na última partida contra o Vasco da Gama escrevi que “incrivelmente, entre tropeços vários, estamos novamente à beira do G5,
que dá direito a entrada direta na fase de grupos da Copa Libertadores, após
uma partida muito bem jogada radicalmente inversa das atuações recentes, o que
é francamente surpreendente. É para continuar?...”
Não! Ou talvez sim, metade do tempo. E outra metade não. Umas vezes com muita
eficácia, outras vezes não. Afinal, é o Botafogo que temos, tal como a maioria
dos adversários: a alternância entre desempenhos prometedores e desempenhos
frustrantes.
O Botafogo começou bem a partida com a msma formação do último jogo e poderia
ter aberto o placar logo aos 6’ em cabeçada de Alexandre Barboza, dentro da
área e quase em cima da linha de gol, cabeceando incrivelmente fora do alvo.
Aos 13’ falhámos um contra-ataque prometedor devido a passe errado de Joaquín
Corrêa e as 18’ Thiago Couto evitou o gol do Botafogo cm uma grande defesa.
Um minuto depois o Vitória contra-atacou e percebeu-se desde logo, quando
Matheusinho lançou Renzo López, que o atacante ia entrar pelo buraco entre dois
defensores do Botafogo, mas perdeu o gol cara a carra com Léo Linck rematando
por cima.
Entretanto, por entre falhas defensivas de parte a parte e simultaneamente desperdícios
dos ataques em jogadas perigosas de um e de outra equipe, o Vitória equilibrou
a partida.
O equilíbrio foi gerado por meio de muitas falhas. No final do 1º tempo, aos
44’, Léo Linck defendeu duas vezes seguidas em remates à queima-roupa, embora
houvesse impedimento, e aos 48’ Alexandre Barboza cabeceou à trave!
Em suma, um 1º tempo muito movimentado, com as melhores chances na cabeça
de Alexander Barboza, que realça ainda mais o que temos dito – o Botafogo não
tem ataque, buscando gols através de meias e de defensores.
Quanto ao 2º tempo, nada de realmente bom aconteceu. O Botafogo evidenciou
cansaço físico, algo que parecia ultrapassado no último jogo. Tanto em remates
como em escanteios, as equipes equivaleram-se, e a pouca eficiência dos contra-ataques
gerou muito poucas oportunidades de gol – na verdade duas para o Botafogo com
Barboza e uma para o Vitória.
A maior posse de bola do Botafogo não significou maior volume de jogo e o
zero a zero parece-me que penaliza as duas equipes, que como consolação podem
apenas dizer que conquistaram um ponto – para se aproximar do G5 no caso do
Botafogo e para se afastar do Z4 no caso do Vitória.
Que dia 18 próximo consigamos segurar 3 pontos e consolidar a nossa posição,
pelo menos no G7!
FICHA TÉCNICA
Vitória 0 x 0 Botafogo
» Gols: –
» Competição:
» Data: 09.11.2025
» Local: Estádio Barradão, em Salvador (BA)
» Público: 28.175 pagantes; 28.264 espectadores
» Renda: R$ 664.003,00
» Árbitro: Anderson Daronco (RS); Assistentes: Jorge Eduardo Bernardi (RS) e Mauricio Coelho
Silva Penna (RS); VAR: Pablo
Ramon Gonçalves Pinheiro (RN)
» Disciplina: cartão amarelo
– Joaquín Correa (Botafogo) e
Ramon (Vitória)
» Botafogo: Léo Linck; Vitinho, David Ricardo, Alexander
Barboza e Alex Telles (Cuiabano); Marlon Freitas, Danilo (Mastriani) e Savarino
(Jeffinho); Santi Rodríguez (Newton), Arthur Cabral (Chris Ramos) e Joaquín
Correa. Técnico: Davide Ancelotti.
» Vitória: Thiago Couto; Lucas Halter, Neris e Zé Marcos; Erick
(Kike Saverio), Willlian Oliveira, Ronald (Ricardo Ryller) e Ramon; Matheuzinho
(Osvaldo), Renzo López (Renato Kayzer) e Aitor Cantalapiedra (Lucas Braga).
Técnico: Jair Ventura.

2 comentários:
O Botafogo fez um primeiro tempo razoável, mas sem muita inspiração, mas o segundo tempo foi sem um mínimo de inspiração, o time me pareceu cansado, principalmente os jogadores que vieram da Europa na janela do meio do ano, como o Tuco, Danilo e Artur Cabral, muito embora este último em nenhum momento tenha apresentado um bom futebol ao contrário dos outros dois.
Mas parece que o Botafogo adora ser o " Robin Hood": ano passado com um time muito superior ao atual e que ganhou dois títulos importantes, o Botafogo conseguiu empatar com o Vitória em casa e por pouco não perde o jogo. O que será que acontece com o Botafogo quando enfrenta esses times fracos? E isso não é de hoje. Lendo uma crônica do Nelson Rodrigues escrita em 1958, com o sugestivo título de "A Cruz do Botafogo" sobre a derrota para o São Cristóvão por 2X1 pois o autor do dois gols do São Cristóvão se chamava Hélio Cruz, nessa derrota o time do Botafogo contava com: Nilton Santos, Didi, Quarentinha, Garrincha e etc. Nelson Rodrigues chama a atenção que a diretora do Botafogo preferiu excursionar com o Botafogo do que ganhar o bi campeonato. Um empate contra o São Cristóvão daria ao Botafogo um ponto de vantagem e evitaria ficar empatado com Vasco e Flamengo no final do campeonato. Enfim, coisas do nosso Botafogo.
Eu acredito que o Botafogo deva ir para a Libertadores ano que vem, espero não estar enganado. Abs e SB!
Foi isso mesmo, Sergio: 1º tempo razoável sem inspiração; 2º tempo sem força anímica e consequentemente sem inspiração. A pele de Robin Hood já vem de longa data. Talvez se tenha grudado ao nosso DNA.
Contando com a Libertadores até ao G7, só uma catástrofe da equipe poderá afastar-nos da máxima competição continental.
Abraços Gloriosos.
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