
por Herben Faria
1968.
O ano em que o sol se escondeu!
Para um longo e tenebroso inverno.
Podia ser também inferno!
Pensávamos que seria algo passageiro. Uma alternativa! – diziam uns.
Vai passar! – afirmavam outros!
Ninguém garantia absolutamente nada!
Inútil resistir!
Não temos armas capazes de lutar contra o inimigo. Ou seriam inimigos, no plural?
Temos que aceitar os fatos!- os mais ponderados conversavam.
Talvez sobrevivamos! – os mais pessimistas murmuravam.
O que será do futuro desta nação?
Mal saberíamos o que estava por vir:
O BOTAFOGO de tantas lutas e glórias iria mergulhar pelos próximos 21 anos no período mais tenebroso de sua história.
1968...
***
Nosso calvário começou em 1971. Naquela época, os campeonatos estaduais tinham seu glamour. Eram disputadíssimos! A competição mais importante que um clube poderia almejar.
Chegamos à decisão contra o Fluminense jogando pelo empate. 140 mil pessoas no Mário Filho! O árbitro (ou soprador de apito, como diria Mário Vianna, com dois ‘enes’, comentarista de arbitragem da Rádio Globo) era José Marçal Filho.
***
Naquele 27 de junho, a noite chegou mais cedo no interior da Bahia. Barreiras, com pouco mais de 25 mil habitantes, tinha poucos botafoguenses. Conhecia, nem que fosse de “ouvir falar”, grande parte deles. Éramos fanáticos e fiéis!
Não tínhamos TV. A luz era deficiente. Existia rodízio para fornecimento. Em dias alternados, casas pares e ímpares recebiam a parca iluminação deficiente. Os rádios eram a pilha e estavam todos sintonizados na mesma estação. As esquinas ecoavam a criatividade e a competência do locutor em traduzir do campo de futebol para as ondas do rádio todos os lances e disputas.
Os escassos torcedores já comemoravam com foguetes, gritos e provocações. Menino, nos meus oito anos, que dormia cedo, por conta do escuro e também por imposição materna, corria na calçada, pulando e comemorando o título tão especial!
Afinal, faltavam 3 minutos para o jogo acabar.
***
Aos 42 minutos do segundo tempo, Oliveira, zagueiro tricolor, cruzou. Ubirajara, arqueiro alvinegro subiu para praticar a defesa e posar para as lentes dos fotógrafos, devidamente posicionados na linha de fundo. Marco Antônio, lateral esquerdo do Fluminense, numa falta acintosa, impediu que o goleiro do BOTAFOGO fizesse a defesa. Lula, ponta esquerda pernambucano, veio na seqüência e tocou para o fundo das redes.
José Marçal validou o lance e correu para o meio de campo cercado pelos jogadores alvinegros inconformados com sua decisão. Na confusão ainda expulsou Carlos Roberto.
Fluminense campeão…
***
O foguete estourou perto do meu braço. Algumas fagulhas penetraram a lã do casaco de frio provocando a queimadura pequena, porém suficiente para provocar dor.
Minha mãe acudiu-me primeiro. Pegou-me no colo, gritou por meu pai e levou-me para dentro de casa, pedindo por gelo e pasta de dentes. O estrago no casaco foi maior do que no braço. Porém o choro era por outra dor. Deixava de ser campeão em poucos minutos. E o pior: roubado! Até os tricolores reconheciam que o lance havia sido irregular. E aproveitavam este fato para aumentar a gozação.
Aí, a dor transformava-se em raiva. E aumentava...!
Era o começo da escuridão!
***
-“Fomos promovidos de General para Marechal!”.
Não sei quem foi o infeliz que proferiu tamanha blasfêmia. Própria de quem vivia ou militava no regime militar que ainda imperava no País.
O BOTAFOGO acabava de vender sua sede em General Severiano para a Companhia Vale do Rio Doce. Lugar sagrado para os alvinegros!
Justamente o campo que viu Garrincha dar seus dribles em Nilton Santos quando foi fazer seu primeiro teste. O campo em que Biriba, correndo, latia para saudar os bons fluidos emanados e tão sofregamente solicitados por Carlito Rocha. Local abençoado pelo Cristo Redentor, que certamente do seu pedestral espiava o alvinegro e torcia.
Lugar que revelou tantos craques como Jairzinho, Paulo César, Roberto Miranda... Terreno em que desfilou Heleno, Didi, Juvenal, Pampolini, Paraguaio, Quarentinha, Zagalo, Paulinho Valentim, Leônidas, Mimi Sodré...
O estádio de General Severiano, aonde o BOTAFOGO conquistou o título de 1934 e também o 1948, ganhando do Vasco por 3x1 estava desolado.
Virou mato. Transformou-se em nada...
E logo mais viraria ferro, cimento, brita, garagens, escritórios, salas...
1968.
O ano em que o sol se escondeu!
Para um longo e tenebroso inverno.
Podia ser também inferno!
Pensávamos que seria algo passageiro. Uma alternativa! – diziam uns.
Vai passar! – afirmavam outros!
Ninguém garantia absolutamente nada!
Inútil resistir!
Não temos armas capazes de lutar contra o inimigo. Ou seriam inimigos, no plural?
Temos que aceitar os fatos!- os mais ponderados conversavam.
Talvez sobrevivamos! – os mais pessimistas murmuravam.
O que será do futuro desta nação?
Mal saberíamos o que estava por vir:
O BOTAFOGO de tantas lutas e glórias iria mergulhar pelos próximos 21 anos no período mais tenebroso de sua história.
1968...
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Nosso calvário começou em 1971. Naquela época, os campeonatos estaduais tinham seu glamour. Eram disputadíssimos! A competição mais importante que um clube poderia almejar.
Chegamos à decisão contra o Fluminense jogando pelo empate. 140 mil pessoas no Mário Filho! O árbitro (ou soprador de apito, como diria Mário Vianna, com dois ‘enes’, comentarista de arbitragem da Rádio Globo) era José Marçal Filho.
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Naquele 27 de junho, a noite chegou mais cedo no interior da Bahia. Barreiras, com pouco mais de 25 mil habitantes, tinha poucos botafoguenses. Conhecia, nem que fosse de “ouvir falar”, grande parte deles. Éramos fanáticos e fiéis!
Não tínhamos TV. A luz era deficiente. Existia rodízio para fornecimento. Em dias alternados, casas pares e ímpares recebiam a parca iluminação deficiente. Os rádios eram a pilha e estavam todos sintonizados na mesma estação. As esquinas ecoavam a criatividade e a competência do locutor em traduzir do campo de futebol para as ondas do rádio todos os lances e disputas.
Os escassos torcedores já comemoravam com foguetes, gritos e provocações. Menino, nos meus oito anos, que dormia cedo, por conta do escuro e também por imposição materna, corria na calçada, pulando e comemorando o título tão especial!
Afinal, faltavam 3 minutos para o jogo acabar.
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Aos 42 minutos do segundo tempo, Oliveira, zagueiro tricolor, cruzou. Ubirajara, arqueiro alvinegro subiu para praticar a defesa e posar para as lentes dos fotógrafos, devidamente posicionados na linha de fundo. Marco Antônio, lateral esquerdo do Fluminense, numa falta acintosa, impediu que o goleiro do BOTAFOGO fizesse a defesa. Lula, ponta esquerda pernambucano, veio na seqüência e tocou para o fundo das redes.
José Marçal validou o lance e correu para o meio de campo cercado pelos jogadores alvinegros inconformados com sua decisão. Na confusão ainda expulsou Carlos Roberto.
Fluminense campeão…
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O foguete estourou perto do meu braço. Algumas fagulhas penetraram a lã do casaco de frio provocando a queimadura pequena, porém suficiente para provocar dor.
Minha mãe acudiu-me primeiro. Pegou-me no colo, gritou por meu pai e levou-me para dentro de casa, pedindo por gelo e pasta de dentes. O estrago no casaco foi maior do que no braço. Porém o choro era por outra dor. Deixava de ser campeão em poucos minutos. E o pior: roubado! Até os tricolores reconheciam que o lance havia sido irregular. E aproveitavam este fato para aumentar a gozação.
Aí, a dor transformava-se em raiva. E aumentava...!
Era o começo da escuridão!
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-“Fomos promovidos de General para Marechal!”.
Não sei quem foi o infeliz que proferiu tamanha blasfêmia. Própria de quem vivia ou militava no regime militar que ainda imperava no País.
O BOTAFOGO acabava de vender sua sede em General Severiano para a Companhia Vale do Rio Doce. Lugar sagrado para os alvinegros!
Justamente o campo que viu Garrincha dar seus dribles em Nilton Santos quando foi fazer seu primeiro teste. O campo em que Biriba, correndo, latia para saudar os bons fluidos emanados e tão sofregamente solicitados por Carlito Rocha. Local abençoado pelo Cristo Redentor, que certamente do seu pedestral espiava o alvinegro e torcia.
Lugar que revelou tantos craques como Jairzinho, Paulo César, Roberto Miranda... Terreno em que desfilou Heleno, Didi, Juvenal, Pampolini, Paraguaio, Quarentinha, Zagalo, Paulinho Valentim, Leônidas, Mimi Sodré...
O estádio de General Severiano, aonde o BOTAFOGO conquistou o título de 1934 e também o 1948, ganhando do Vasco por 3x1 estava desolado.
Virou mato. Transformou-se em nada...
E logo mais viraria ferro, cimento, brita, garagens, escritórios, salas...
Aos 73 anos, em agosto de 1977, o BOTAFOGO exilava-se na Zona Norte. Agora faria parte do subúrbio de Marechal Hermes.
A história virava pó!
***
Zé Anísio era mais velho do que eu. Com 16 anos, já possuía um bigode ralo e barbicha. Magro, esquelético até, alto, orelhudo, portador de asma, não jogava bola conosco. Ficava sentado na escada, imitando Waldir Amaral e Jorge Cúri, narrando gols do Fluminense.
Fazia questão de caprichar na narração. Principalmente quando os lances eram contra o BOTAFOGO. Ele sabia que não tínhamos poder de reação. E que no próximo jogo provavelmente perderíamos.
E o pior é que ele tinha razão!
***
Durante os anos de chumbo, o BOTAFOGO teve lampejos de felicidade para com sua torcida. Em novembro de 1973, uma goleada histórica no Flamengo: 6x0! E logo no dia do aniversário do clube da Gávea. Belo presente que por muitos anos tornou-se o principal trunfo para tirarmos sarro do Urubu.
Antes, em 1972, fomos vice-campeões do brasileiro. Perdemos a final para o Palmeiras. Aliás, o jogo da final era para ser realizado no Maracanã. Porém, o BOTAFOGO não tinha forças federativas que defendesse seus interesses e mesmo com a maior pontuação obtida ao longo do campeonato, teve que deslocar-se para São Paulo.
Participamos da Libertadores em 1973, sendo eliminados nas semifinais pelo Colo-Colo.
Somente em 1981 voltamos a fazer bonito no Brasileirão. Nas semifinais, disputamos uma vaga com o São Paulo. No jogo de volta no Morumbi (ganhamos o primeiro no Rio por 1x0) terminamos o primeiro tempo com a vitória parcial: 2x0. Mais uma vez, a arbitragem, agora do paranaense Bráulio Zanotto, desnorteou os nervos dos jogadores alvinegros. Juntamente com os fatores extra-campo, confusões no vestiário, gandulas, etc., o soprador de apito inverteu faltas, expulsou jogadores do Fogão, fazendo com que o time capitulasse. A cena mais aviltante foi a marcação de uma grande penalidade inexistente contra o Botafogo. Serginho Chulapa bate forte do lado esquerdo do goleiro Paulo Sérgio, que voa e espalma a bola pela linha de fundo, de maneira sensacional. O árbitro alega que Paulo Sérgio se adiantara, manda cobrar de novo e o goleiro alvinegro torna a defender num voo felino. Aí acontece o fato mais inusitado que já se presenciou num estádio – a torcida sampaulina toda grita em uma só voz – “REPETE, REPETE, REPETE!!!” Coagido e pusilânime, o juiz alega então invasão de área (totalmente falso). Manda bater pela terceira vez e Serginho empata a partida. No placar eletrônico do Morumbi, letras garrafais anunciavam sem parar a seguinte frase: “FOGO, FOGUINHO, FUMAÇA, ACABOU, PAU NELES”!!!!!!!!!!!!!!”
Os paulistas acabaram vencendo por 3x2. Era a síndrome do emocional derrubando mais uma vez o BOTAFOGO.
Neste período de tempo, tivemos que ‘vibrar’ com jogadas de Cremílson, Tuca, Puruca, Perivaldo, Tinho e outros tantos.
Para compensar tivemos Mendonça, craque na arte de jogar e amar o BOTAFOGO e Nilson Dias, centroavante, verdadeiro cavalheiro, capaz de fazer gols e passar campeonatos inteiros, sem sequer ser advertido pela arbitragem com cartão amarelo. Era meu ídolo!
Poucos se salvaram nesta fase. Muitos poucos...!
***
Aos 21 minutos do segundo tempo, no dia 21 de junho, com temperatura de 21 graus, no 12° cruzamento, o BOTAFOGO acendia novamente sua luz, fazendo brilhar sua estrela solitária. Mazolinha foi ao fundo e fez o cruzamento. Maurício, com a camisa sete que Mané sempre honrou, com um leve toque deslocou o lateral Leonardo e com a ‘chapa do pé’ escorou a bola para o fundo das redes. 1x0. O suficiente para ganhar e ser campeão! E o melhor: ganhando do Flamengo, com Jorginho, Zico e Cia.
BOTAFOGO CAMPEÃO!
***
Marcus Vinícius (foi uma homenagem a Vinícius de Moraes!) tinha dois anos. Mesmo no frio da noite da cidade serrana de Sobradinho (DF), coloquei-o no meu pescoço e devidamente uniformizados, para desespero da mãe, fomos para a Quadra 8, principal avenida, local de comemorações. Logo apareceram outros carros (é amigos, em Brasília comemoramos “de carro”!) e passei a ver tantos alvinegros que não acreditava. A alegria do título aumentava com a surpresa de descobrir que a torcida do BOTAFOGO ali, não caberia apenas em uma Kombi. Éramos seis! Muito mais! Logo o trânsito engarrafou, as buzinas e fogos desvirginaram o silêncio do fim de noite e início de madrugada. A alegria contagiava até os adversários: - “Parabéns vocês mereceram!!”
Nos meus braços, alheio a toda confusão sadia em volta, Marcus Vinícius dormia! Com um sorriso nos lábios! Sorriso de CAMPEÃO!!
[Nota: Herben Faria é um novo amigo botafoguense que escreveu especialmente para o blogue Estrela Solitária / Mundobotafogo o seu testemunho pessoal dos ‘anos de chumbo’ do nosso clube.]
18 comentários:
Rui, mande um beijo no coração para o nosso amigo (permita), BOTAFOGUENSE, Herben.
Voltei no tempo lendo o seu testemunho. Em 71 com 15 anos fui sozinho ao Maraca ver o primeiro roubo, da minha existência, ao nosso GLORIOSO para desespero da minha mãe. Em 73, colado ao radinho gritava com todas forças dos pulmões e cordas vocais a cada gol nos molambos. Em 81 chorei, como agora, em mais um roubo ao nosso querido GLORIOSO. Tive que comprar outro rádio pois o antigo arremetera na parede. Em 21.06.89, como muitos BOTAFOGUENSES chorava e não sei se a dor no peito era de emoção ou um infarto. Presenciei algumas pessoas sendo socorridas ao posto médico. As lágrimas desciam e todos se abraçavam. Pessoas que nunca haviam-se visto, todas estavam em transe e pareciamos uma grande familia. Cantamos o parabéns para voce (contando ano a ano)que por tanto tempo nos achincalhavam em cada jogo.
Rui, agradeça-o, pois mesmo no trabalho não deu para evitar as lábrimas nos olhos. VALEU!!!!
Incrível como as histórias repetem-se e no BOTAFOGO não serve como experiência. O jogo dos aflitos levou-me ao ano de 81. O roubo no carioca de 2007 (anulado o gol do Dodô), lembra-me o ano 71. A falta de forças federativas existem até hoje.
Por tudo isso que NINGUÉM, MAS NINGUÉM CALA ESSE NOSSO AMOR!!!!
Abs,Sds,BOTAFOGUENSES!!!!
Parabéns pelo brilhante texto do Herben! Eu não tive este prazer, mas me senti presente!
Abs e SA!!!
Em 21/06/89 eu tinha 8 anos e 1 mês. Começava a compreender o que era o amor pelo Botafogo e certamente não entendia o que significava a conquista depois de 21 anos.
Hoje é impossível eu não me emocionar com esse dia, com essa conquista, com aquele time.
Parabens ao Herben, pelo belo texto e obrigado ao Rui, por publicá-lo. Fiquei ainda mais botafoguense depois que terminei de ler...
Abraço,
Danilo
www.botafoguismo.blogspot.com
Grande Texto, parabéns Herben Farias. Em 71 estava no maracanã, atrás do gol do Botafogo, logo após o juiz validar o gol do Fluminense, logo abaixo de mim começou uma senhora desolada começou a chorar: era a mãe do Nilson Dias. Foi muito triste ver o Botafogo ser roubado e, pior, isto se tornaria fato comum daquele dia em diante. Quanto a goleada no Flamengo, eu acho que foi em 72. Depois que goleamos eles arrancamos rumo às finais do brasileiro, se não me engano, depois do Flamengo, veio 2X1 em cima do Flu, 1X0 no Corintians e apesar da melhor campanha tivemos que jogar a final em SP. Aliás conosco acontece de tudo, inclusive perder uma classificação na Taça Brasil no cara ou coroa
Eu sempre quis ler um livro contando a saga botafoguense dos 21 anos sem títulos na visão de um torcedor "comum". Esse depoimento foi um belo aperitivo.
Patrick Dias
Gil, o seu depoimento também é notável!... Posso colocá-lo no blogue como artigo também?...
Saudações Botafoguenses
Rodrigo e Danilo, obrigado pelos elogios ao artigo. Seguramente o Herban ficará muito contente com as vossas apreciações.
SAUDAÇÕES BOTAFOGUENSES
Sergio não se você sabe, mas a coisa da moeda ainda é pior do que perder na cara ou coroa. É que assim que a moeda caiu os adversários sairam a comemorar, tal como tinham combinado entre eles. Nunca se saberá realmente se era cara ou coroa...
SAUDAÇÕES BOTAFOGUENSES
Obrigado por ter gostado, Patrick. Eu também acho que daria um bom livro. Contado por um ou mais botafoguenses. Talvez por vários, do tipo capítulos independentes...
Teria que ser, contudo, muito bem coordenado literariamente para que o sentido nos fosse favorável e não servisse de gozação maior...
SAUDAÇÕES BOTAFOGUENSES
Rui, fique a vontade e o depoimento do Herben me fez viajar no tempo. Constatei o quanto a nossa vida é marcada pelas emoções. Recordei-me, como se fosse hoje, cada momento de alegria e tristeza e dos meus saudosos entes queridos.
Obrigado a você, também, Rui por esse espaço que nos enriquece e só faz aumentar o nosso amor pelo BOTAFOGO.
Abs,Sds,BOTAFOGUENSES!!!!
Ah... Gil... Saudades dos entes queridos... cada vez que me lembro da minha infância e da minha juventude no Brasil... O meu avô era construtor civil e nós (18 pessoas) viviamos todos em dois prédios construídos por ele... Os nossos fins-de-semana eram maravilhosos... Era Botafogo (que ganhava quase sempre), era jogos de buraco, era caçar passarinhos, andar de bicicleta, brincar com os amigos com o meu time de botões, com o autorama, com o pembolim, sei lá que mais... oito desses entes queridos já se foram... Dois têm mais de 85 anos. De vez em quando as saudades apertam, como agora que te leio... Mas gosto sempre de me recordar desse tempo bom. Fui muito feliz com eles no Rio... Em Portugal cheguei quase adulto... a minha construção pessoal de base foi aí... É por isso que sempre disse que sou culturalmente luso-brasileiro...
É vida que segue, como diria o meu ídolo Saldanha.
Abraço muito apertado, com saudações botafguenses, claro!...
Rui, eu conheço a história da moeda. Eu e meu pai, que já se foi faz tempo vimos, pela televisão esse jogo e vi a palhaçada que os jogadores do Atlético fizeram. Aliás, essa disputa entre Botafogo e Atlético está marcada na minha memória até hoje, apesar de eu ter apenas 12 anos na época. Não esqueço até hoje do jogo da volta no Mineirão em que os jogadores do Botafogo foram brutalmente agredidos com a aquiescencia do árbitro. O pior é que no jogo de desempate a diretoria do Botafogo aceitou jogar no Mineirão. Concordo que o texto do Herben nos faz viajar no tempo, traz grandes recordações e muita, muita saudade, da minha infância, dos entes queridos que se foram. Da minha infancia, que é muito parecida com a sua Rui, só me arrependo de ter caçado passarinhos.
Forte abraço
Sergio
Sergio, nunca pensei em arrepender-me de caçar passarinho (eu não os matava, punha-os na gaiola), mas talvez inconscientemente o tenha feito, porque ao longo de toda a vida adulta nunca comi qualquer espécie viva que voasse... E nunca comi carne de caça... Acho que foi mesmo porque o mais importante valor para mim é a liberdade, e inconscientemente associo-o a asas e vida selvagem. Em todo o caso, eu caçava passarinhos para uma supergaiola que tinha numa pequena quinta. E quando a minha família menos esperava, eu abria a gaiola e... eles voavam para a vida!... Eu era maroto...
Abração com Saudações Botafoguenses
Rodrigo, valeu e obrigado!
Danilo, cada dia que passa a certeza do amor ao BOTAFOGO só aumenta! Por mais que sejamos testados dia após dia, nada existe que possa abalar esta convicção.
Sérgio, que sorte a sua de poder ter conhecido a mãe de Nílson Dias! Ele foi meu ídolo e no meu time de botão sempre foi artilheiro. Faz falta! Muita...!
Patrick, fico satisfeito que tenhas gostado do texto. Obrigado!
Senhores, o responsável por tudo isto é o Rui. Com sua gentileza, cedeu-me o espaço para divulgar minhas emoções. Valeu Rui!
Rui, infelizmente este não é o meu caso. Usei muito estilingue, embora fosse ruim de pontaria, desgaçadamente acerteu alguns passarinhos. Me arrependo e muito. Entretanto, graças a Deus ainda bem jovem parei com essa prática absurda, eo o pior é que sempre adorei pássaros. Há muitos anos, acho que tentando me redimir, alimentos as aves com frutas e sementes.Forte abraço Rui,você é mais um amigo botafoguense que conheço na internet.
Sergio, para nós, a prática é absurda porque a vemos agora como adultos. Naquele tempo, garoto sem estilingue ('fisga' em Portugal) era quase sinónimo de frouxo... menino de mamãe... eheheh...
Ah... Esqueci-me de lhe referir a minha maior paixão depois dos time de botões: lançar pipas ('papagaios' em Portugal). Passava horas e dias a fazer e a lançar pipas em concurso com a rapaziada.
Abraços com Saudações Botafoguenses
Rui, eu adorava botões. Herdei o QuarentinHa do meu irmão, um botão feito com casca de coco. Como era bom, fazia tantos gols quanto o verdadeiro Quarentinha. Quando eu ia escalar meu time de botão em 69/70, eu misturava os jogadores de 61-62 com os de 67-68. Como a gente tinha craques. Eu era péssimo com pipas, mas futebol, até que eu era bom de bola,hoje talvez fizesse carreira, mas na década de 70 com aquele monte de craques no futebol brasileiro nem tentei. Saudações botafoguenses, um garnde abraço e aqui estamos torcendo por Portugal.
Sergio, o meu time de botões começou por ser o de 62. Depois houve algumas misturas com a chegada de novos jogadores. O Gerson, por exemplo, e o Jairzino, que fora tricampeão juvenil, se não me falha a memória. Mas, por fim, o meu time de botões tinha o tal timaço de 1968, com uma excepção: eu mantive o fabuloso Manga na baliza!...
Nas pipas eu era bom, mas quanto a jogar à bola, era um verdadeiro 'pereba'. Nem para o Canto do Rio da época servia. Então decidi jogar à baliza, e aí revelei-me.... Fui campeão intercolegial em futebol e em futsal!... Maravilha recordar isso!...
Portugal tem uma boa equipa, mas há outras também interessantes. É pena o Felipão ir para o Arsenal. Ele não é um 'técnico' fora de série, mas é um treinador de homens e um comandante de time verdadeiramente fora de série! Com ele até os perebas se mentalizam que são bons...
Abraços com Saudações Botafoguenses
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