
por Danilo Rosa Paiva
Escrito para o Mundo Botafogo
(botafoguismo.blogspot.com; drp.drp1@gmail.com)
O historiador anglo-egípcio Eric Hobsbawm afirma que o breve século XX durou somente entre 1914 e 1991, sendo uma época extremada, de profundas mudanças e incertezas. Ainda segundo Hobsbawm, tudo que aconteceu antes de 1914 deve ser encarado sob a ótica do século XIX, ainda que pela cronologia oficial já fosse século XX.
Espero que Hobsbawm não se incomode, porque irei me apropriar desse conceito dele ao analisar para o Mundo Botafogo, a pedido do meu amigo Rui Moura, o breve ano de 2008, que começou apenas em 24 de fevereiro, dia da final da Taça Guanabara e durou até 05 de novembro, data da eliminação da Sul-Americana, em casa, diante do Estudiantes-ARG. Assim como o breve século XX, o breve ano de 2008 do Botafogo foi repleto de crises, quebra de paradigmas, um Ano dos Extremos, que levou os torcedores da euforia à decepção, de novo à euforia e de volta à decepção.
Hobsbawm divide seu século XX em três épocas distintas, e é o que farei aqui ao analisar o ano do Botafogo. Assim, me apropriarei mais uma vez de Hobsbawm e considerarei a primeira época como a “da catástrofe”, época essa que vai desde a derrota da Taça Guanabara até a eliminação da Copa do Brasil contra o Corinthians. A segunda época será aqui chamada de “época de euforia”, e contemplará a fase invicta, a chegada ao G4 e o momento que nos encheu a todos de esperança e expectativa. E a última época, a do “desmoronamento”, quando as esperanças da torcida caíram por terra, abrindo caminho para todas as questões e incertezas que assombram o botafoguense hoje.
E se considero que o ano de 2008 tenha começado apenas após a derrota da Taça Guanabara, isso significa que o que veio antes dela deva ser analisado ainda sob a ótica de 2007. É imperativo, portanto, uma breve reflexão sobre esse ano. O Botafogo começou 2007 com algumas expectativas elevadas. Defendia o campeonato estadual, tinha mantido alguns de seus principais jogadores, trazido reforços promissores, mantido o técnico e a filosofia de trabalho. Talvez, pela primeira vez desde o rebaixamento em 2002, o Botafogo entrava um ano bem avaliado por sua torcida e pela opinião em geral. E a regra em 2007 foi o Botafogo jogar muito bem em momentos intermediários das competições que disputou e cair no final, jogar muito bem momentos de partidas decisivas mas se perder, fosse pelo nervosismo, fosse por más atuações de árbitros ou goleiros, e acabar derrotado. Derrotas trágicas e traumáticas contra o Flamengo no Estadual, Figueirense na Copa do Brasil e River Plate na Sul-Americana abriram enormes feridas na torcida, no time e nos dirigentes. Tentaram estigmatizar (com colaboração da bazófia de alguns dirigentes, diga-se) o Botafogo como o time do “quase”, que chega e não ganha, que entrega tudo ao final.
Preocupado em mudar esse quadro, o Botafogo procurou reforços nos países vizinhos, jogadores que, por não estarem acompanhando o noticiário esportivo brasileiro, não se deixariam influenciar pelo estigma que tentavam impor ao Glorioso. Uma base importante de jogadores de 2007 se manteve, assim como o treinador e sua filosofia. E as coisas pareciam caminhar bem, até que chegou o dia 24 de fevereiro, a decisão da Taça Guanabara contra o Flamengo, o jogo onde ficou patente e evidente que muitos jogadores e especialmente o treinador Cuca e os dirigentes haviam assimilado o estigma e passaram a acreditar nele.
O Botafogo perdeu a partida, novamente em circunstâncias dramáticas, novamente com uma arbitragem suspeita. E assim que soou o apito final, acabou o ano de 2007. O breve ano de 2008 começava no vestiário do Maracanã, da pior maneira possível.
Época das catástrofes
O choro dos jogadores após a partida era legítimo. Eles se dedicaram muito, jogaram uma grande partida contra um adversário duríssimo e contra um juiz tendencioso. Foram derrotados no último minuto, num lance isolado. O choro dos torcedores era legítimo. Eles viram seus jogadores honrando as cores, numa partida emocionante vencida pelo adversário por detalhe e por causa de uma maldita bola na trave aos 48 minutos do segundo tempo... Por isso, a época das catástrofes não se iniciou com o choro dos jogadores ou dos torcedores. A primeira das catástrofes, e talvez a que tenha tido mais repercussões no restante do ano, foi a atitude descabida da diretoria, que era quem mais deveria ter a cabeça no lugar, e em especial a do presidente Bebeto de Freitas.
Sua renúncia inaugurou a época das catástrofes e o ano de 2008. Todas, absolutamente todas as conseqüências e acontecimentos ligados à essa renúncia foram nocivas ao Botafogo. Primeiro, porque ao renunciar ao cargo de presidente do clube após uma final de turno, Bebeto supervalorizou a derrota e, logicamente, a vitória do Flamengo. O jogo passou a ter importância muito maior que tinha de fato, deixou de ser uma semifinal de campeonato estadual e passou a ser uma partida que causou a renúncia de um presidente. Para os anti-botafoguenses, foi um prato cheio. Ao estigma do quase, somou-se o estigma do “chorão”.
Mas a catástrofe da renúncia não parou por aí. Porque o presidente voltou atrás. E se renunciar foi um enorme erro, voltar atrás foi um erro maior ainda. Porque se ele mantivesse a renúncia, por mais equivocada que ela tivesse sido, a imagem que ficaria era a de um cara firme, resoluto, que mantém suas decisões por mais drásticas que fossem. Ao voltar atrás e reassumir o clube, Bebeto nada mais fez que mostrar que a renúncia não foi mais que um ato de birra. Um drástico protesto contra a má qualidade das arbitragens perdeu toda sua força ao virar um simples ataque de piti. O retorno após a renúncia foi tão desmoralizante quanto presos políticos serem flagrados, em meio a uma greve de fome, fazendo um churrasco. E sua volta ainda acarretou num outro erro, ainda mais grave por causa de sua extensão de tempo, é que Bebeto voltou mas ao mesmo tempo não voltou. A impressão que deu foi que ele era apenas presidente legalmente, mas não de fato, deixando o clube à mercê dos “colaboradores” que tanto mal fizeram ao Botafogo, dada a sua total inaptidão para o comando do clube.
O marco zero e a primeira catástrofe do breve ano de 2008 foram, portanto, a renúncia ainda no vestiário do Maracanã e a posterior “des-renúncia” do presidente Bebeto de Freitas. A segunda catástrofe ocorreu logo depois dessa partida, no treinador e na equipe: eles assimilaram e passaram a acreditar que eram de fato “perdedores” e que jogavam de fato num time “do quase”. Isso ficou patente na final contra o Flamengo, especialmente o segundo tempo do jogo decisivo, quando, diante da possibilidade de serem campeões, nossos jogadores parecem ter se apavorado, se apequenado e entregaram o troféu de mão beijada ao Obina.... isso ficou patente na semifinal da Copa do Brasil contra o Corinthians, quando na véspera do jogo decisivo o treinador Cuca, ao invés de motivar seus jogadores, contava melancolicamente suas derrotas passadas como técnico. Isso ficou patente no nervosismo que beirava o desespero dos jogadores durante a partida, diante de um Morumbi lotado. Isso ficou patente na expressão do rosto e no pênalti cobrado por Zé Carlos. Como um time onde os jogadores e o técnico se consideravam perdedores, azarados, fracassados, quase, chorões, poderia ganhar alguma coisa?
Assim, o Botafogo perdia campeonatos e a cabeça. As derrotas ganhavam dimensões gigantescas, o time era cada vez menos respeitado, seja pela imprensa, por rivais ou até mesmo pela Polícia Militar de Pernambuco.
A saída de Cuca do comando nos levou à terceira catástrofe da primeira época de 2008: Geninho. A contratação de um treinador ultrapassado e fraco custou caro ao Botafogo, financeiramente e moralmente. Ele não poderia, porque não é capaz disso, dar um jeito no arremedo de time, psicológica e tecnicamente falando, que encontrou ao assumir. O Botafogo conseguiu regredir com Geninho no comando, em todos os aspectos. E essa catástrofe só não teve mais conseqüências porque não durou muito. Após uma vergonhosa derrota para o Vitória, ele foi demitido. Terminava a época das catástrofes no breve ano de 2008 botafoguense. Parecia que surgia uma esperança, que acabaria culminando na...
Época da euforia
Nei Franco foi chamado para assumir o comando do time. Estreou de fato com uma boa vitória sobre o fraquíssimo Ipatinga, depois uma derrota absolutamente injusta para o São Paulo, pois o Botafogo jogou muito melhor. Seguiu-se a isso uma incrível seqüência invicta, onde o Botafogo, mesmo sem jogar muito bem por algumas vezes, venceu seus jogos. Foi quando uma onda de euforia tomou conta da torcida: o Botafogo subia na tabela, a torcida apoiava nos jogos em casa e passou a sonhar com vôos altos e coisas maiores. A euforia chegou ao auge com uma série de três vitórias seguidas, todas por 1x0, contra Palmeiras, Sport e Cruzeiro, série essa que lançou o Botafogo à terceira colocação no campeonato Brasileiro.
Sonharmos era permitido novamente. Camisas alvinegras orgulhosas eram vistas nas ruas e nada parecia ser capaz de nos parar. Mas a época da euforia foi bastante curta e começou a dar sinais de desgaste apenas 10 rodadas após o jogo contra o Ipatinga na estréia de Nei Franco. Os empates contra o Vasco e o Náutico, ambos no fim da partida e após falhas na defesa acenderam o alerta. Mas a belíssima vitória contra o Coritiba, fora de casa, trouxe de volta a euforia, a esperança e os sonhos.
Mas já no jogo seguinte, essa época de euforia deu provas de sua falência. As derrotas seguidas para o Internacional, em casa e especialmente Portuguesa, fora, deram certeza que a segunda época do breve ano de 2008 estava acabada. Saíram de cena os rostos felizes, os planos, as brincadeiras com os rivais e entravam a tensão, o nervosismo e posteriormente a raiva e a impotência.
Época do desmoronamento
Por que o Botafogo da euforia só durou 10 rodadas? Como Nei Franco, que após essas 10 primeiras rodadas foi considerando em excelente treinador, caiu tanto no conceito dos torcedores? A primeira explicação, simplista, porém bastante satisfatória, é que o Botafogo das 10 rodadas de euforia teve contra si uma tabela, digamos, amistosa. Foram poucos adversários de peso e muitos jogos em casa. Quando a qualidade dos adversários deixou de ser Atlético PR e passou a ser Internacional, nos complicamos.
Mas a época do desmoronamento coincide também com o aumento de poder dos “colaboradores”, essa figura absolutamente estranha e alheia à organização séria que um clube de futebol como o Botafogo deveria ter. Quem os indicava? Como? Com base em quê? A quem eles respondiam? Com quem eles se retratavam? Com Bebeto de Freitas presente em corpo, mas ausente em espírito, quem passou a responder pelo clube foram figuras como Rotenberg, inapto, falastrão, sem traquejo para lidar com o complicado dia a dia do futebol.
Nessa época vieram à tona de forma mais grosseira e mesmo escandalosa as “parcerias” do Botafogo. Nessa época veio à tona a crise financeira e a falta de salários no clube, com suas conseqüências nos resultados em campo. Nessa época vieram à tona todas as muitas limitações de Nei Franco como treinador.
Foi uma época onde, em campo, o Botafogo desmoronou no campeonato Brasileiro e na Sul-Americana, diante de um Estudiantes minimamente organizado e com apenas um bom jogador, Verón. Um único bom jogador que o Botafogo respeitou tanto que o deixou fazer o que quis nos dois jogos.
A eliminação reabriu as feridas dos estigmas de “quase”, “fracassados e perdedores”. E agravou o problema financeiro do clube. Jogadores começaram a sair, abandonando o barco. O breve ano de 2008 estava acabado, na noite de 5 de novembro, 5 rodadas antes do fim do campeonato Brasileiro.
Mas fora do campo, ainda havia coisas importantes acontecendo, simplesmente a eleição para a diretoria no próximo triênio. O que pode ser considerado como o fechamento de cortina da época do desmoronamento. Se há muitas coisas que só acontecem ao Botafogo, uma delas é, numa eleição em chapa única, a oposição quase impedir o pleito. Oposição essa que até a antevéspera da eleição compunha a chapa única….
Que falar desse processo eleitoral? Ele foi conduzido de maneira errada desde o princípio. Nunca, ou ao menos nunca publicamente, se discutiu propostas ou se buscou soluções. Foi sempre em torno de nomes, de grupos, de cargos. Se na eleição foi tudo errado, só nos resta esperar que na gestão dê tudo certo.
Chega ao fim então o breve ano de 2008, o Ano dos Extremos. Em seu convite para eu escrever aqui, Rui me pedia para avaliar 2008 e projetar 2009. Isso, meu amigo, não farei. Não farei primeiro porque me sinto totalmente incapaz de fazê-lo e também porque já tomei muito espaço de seu brilhante blogue.
Sobre o futuro, apenas direi que, se 2008 foi o Ano dos Extremos¸ espero e torcerei muito para que 2009 seja o Ano da Reconquista.
Rio de Janeiro, dezembro de 2008
* Prevê-se a publicação de outros balanços e visões acerca de 2008.
Escrito para o Mundo Botafogo
(botafoguismo.blogspot.com; drp.drp1@gmail.com)
O historiador anglo-egípcio Eric Hobsbawm afirma que o breve século XX durou somente entre 1914 e 1991, sendo uma época extremada, de profundas mudanças e incertezas. Ainda segundo Hobsbawm, tudo que aconteceu antes de 1914 deve ser encarado sob a ótica do século XIX, ainda que pela cronologia oficial já fosse século XX.
Espero que Hobsbawm não se incomode, porque irei me apropriar desse conceito dele ao analisar para o Mundo Botafogo, a pedido do meu amigo Rui Moura, o breve ano de 2008, que começou apenas em 24 de fevereiro, dia da final da Taça Guanabara e durou até 05 de novembro, data da eliminação da Sul-Americana, em casa, diante do Estudiantes-ARG. Assim como o breve século XX, o breve ano de 2008 do Botafogo foi repleto de crises, quebra de paradigmas, um Ano dos Extremos, que levou os torcedores da euforia à decepção, de novo à euforia e de volta à decepção.
Hobsbawm divide seu século XX em três épocas distintas, e é o que farei aqui ao analisar o ano do Botafogo. Assim, me apropriarei mais uma vez de Hobsbawm e considerarei a primeira época como a “da catástrofe”, época essa que vai desde a derrota da Taça Guanabara até a eliminação da Copa do Brasil contra o Corinthians. A segunda época será aqui chamada de “época de euforia”, e contemplará a fase invicta, a chegada ao G4 e o momento que nos encheu a todos de esperança e expectativa. E a última época, a do “desmoronamento”, quando as esperanças da torcida caíram por terra, abrindo caminho para todas as questões e incertezas que assombram o botafoguense hoje.
E se considero que o ano de 2008 tenha começado apenas após a derrota da Taça Guanabara, isso significa que o que veio antes dela deva ser analisado ainda sob a ótica de 2007. É imperativo, portanto, uma breve reflexão sobre esse ano. O Botafogo começou 2007 com algumas expectativas elevadas. Defendia o campeonato estadual, tinha mantido alguns de seus principais jogadores, trazido reforços promissores, mantido o técnico e a filosofia de trabalho. Talvez, pela primeira vez desde o rebaixamento em 2002, o Botafogo entrava um ano bem avaliado por sua torcida e pela opinião em geral. E a regra em 2007 foi o Botafogo jogar muito bem em momentos intermediários das competições que disputou e cair no final, jogar muito bem momentos de partidas decisivas mas se perder, fosse pelo nervosismo, fosse por más atuações de árbitros ou goleiros, e acabar derrotado. Derrotas trágicas e traumáticas contra o Flamengo no Estadual, Figueirense na Copa do Brasil e River Plate na Sul-Americana abriram enormes feridas na torcida, no time e nos dirigentes. Tentaram estigmatizar (com colaboração da bazófia de alguns dirigentes, diga-se) o Botafogo como o time do “quase”, que chega e não ganha, que entrega tudo ao final.
Preocupado em mudar esse quadro, o Botafogo procurou reforços nos países vizinhos, jogadores que, por não estarem acompanhando o noticiário esportivo brasileiro, não se deixariam influenciar pelo estigma que tentavam impor ao Glorioso. Uma base importante de jogadores de 2007 se manteve, assim como o treinador e sua filosofia. E as coisas pareciam caminhar bem, até que chegou o dia 24 de fevereiro, a decisão da Taça Guanabara contra o Flamengo, o jogo onde ficou patente e evidente que muitos jogadores e especialmente o treinador Cuca e os dirigentes haviam assimilado o estigma e passaram a acreditar nele.
O Botafogo perdeu a partida, novamente em circunstâncias dramáticas, novamente com uma arbitragem suspeita. E assim que soou o apito final, acabou o ano de 2007. O breve ano de 2008 começava no vestiário do Maracanã, da pior maneira possível.
Época das catástrofes
O choro dos jogadores após a partida era legítimo. Eles se dedicaram muito, jogaram uma grande partida contra um adversário duríssimo e contra um juiz tendencioso. Foram derrotados no último minuto, num lance isolado. O choro dos torcedores era legítimo. Eles viram seus jogadores honrando as cores, numa partida emocionante vencida pelo adversário por detalhe e por causa de uma maldita bola na trave aos 48 minutos do segundo tempo... Por isso, a época das catástrofes não se iniciou com o choro dos jogadores ou dos torcedores. A primeira das catástrofes, e talvez a que tenha tido mais repercussões no restante do ano, foi a atitude descabida da diretoria, que era quem mais deveria ter a cabeça no lugar, e em especial a do presidente Bebeto de Freitas.
Sua renúncia inaugurou a época das catástrofes e o ano de 2008. Todas, absolutamente todas as conseqüências e acontecimentos ligados à essa renúncia foram nocivas ao Botafogo. Primeiro, porque ao renunciar ao cargo de presidente do clube após uma final de turno, Bebeto supervalorizou a derrota e, logicamente, a vitória do Flamengo. O jogo passou a ter importância muito maior que tinha de fato, deixou de ser uma semifinal de campeonato estadual e passou a ser uma partida que causou a renúncia de um presidente. Para os anti-botafoguenses, foi um prato cheio. Ao estigma do quase, somou-se o estigma do “chorão”.
Mas a catástrofe da renúncia não parou por aí. Porque o presidente voltou atrás. E se renunciar foi um enorme erro, voltar atrás foi um erro maior ainda. Porque se ele mantivesse a renúncia, por mais equivocada que ela tivesse sido, a imagem que ficaria era a de um cara firme, resoluto, que mantém suas decisões por mais drásticas que fossem. Ao voltar atrás e reassumir o clube, Bebeto nada mais fez que mostrar que a renúncia não foi mais que um ato de birra. Um drástico protesto contra a má qualidade das arbitragens perdeu toda sua força ao virar um simples ataque de piti. O retorno após a renúncia foi tão desmoralizante quanto presos políticos serem flagrados, em meio a uma greve de fome, fazendo um churrasco. E sua volta ainda acarretou num outro erro, ainda mais grave por causa de sua extensão de tempo, é que Bebeto voltou mas ao mesmo tempo não voltou. A impressão que deu foi que ele era apenas presidente legalmente, mas não de fato, deixando o clube à mercê dos “colaboradores” que tanto mal fizeram ao Botafogo, dada a sua total inaptidão para o comando do clube.
O marco zero e a primeira catástrofe do breve ano de 2008 foram, portanto, a renúncia ainda no vestiário do Maracanã e a posterior “des-renúncia” do presidente Bebeto de Freitas. A segunda catástrofe ocorreu logo depois dessa partida, no treinador e na equipe: eles assimilaram e passaram a acreditar que eram de fato “perdedores” e que jogavam de fato num time “do quase”. Isso ficou patente na final contra o Flamengo, especialmente o segundo tempo do jogo decisivo, quando, diante da possibilidade de serem campeões, nossos jogadores parecem ter se apavorado, se apequenado e entregaram o troféu de mão beijada ao Obina.... isso ficou patente na semifinal da Copa do Brasil contra o Corinthians, quando na véspera do jogo decisivo o treinador Cuca, ao invés de motivar seus jogadores, contava melancolicamente suas derrotas passadas como técnico. Isso ficou patente no nervosismo que beirava o desespero dos jogadores durante a partida, diante de um Morumbi lotado. Isso ficou patente na expressão do rosto e no pênalti cobrado por Zé Carlos. Como um time onde os jogadores e o técnico se consideravam perdedores, azarados, fracassados, quase, chorões, poderia ganhar alguma coisa?
Assim, o Botafogo perdia campeonatos e a cabeça. As derrotas ganhavam dimensões gigantescas, o time era cada vez menos respeitado, seja pela imprensa, por rivais ou até mesmo pela Polícia Militar de Pernambuco.
A saída de Cuca do comando nos levou à terceira catástrofe da primeira época de 2008: Geninho. A contratação de um treinador ultrapassado e fraco custou caro ao Botafogo, financeiramente e moralmente. Ele não poderia, porque não é capaz disso, dar um jeito no arremedo de time, psicológica e tecnicamente falando, que encontrou ao assumir. O Botafogo conseguiu regredir com Geninho no comando, em todos os aspectos. E essa catástrofe só não teve mais conseqüências porque não durou muito. Após uma vergonhosa derrota para o Vitória, ele foi demitido. Terminava a época das catástrofes no breve ano de 2008 botafoguense. Parecia que surgia uma esperança, que acabaria culminando na...
Época da euforia
Nei Franco foi chamado para assumir o comando do time. Estreou de fato com uma boa vitória sobre o fraquíssimo Ipatinga, depois uma derrota absolutamente injusta para o São Paulo, pois o Botafogo jogou muito melhor. Seguiu-se a isso uma incrível seqüência invicta, onde o Botafogo, mesmo sem jogar muito bem por algumas vezes, venceu seus jogos. Foi quando uma onda de euforia tomou conta da torcida: o Botafogo subia na tabela, a torcida apoiava nos jogos em casa e passou a sonhar com vôos altos e coisas maiores. A euforia chegou ao auge com uma série de três vitórias seguidas, todas por 1x0, contra Palmeiras, Sport e Cruzeiro, série essa que lançou o Botafogo à terceira colocação no campeonato Brasileiro.
Sonharmos era permitido novamente. Camisas alvinegras orgulhosas eram vistas nas ruas e nada parecia ser capaz de nos parar. Mas a época da euforia foi bastante curta e começou a dar sinais de desgaste apenas 10 rodadas após o jogo contra o Ipatinga na estréia de Nei Franco. Os empates contra o Vasco e o Náutico, ambos no fim da partida e após falhas na defesa acenderam o alerta. Mas a belíssima vitória contra o Coritiba, fora de casa, trouxe de volta a euforia, a esperança e os sonhos.
Mas já no jogo seguinte, essa época de euforia deu provas de sua falência. As derrotas seguidas para o Internacional, em casa e especialmente Portuguesa, fora, deram certeza que a segunda época do breve ano de 2008 estava acabada. Saíram de cena os rostos felizes, os planos, as brincadeiras com os rivais e entravam a tensão, o nervosismo e posteriormente a raiva e a impotência.
Época do desmoronamento
Por que o Botafogo da euforia só durou 10 rodadas? Como Nei Franco, que após essas 10 primeiras rodadas foi considerando em excelente treinador, caiu tanto no conceito dos torcedores? A primeira explicação, simplista, porém bastante satisfatória, é que o Botafogo das 10 rodadas de euforia teve contra si uma tabela, digamos, amistosa. Foram poucos adversários de peso e muitos jogos em casa. Quando a qualidade dos adversários deixou de ser Atlético PR e passou a ser Internacional, nos complicamos.
Mas a época do desmoronamento coincide também com o aumento de poder dos “colaboradores”, essa figura absolutamente estranha e alheia à organização séria que um clube de futebol como o Botafogo deveria ter. Quem os indicava? Como? Com base em quê? A quem eles respondiam? Com quem eles se retratavam? Com Bebeto de Freitas presente em corpo, mas ausente em espírito, quem passou a responder pelo clube foram figuras como Rotenberg, inapto, falastrão, sem traquejo para lidar com o complicado dia a dia do futebol.
Nessa época vieram à tona de forma mais grosseira e mesmo escandalosa as “parcerias” do Botafogo. Nessa época veio à tona a crise financeira e a falta de salários no clube, com suas conseqüências nos resultados em campo. Nessa época vieram à tona todas as muitas limitações de Nei Franco como treinador.
Foi uma época onde, em campo, o Botafogo desmoronou no campeonato Brasileiro e na Sul-Americana, diante de um Estudiantes minimamente organizado e com apenas um bom jogador, Verón. Um único bom jogador que o Botafogo respeitou tanto que o deixou fazer o que quis nos dois jogos.
A eliminação reabriu as feridas dos estigmas de “quase”, “fracassados e perdedores”. E agravou o problema financeiro do clube. Jogadores começaram a sair, abandonando o barco. O breve ano de 2008 estava acabado, na noite de 5 de novembro, 5 rodadas antes do fim do campeonato Brasileiro.
Mas fora do campo, ainda havia coisas importantes acontecendo, simplesmente a eleição para a diretoria no próximo triênio. O que pode ser considerado como o fechamento de cortina da época do desmoronamento. Se há muitas coisas que só acontecem ao Botafogo, uma delas é, numa eleição em chapa única, a oposição quase impedir o pleito. Oposição essa que até a antevéspera da eleição compunha a chapa única….
Que falar desse processo eleitoral? Ele foi conduzido de maneira errada desde o princípio. Nunca, ou ao menos nunca publicamente, se discutiu propostas ou se buscou soluções. Foi sempre em torno de nomes, de grupos, de cargos. Se na eleição foi tudo errado, só nos resta esperar que na gestão dê tudo certo.
Chega ao fim então o breve ano de 2008, o Ano dos Extremos. Em seu convite para eu escrever aqui, Rui me pedia para avaliar 2008 e projetar 2009. Isso, meu amigo, não farei. Não farei primeiro porque me sinto totalmente incapaz de fazê-lo e também porque já tomei muito espaço de seu brilhante blogue.
Sobre o futuro, apenas direi que, se 2008 foi o Ano dos Extremos¸ espero e torcerei muito para que 2009 seja o Ano da Reconquista.
Rio de Janeiro, dezembro de 2008
* Prevê-se a publicação de outros balanços e visões acerca de 2008.
12 comentários:
Comentário nota 1000(mil mesmo).
Saudações Botafoguenses
Geninho
Bom, agradeço novamente ao Rui, tanto pelo convite quanto pelo espaço cedido.
Lembro aqui que são comentários e impressões pessoais, sem qualquer intenção de serem "corretos" ou "definitivos". Logo, tudo o que está escrito está sujeito e aberto à discordância, crítica e ao debate.
Um abraço e, Geninho, obrigado pelo elogio!
Danilo
Realmente não é tão difícil comparar a 1ª guerra mundial com aquela batalha que foi a final da Taça Guanabara. Menos ainda a guerra fria, aquela guerra que marca o fim de uma era, com a partida entre Botafogo x Estudiantes na Argentina!
Excelente texto!
Parabéns!
Saudações Avinegras!
Matéria do lancenet com dois meninos da base: Romário e Diego Maradona.
http://www.lancenet.com.br/clubes/BOTAFOGO/noticias/08-12-12/449375.stm?botafogo-tem-romario-e-maradona-na-base
Seria interessante que deixassem de chamar o menino de Diego Maradona. Chamem só de Diego ou usem Diego mais um sobrenome.
O que se chama Romário tem menos problema proque pelo menos não é atacante.
Mas esse negócio de Maradona prejudica. Quando subir, só vão falar disso.
Abraços
Rui, pode me dizer quais eram os destaques do time de 1942? Heleno de Freitas? É que existe um laçamento da camisa retrô de 42 e queria saber se faz algum sentido - histórico - comprar!
http://www.fanaticosnet.com.br/interface/registra/email86.html
Vinícius, a equipa de 1942 era geralmente constituída pelo seguintes atletas (escalação no jogo BFR 2x1 Fluminense, com gols de Heleno e Gonzalez: Ary, Caieira e Borges; Alberto, Santamaria e Zarcy; Patesko, Geninho, Heleno, Gonzalez e Pirica).
Creio que era uma equipa semelhante às desses anos próximos. Os destaques eram o Patesko e o Heleno. Creio que a camisa de 42 comemora sobretudo é o ano da fusão.
Saudações Gloriosas!
Fernando, saiu um destaque no jornal, em título, dizendo: "Bota de Romário e Maradona..." Sensacionalismo, claro...
Abraços gloriosos!
Vinicius, sinceramente, camisa comemorativa de 1942 seria mais correta se fosse do basquete, pois o falecimento do jogador Albano concretizou a fusão do gramado com a água.
Mas em termos de futebol, a importância de 1942 é a de que foi o surgimento do atual escudo da Estrela Solitária, oriunda do CRB, em vez das letras entrelaçadas.
Detalhe: número nas costas só em 1948. portanto, apenas listras e o escudo em camisas pré-1948.
Abraços.
Fernando, é uma boa proposta, mas a verdade é que o BFR nunca realçou muito a existência do CRB. No estatuto a fundação do CRB consta como de comemoração obrigatório e torna-nos o clube carioca mais antigo, tal como nos deu a Estrela Solitária e um título ainda no século XIX que assummimos como nosso, mas mesmo assim o CRB nunca foi muito destacado pelos botafoguenses. Talvez porque inicialmente tivera muitos sócios que também eram adeptos do futebol do Fluminense... Mas eu realço, sempre que posso, o CRB, porque é o clube da Estrela Solitária.
Saudações gloriosas.
Excelente texto de Danilo Rosa Paiva. E exatamente por isso me permitirei comentar alguns pontos, a fim de enriquecer o debate. Vou me restringir apenas à parte do Cuca e à “Era das Catástrofes”.
“E a regra em 2007 foi o Botafogo jogar muito bem ... e acabar derrotado“
De fato, em 2007 ficamos com esse estigma do quase que você bem lembrou e muito por nossa própria culpa. Contra o flamengo, concordo que a arbitragem foi decisiva. Contra o Figueirense não, mesmo porque já poderíamos ter caído fora antes se não fosse o Simon. Os lances de Ana Paula só ganharam repercussão porque era ela, bandeirinha-modelo. Quando alguém erra, dizemos “o bandeira errou”. No caso dela, dizemos “a Ana Paula errou”.
Nesse período, o Botafogo fez 8 jogos decisivos seguidos, lembrando que o Botafogo tinha praticamente só os 11 titulares mais o André Lima. O escândalo em torno de Ana Paula beirou o ridículo e escondeu duas fragilidades do time que nos cobrariam novo preço mais à frente: falta de um treinador de goleiros (ou de goleiros mesmo) e elenco muito enxuto.
Um dado que poucos lembram e vou passar aqui. A escalação titular do Botafogo era Julio Cesar, Alex, Juninho e Luciano Almeida; Túlio e Leandro Guerreiro; Joílson e Lúcio Flávio; Zé Roberto, Dodô e Jorge Henrique, num 3-4-3 que se fosse há 60 anos os antigos chamariam WM. Esse time entrou em campo pela última vez contra o Vasco, no 4 a 0 do Brasileiro, jogo do doping. Voltou a jogar parecido contra o Corínthians, pela Copa Sulamericana, em São Paulo, mas com Max no gol.
A primeira “decisão” que perdemos pós-Figueirense foi contra o São Paulo, no Maracanã. Tecnicamente, naquele momento já vínhamos mal e o São Paulo crescendo. E Cuca equivocou-se duas vezes: uma ao afastar Zé Roberto (mais ridículo do que isso, só a volta dele depois, caindo naquilo que você comentou sobre a renúncia de Bebeto) e outra ao escalar André Lima. A escalação de André Lima ao lado de Dodô foi um desastre tático e deixou o ataque estático, presa fácil para a forte defesa de Muricy.
Contra o River, de novo pagamos o preço de goleiro ruim e banco ruim. O frango de Max trouxe os argentinos de volta. E não vejo aquilo como tragédia. Perdemos. Sim, e daí? Futebol tem derrotas e vitórias, e é difícil vencer ao olhar pro banco e ver Adriano Felício como opção de meio.
A imprensa argentina não viu aquilo como vergonha, mas sim como um grande jogo, elogiando o comportamento ofensivo do Botafogo. E aí entra o aspecto do péssimo gerenciamento de derrotas e vitórias, tudo sempre supervalorizado, como você comentou. Nesse ponto, Ney franco é a antítese de Cuca, Montenegro e Cia.
”Uma base importante de jogadores de 2007 se manteve, assim como o treinador e sua filosofia”
Após idas e vindas mantivemos Cuca, que refez o elenco mas manteve o meio de campo, que dava a cara do time. E me incomodou a saída de Cuca após o jogo do Corínthians. Se ele sentia-se desgastado, para que renovou? Por que não saiu ao fim de 2007? Ou vai até o fim, ou não renova. Errado é montar um elenco ao seu gosto, conforme suas preferências técnicas e táticas e largar o barco no meio do ano. Já sabia como funcionavam dirigentes, clube e torcida, que eram os mesmos quando decidiu renovar. Achei um erro dele fazer isso.
”A primeira das catástrofes, e talvez a que tenha tido mais repercussões no restante do ano, foi a atitude descabida da diretoria, que era quem mais deveria ter a cabeça no lugar, e em especial a do presidente Bebeto de Freitas.
E se renunciar foi um enorme erro, voltar atrás foi um erro maior ainda.
A impressão que deu foi que ele era apenas presidente legalmente, mas não de fato, deixando o clube à mercê dos “colaboradores” que tanto mal fizeram ao Botafogo, dada a sua total inaptidão para o comando do clube."
Concordo plenamente. Não precisava ter “desrenunciado”, já que a renúncia em termos práticos foi mantida, se é que não ocorreu ainda antes da Taça GB. Aliás, sou radicalmente contra jogadores e técnico darem entrevistas na saída de campo (seja 1º ou 2º tempo) e contra qualquer medida no mesmo dia de um jogo, seja de contratação ou demissão de técnico ou qualquer outra medida administrativa.
Um exemplo de atitude tomada em dia de jogo. Quando Cuca saiu após o jogo do River, veio Mario Sergio. Explicação de Montenegro: “foi o primeiro nome que me veio à cabeça, liguei, ele aceitou e está aí”. Não existe isso.
Precisamos parar com certas bravatas. Uma vez, não me lembro a razão, Bebeto passou a semana dizendo que o Botafogo não entraria em campo num clássico. Bravata. Óbvio que tem de entrar em campo. Final da Taça GB, bravata. Montenegro dizendo que fla e flu vão jogar no Aterro, bravata. E assim por diante.
”A segunda catástrofe ocorreu logo depois dessa partida, no treinador e na equipe: eles assimilaram e passaram a acreditar que eram de fato “perdedores” e que jogavam de fato num time “do quase”.”
Neste ponto, Danilo, discordo um pouco de você. Concordo que esse papo de “quase” estava afetando negativamente, pois só perguntavam isso aos jogadores e ficavam naquela agonia de “Cuca nunca conseguiu um título”. Mas não creio ter sido determinante.
Mais uma vez, na minha opinião, o problema foi bola.
Na final contra o fla em 2007 e na semi contra o Figueira, estávamos voando e as derrotas foram um baque duro, por tão surpreendentes. Porém, contra o São Paulo em 2007, eles já vinham melhores e contra o River poderia dar qualquer coisa, ainda mais pra quem joga sem goleiro.
Na Taça GB deste ano, estávamos melhores do que o fla, mas pouca coisa, o que o equilíbrio do jogo comprova. Já na final contra o fla nesse ano e depois contra o Corínthians, já vínhamos em franca queda técnica. Passamos jogando mal contra Portuguesa e Atlético-MG, jogamos mal contra o Corínthians e aqui e mais uma vez nos faltou banco. No jogo em SP, Cuca olhava pro banco, precisava mexer, e tinha Felício e Alexsandro, e com Fabio começando o jogo. É duro.
Contra o fla, eles vinham num momento melhor do que o nosso e ainda chegamos mutilados, nos arrastando. Jorge Henrique começou o ano voando, mas após aquela lesão muscular caiu muito e passou a oscilar. Não dá pra segurar muito tempo com um elenco restrito aos 11 titulares que ficam com a obrigação de jogar todos os jogos no limite.
Acho também que a comissão técnica sempre gerenciou mal a questão do “auge físico e técnico”, que hoje em dia as comissões planejam para os momentos decisivos. Basta ver Bernardinho falando. Geralmente a seleção de vôlei começa mal e acaba bem, enquanto times que jogam no limite desde cedo começam bem e acabam mal. Mas aí já especulação, pois não sou especialista.
Para mim, essas derrotas em decisão nesse ano têm uma explicação simples: ataque ineficaz. Há anos o Botafogo tem um bom meio de campo, graças a cabeças-de-área que têm técnica, sabem sair jogando e têm bom passe. Assim, temos volume de jogo, conseguimos rodar a bola, manter posse de bola e criar oportunidades. Porém, apesar de criar muitas chances, o aproveitamento é baixíssimo.
E aí nada a ver com “amarelar” ou aspecto psicológico. É bola mesmo. Ou desde quando Wellington e Jorge Henrique já disputaram artilharia de alguma coisa? Wellington só fez festa no início por jogar 12 jogos no Engenhão contra times horrorosos do Carioca 2008, que aliás lembrou os “Caixões” da era Caixa D’Água.
Desculpe me alongar, mas o assunto é amplo. E o Botafogo parece complicar coisas simples. Para rsolver problemas, primeiro é preciso identificá-los e aceitá-los. E isso não fizemos nos últimos anos, daí se repetirem ano após ano.
Abraços.
Danilo,
excelente texto!!
Marcio Mazzini/Manaus
Lendo "O Breve 2008: o ano dos extremos", cheguei à conclusão que o nosso Fogão sofre de uma doença cerebral chamada "Transtorno Bipolar" (a antiga psicose maníaco-depressiva). Tem a fase da euforia e da depressão (desmoronamento)...
Precisamos fazer algo! Sessões semanais com um bom psiquiatra e a ingestão de estabilizadores de humor fazem-se essenciais (sem contar um bom artilheiro).
Saudações alvinegras,
Esy
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