quinta-feira, 2 de maio de 2013

Botafogo 0x0 CRB


Devo dizer que apoiei a utilização da equipa reserva contra o CRB, porque o adversário é um time fraco e desde que se assegurasse pelo menos um empate, a decisão ficaria teoricamente a nosso favor no Rio com a equipa titular, e já depois da decisão da Taça Rio. E assim Oswaldo Oliveira não poderá, se fracassar no domingo, argumentar que não teve tempo para treinar nem para descansar o time.

Não obstante, penso que a equipa fez um jogo bastante mau, sem organização e pouco espírito de equipa. Poder-se-ia supor que Oswaldo Oliveira conseguisse manter minimamente o padrão de jogo que tem tido, já que os reservas treinam com os titulares. Porém, isso não aconteceu. Nem sequer me interrogo porquê, já que sei a resposta antecipadamente: Seedorf não estava em campo para orientar a equipa durante o jogo. Francamente, nunca vi um técnico que não falasse várias vezes durante o jogo ou que não tirasse notas ou que não usasse uma ‘prancheta’ (os treinadores europeus fazem-no e simulam várias táticas conforme o decorrer do jogo). Nenhum desses recursos é usado por Oswaldo Oliveira, e a equipa titular melhorou muito à medida que Seedorf foi ganhando estatuto e influindo cerebralmente no jogo.

Mas vamos a algumas observações mais concretas sobre a partida.

Do onze inicial e dos substitutos encontrei apenas três jogadores dignos do jogo: Jefferson, André Bahia e Vitinho. Jefferson não precisa de apresentação: é o melhor goleiro do Brasil, quiçá um dos melhores do mundo. André Bahia nunca desiludiu na equipa principal e penso que continuará a ser uma boa opção para titular em caso de necessidade. Vitinho é esforçado, faz muitas habilidades, mas peca pelo individualismo que persiste em conservar.

Antônio Carlos, Renato, Andrezinho e Bruno Mendes mostraram à evidência que não têm capacidade ou categoria para serem titulares. A. Carlos é o homem do chutão e nada mais, Renato e Andrezinho não armam coisa nenhuma para o ataque, sendo que Renato já não tem capacidade para jogar como outrora e Andrezinho nunca jogou coisa nenhuma na sua lentidão e displicência. De Bruno Mendes dizem que está em má fase, mas começo a convencer-me que a exceção foram os gols do ano passado e não a suposta 'má fase' deste ano.

Os demais atletas erraram muito, incluindo Lucas Zen, e os que entraram, uma vez mais tardiamente, não acrescentaram nada de novo.

Apesar do jogo incaracterístico de parte a parte, qualquer das equipas poderia ter ganho. Creio que o empate é justo pelo desempenho das duas equipas e contemplou o objetivo mínimo aceitável para este jogo. O CRB é ‘organizadinho’, marcou sempre em cima, mas não é time para enfrentar sequer os reservas do Botafogo (que apesar de tudo são tecnicamente superiores) se o nosso time fosse bem orientado pelo técnico.

Com os titulares frescos para o próximo domingo, espero que Seedorf possa conduzir novamente a equipa em campo dando-lhe o padrão que sem as suas orientações não existe. E que possa conquistar a Taça Rio e o Campeonato Carioca.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 0x0 CRB
» Gols: -
» Competição: Copa do Brasil
» Data: 02.05.2013
» Local: Estádio Rei Pelé, Maceió (AL)
» Árbitro: Cláudio Francisco Lima e Silva (SE): Assistentes: Cleriston Clay Barreto (SE) e Clóvis Amaral da Silva (PE)
» Disciplina: cartão amarelo – Edilson e Gegê (Botafogo) e Walter Minhoca, Johnnattan, João Victor e Everton Luiz (CRB)
» Botafogo: Jefferson; Edilson, Antônio Carlos, Andre Bahia e Lima; Lucas Zen, Renato (Jadson 78'), Gegê, Andrezinho (Henrique 79') e Vitinho; Bruno Mendes (Sassá 66'). Técnico: Oswaldo de Oliveira.
» CRB: Galatto; Paulo Sérgio, Marcus Vinícius, Gladstone e João Victor; Everton Luiz, Johnnattan, Jairo (Marco Antonio 78') e Walter Minhoca (Thiago Potiguar 73'); Carlão e Schwenck (Djavan 64'). Técnico: Ademir Fonseca.

13 comentários:

Aurelio Bulhões Pedreira de Moraes-Jornalista disse...

Vitinho merecia o gol, no lance em que fez fila na defesa do timeco alagoano. Ele e Jefferson foram os melhores em campo. Sassá fez mais do que Bruno Mendes em todo o jogo.
No final, acho que valeu poupar o time titular, até porque Vitinho quase se machucou naquele gramado anormal fofo demais.
De resto, podem mandar Andrezinho e Renato embora.
E ouvi na transmissão da ESPN que o Grêmio quer levar o Andrezinho. Leve o Renato de brinde.
abraços e domingo seremos campeões.

Ruy Moura disse...

É verdade, Aurelio, em dois momentos Sassá fez mais do que o B. Mendes no jogo todo. E eu também daria o Renato de brinde, embora dos quatro que citei como piores o Renato ainda é o único que poderá entrar na equipa titular para acalmar jogos em que precisemos de'esfriar' o adversário e guardar o resultado. Mas o Grêmio poderia levar os dois, cujas idades já não são 'famosas' para o futebol e dar-nos um mais jovem que valha pelos dois...

Abraços Gloriosos!

Anónimo disse...

Caro Ruy,

li agora, após o jogo contra o CRB, sua resposta sobre o meu comentário na postagem "Plunct, Plact, Zuum". Antes de mais nada, gostaria de deixar bem claro que sou um fã do blog. Todavia, tem certos pontos que divergem da minha opinião. E um deles é sobre o atual técnico Oswaldo de Oliveira.

Concordo que o Oswaldo cometeu os seus erros durante esse período à frente da equipe. Mas há constatações suas em que dificilmente irei concordar.

Poderia citar várias argumentações suas contra o técnico que não tem fundamento, na minha opinião. Exemplo? Citarei apenas um. Qual técnico de ponta da Europa utiliza prancheta à beira do gramado? Pelas transmissões aqui no país, não me recordo de um. Corrija-me, por favor.

Agora, sobre o seu comentário na referida postagem citada anteriormente, quando o técnico confrontou a torcida, eu faria o mesmo tranquilamente. Há muito tempo que o Botafogo vem perdendo para ele mesmo. E a torcida tem uma parcela de culpa, sim. Parcela enorme! E temos que saber reconhecer isso.

Um exemplo? Reta final do Brasileiro-2011. Botafogo e Figueirense em um sábado a noite. Faltando poucas rodadas para terminar o campeonato, se o Botafogo vencesse o jogo por qualquer resultado, dormiria na liderança. Com cinco minutos de jogo, um a zero Figueirense. Com dez, a torcida começa a vaiar e a pedir Herrera. O argentino estava no banco e, na partida anterior, um a zero contra o Cruzeiro no Engenhão, o camisa 17 perdeu uma quantidade absurda de gols e foi sacado no intervalo. Detalhe: o técnico era o Caio Júnior, não o Oswaldo.

Isso não é um comportamento digno de torcida nenhuma. Nunca irei concordar com tal atitude e a repudio.

O clube está no caminho certo. Isso, para mim, é notório. Claro, os resultados ajudam. E muito. Um exemplo de que o clube está no caminho é ler a revista Placar desse mês. Fala sobre o Botafogo com o Seedorf na capa. E com um sub-título interessante: "Como o Botafogo esqueceu o chororô e se tornou um time a ser batido, liderado por Seedorf e pelo ex-zen Oswaldo de Oliveira".

Sobre o nosso técnico, Oswaldo tem uma boa contribuição nesse bom ambiente, sim. Não é uma rainha da Inglaterra. Oswaldo, Seedorf, Jefferson, Bolívar, enfim.

Seremos campeões. Carioca e, se tudo der certo, da Copa do Brasil. Estamos trilhando o caminho certo.

Mas temos que mudar nosso comportamento. Não adianta esperar, torcer, por uma primeira queda do time e achar que a culpa é do Oswaldo, Assumpção ou quem quer que seja.

Para encerrar, peço desculpas se em algum momento se sentir ofendido. Não é essa a minha intenção.

Vida longa ao Mundo Botafogo!

Saudações botafoguenses.

Thiago Hildebrandt.

Ruy Moura disse...

Estimado Thiago, em nenhum momento duvidei da sua relação com o Mundo Botafogo. O minha resposta deveu-se sobretudo a ter afirmado que eu havia sido 'infeliz', e não que simplesmente discordava da minha opinião. Vamos continuar a discordar sobre O.O., mas nem por isso considero que as suas afirmações ou as minhas tenham sido infelizes. São opiniões, cada uma interpretando a realidade sob um ângulo de observação diferente.

Acerca das discordâncias. Veja que a sua única defesa em relação a Oswaldo é sobre ter uma boa contribuição para o ambiente de vestiário. Aí não há divergência, porque O.O., à falta de capacidade técnica, que em termos de orientação 'cerebral' sobra em Seedorf, escuda-se numa orientação 'emocional', isto é, tornou-se 'defensor' dos seus atletas e criou bom ambiente. Considero isso importante, mas é pouco. Muito pouco, porque o que todos nós apreciamos em Seedorf não é a 'emoção' que apreciávamos em Loco Abreu, mas a 'razão' que ele evidencia, e que O.O. nunca evidenciou ao não ter nenhum padrão de jogo antes de Seedorf, ao escalar mal, ao substituir mal e tardiamente, ao não estabelecer prioridades, e quando estabeleceu recuou na mesma semana certamente por ter sido chamado à atenção para a sua gafe, etc. É uma pessoa que como técnico é cerebralmente fraca e emocionalmente forte.

Sobre a 'prancheta', utilizei essa expressão porque não sei como se designa o pequeno tabuleiro que os treinadores usam, que não é propriamente uma prancheta, mas tem desenhado um campo de futebol e permite simulações. Quem usa? Nacionalisticamente falando vou citar três treinadores de ponta portugueses que fazem uma das três coisas que citei. O uso do 'tabuleiro' foi feito ainda ontem por Jorge Jesus, no jogo do Benfica contra os turcos antes do 3x1 de passagem à final da Taça UEFA (Jesus vai ser campeão português e vai à final da UEFA após ter montado o melhor time do Benfica dos últimos 20 anos); o uso de apontamentos precisos é sistemático em José Mourinho para que se possam corrigir todos os erros durante o intervalo e aquando da substituição de jogadores, servindo de memória sistemática para tais efeitos (e o CV de Mourinho é indiscutível); quanto ao comando verbal fora de campo, sempre que pode fazê-lo, dou-lhe o exemplo de Fernando Santos, treinador campeão português e grego, adorado na Grécia, que comanda efetivamente os seus jogadores fora de campo. poderei acrescentar Villas Boas, que tem 35 anos, campeão nacional pelo Porto, vencedor da Taça UEFA e treinador atualmente do Tottenham, que usa a verbalidade frequentemente e toma imensas notas.

Nunca vi Oswaldo fazer uma dessas coisas sequer. Cada vez que a câmera o foca, está de braços cruzados, supostamente observando (mas, como julgo que sabe, os braços cruzados tem um significa corporal específico). À boa moda de 'monge', observa, observa, e pouco atua. Em contrapartida, dá sempre tapinhas nas costas dos jogadores para animá-los. Mas isso também o Joel Santana faz. E eu e você também somos capazes de o fazer, mas certamente não teremos pendor para treinadores de futebol no que isso exige de estudo e conhecimento profundo do futebol em evolução permanente. Insisto na minha opinião: treinadores acima da média atualmente no Brasil, há dois: Tite e Cuca. Muricy, Luxemburgo e outros também se atrasaram na sua evolução como treinadores. Dorival Júnior nunca chegou a afirmar-se, embora fosse uma 'promessa'.[continua]

Ruy Moura disse...

Quanto à torcida poderá ter alguma razão, mas em minha opinião, apenas 'alguma razão'. Mas explica-se o comportamento pelo qual temos uma torcida assim: ela vem desde 1906. Nos jornais da época descobri, tal como já citei pelo menos duas vezes no blogue, que a torcida do Botafogo era a mais ruidosa de todas, a mais emocional e a torcida que inventou a vaia. Fomos nós que inventamos a vaia no Brasil devido à nossa emoção e à nossa génese de clube de futebol criado não pelos bigodudos do Fluminense mas por garotos de 15 anos. Isso perdurou sempre, é a nossa marca de rebeldia face ao status quo, é a nossa forma de mostrar quando gostamos ou não (alternando vaias com aplausos conforme se justifique), é a nossa capa e espada de Grande de Hespanha, como escreveu sobre nós o formidável Mário Filho. E é a razão de A. Frederico Schmidt ter proferido a frase mais racional que conheço sobre o Botafogo: "o Botafogo tem a vocação do erro". Na gestão e na torcida. Mas isso faz parte do nosso DNA, faz parte do Botafogo, e é a forma de mostrarmos que não estamos a gostar, porque quando gostamos batemos palmas. Eu nunca vaiaria o Botafogo, mas eu não sou um 'torcedor típico' e aceito a vaia como prática de arquibancada no futebol - não é nenhum papão de sete cabeças, pelo contrário, é uma espécie de termómetro da situação.

A nossa torcida estava farta de tanta asneira. Estava farta de André Silva e de Anderson Barros, estava farta de um departamento médico que não tinha os conhecimentos atuais necessários para o desporto, estava farta de uma psicóloga que nunca levantou um time, etc. E o clube ouviu e mudou essa gente devido às justas vaias, não à submissão da torcida. E fartou-se de O.O. a dado trecho. Então vaiou. Agora a equipa encontrou-se, aplaudem. A maior prova dessa sinceridade e honestidade é terem vaiado justamente e permanentemente R. Marques e agora aplaudem-no merecidamente pelo seu esforço e honestidade, e até utilizaram um trecho musical para o animar.

Portanto, a torcida tem duas armas que me parecem normais: a vaia e o aplauso. Eu próprio 'vaio' quando escrevo sobre tuido o que de errado penso que existe no Boatfogo, e 'apaludo as boas ações; não tendo voz individual, uma torcida só pode ezxprimir-se pela vaia e pelo aplauso. O maior clube do mundo, o Real Madrid, tem uma enorme torcida que vaia e aplaude. Quase estaria tentado a dizer que sem uma ou outra não haveria futebol. E foram as vaias que fizeram mudar muita coisa, porque quem não reclama ou, neste caso, não vaia, facilita que as pessoas mantenham os seus rumos incorretos. Eu vi a torcida apoiar Cuca, Dodô, Zé Roberto, Jefferson, muitos outros atletas - sem vaias. Elas surgiram quando durante os anos de 2009 a 2012 tivemos desempenhos sofríveis (exceto carioca de 2010 após a goleada do Vasco e a reação da torcida), por responsabilidade da péssima gestão que se fazia. Há culpados, sim, ou melhor responsáveis, quer quando as coisas correm bem quer quando correm mal. E têm que ser aplaudidos ou chamados à 'pedra' para justificar os seus atos ruins. A diretoria melhorou muito com as alterações que fez, e hoje ninguém a vaia. Nem ao time. Nem ao O.O., embora merecesse em certos momentos. Mas quando se ganha é norma não vaiar... Tem lógica. [continua]

Ruy Moura disse...

Certezas em toda a minha conversa há sobretudo uma, meu estimado Thiago: eu já teria despedido O.O. pelas atitudes irresponsáveis que teve com a torcida. Isso é imperdoável.

Certamente que o meu ângulo de observação continuará a divergir do seu em determinadas coisas, mas isso sempre acontece quando a racionalidade se exprime, orientada por 'instrumentos' de observação diferentes sobre a realidade. O real é sempre interpretado. Podemos, por isso, continuar divergindo e debatendo as divergências - sem que por isso sejamos 'infelizes' nos nossos argumentos. O contrário seria conversa da Ditadura, mas a nossa é de Democracia plena com respeito pelos limites da nossa liberdade para com o 'outro'.

PS: Desculpe-me por mais um texto 'maçador' devido à sua extensão.

Abraços Gloriosos!

Aurelio Bulhões Pedreira de Moraes-Jornalista disse...

O filho do Jairzinho anota todas as estatisticas do jogo e repassa ao Oswaldo, ontem mostrou isso no Sportv. Ele e a comissão técnica tomam conta e analisam os dados da partido, mas sem prancheta.
Abs

Lorismario disse...

Após o jogo com o CRB eu dispensaria o AC, Andrezinho,Lucas Zen,Renato. Emprestaria para o América ou Bangu (Estes dois times foram escolhidos pois são do Rio de Janeiro e mais fácil de acompanhar. Não foi por demerito. Apenas isto)os seguintes jogadores: Edilson ( o Gilberto é melhor do que ele),Bruno Mendes. Este Gegê tbém não joga nada. Só toca de lado. O Sassá precisa jogar mais. O Henrique iria de brinde para o Gremio por ter levado o Andrezinho. Loris

Anónimo disse...

Caro Ruy,

concordo quando afirma que Tite e Cuca são os melhores técnicos do país. Cuca só não está entre os top porque ainda falta um título de expressão a ele. Mas isso é questão de tempo. E, no top-3 da minha preferência, ainda coloco o Paulo Autuori.

Também coloco Luxemburgo, Felipão e Muricy, apesar de não gostar de nenhum desses três. Abel também é um bom técnico, gosto dele, mas é teimoso demais e conservador, também.

Dorival e Ney também podem chegar a um patamar acima, mas ainda não chegaram. E outros que gosto são Gilson Kleina e Marcelo Oliveira, mas ainda precisam de mais estrada. Esse último, gostaria de um dia estar no comando do clube, ainda mais por causa do passado dele no Glorioso.

Agora, sobre o Oswaldo. Não o vejo apenas como um treinador de vestiário. O padrão de jogo atual também tem o seu dedo. Críticas? Também acho que ele mexe pouco na estrutura do time, mexe mais nas peças que tem. Mas não é por causa disso que eu acho que falta capacidade técnica a ele.

Sobre os braços cruzados, é um comportamento que ele tem e que te incomoda (a mim um pouco, também, rs.), mas isso não tira o seu mérito, não o transforma em incapaz.

Sobre o seu histórico. Foi campeão brasileiro e mundial com o Corinthians e com seus méritos, pois não é fácil controlar um grupo campeão brasileiro e sucedendo um técnico que tinha ido à Seleção. Campeão brasileiro e da Mercosul com o Vasco. Semifinalista do Brasileiro em 2001 com o Flu e primeiro no geral do Brasileiro em 2002, perdendo para o que viria a ser o campeão daquele ano e a sensação, o Santos de Robinho e Diego.

De 2003 a 2005, fez trabalhos irrelevantes no país, sob o comando de São Paulo, Fla, Corinthians, Vitória e Santos. Foi para o mundo árabe e, em 2006, mais trabalhos irrelevantes no Cruzeiro e no Flu. Passou de 2007 a 2011 no Japão. Cinco anos. E retornou ao país para o comando do nosso clube.

Não acho que a diretoria tenha errado em mantê-lo na passagem de ano. O que falta a esse time é um trabalho em sequência. O problema não é treinador. Aliás, se o Oswaldo saísse, quem viria para o seu lugar? A única opção à época, na minha opinião, era o Autuori. E ninguém mais!

Então é isso. Mais uma discordância nossa. rs. Não acho o Oswaldo um técnico ruim, mas precisa de mais resultados positivos por aqui para se afirmar. E, por último, sugiro uma série de cinco vídeos do ótimo blog "Olho Tático" com o Oswaldo. O link é da última parte, mas ao final, há as quatro primeiras. Não sei se conhece, mas fica a dica.

http://www.espn.com.br/post/324216_papo-tatico-com-oswaldo-de-oliveira-parte-5-ate-onde-pode-ir-a-estrela-solitaria

E desculpa pelo termo "infeliz".

Um grande abraço.

Saudações botafoguenses.

Thiago Hildebrandt.

Ruy Moura disse...

Eu sei disso, Aurelio, e o filho do Jairzinho também vai 'espiar' jogos dos adversários, tal como deve ser feito (espiou o CRB, por exemplo). Mas eu não me referia ao que deve ser feito antes (espiar adversários) nem ao que vem depois do jogo (análise de dados e do jogo). Eu referia-me ao 'durante'. E a dita 'prancheta', ou 'tabela', ou lá como se chama, serve para simulações durante os jogos. Ontem, o treinador do Benfica, que eu reconheço ser um treinador de muito bom nível, quando o resultado na 2ª parte ainda eliminava o clube, fez várias simulações com a sua equipa técnica num instrumento dessa natureza. Não é uma 'prancheta', obviamente, é algo muito mais evoluído, mas como não sei o nome chamei 'prancheta', porque por essa designação todos reconhecem a sua característica e utilidade. Tal como são úteis diversos instrumentos explicativos de táticas aos jogadores durante os dias úteis de preparação dos jogos.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Assino em baixo, Loris. Só me interrogo se o Lucas Zen estará apenas fora de forma, porque já jogou melhor antes.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Thiago, sobre treinadores estou globalmente de acordo com o seu escalonamento. Concordo genericamente até ao Ney Franco. Porém, especificamente, tenho duas notas a acrescentar. Primeira: o Thiago colocou em 3º lugar uma pessoa que gosto muito como homem, mas como treinador tenho algumas dúvidas, porque ele tem andado muito por países onde se joga um simulacro de futebol, e quando dirigiu o Grêmio pela última vez realizou muito má campanha fora do Rio Grande do Sul. Não sei se terá evoluído. Se evoluiu aceito o 3º lugar. Segunda: eu creio que o Felipão já não estará nesse grupo. Não evoluiu, é muito conservador e dirige o time na base da motivação, e não da técnica e da tática.

Sobre o Oswaldo eu já argumentara anteriormente, e agora só sublinho o seguinte: em um ano não mostrou nada diferente do que fizeram Ney Franco ou Caio Júnior. Aliás, fez pior, porque não houve nenhum padrão de jogo entre janeiro e dezembro de 2012. É tempo demais para se engendrar um padrão. O padrão surgiu quando Seedeorf ganhou espaço e autoridade para discutir a estratégia e a tática, definindo-se aí o padrão de jogo, que é essencialmente europeu, cerebral e não tipicamente emocional como o futebol brasileiro. Mas, claro, já vi quem defenda a emoção pura e dura do futebol; só que dá títulos hoje em dia. Por isso lhe vejo poucos méritos nesse domínio essencial. Também concordo, como implicitamente disse, que por ora não há, no Brasil, treinador que possa fazer uma grande diferença e esteja disponível para o Botafogo. Portanto, e mais a mais com a fase que a equipa atravessa, seria contraproducente despedir o Oswaldo, que se dá bem com Seedorf. Porém, e este porém é fundamental, isso não o exime de receber críticas - e é isso que eu faço. Atualmente faço menos críticas precisamente porque a equipa evoluiu e não quero ser eu a lançar achas para a fogueira. No entanto, não concordo com a velha expressão de que equipa que é campeã não se mexe. Pelo contrário, é essencial mexer sempre porque é isso que mantém uma equipa muito tempo em cima. E para se mexer na equipa é fundamental a crítica, seja da arquibancada seja de dentro do Botafogo. Sem crítica não se vai a lado nenhum no médio e longo prazo, e por isso acho meio ridículo as expressões de solidariedade absoluta com o erro expressas nas redes sociais. O não mexer e não criticar é que faz o Barcelona estar como está (entre outros aspetos), com jogadores que já não valem o que valeram outrora no vigor das suas capacidades físicas.

Estarei sempre com o 'meu' Glorioso, e entre ele e eu não há tempo nem distância, mas sempre com voz ativa. Sem voz não sou um bom torcedor, certamente. Não sou um bom 'blogueiro' se aplaudir frenética e incessantemente o clube, ou se criticar igualmente de forma negativa frenética e incessantemente. Mas continuarei a criticar Oswaldo. Ainda ontem fez substituições tardias que nem permitiram aos jogadores mostrar alguma coisa. Individual, claro, porque coletivamente o BFR não existiu ontem. O CRB é que é muito ruim. [continua]

Ruy Moura disse...

Sobre o Oswaldo é o que já lhe disse: creio que os títulos no Brasil restringiram-se a momentos de alguma sorte entre 1999 e 2000. Desde aí não ganhou mais nada, teve mais desempenhos (como o Thiago referiu) e foi procurar trabalho no único sítio onde o queriam: num campeonato sem qualidade técnica e competitiva.

Concordo que a opção na passagem de ano era o Autuori, e foi esse nome que defendi aqui no blogue. Talvez não se recorde, mas apelei à contratação de Autuori, apesar de, como disse, ter dúvidas sobre a sua atualização. Mas pelo menos como homem é, em minha opinião, muito melhor do que O.O., e com Seedorf ao lado faria certamente muito melhor. Ele jamais teria a atitude insensata de enfrentar displicentemente a torcida do clube que treina. Jamais o faria, jamais. Ele é 'cerebral' e notavelmente ético. E confesso também que me irrita a conversa mole de O.O. em frente às câmeras. Há muitos anos que profissionalmente me treinei para não ter emoções excessivas e usar o cérebro, porque é isso que as pessoas esperam de mim profissionalmente: análise técnica, e não a emocional. Ademais, a 'razão' bem 'preparada' é a melhor arma de expressão de uma 'emoção' secundária, elaborada, não primária.

Continuaremos debatendo com essa diferença de avaliação da qualidade de O.O., que por ora penso que deve manter-se no nosso clube. Com críticas positivas e negativas adeqaudas, evidentemente.

Abraços Gloriosos!

John Textor, a figura-chave: variações em análise

Crédito: Jorge Rodrigues. [Nota preliminar: o Mundo Botafogo publica hoje a reflexão prometida aos leitores após a participação do nosso Clu...