quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Camisa Gloriosa nos países bálticos: a mitologia báltica (I)

Representação cultural no Centro Histórico de Riga, capital da Letónia. Arquivo Pessoal, agosto/2023.

compilação e montagem de textos de  RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Há mais de três décadas que viajo habitualmente de férias para países diferentes e desde há vários anos que publico no Mundo Botafogo as minhas viagens passeando a Camisa Gloriosa pelos quatro cantos do mundo, contando histórias locais e mostrando fotografias das viagens envergando as cores alvinegras.

Por efeito da pandemia esse processo internacional foi interrompido e em 2020, 2021 e 2022 não realizei férias no estrangeiro nem tornei a viajar em trabalho para países com os quais mantenho relações acadêmicas e profissionais, efetuando trabalho à distância – pesquisas por meios de entrevistas zoom ou teams e questionário google forms – com o apoio de profissionais locais desses países, integrados nas equipes de pesquisa.

Retomei este ano plenamente as atividades pré-pandemia, mostrando novamente a nossa Camisa Gloriosa ao mundo, e eis-me viajando de férias pelos países bálticos – Lituânia, Letónia e Estónia, vizinhos fronteiriços dos Estados ditatoriais da Bielorrúsia/Belarus e da Rússia, com potenciais e reais comportamentos bélicos que levaram os Países Bálticos a integrar a União Europeia (UE) e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para se defenderem de possíveis invasões.

Os povos bálticos ou baltos, definidos como falantes de uma das línguas bálticas, um ramo da família de línguas indo-europeias, são os descendentes de um grupo de tribos indo-europeias que colonizou a região entre o baixo Vístula, o alto Duina Ocidental e o rio Dnieper no litoral sudeste do mar Báltico.

Os milhares de lagos e pântanos nesta área contribuíram para o isolamento geográfico dos bálticos nesta região, e as línguas bálticas retiveram várias características arcaicas e conservadoras. Entre os povos bálticos estão os modernos lituanos, letões e estónios – todos bálticos orientais.

Torre / Miradouro no Centro Histórico de Vilnius, capital da Lituânia. Arquivo Pessoal, agosto/2023.

Em todos os países do mundo existem lendas, mitos e religiões que contam estórias extraordinárias representando as suas crenças em Deuses, Demónios, influências Solares e Lunares nas suas vidas, seja no que respeita ao seu quotidiano, ao seu futuro ou à crença na eternidade sob as mais diversas formas.

Antes da cristianização dos povos bálticos, que foram os últimos povos da Europa a converterem-se ao Cristianismo, e que ainda hoje são os povos com mais práticas pagãs, a mitologia báltica assumia um conjunto de crenças e ritos bálticos originados nos tempos pré-históricos – derivados da religião proto-indo-europeia – e que foi sendo assimilada pelo cristianismo, até ao início da idade moderna.

As fontes do seu conhecimento são indiretas e baseadas em canções e festas do folclore popular, crônicas missionárias, vestígios arqueológicos e crônicas de povos vizinhos (principalmente germânicos e russos), histórias folclóricas, estudos etimológicos e mitologia comparada.

As divindades do panteão báltico podem ser divididas em três ramos, que representam a expansão e a dispersão geográfica dos povos bálticos desde a sua origem até à Idade Média, havendo divindades prussianas, lituanas e letãs, muitas das quais constituem variantes locais da mesma figura, mas há deuses específicos para cada povo.

A mitologia báltica é notável pelo papel atribuído aos animais e a outros elementos naturais no seu culto, porquanto as figuras do ambiente são deificadas e adoradas através de sacrifícios, monumentos e festivais.

O fogo desempenhava um papel central como agente de mudança, morte e vida, razão pela qual ardia permanentemente nos antigos templos bálticos.

Dievas, Deus do céu brilhante, era a principal divindade sob o qual existem divindades menores. A sua cosmologia consiste numa árvore cósmica, coroada por símbolos do Cosmos e com o tronco guardado por cavalos e serpentes.

De acordo com estas religiões, quando um ser humano morria, sobrevivem o ‘vele’, que viaja para a região dos mortos, e a ‘siela’, um princípio vital que permanece na região dos vivos e é reanimado em animais ou plantas.

Fontes da série “Camisa Gloriosa nos países bálticos”: https://en.wikipedia.org; https://es.abcdef.wiki; https://es.wikipedia.org; https://it.wikipedia.org; https://pt.wikipedia.org; https://travelshelper.com; https://www.itinari.com; https://www.magnusmundi.com

4 comentários:

Sergio disse...

Muito boa a história desses países. Faça bom proveito das suas férias com a gloriosa camisa do Botafogo de Futebol e Regatas. ABS e SB!

Ruy Moura disse...

Obrigado, companheiro Sergio!
Abraços Gloriosos.

jornal da grande natal disse...

Mundo Cultural, variante do Mundo Botafogo...

Ruy Moura disse...

Há uns anos eu tinha mais tempo do que atualmente e publicava inúmeros artigos e imagens de natureza sociocultural. Além disso, Vanilson, havia a Lúcia Senna com as suas fabulosas crônicas (prosa) e o Sérgio Sampaio com os seus brilhantes acrósticos (poesia), material que se mantém no blogue nas respetivas Etiquetas, mas a Lúcia Senna deixou de publicar devido à inspiração perdida durante a pandemia e o meu querido Sérgio partiu antes de tempo durante a pandemia, deixando imensas saudades. Eram designados, respetivamente, como a Rainha e o Rei do Mundo Botafogo. Gente de superior qualidade artística. Talvez a Lúcia regresse um dia.

Abraços Gloriosos.

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