por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo
Um jogo em que o Botafogo
teve muitos desfalques, mas, ainda assim, poderia ter feito muito mais se não
cometesse erros crassos na defesa e não perdesse tantas oportunidades para
marcar, sobretudo no 1º tempo, do qual poderia ter saído a ganhar e não a
perder praticamente em definitivo com 0x2 no placar.
O Cruzeiro jogou de forma
organizada e procurou o contra-ataque, de tal modo que o seu desempenho
deveu-se sobretudo à defesa e em três ataques fez três gols todos eles com
responsabilidades ou para Halter, ou para Bastos ou até mesmo para John na
saída em jogada do 2º gol.
O Botafogo poderia ter marcado
claramente aos 19’, 30, 33’ e 36’, pelo menos, mas Igor perdeu, Tiquinho
perdeu, Savarino perdeu, Romero perdeu…
Não marcaram, marcou o
Cruzeiro.
Na segunda parte, apesar das
alterações, não havia quase nada a fazer quando – tal como afirmou AJ na
Coletiva contra o São Paulo – não tratamos criteriosamente a bola nas jogadas
de ataque – algumas perdidas quase infantilmente – e pecamos novamente na
definição para os gols.
Equipe lenta que, em matéria
de velocidade, depende quase exclusivamente de Júnior Santos e Luiz Henrique. Porém,
a velocidade de Luiz Henrique funciona em futebol vertical com lançamentos
longos para espaços abertos – o que não é o caso com uma defesa bem fechada
como a do Cruzeiro –; todavia, no caso de Júnior Santos atacando pelo meio, em
jogadas bem conectadas com bola no chão, arrasta as zagas consigo e abre
espaços para que os companheiros marquem os gols, seja por Cuiabano, Savarino,
Tiquinho, Luiz Henrique ou outro.
Não gosto de falar de 2023,
mas o ponto de virada para o declínio no ano passado registrou-se não inicialmente
pelas opções de Lage, mas sim no momento em que Tiquinho se lesionou – porque ele
era o epicentro do nosso ataque. E agora a história repete-se: o Botafogo tem um
desempenho bem menor sem Júnior Santos – porque ele é o epicentro do nosso
ataque em 2024.
E quando o ataque funciona
mal, incapaz de romper a barreira defensiva adversária, a defesa fica mais
exposta.
AJ precisa tirar mais
coelhos da cartola para suprir as ausências – e sobretudo a maior de todas as
ausências que fica fora da equipe até 3 meses.
E desta vez fico por aqui…
PS: tomar 6 gols do Cruzeiro
em 2 jogos apenas é mais ou menos impensável.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 0x3 Cruzeiro
» Gols: William, aos 12, Lautaro Díaz, aos 37’, e Álvaro
Barreal, aos 86’
» Competição: Campeonato
Brasileiro
» Data: 27.07.2024
» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
» Público: 16.969 pagantes / 19.349 espectadores
» Renda: R$ 1.085.780,00
» Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO); Assistentes: Bruno Boschilia (PR)
e Leone Carvalho Rocha (GO); VAR: Rodrigo
D’Alonso Ferreira (SC)
» Disciplina: cartão amarelo
– Marçal e Allan (Botafogo) e
William, Matheus Henrique, Cássio e Marlon (Cruzeiro)
» Botafogo: John; Damián Suárez (Kauê), Lucas Halter (Allan),
Bastos e Marçal (Hugo); Danilo Barbosa, Tchê Tchê (Gregore) e Óscar Romero
(Luiz Henrique); Savarino, Tiquinho Soares e Igor Jesus. Técnico: Artur Jorge.
» Cruzeiro: Cássio; William, Villalba, João Marcelo e
Marlon; Lucas Romero (Walace), Matheus Henrique (Lucas Silva) e Álvaro Barreal
(Ramiro); Matheus Pereira, Lautaro Díaz (Dinenno) e Kaio Jorge (Arthur Gomes).
Técnico: Fernando Seabra.
2 comentários:
Quando li a escalação do Botafogo previ que as coisas não andariam bem, principalmente com Oscar Romero no meio e Halter na zaga. Acho que ontem o Artur Jorge foi infeliz na escalação, mas principalmente na dinâmica do jogo, o time lá pareceu desligado e sem uma proposta clara de jogo principalmente defensivamente. Mas apesar disso o Botafogo perdeu muitas chances e o grande protagonista do jogo foi o goleiro do Cruzeiro com defesas sensacionais.
Continuo achando o elenco muito desequilibrado na parte defensiva e concordo que sem o Junior Santos o time perde muito sua dinâmica e na sua estratégia e, poupar o Luís Henrique as coisas pioram ainda mais. Também fizeram falta o Cuiabano e o Marlon Freitas e fica a pergunta: por que escalar o Romero, que é um jogador lento, sem pegada e deixar o Allan no banco que mostrou ser muito mais efetivo?
Foi impressão minha ou jogamos sem extremas no primeiro tempo? E para piorar os laterais ficaram sem auxílio, além de estarem numa noite bem abaixo do que normalmente rendem.
Curiosamente o Halter nos dois jogos contra o Cruzeiro foi responsável por pelo menos 4 gols sofridos pelo Botafogo, então, se o Textor deseja realmente disputar títulos é urgente que reforce a defesa, principalmente a zaga; todo time que deseja ser campeão começa por uma defesa sólida. Abs e SB!
Halter na zaga e meio campo de lentos em que poderia dar?... Nem sei como tiveram tantas oportunidades para marcar na 1ªetapa. Até poderíamos sair a ganhar na 1ª etapa se tivessemos empatado logo a seguir ao 1º gol deles. Os extremos estiveram ausentes da escalação. Muita gente fez falta na escalação: Júnior Santos, Marlon Freitas, Eduardo, Barboza, Cuiabano e Luiz Henrique.
Abraçs Gloriosos.
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