domingo, 28 de julho de 2024

Botafogo 0x3 Cruzeiro: recorde de resultado adverso sem gols - alerta!

Reprodução.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Um jogo em que o Botafogo teve muitos desfalques, mas, ainda assim, poderia ter feito muito mais se não cometesse erros crassos na defesa e não perdesse tantas oportunidades para marcar, sobretudo no 1º tempo, do qual poderia ter saído a ganhar e não a perder praticamente em definitivo com 0x2 no placar.

O Cruzeiro jogou de forma organizada e procurou o contra-ataque, de tal modo que o seu desempenho deveu-se sobretudo à defesa e em três ataques fez três gols todos eles com responsabilidades ou para Halter, ou para Bastos ou até mesmo para John na saída em jogada do 2º gol.

O Botafogo poderia ter marcado claramente aos 19’, 30, 33’ e 36’, pelo menos, mas Igor perdeu, Tiquinho perdeu, Savarino perdeu, Romero perdeu…

Não marcaram, marcou o Cruzeiro.

Na segunda parte, apesar das alterações, não havia quase nada a fazer quando – tal como afirmou AJ na Coletiva contra o São Paulo – não tratamos criteriosamente a bola nas jogadas de ataque – algumas perdidas quase infantilmente – e pecamos novamente na definição para os gols.

Equipe lenta que, em matéria de velocidade, depende quase exclusivamente de Júnior Santos e Luiz Henrique. Porém, a velocidade de Luiz Henrique funciona em futebol vertical com lançamentos longos para espaços abertos – o que não é o caso com uma defesa bem fechada como a do Cruzeiro –; todavia, no caso de Júnior Santos atacando pelo meio, em jogadas bem conectadas com bola no chão, arrasta as zagas consigo e abre espaços para que os companheiros marquem os gols, seja por Cuiabano, Savarino, Tiquinho, Luiz Henrique ou outro.

Não gosto de falar de 2023, mas o ponto de virada para o declínio no ano passado registrou-se não inicialmente pelas opções de Lage, mas sim no momento em que Tiquinho se lesionou – porque ele era o epicentro do nosso ataque. E agora a história repete-se: o Botafogo tem um desempenho bem menor sem Júnior Santos – porque ele é o epicentro do nosso ataque em 2024.

E quando o ataque funciona mal, incapaz de romper a barreira defensiva adversária, a defesa fica mais exposta.

AJ precisa tirar mais coelhos da cartola para suprir as ausências – e sobretudo a maior de todas as ausências que fica fora da equipe até 3 meses.

E desta vez fico por aqui…

PS: tomar 6 gols do Cruzeiro em 2 jogos apenas é mais ou menos impensável.

FICHA TÉCNICA

Botafogo 0x3 Cruzeiro

» Gols: William, aos 12, Lautaro Díaz, aos 37’, e Álvaro Barreal, aos 86’

» Competição: Campeonato Brasileiro

» Data: 27.07.2024

» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)

» Público: 16.969 pagantes / 19.349 espectadores

» Renda: R$ 1.085.780,00

» Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO); Assistentes: Bruno Boschilia (PR) e Leone Carvalho Rocha (GO); VAR: Rodrigo D’Alonso Ferreira (SC)

» Disciplina: cartão amarelo – Marçal e Allan (Botafogo) e William, Matheus Henrique, Cássio e Marlon (Cruzeiro)

» Botafogo: John; Damián Suárez (Kauê), Lucas Halter (Allan), Bastos e Marçal (Hugo); Danilo Barbosa, Tchê Tchê (Gregore) e Óscar Romero (Luiz Henrique); Savarino, Tiquinho Soares e Igor Jesus. Técnico: Artur Jorge.

» Cruzeiro: Cássio; William, Villalba, João Marcelo e Marlon; Lucas Romero (Walace), Matheus Henrique (Lucas Silva) e Álvaro Barreal (Ramiro); Matheus Pereira, Lautaro Díaz (Dinenno) e Kaio Jorge (Arthur Gomes). Técnico: Fernando Seabra.

2 comentários:

Sergio disse...

Quando li a escalação do Botafogo previ que as coisas não andariam bem, principalmente com Oscar Romero no meio e Halter na zaga. Acho que ontem o Artur Jorge foi infeliz na escalação, mas principalmente na dinâmica do jogo, o time lá pareceu desligado e sem uma proposta clara de jogo principalmente defensivamente. Mas apesar disso o Botafogo perdeu muitas chances e o grande protagonista do jogo foi o goleiro do Cruzeiro com defesas sensacionais.
Continuo achando o elenco muito desequilibrado na parte defensiva e concordo que sem o Junior Santos o time perde muito sua dinâmica e na sua estratégia e, poupar o Luís Henrique as coisas pioram ainda mais. Também fizeram falta o Cuiabano e o Marlon Freitas e fica a pergunta: por que escalar o Romero, que é um jogador lento, sem pegada e deixar o Allan no banco que mostrou ser muito mais efetivo?
Foi impressão minha ou jogamos sem extremas no primeiro tempo? E para piorar os laterais ficaram sem auxílio, além de estarem numa noite bem abaixo do que normalmente rendem.
Curiosamente o Halter nos dois jogos contra o Cruzeiro foi responsável por pelo menos 4 gols sofridos pelo Botafogo, então, se o Textor deseja realmente disputar títulos é urgente que reforce a defesa, principalmente a zaga; todo time que deseja ser campeão começa por uma defesa sólida. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Halter na zaga e meio campo de lentos em que poderia dar?... Nem sei como tiveram tantas oportunidades para marcar na 1ªetapa. Até poderíamos sair a ganhar na 1ª etapa se tivessemos empatado logo a seguir ao 1º gol deles. Os extremos estiveram ausentes da escalação. Muita gente fez falta na escalação: Júnior Santos, Marlon Freitas, Eduardo, Barboza, Cuiabano e Luiz Henrique.
Abraçs Gloriosos.

Cartolano, de jovem bicampeão à toga de advogado

Cartolano, ao meio, de boina preta, em 1928. Crédito: Arquivo Pessoal de Marta Cartolano. por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo & M...