sábado, 2 de outubro de 2010

Tolito e a Ágora Botafoguense


Helito Fonseca, conhecido por ‘Seu Tolito’, foi um torcedor botafoguense fanático, em cuja banca de jornais, na Avenida Rio Branco fazendo esquina com a Rua 7 de Setembro, tremulava constantemente a bandeira alvinegra e constituía o ponto de encontro de debates populares alvinegros sobre futebol.

Nesse tempo das décadas de 1950 a 1970 existiam torcedores populares muito influentes nas políticas dos clubes, que serviam como uma espécie de catalizador para transmitir às diretorias o sentimento e a paixão das torcidas. Eram os mediadores entre os torcedores, por um lado, e os dirigentes, jogadores e jornalistas, por outro.

Vários são os exemplos de torcedores populares e chefes de torcida outrora influentes nos clubes: Jaime de Carvalho, que fundou a Charanga do Flamengo em 1942; João de Lucas, que fundou a Torcida Organizada do Vasco da Gama em 1944; Dulce Rosalina, que sucedeu a João de Lucas em 1956; Paulista, que fundou a Torcida Pó-de-Arroz do Fluminense em 1952; etc.

No nosso clube são famosos os nomes de Salvador Peixoto, que fundou a 1º Torcida Organizada do Botafogo nos anos quarenta, o qual deu o lugar a Tarzan em 1957 e, a partir de 1974, foi Russão que sucedeu a Tarzan nos destinos da Gloriosa torcida alvinegra.

Porém, na rua, quem predominava era Tolito, que defendeu o Botafogo diariamente na Avenida Rio Branco durante 30 anos. A sua influência era importante e foi Tolito que, em 1968, estimulou Russão a fundar uma nova torcida organizada, a Fogo-Lito, que mais tarde foi extinta. Russão entretanto assumiu a liderança deixada por Tarzan e, mais tarde, após uma divisão na torcida, Russão fundou a Torcida Folgada, a qual chegou a ter 800 sócios de carteirinha e mensalidades pagas em dia.

Figuraça do nosso clube, Tolito falou à Revista Placar, em 1979, sobre o papel desempenhado pela sua banca na vida do Glorioso:

"Quem torce pelo Botafogo, de uma coisa está cansado de saber: aqui na minha banca não se defende o Botafogo uma vez ou outra. É uma defesa permanente, que dura enquanto a banca estiver aberta. Outra coisa: não sou torcedor de só defender meu time na arquibancada, em dia de jogo. Eu defendo o Botafogo, brigo por ele, o dia inteiro. Por isso que minha voz é rouca assim."

Texto e pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)

3 comentários:

Caíque L. disse...

Muito interessante, Rui.

Ja postei no meu blog uma faixa da FogoLito digitalizada de um vídeo, mas mal sabia eu que era chefiada pelo Russão.

vou atualizar o post
grande abraço

S.A.

R.Sampaio95 disse...

Bom dia à todos, passou um filme na minha cabeça, morava em São Gonçalo e trabalhava no Rio nessa época, e passava pela banca todos os dias indo e voltando e as vezes parava na banca para dar umas espiadas nas primeiras páginas,do Placar,jornal que cobria os esportes na época.

Ruy Moura disse...

O mais nteressante da banca parece que era a seguda-feira,dia após o jogo em que o debate futebolístico era efervescente entre os torcedoress (rs).
Abraços Gloriosos.

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