terça-feira, 8 de julho de 2014

O embuste de NÓDOA

O que a diretoria vem aprontando nos últimos meses é algo que há muito não vejo no futebol. Falta compromisso com os jogadores, torcida e, acima de tudo, com a centenária história do clube. O desrespeito ao xará da Paraíba foi apenas mais um capítulo que envergonha e chateia o botafoguense. Não custa lembrar que, recentemente, a mesma postura foi adotada na negociação com o atacante Fabrício Carvalho. Após acertarem todos os detalhes, o jogador, pai de família, de 36 anos, ficou sabendo pela imprensa que os cartolas haviam desistido de contratá-loLoucos pelo Botafogo, Região dos Lagos.

Da quase unanimidade burra que durou anos, e que desta trincheira do Mundo Botafogo sempre combati, parece que agora todos se lembraram de consagrar a unanimidade inteligente. Nenhuma voz se levanta hoje em defesa desta hipócrita e cínica diretoria. E, na verdade, a diretoria não “apronta nos últimos meses”, apronta desde as vésperas da Taça Rio de 2009 – faz cinco anos que apronta.

Em fase derradeira da Copa do Mundo e à beira de se reiniciar as atividades oficiais do futebol do Botafogo no campeonato brasileiro, os atletas do Botafogo recusam fazer um amistoso contra o nosso homónima da Paraíba, o ‘Belo’, campeão paraibano e o mais querido da região, que tão simpaticamente nos convidou.

Este é o maior desrespeito que esta horda de atletas maltrapilhas fez à história do Botafogo, sob a égide do maior embusteiro do século, Nininho Omissão Descensão Obtuso Assumpção (NÓDOA), responsável direto pelos salários em atraso e pela absurda indisciplina dos jogadores, que se tinham razão por não receberem salários em dia, perderam-na completamente e sujeitar-se-iam, se a diretoria fosse outra, pelo menos a penas pecuniárias que compensassem as perdas de receita e os prejuízos morais do Botafogo de Futebol e Regatas, clube que melhor ou pior sempre honrou as suas tradições.

Ademais, NÓDOA ausenta-se dos treinos logo a seguir à rebelião dos atletas, quebrando uma prática repetidamente usada durante as últimas semanas e fugindo às responsabilidades de enfrentar, cara a cara, quem, uma vez mais, desafiou a sua autoridade. Mas, na verdade, NÓDOA já não tem nenhuma autoridade e tal como o tecnicamente inócuo Sidnei Loureiro, e o outro provável demissionário, o fluminense Chico Fonseca, faria bem em também se demitir já. A bagunça é absolutamente total e completa no Botafogo. Todos fazem o que querem, ninguém manda e ninguém obedece, desrespeitando o Glorioso clube da Estrela Solitária com 120 anos de história.

É urgentíssimo desmascarar definitivamente o embusteiro NÓDOA e fazê-lo transpor a porta de General Severiano para a rua como pessoa non grata e com ordem de nunca mais voltar! Que vá presidir o seu clube de praia, o América do Lido, até o afundar nas águas de Copacabana!

NÓDOA vai arruinar completamente o nosso clube até ao fim do ano se permanecer no seu comando, tal como o Mundo Botafogo vem alertando há muito tempo. Importa desmascarar de vez um homem cujos dois mandatos ficarão marcados na história do Botafogo como dos maiores revezes na vida do Glorioso, só comparável ao isolamento a que fomos sujeitos no campeonato carioca de 1911, à venda da nossa tradicional sede (Casarão) encetada por Charles Borer e à descida de divisão provocada pela gestão ruinosa de Mauro Ney Palmeiro.

NÓDOA anunciou, durante os seus dois mandatos, diversos objetivos que caracterizavam a sua ‘boa gestão’, entre os quais o pagamento de salários atempadamente, o pagamento de dívidas antigas, o equilíbrio das contas, a montagem de elencos competitivos, a luta pelo título brasileiro que dava como certo em 2010 e depois em 2013, a conquista do campeonato carioca de 2014 e de uma Copa do Brasil, uma campanha muito positiva na Taça Libertadores em 2014, a construção de Centros de Treinamento para as bases e para os profissionais e, por fim, o mais emblemático objetivo definido desde o 1º ano e várias vezes referido como tendo enorme sucesso: a aposta na formação de base.

Vejamos, caros leitores, alguns dos ‘sucessos’ de NÓDOA, ponto por ponto:

# O pagamento dos direitos de imagem dos jogadores permanece atrasado cinco meses.

# Os salários estão atrasados quase três meses desde o início do ano, tendo as rescisões do plantel sido evitadas por via do pagamento de salários do Sindeclubes.

# As dívidas cresceram exponencialmente e a gestão de NÓDOA pretendeu enganar os fiscais das finanças sonegando impostos, acabando por o clube ser expulso do Ato Trabalhista há seis meses, com todas as verbas de receitas bloqueadas pelo Tribunal, ficando a gestão completamente bloqueada.

# O desequilíbrio financeiro bateu todos os recordes e a dívida total atingiu valores inimagináveis, somente superados, em todo o país, pela desastrosa gestão dos cathartiformes da Gávea.

# O título brasileiro nem vê-lo.

# Nas Copas do Brasil fomos quase sempre eliminados por clubes de 3ª divisão.

# A Taça Libertadores, cuja classificação se deveu à orientação da equipa dada por Seedorf, foi o maior descalabro desportivo internacional de sempre, sendo NÓDOA responsável direto pela decisão de promover um treinador cuja experiência ocorreu em um clube da 4ª divisão portuguesa e nos time de base do Botafogo, num momento em que era necessário brindar os torcedores, 18 anos após a última presença nessa competição, com o reforço de um treinador internacionalmente experiente e atletas adequados que não contratou.

# O campeonato carioca de 2014 foi a pior colocação de sempre do Botafogo em 108 anos de futebol, devendo-nos lembrar que o time titular atuou algumas vezes e que tradicionalmente os times reserva do Botafogo crescem quando são chamados a responsabilidades maiores.

# Traiu o clube dos 13, pôs-se ao lado da ignóbil CBF e fez o jogo da Globo, que lhe ‘retribuiu’ o favor não transmitindo os jogos do Botafogo, além de a diferença de direitos televisivos ter passado de 1,5 vezes mais a favor do Flamengo no tempo de Bebeto de Freitas para 4 vezes mais durante a gestão de NÓDOA.

# Os times de 2013, 2012 e 2011 foram friamente e inapelavelmente desmontados por NÓDOA, que vendeu os nossos melhores atletas, incluindo empurrões a alguns que não queriam sair, como foi o caso de Rafael Marques, entre outros, sem que se saiba onde foram aplicados os valores das vendas, porque a transparência dos atos de gestão tornou-se completamente opaca em General Severiano.

# O Centro de Treinamento continua à espera e o Engenhão foi perdido sem uma única palavra de NÓDOA até hoje sobre o assunto, quando várias vozes abalizadas confirmam agora que a interdição do Engenhão foi um golpe político para beneficiar a Odebrecht.

Finalmente, eis-nos chegados ao mais emblemático objetivo dos mandatos de NÓDOA: a aposta na formação de base visando a revelação de jovens futebolistas a integrar na montagem de times competitivos apostados em grandes títulos (do tipo “dois campeonatos cariocas conquistados em seis anos e nada mais”).

A fim de averiguar os resultados do grande investimento anunciado por NÓDOA na formação do futebol de base, tomei por orientação o plantel e montei dois times: um principal e outro reserva.

Escalei o time principal do seguinte modo:

# Jefferson; Edilson, Bolívar, Dória e Júnior César; Bolatti, Marcelo Mattos, Jorge Wagner e Carlos Alberto; Sheik Emerson e Tanque Ferreyra.

Quanto ao time reserva ficou assim disposto.

# Renan; Lucas, Dankler, André Bahia e Júlio César; Aírton, Gabriel, Daniel e Ronny; Zeballos e Wallyson.

Então, fui averiguar desses 22 atletas quais são os que NÓDOA revelou a partir das bases e que manteve integrados com sucesso no time principal ‘altamente competitivo’, segundo a sua ótica e do pusilânime Chico Fonseca, vice-presidente para o futebol.

Aí verifiquei que no time principal dez jogadores foram adquiridos no exterior e somente Dória se mantém integrado no atual time principal. Em seguida fui ao time reserva e verifiquei que nove atletas foram adquiridos no exterior e somente dois se mantêm integrados no atual time reserva.

Em conclusão, NÓDOA teve um extraordinário sucesso com a revelação de Dória, campeão internacional pelos sub-20 do Brasil, e de dois reservas bastante fracos que são Gabriel e Daniel, em seis anos. Quer dizer, em média, um atleta em cada dois anos, e só um de nível acima da média!

Entretanto, o time de juniores tem obtido bons resultados e NÓDOA já está afiando o dente para vender todos os jogadores que for possível até ao final do seu mandato. Espero que eles não tenham tempo de se revelarem neste ano e que NÓDOA termine o seu mandato sem poder vendê-los.

É um grande mistério para mim como é que NÓDOA conseguiu enganar tanta gente durante tanto tempo depois de a sua primeira direção ter almoçado com a direção dos cathartiformes em Abril de 2009, a dois dias da final da Taça Rio, que o Flamengo precisava vencer para ter direito a disputar a decisão do campeonato carioca. Não se sabendo sobre que tão fundamentais assuntos foram tratados em véspera de uma decisão, NÓDOA arriscou-se a ser suspeito de algum entendimento se algo de realmente anormal acontecesse durante a decisão da Taça Rio. E aconteceu: Émerson fez um gol contra aos 60’ de jogo, vindo de trás e dando um portentoso bico na bola em frente à nossa baliza que estava a… dois metros dele. No 1º jogo da decisão do campeonato carioca, o 1º gol do Flamengo também foi marcado por Émerson contra a nossa baliza, o qual depois desapareceu de cena.

Após isso os erros sucederam-se uns atrás dos outros, não apenas de gestão, mas de ‘amiguismo’. NÓDOA e seus apaniguados, que tanto criticaram Bebeto de Freitas por ter admitido no Botafogo uma pessoa de família da sua confiança quando muitos à sua volta se preparavam para o trair, reintegrou o inoperante André Silva no Conselho Fiscal, favoreceu a reentrada de José Luiz Rolim, o presidente que sucedeu a Montenegro, dando continuidade à escalada para o abismo, e também do presidente Mauro Ney Palmeiro, que antecedeu Bebeto de Freitas e nos levou à 2ª divisão, deixando o clube na bancarrota – salvo financeira e desportivamente pelos dois mandatos de Bebeto de Freitas que nos devolveu o orgulho e a esperança.

Mais recentemente, durante o segundo mandato, NÓDOA decidiu admitir no Botafogo diversos elementos do seu time de praia, entre os quais Ney Souto, gerente de futebol de base. Mais tarde, Rodrigo Souto, irmão de Ney Souto, foi admitido no plantel de futebol do Botafogo e até hoje não disse ao que veio. Mas já este ano, assim que Eduardo Húngaro foi promovido a treinador, o seu genro Hygor foi contratado para o time do Botafogo. A repercussão foi tão grande que o rapaz seguiu por empréstimo para Curitiba. NÓDOA argumentou que Hygor há muito tempo que estava referenciado e o seu empréstimo já estava previsto aquando da sua aquisição para poder rodar… Nada mais consta sobre Hygor até hoje…

Não contente com os ‘amiguismos’, NÓDOA dispensou os melhores profissionais técnicos que não urdiam tão bem quanto os seus apaniguados, reiterando esse procedimento em diversas ocasiões, incluindo a recente dispensa de Marcelo Xavier, o melhor analista brasileiro de performance, e Altamiro Bottino, a maior referência brasileira em fisiologia.

De positivo mesmo só a contratação de Loco Abreu e Seedorf, mas as dezenas de contratações de mequetrefes ao longo de seis anos e que continuam ainda a ser feitas nos dias de hoje, supostamente para reforçar o time para o Brasileirão, são negociatas muito estranhas que ultrapassam toda e qualquer aquisição positiva e toda e qualquer compreensão racional, mergulhando o Botafogo num plantel de 30 e tal jogadores (fora todos os emprestados) esmagadoramente inaptos e sem ética.

A esperança, o sorriso do povo botafoguense, não resistiu ao manejamento abrupto do fórceps que NÓDOA trouxe do seu consultório para extrair, um a um, desde a mandíbula ao maxilar, todos os tipos de dentes do nosso sorriso.

[PS: Após a feitura deste artigo foi anunciada a contratação de Wilson Gottardo para diretor do departamento de futebol do Botafogo. Bem faria NÓDOA se se demitisse agora, deixando o campo limpo ao nosso ex-atleta e saindo com uma última boa decisão: a contratação de Gottardo.]

2 comentários:

Gil disse...

Rui,

Não existe um só vírgula a ser acrescentada!

Que tua mensagem sirva de inspiração, motivação e exemplo do que não pode e não deve ser repetido para os novos candidatos ao cargo de presidente que se apresenta.
A maioria dos candidatos são dos mesmos que se alteram e revezam no poder por décadas.

Pobre do atual Botafogo!
Pobre de nós, Torcedores!

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Ruy Moura disse...

Pobre do Botafogo e de nós se a Assumpção se seguir Assunção...

Abraços Gloriosos.

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