quarta-feira, 23 de julho de 2014

O indicador de popularidade

Manifestei por diversas vezes que pouco importa se é CR7 ou Messi a ganhar a Bola de Ouro, porque ambos estão tão longe dos demais profissionais e tão perto um do outro que é quase pueril pretender que um supere o outro. Ademais, como Arsène Wenger bem observou, estes títulos individuais podem prejudicar o foco dos atletas no futebol das equipes.

Preferir um ou outro é bastante indiferente, porque qualquer preferência se justifica face aos atributos de ambos e às suas diferentes características; porém, achincalhar um ou outro é da mais pura imbecilidade e sinal da mais elevada frustração.

Sempre faço o mesmo julgamento quando leio num cartaz “Pelé é melhor que Maradona”, “Maradona é melhor que Pelé”, “Pelé é melhor que Garrinbcha”, “Garrincha é melhor que Pelé” – trata-se sempre de um cartaz empunhado, quase seguramente, por um imbecil. Quando se pretendeu comparar Cristiano Ronaldo com Eusébio, após CR7 ter batido todos os recordes de Eusébio, Luís Figo (prêmio de melhor do mundo em 2000) disse que “ninguém se pode comparara a Eusébio” porque as gerações são diferentes, enquanto CR7 disparou inteligentemente, logo após a morte do ‘Pantera Negra’, um “Sempre Eterno Eusébio”.

Que uma certa imprensa espanhola realce as virtudes de Messi em detrimento de CR7, compreende-se (até porque é uma imprensa bastante mal educada), já que o craque é jogador de um clube catalão (região fundamentalista), fala uma língua muito semelhante à dos locais e é natural de um país com muitas afinidades nacionais; que uma certa imprensazita brasileira e uns quantos torcedorzitos brasileiros realcem as virtudes de Messi para anular as de CR7, já é algo que, como diz Reinaldo Azevedo, roça o rancor, o ressentimento e o preconceito.

Certas pessoas, perante a evidência de terem CR7 pela frente, refugiam-se num falso “Messi decide”, como se CR7 não decidisse também, tal como fez recentemente na Liga dos Campeões (recordista de gols) e na classificação de Portugal para a Copa do Mundo, mas nem esse argumento tem validade segura, porque Jardel sempre ‘decidiu’, Liedson sempre ‘decidiu’, e nunca ouvi ou li em parte alguma que qualquer deles fosse um craque. Um craque não se mede exclusivamente pelos gols que faz (o que, por exemplo, faria de Nilton Santos um jogador vulgar e de Yaschin o anti-jogador, já que não eram atacantes), embora CR7 e Messi não tenham atualmente ninguém à sua altura no que respeita a gols, sem que nenhum deles seja sequer centro-avante.

Como diria o PC Guimarães: essas aventesmas matam-me de rir!

Por entre um sorriso muito descarado que estou fazendo neste momento em que escrevo, nada melhor do que recorrer ao maior instrumento da atualidade para a medição de popularidade, que conta com o contributo de todas as nacionalidades: o Facebook, dados apurados em Julho/2014.

O ranking mundial do Facebook é liderado por Shakira, a quem se segue, por ordem decrescente… Cristiano Ronaldo, Eminem, Rihanna e Vin Diesel!

Shakira
99 000 000
Cristiano Ronaldo
91 000 000
Eminem
91 000 000
Rihanna
88 000 000
Vin Diesel
80 000 000

CR7 é o único rapaz de romper o domínio dos artistas da música e do cinema. O ranking dos desportistas, liderado disparadamente por Cristiano Ronaldo, apresenta-se assim:

Cristiano Ronaldo
91 000 000
Lionel Messi
64 000 000
Frank Ribéry
48 000 000
Xabì Alonso
46 000 000
Neymar Jr.
38 000 000
Ricardo ‘Kaká’
30 000 000
Wayne Rooney
22 000 000
Andreas Iniesta
21 000 000
Iker Casillas
20 000 000
10º
Mesut Özil
19 000 000
11º
Zlatan Ibrahimovic
17 000 000
12º
David Villa
15 000 000
13º
Karim Benzema
15 000 000
14º
Sergio Ramos
14 000 000
15º
Gerard Piqué
13 000 000

E nem sequer se pode argumentar que as dezenas de milhões fãs de CR7 sejam portugueses, num país com apenas 10 milhões de habitantes.

Não dedico esta publicação aos que apreciam mais CR7 ou Messi e não desvalorizam as virtudes de um e de outro, mas ofereço-a, com uma jocosidade inaudita, a todos os detratores de Cristiano Ronaldo.

2 comentários:

Gil disse...

Grande Rui!

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Ruy Moura disse...

E até que eu não me importaria nada em ter um deles no ataque botafoguense...

Mas ter Garrinchas, Jairzinhos, Didis, Nilton Santos, Amarildos, Quarentinhas e afins, parece já não estar na rota do nosso destino...

Abraços Gloriosos.

O otorrino não me deu ouvidos

[Aos leitores interessados informa-se que as crônicas de Lúcia Senna no Mundo Botafogo foram publicadas em livro intitulado 'No embalo...