segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Malala Yousafzai: Prêmio Nobel da Paz / Nobel Peace Prize


MALALA YOUSAFZAI nasceu em Mingora, Jaiber Pastunjuá, Paquistão, a 12 de julho de 1977. É ativista a favor dos direitos humanos e especialmente dos direitos das crianças e dos jovens e do acesso destes à educação.

Malala é ativista desde os 11 anos quando escreveu um blogue sob pseudônimo para a BBC, narrando a sua vida sob o regime Talibã. The New York Times filmou um documentário sobre a sua vida e, aos 13 anos, foi nomeada para o Prêmio Internacional da Criança por Desmond Tutu – prêmio para o qual foi eleita mais tarde, aos 16 anos.

Aos 15 anos Malala foi baleada na cabeça e no pescoço numa tentativa de assassinato por parte dos Talibãs, gente paquistanesa e afegã que integra um movimento fundamentalista islâmico nacionalista, fundado no Paquistão e que governou o Afganistão entre 1996 e 2001, criando o Estado Teocrático e recuperando tradições milenares do Islão nos seus aspectos mais reacionários, segregacionistas e anti-direitos humanos. Comparativamente, o movimento fundamentalista islâmico de recuperação das ‘tradições’ é semelhante ao que seria um movimento fundamentalista romano na Europa que quisesse recuperar os circos romanos com as suas feras, os seus gladiadores e as suas hordas de espectadores em delírio com o sangue dos vencidos jorrando abundantemente na arena.

Foi esta gente que destruiu os Budas de Baniyan, patrimônio da humanidade, que após sobreviverem às intempéries durante 1.500 anos, foram arrasados pelos talibãs durante meses de bombardeio pesado sob a justificação que eram ‘ídolos’ e que o Islão não o permitia. Porém, para infelicidade dos fundamentalistas islâmicos, Malala sobreviveu após ser operada num hospital inglês para onde foi transportada e os responsáveis pela tentativa de assassínio foram alvo de uma fatwa, emitida por Clérigos islâmicos do Paquistão, que permite esclarecer uma questão cuja jurisprudência islâmica é pouco clara, mas o responsável pelos disparos foi esclarecedor: reiterou a sua vontade de matar Malala e o seu pai.

No dia de comemoração dos seus 16 anos Malala discursou na Assembleia da Juventude da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque:

– “Vamos pegar os nossos livros e as nossas canetas. Eles são as nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo. A educação é a única solução”.

Cinquenta e três dias depois Malala inaugurou a maior biblioteca da Europa em Birmingham, Inglaterra, e três meses depois de discursar na ONU foi galardoada por unanimidade, pelo Parlamento Europeu, com o Prêmio Sakharov, o qual homenageia pessoas ou grupos em defesa dos direitos humanos e da liberdade.

No dia 10 de outubro de 2014, aos 17 anos de idade, Malala Yousafzai foi galardoada, juntamente com Kailash Satyarthi, defensor dos direitos das crianças, com o Prêmio Nobel da Paz, instituído pelo sueco Alfred Nobel e atribuído pelo Comitê Nobel Norueguês, nomeado pelo Parlamento Norueguês, que distingue, segundo a vontade de Nobel, “pessoas ou organizações que tivessem feito a maior e melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz”. No caso específico, Malala e Kailash foram laureados “pela sua luta contra a discriminação das crianças e jovens e pelo direito destes à educação”.

O valioso ativismo de Malala é tão elevado na defesa dos direitos das crianças, dos jovens e do direito destes à educação, que a corajosa e ousada jovem foi galardoada ou distinguida, entre 2011 e 2014, nada mais, nada menos, do que 15 vezes: Prêmio Nacional da Paz da Juventude (2011), Sitara-e-Shujaat, Prêmio Coragem Civil do Paquistão (2011); Revista Foreign Policy, top 100 pensador global (2012); Time, lista de pessoas influentes (2012); Madre Teresa Memorial, Prêmio para a Justiça Social (2012); Prêmio Romano pela Paz e Ação Humanitária (2012); Top Name 2012, Pesquisa Anual da Global English (2013); Prêmio Simone de Beauvoir (2013); Prêmio Fred e Anne Jarvis, da União Nacional de Professores do Reino Unido (2013); Prêmio Anual de Desenvolvimento do Fundo de OPEP para o Desenvolvimento Internacional (2013); Prêmio Internacional Catalunya (2013); Prêmio Anna Politkoskaya (2013), Prêmio Internacional da Criança (2013); Prêmio Sakharov (2013); e, finalmente, o corolário da sua ação sobre o mundo simbolizada pelo Prêmio Nobel da Paz, o maior galardão dos defensores dos direitos, humanos, da liberdade e da paz.

BEM-HAJAS, MALALA!

Fonte principal: Wikipédia.

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