por DINAFGO | Leitor e Amigo
do Mundo Botafogo
No sábado, dia 30 de novembro,
vivenciei, no centro de Barra Mansa, diante de um telão, a maior experiência
futebolística da minha vida e também uma das melhores no contexto geral de
minha existência. Havia crianças, idosos, mulheres, moradores próximos e distantes,
pessoas vindas de fora e um mar de camisas alvinegras, que impressionavam pelo
brilho de cores que transmitiam (vale lembrar que o branco é a somatória de
todas as cores e o preto a ausência delas; logo, existe uma perfeição ímpar de
opostos traduzidos na gloriosa camisa). Além disso, havia muitos fogos,
fumaças, bandeiras e cantos. Era surreal! Quanto tempo esperamos por isso? Como
merecemos...
No início da partida, era um misto de
tensão e apreensão, tanto pela expulsão repentina, que foi um balde de água
fria, quanto pelo peso de anos sem títulos e por estar tão perto de findar esse
incômodo. O rival começava a atacar, e todos empurravam gritando, como se
fôssemos capazes de entrar em campo e ocupar o lugar de Gregore: "Sai,
tira, corta!". A cada defesa de John, ouviam-se aplausos efusivos. O tempo
passava, começávamos a nos acalmar, continuávamos apoiando, e, de repente, uma
explosão de alegria e êxtase: bola na rede do Galo! LH abria o placar, e nosso
coração chorava as primeiras lágrimas daquela noite. Não demoraria muito para o
ato se repetir: o juiz assinalara pênalti de Everson em nosso camisa 7 (sim, a
7 do lendário Garrincha, do fanfarrão Túlio, do predestinado Maurício). Quem
cobra? Alex Telles, nosso camisa 13. (Camisa 13? Pênalti em decisão? Alô, Loco
Abreu! Ouvi um uivo lá de cima.) Ele partiu e converteu! Glorioso 2x0 no
primeiro tempo e com um a menos. Era um sonho! Um delírio! Loucura! Chame do
que quiser.
Fomos para o intervalo em vantagem e
tranquilizados. O segundo tempo começou diferente. O rival tentou uma reação e
abordagem distinta e logo obteve êxito, diminuindo de cabeça. Foi o segundo
balde de água fria daquela noite e mais tensão à vista. Voltamos ao início,
quando achávamos que podíamos entrar em campo a cada lance perigoso. Dessa vez,
a tensão perduraria até o final da partida, quando outro personagem
inesquecível entraria para dar números finais à decisão. O cronômetro não
parava, e o tempo se esvaía. Substituições foram feitas e jogadas construídas,
até que o relógio marcou 30 segundos e chegou a hora de Júnior Santos, o homem
que começou a campanha, encerrá-la. Em uma jogada icônica, ele foi até à área,
driblou os marcadores, cruzou para Matheus Martins, o goleiro defendeu, mas a
sobra caiu para o Jacaré fechar a conta da campanha histórica, que ele próprio
havia iniciado.
A explosão do terceiro gol foi algo que
jamais sairá da minha cabeça. Foi um grito de libertação, felicidade e
exorcização de fantasmas, de gerações atravessadas por tudo que vivemos nos
últimos anos. Enfim, o Botafogo de Futebol e Regatas conquista, de forma
inquestionável, as Américas e alcança o maior título da sua história, que todos
sabemos ser o primeiro de muitos. Foi mais do que merecido! Teve sofrimento,
superstições, emoções fortes e todas aquelas coisas que sabemos que acontecem
só com o Botafogo.
Parabéns, jogadores, comissão técnica, John
Textor, torcida e todos que contribuíram para o retorno do gigante.
Viva o Botafogo!
9 comentários:
Três artigos primorosos: Dinali, Rizeck e Perrone. Tudo junto pelo nota 12 (ou 13) editor "Lusofogo" ou ("Fogoluso").
Aliás, esse repórter fotográfico Vitor Silva está ficando famoso. Está em todo lugar. Merece uma entrevista. Não perde um lance. Rsrs
Primorosos, sim! Há alguns amigos que há anos me colocaram o apelido de guerra "LusoBrasFogo". LusoBras porque tenho uma mescla de cultura brasileira e portuguesa devido aos anos que vivi no Rio de Janeiro; Fogo, tá na cara, porquê! (rsrsrs)
Abraços LIBERTADORES!
Aliás, como já vivi em três continentes costumo dizer consecutivamente em América do Sul, Europa e África, costumo dizer que cresci no Rio de Janeiro, desenvolvi-me em Lisboa e amadureci em África (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe).
Abraços LIBERTADORES!
Tornou-se oficialíssimo no Botafogo. O outro oficial é o Arthur Barreto.
Abraços LIBERTADORES!
Esse texto do Dinali é realmente espetacular. Abs e SB!
Gratidão! É primorosa a arte de torcer para o Botafogo.
Uma arte e uma paixão incomensurável!
Abraços LIBERTADORES!
Verdade 'verdadinha'!
Abraços LIBERTADORES!
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