terça-feira, 3 de dezembro de 2024

A surreal experiência gloriosa

Crédito: Vitor Silva | Botafogo.

por DINAFGO | Leitor e Amigo do Mundo Botafogo

No sábado, dia 30 de novembro, vivenciei, no centro de Barra Mansa, diante de um telão, a maior experiência futebolística da minha vida e também uma das melhores no contexto geral de minha existência. Havia crianças, idosos, mulheres, moradores próximos e distantes, pessoas vindas de fora e um mar de camisas alvinegras, que impressionavam pelo brilho de cores que transmitiam (vale lembrar que o branco é a somatória de todas as cores e o preto a ausência delas; logo, existe uma perfeição ímpar de opostos traduzidos na gloriosa camisa). Além disso, havia muitos fogos, fumaças, bandeiras e cantos. Era surreal! Quanto tempo esperamos por isso? Como merecemos...

No início da partida, era um misto de tensão e apreensão, tanto pela expulsão repentina, que foi um balde de água fria, quanto pelo peso de anos sem títulos e por estar tão perto de findar esse incômodo. O rival começava a atacar, e todos empurravam gritando, como se fôssemos capazes de entrar em campo e ocupar o lugar de Gregore: "Sai, tira, corta!". A cada defesa de John, ouviam-se aplausos efusivos. O tempo passava, começávamos a nos acalmar, continuávamos apoiando, e, de repente, uma explosão de alegria e êxtase: bola na rede do Galo! LH abria o placar, e nosso coração chorava as primeiras lágrimas daquela noite. Não demoraria muito para o ato se repetir: o juiz assinalara pênalti de Everson em nosso camisa 7 (sim, a 7 do lendário Garrincha, do fanfarrão Túlio, do predestinado Maurício). Quem cobra? Alex Telles, nosso camisa 13. (Camisa 13? Pênalti em decisão? Alô, Loco Abreu! Ouvi um uivo lá de cima.) Ele partiu e converteu! Glorioso 2x0 no primeiro tempo e com um a menos. Era um sonho! Um delírio! Loucura! Chame do que quiser.

Fomos para o intervalo em vantagem e tranquilizados. O segundo tempo começou diferente. O rival tentou uma reação e abordagem distinta e logo obteve êxito, diminuindo de cabeça. Foi o segundo balde de água fria daquela noite e mais tensão à vista. Voltamos ao início, quando achávamos que podíamos entrar em campo a cada lance perigoso. Dessa vez, a tensão perduraria até o final da partida, quando outro personagem inesquecível entraria para dar números finais à decisão. O cronômetro não parava, e o tempo se esvaía. Substituições foram feitas e jogadas construídas, até que o relógio marcou 30 segundos e chegou a hora de Júnior Santos, o homem que começou a campanha, encerrá-la. Em uma jogada icônica, ele foi até à área, driblou os marcadores, cruzou para Matheus Martins, o goleiro defendeu, mas a sobra caiu para o Jacaré fechar a conta da campanha histórica, que ele próprio havia iniciado.

A explosão do terceiro gol foi algo que jamais sairá da minha cabeça. Foi um grito de libertação, felicidade e exorcização de fantasmas, de gerações atravessadas por tudo que vivemos nos últimos anos. Enfim, o Botafogo de Futebol e Regatas conquista, de forma inquestionável, as Américas e alcança o maior título da sua história, que todos sabemos ser o primeiro de muitos. Foi mais do que merecido! Teve sofrimento, superstições, emoções fortes e todas aquelas coisas que sabemos que acontecem só com o Botafogo.

Parabéns, jogadores, comissão técnica, John Textor, torcida e todos que contribuíram para o retorno do gigante.

Viva o Botafogo!

9 comentários:

jornal da grande natal disse...

Três artigos primorosos: Dinali, Rizeck e Perrone. Tudo junto pelo nota 12 (ou 13) editor "Lusofogo" ou ("Fogoluso").

jornal da grande natal disse...

Aliás, esse repórter fotográfico Vitor Silva está ficando famoso. Está em todo lugar. Merece uma entrevista. Não perde um lance. Rsrs

Ruy Moura disse...

Primorosos, sim! Há alguns amigos que há anos me colocaram o apelido de guerra "LusoBrasFogo". LusoBras porque tenho uma mescla de cultura brasileira e portuguesa devido aos anos que vivi no Rio de Janeiro; Fogo, tá na cara, porquê! (rsrsrs)

Abraços LIBERTADORES!

Ruy Moura disse...

Aliás, como já vivi em três continentes costumo dizer consecutivamente em América do Sul, Europa e África, costumo dizer que cresci no Rio de Janeiro, desenvolvi-me em Lisboa e amadureci em África (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe).

Abraços LIBERTADORES!

Ruy Moura disse...

Tornou-se oficialíssimo no Botafogo. O outro oficial é o Arthur Barreto.

Abraços LIBERTADORES!

Sergio disse...

Esse texto do Dinali é realmente espetacular. Abs e SB!

Dinafogo disse...

Gratidão! É primorosa a arte de torcer para o Botafogo.

Ruy Moura disse...

Uma arte e uma paixão incomensurável!
Abraços LIBERTADORES!

Ruy Moura disse...

Verdade 'verdadinha'!
Abraços LIBERTADORES!

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