quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

É tempo de Botafogo!

por DU MAUAD SPORTS

«Que capítulo maravilhoso da história do futebol brasileiro escreveu o Botafogo no último sábado em pleno Monumental de Núñez! O alvinegro carioca de tanta história, de tanta tradição era o único dos 12 grandes do Brasil que nunca havia conquistado a Libertadores. A partir de agora o tão “sofrido” torcedor botafoguense pode finalmente colocar um enorme sorriso no rosto e comemorar uma conquista épica. Antes de falar da final, vamos voltar no tempo. O Botafogo é o time que revelou o maior gênio do futebol brasileiro depois do Rei Pelé. Foi com a camisa do “Glorioso” que o mundo conheceu na década de 50 um fenômeno chamado Manoel Francisco dos Santos, o genial Mané Garrincha. O “gênio das pernas tortas” colocou o Brasil no mapa do futebol mundial. Ao lado de Pelé ele venceu tudo com a Seleção. Mas Garrincha ao lado de outras estrelas como Nílton Santos, Didi, Zagallo, Quarentinha e Amarildo não conseguiu vencer a Libertadores...

Todo um folclore foi se criando. A tão batida frase “tem coisas que só acontecem com o Botafogo” foi ficando famosa ao longo doa anos. A brincadeira que torcer pro Fogão era uma “maldição” passada de avô pra pai, de pai pra filho. Uma explicação pra demonstrar que ninguém em sã consciência escolheria ser Botafogo... Se a tal “maldição” existia, ela foi encerrada com o título histórico da Copa Libertadores, em cima do Atlético-MG, com uma vitória monstruosa por 3 a 1. Jogando desde o primeiro minuto com um jogador a menos (após justa expulsão do volante Gregore) e sabendo controlar a pressão, os nervos e confirmando um título inédito. Antes da bola rolar, o favoritismo era do Botafogo. A expulsão poderia mudar tudo. Mas o time carioca se mostrou mais organizado e superou um Galo que não soube se aproveitar da superioridade numérica em campo. Luiz Henrique, Alex Telles (em pênalti muito bem marcado) e Júnior Santos no último lance fizeram os gols da festa do “Glorioso”. É verdade torcedor, existem coisas que só acontecem com o Botafogo: o primeiro time a vencer a Libertadores usando o uniforme reserva e o primeiro a ser campeão jogando toda a final com um jogador a menos...

Se os gênios da década de 60 não conseguiram, se toda uma nação sofreu anos e anos com a chacota dos rivais; essa geração recoloca o Botafogo na primeira prateleira do futebol brasileiro. É difícil indicar qual é o maior destaque do Botafogo na inesquecível tarde de sábado na capital argentina. Pode ser Artur Jorge, que teve frieza ao perder um volante e redefiniu rapidamente a estratégia. Pode ser Luiz Henrique, o cara que desequilibra. Ou a categoria do Almada, a disposição de Igor Jesus e a segurança do Barboza. O mais correto é valorizar a construção coletiva deste time. Essa é a melhor explicação pra linda história dessa final, mas que pode ser ainda maior com o título brasileiro nos próximos dias. A conquista do Brasileirão 2024 pode fechar com “chave de ouro” o ano do time da estrela solitária. Sem dúvida uma das maiores conquistas da história da Copa Libertadores. Vindo da Pré-Libertadores e com a desconfiança do fiasco do final do Brasileiro em 2023. Eliminando gigantes do futebol sul-americano e jogando demais. Não há nenhuma dúvida. É tempo de Botafogo...»

11 comentários:

jornal da grande natal disse...

Por isso eu digo que o editor "Lusofogosportinguista" é nota 13! Sabe garimpar o que é bom!

Ruy Moura disse...

É fácil quando o know-how vem desde a infância: o meu avô guardava no sótão, em baús, todos os jornais diários. Eu trepava para o sótão, que tinha muitos morcegos e com os quais convivia todos os dias sem nunca ser incomodado por eles (talvez por isso o único herói que sempre apreciei foi o Batman), e pesquisava os jornais. Foi assim que comecei a escrever as estatísticas do Botafogo em diversas modalidades desportivas e também as do turfe, já que eu era fã de Antônio Ricardo, o pai do recordista mundial de corridas de cavalos - super botafoguense Jorge Ricardo,o 'Ricardinho', com mais de 13.000 vitórias. E talvez por isso tenha tomado o gosto e em adulto tornei-me pesquisador científico. Então, pesquisar sobre toda a história do Botafogo foi uma questão de tempo.

Abraços LIBERTADORES!

Dinafogo disse...

O Botafogo é um clube gigante e dono de uma das histórias mais fantásticas e encantadoras do futebol brasileiro, com ídolos e histórias inesquecíveis. Contudo, o clube sofreu com o amadorismo e a falta de visão de seus dirigentes, que, na sua época de ouro, poderiam ter promovido melhor a imagem do clube e dado mais suporte aos atletas, além da solidificação de um trabalho ao longo prazo, como sempre existiu no Santos, nosso rival daqueles tempos.

Infelizmente, não é um problema somente do Botafogo, mas o futebol carioca, quando comparado ao futebol paulista, sempre teve um amadorismo e ineficiência de gestão maiores. Voltando a falar do Glorioso, era estranho olharmos para sua galeria e enxergarmos poucos títulos oficiais. O clube conquistou muitos títulos, mas, em meio àquela bagunça que era o futebol de outrora, aliado à falta de expertise dos dirigentes e a falta de um órgão oficial, esses títulos ficaram esquecidos, não reconhecidos ou sem a mesma relevância. E ainda assim, haviam seus pormenores.

Por exemplo, o título do BR 68 e a CONMEBOL 93 só tiveram status maior depois do reconhecimento oficial de ambos, sendo o primeiro equivalente ao Brasileirão e o segundo à Sul-Americana. Essas duas conquistas, embora dignas do reconhecimento da massa alvinegra, jamais tiveram uma presença tão marcante quanto o brasileiro de 95 e a figura de Túlio, e olha que, em 68, tínhamos Jairzinho, Manga e Cia. É óbvio que, para os mais velhos, a lembrança poderia ser mais cristalina, mas para muitas gerações, eram os heróis de 95 que encarnavam o que havia de melhor no clube, em questão de conquistas. Até mesmo os campeonatos cariocas de 62, 89 e 2010 entravam no hall de conquistas inesquecíveis.

Se fôssemos fazer um ranking de percepção de importância para a torcida, acho que ficaria assim:

1. 95


2. 89


3. 62


4. 2010


5. 68


6. 93



Basta olharmos as músicas entoadas nas arquibancadas e como cada conquista era lembrada nas rodas de conversa. Acho que a geração 95 foi a mais "chiclete", e os de 62 foram mais "pops".

Agora, se formos fazer um ranking de peso e relevância, atualmente ficaria assim:

1. Liberta


2. 93 CONMEBOL


3. 68 Taça Brasil


4. 95 Brasileiro


5. 62 Carioca


6. 89 Carioca


7. 2010 Carioca



O fato é que estávamos necessitando de uma conquista à altura, que pudesse nos colocar de volta aos holofotes, inédita e alcançada de modo épico. Talvez não imaginávamos o quão próximos estávamos de findar a seca ou nossa intuição diminuiu por causa do ano de 23, tal como foi no ano de 92, que depois culminou no título de 95. O Botafogo teve ousadia de enfrentar seus fantasmas e agarrar com força e coragem o seu lugar mais do que digno nas cadeiras cativas dos campeões do continente sul-americano. Foi LIBERTADOR! Merecemos mais, muito mais.

Ser Botafogo nunca foi um sofrimento, ao menos para mim, mas presenciar um clube desta magnitude nas mãos de quem não entende a sua importância, na boca de abutres oportunistas e ditos "rivais", isso sim era um sofrimento. Porém, tem uma frase que gosto:

"Torna-te quem tu és."

O Botafogo é um time gigante e já havia passado da hora de tornar-se aquilo que ele é de fato. Eu sempre disse que era mais fácil o Botafogo acabar do que virar um time de porte menor, pois é incompatível com a sua natureza e essência. O próprio símbolo do clube já é uma demonstração de que o seu lugar é nos "céus" e "brilhando", time incontido e imprevisível, tal como o fogo, e quem brinca com ele acaba se queimando.

Tenho certeza que fecharemos o ano com chave de ouro. Mais uma vez será um privilégio prestar reverências ao clube que me escolheu.

Saudações Alvinegras

Saudações Gloriosas

Saudações Libertadoras

"A tua estrela brilha!"

Ruy Moura disse...

Dinali, não concordo totalmente com o seu escalnamento de importância. Pelo que converso com os meus amigos, eu talvez avançasse com esse escalonamento: 1º Libertadores 2024; 2º Brasileiro, 1995; 3º Carioca 1989; 4º Conmebol 1993; 5º Taça Brasil 1968; e entre Carioca 1962 e Carioca 2010 não sei qual escolheria para 6º e 7º porque para a geração mais velha seria 1962, para a mais nova 2010.

Diria que, emocionalmente, a Libertadores é disparada em 1º lugar; talvez o Carioca 1989 em 2º lugar, porque foi o quebrar de uma época de inaudito sofrimento para uma enorme massa de torcedores vendo o seu tão importante e amado clube a desfazer-se; o Brasileiro 1995 em 3º lugar porque renovou consideravelmente a torcida pela nova juventude que aderiu ao Túlio Maravilha; em 4º lugar o Carioca de 2010 pela 'humilhação' feita ao Flamengo vingando todos os anos anteriores de 2002, 2008 e 2009 em que o campeonato carioca foi sonegado ao Botafogo pelas arbitragens. Em 1962 aquela final foi simplesmente sensacional, mas já está muito distante... E ainda mais distante duas finais espetaculares em matéria de emoção: a fabulosa goleada em 1957 de 6x2 sobre a soberba do Fluminense que se intitulava campeã antes de entrar em campo (a maior de sempre numa decisão na Era do profissionalismo) e o soberbo campeonato de 1948 vencendo contra todas as expectativas o Expresso Vitória, o maior esquadrão da história do Vasco da Gama, e projetando o Biriba e Carlito Rocha para os mitos e as lendas do nosso Botafogo.

Mudando de assunto: eu gosto muito dos seus comentários longos, objetivos, discernentes e serenos, e com uma quase imperceptível forte carga emocional de verdadeira devoção ao nosso Clube. Quer abrir uma coluna para si, para escrever os seus textos mais aprofundados? Escolha a designação da coluna e eu abro uma Etiqueta especialmente para os seus textos. Sem quaisquer compromissos periódicos. Está feito o desafio!

Abraços LIBERTADORES!

jornal da grande natal disse...

Perfeito. Uma coluna "DINAFOGO" (rsrs). PS: antes da unificação dos títulos nacionais eu sempre dizia que o Botafogo era o único campeão da Taça Brasil. Aliás, aque biênio foi sensacional. Contou ainda com o bi carioca e o bi da Taça Guanabara. Cinco "csnrcis" em duas temporadas. Sem contar os torneios amistosos internacionais e nacionais.

Ruy Moura disse...

É verdade, Vanilson, foi um biênio formidável, cheio de 'craques', que se seguiu de crise profunda. Quase o inverso aconteceu - sem 'craques' - com o 'ressurgimento' no extraordinário período 1989-1998 com 3 campeonatos cariocas, 1 brasileiro, 1 Rio-São Paulo, e ainda umas Taças Guanabara e Rio e a Taça da Cidade Maravilhosa de 1996, que na verdade foi um campeonato carioca e a FERJ não nos atribuiu como tal. E não foi até 1999 porque nos tramaram na Copa Brasil de 1999. Para quem saiu de uma crise profunda foi um período muito bom, antes de entrarmos numa crise ainda mais profunda, até à ressurreição recente. Que Botafogo este!

Só desejo que entre tempos de dramas e glórias tenha chegado o tempo de não mais regressarmos às mãos de gente que delapidou o nosso prestígio sem nenhum escrúpulo.

Abraços LIBERTADORES!

Sergio disse...

Não há dúvida de que esse título da Libertadores é o mais importante da nossa gloriosa história, mas eu tenho um carinho muito grande pelo título carioca de 1989, pois quem viu os grandes times do Botafogo e passando pelo jejum e a cada ano que era derrotado tinha que ouvir o "parabéns pra você", o título de 1989 resgatou a dignidade de um clube tão grande e sofrido por tantas administrações nefastas, que infelizmente depois de um período de títulos importado novamente a decadência
Esse título da Libertadores é o mais simbólico do renascimento do Botafogo. Abs e SB!

Dinafogo disse...

Boa tarde, Blog! Tudo bem com vocês?

Entendi o seu posicionamento quanto à escala de importância, havia me esquecido de colocar a Libertadores na posição 1, porém havia separado o peso assim:

Continental
Nacional
Interestadual
Estadual

A parte emocional é difícil de mencionar dependendo da época, pois não imaginamos, às vezes, a dimensão e a repercussão. Sempre lembro de 95 e 89 por causa das músicas e os ídolos marcantes. No tocante ao estadual, sou do ano de 98 e a minha geração se encantou pelo carrossel alvinegro, na qual naquela época Juninho e Maicosuel eram meus "ídolos". Então, para mim, o título de 2010 tem uma carga emocional enorme, principalmente porque ali começava a minha identificação com o goleiro Jefferson (maior jogador que tinha visto até o momento). E foi demais impedir o tetra do Urubu. Depois disso, o meu favorito era o problemático Jobson.

Gostaria de dizer também que fico contente de você trazer essas histórias e uma pontinha de inveja por ter visto craques que somente escutei falar. Por exemplo, meu tio Maurício, um vascaíno roxo, considerava o time de Paulinho Criciúma um dos maiores times da Estrela Solitária.

Por fim, gostaria de expressar a minha gratidão pelos seus elogios em relação aos meus comentários e pela honra de receber este convite. A minha resposta é SIM!!! O nome da coluna ou etiqueta será Botafogo nisso! Motivo? Uma singela homenagem ao samba-enredo de 1985, da Caprichosos de Pilões, o primeiro que tive notícia e contato e que falava do gigante. Curiosamente, quatro anos depois viria o título de 89.

Saudações Alvinegras
Viva o Botafogo!!!

Dinafogo disse...

Olá, Vanilson! Gostei do nome de guerra e acho vou "batizar" meu nome aqui no blog.

Ruy Moura disse...

Resposta tardia: então será a coluna Botafogo Nisso!
Abraços LIBERTADORES!

Ruy Moura disse...

Concdo,Sergio. 1989 foi de Renascimento e muito emocionante para quem sofreu tanto por 21 anos consecutivos.
Abraços LIBERTADORES!

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