por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo
Botafogo x Flamengo – Campeonato Brasileiro
de 1972
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Destaque: O Botafogo, por destino ou tradição, foi sempre uma enorme pedra no
sapato do Flamengo em ocasiões importantes para o nosso adversário, começando
por ser ‘carrasco’ nos mares batendo o Flamengo e conquistando títulos nas
águas da baía de Guanabara; depois goleou a equipe da Gávea por 5x1 no 1º jogo
de futebol entre remadores de ambos os clubes; em seguida derrotou o Flamengo
no 1º jogo oficial entre ambos em 1913; posteriormente, em 1927, infligiu a
maior goleada sofrida pelo Flamengo, por 9x2; em 1944 ‘Sentou’ o Flamengo em
campo com uma goleada de 5x2 no placar; na década de 1960 os rubro-negros foram
diversas vezes vulgarizados pelas exibições de Garrincha, como, por exemplo,
nos campeonatos de 1961 e 1962 (3x0 em ambos os casos); em 1968 o nosso rival saiu
envergonhado de campo após uma sonora goleada de 4x1 na Taça Guanabara a favor
do Botafogo, depois dos flamenguistas terem sido derrotados pelo Bonsucesso no
jogo em que poderiam ter obtido o título, que fugiu para o Botafogo; e
finalmente, em 1972, com um 'presente de grego' no dia do 77.º aniversário do Flamengo, Jairzinho e
companhia tornaram a vulgarizar o Flamengo com uma estrondosa goleada de 6x0!
BOTAFOGO 6x0 FLAMENGO
Gols: Jairzinho, aos l5’, Fischer, aos 35’ e 41’
do l° tempo; Jairzinho, aos 23’ e 38’ (*de letra*), e Ferretti, aos 42’ do 2°
tempo
Competição: Campeonato Brasileiro
Data: 15.11.1972
Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro
(RJ)
Público: 46.279
Árbitro: José de Assis Aragão
Botafogo: Cao, Mauro Cruz, Waltencir, Osmar e
Marinho Chagas; Carlos Roberto, Nei Conceição e Ademir Vicente (Marcos
Aurélio); Zequinha, Fischer (Ferretti) e Jairzinho. Técnico: Sebastião Leônidas
Flamengo: Renato, Moreira, Chiquinho Pastor, Tinho e Rodrigues Neto; Liminha, Zanata (Mineiro) e Paulo Cézar Caju; Rogério (Caio), Humberto e Fio Maravilha. Técnico: Zagallo.
Botafogo x Flamengo – final do Campeonato
Carioca de 1989
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Destaque: Após a derrota do Flamengo por 6x0 para o Botafogo, em 1972, seguiu-se,
em 1977/78 uma sequência de invencibilidade do Botafogo, superando o recorde
brasileiro de jogos sem perder, tanto no conjunto de todos os jogos (52) como
nos jogos correspondentes apenas ao Brasileirão (42); posteriormente o Flamengo
conseguiu também uma grande sequência, mas sobretudo em jogos amistosos, que
contratava com os adversários para se aproximar do Botafogo e de modo a
conseguir vencer e superar o Botafogo justamente num jogo contra o próprio
Glorioso, mas novamente a tradição ou o destino frustrou os flamenguistas, que
foram derrotados por 1x0 com gol de Renato Sá; a senda de frustrações flamenguistas
virou trauma, mas esperavam finalmente desforrar-se no Maracanã, na final do
campeonato carioca de 1989, já que o Botafogo há 21 anos que, por via de
perseguições políticas e desportivas, não conquistava um título oficial; no
entanto, há muitas coisas boas que só acontecem ao Botafogo, e foi em cima do
seu maior rival que conquistou o campeonato carioca de 1989, com um gol de
Maurício, quebrando um jejum de 21 anos e determinando mais um chororô clássico
do Flamengo – sim o maior chorão carioca é mesmo o clube da Gávea! – que alegou
um empurrão inexistente dentro da área – e o Flamengo tornou-se novamente, e
uma vez mais, um freguês de ‘bicho certo’ em embates importantes entre os dois
clubes que disputam o ‘Clássico da Rivalidade’.
BOTAFOGO 1x0 FLAMENGO
» Gol: Maurício, aos 57’ (2° tempo)
» Competição: Campeonato Carioca de 1989
» Data: 21.06.1989
» Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
» Público: 56.412 pagantes; 68.671 espectadores
» Renda: NCr$ 302.592,00
» Árbitro: Válter de Paula Senra
» Botafogo: Ricardo Cruz, Josimar, Wilson
Gottardo, Mauro Galvão e Marquinhos; Carlos Alberto Santos, Luisinho e Vítor;
Maurício, Paulinho Criciúma e Gustavo (Mazolinha). Técnico: Valdyr Espinosa.
» Flamengo: Zé Carlos, Jorginho, Aldair, Zé
Carlos Nascimento e Leonardo; Aílton, Renato Carioca e Zico (Marquinhos);
Alcindo (Sérgio Araújo), Bebeto e Zinho. Técnico: Telê Santana.
Nota: O Botafogo foi Campeão Estadual invicto.
Botafogo 1x0 Vasco da Gama – Final do
Campeonato Carioca de 1990
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Destaque: O regulamento do
campeonato estadual referia que a final disputar-se-ia entre os campeões da
Taça Guanabara (Vasco da Gama) e da Taça Rio (Fluminense). Porém, no caso uma
terceira equipa somar mais pontos ao final dos dois turnos (caso do Botafogo),
classificar-se-ia para a final e aguardaria uma espécie de semifinal entre os dois
rivais, tendo o Vasco da Gama vencido o Fluminense por 1x0 e classificando-se
para a final; ao perder a final por 1x0, o clube da Colina produziu uma ‘pérola’
de imaginação, considerando que ao ganhar ao Fluminense somaria dois pontos aos
anteriores e, após o término do jogo da final, ambos estariam empatados em
pontos, sendo necessário recorrer a uma prorrogação (!); entretanto, o
Botafogo, vencedor da decisão, abandonou o relvado após a sua ‘volta olímpica’
e o Vasco decidiu autoproclamar-se campeão; mas a Taça já havia sido levada
pelo Botafogo, e então os vascaínos pegaram numa improvisada caravela de
papelão e efetuaram uma surreal ‘volta olímpica’, com um sorriso amarelo muito
pouco convencido da conquista; a Federação, cumprindo o regulamento, acabou por
dar razão ao Botafogo, que venceu com o gol de um atleta (Carlos Alberto Dias) quase
substituído pelo treinador e perante um adversário comemorando um título
fantasma com uma improvisada caravela de papelão… e não é que há coisas que só
acontecem a Botafogo?!
BOTAFOGO 1x0 VASCO DA GAMA
» Gol: Carlos Alberto Dias
» Competição: Campeonato Carioca / 1990
» Data: 29.07.1990
» Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
» Público: 35.083 espectadores
» Árbitro: Cláudio Garcia
» Botafogo: Ricardo Cruz, Paulo Roberto, Wilson Gottardo, Gonçalves e
Renato Martins; Carlos Alberto Santos, Luisinho e Djair (Gustavo); Donizete,
Valdeir e Carlos Alberto Dias. Técnico: Joel Martins da Fonseca.
» Vasco: Acácio, Luiz Carlos Winck, Célio Silva, Quiñonez e Mazinho; Zé do Carmo, Marco Antônio Boiadeiro e Bismarck; Tita, Sorato e William (Roberto Dinamite). Técnico: Alcir Pinto Portela.
Botafogo x Peñarol – Final da Copa Conmebol
de 1993
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Destaque: O Botafogo, que não chegara a nenhuma final oficial de natureza
internacional até à década de 1990, muito porque as suas diretorias pós 1963
fizeram a equipe rumar em sucessivas excursões pelo mundo (atuamos em mais de
cem cidades até hoje) em busca de dólares que desapareciam com a mesma
velocidade com que apareciam, chegou finalmente a uma final em 1993, disputando
o troféu da Copa Sul-americana Conmebol com o poderoso Peñarol (então 5 vezes
campeão da Libertadores e 4 vezes vice-campeão); a equipe alvinegra, apesar de
bons resultados, vencia mais na garra do que na técnica e mostrava-se altamente
competitiva, constituindo para o Peñarol uma ‘prenda de grego’, bem organizada
por Carlos Alberto Torres e comandada pelo surpreendente artilheiro Sinval;
embora o ‘estrelado’ Pablo Bengoechea tenha inaugurado o marcador aos 34’, o
certo é que a garra alvinegra virou o jogo com dois gols aos 52’ e 72’, vitória
que parecia certa à chegada dos 90’ de jogo; mas foi nesse fatídico minuto que
um ‘balde de água fria’ mergulhou os nossos jogadores numa inesperada
incredulidade e reduziu o Maracanã ao silêncio – o Peñarol empatou aos 90’; a
decisão por pênaltis costumava ser desfavorável aos brasileiros, e tudo parecia
perdido quando Sinval, o artilheiro da competição, perdeu a 1ª penalidade, mas
William Bacana defendeu também a 1ª do Peñarol, o Botafogo marcou em três
penalidades sucessivas e o Peñarol entregou-nos o troféu rematando à trave na
quarta oportunidade – Botafogo campeão, 1º clube carioca a levantar um título
internacional no Maracanã!
BOTAFOGO 2x2 PEÑAROL [pênaltis: 3x1]
» Gols: Eliel, aos 52’, e Sinval, aos 72’
(Botafogo); Bengoechea, aos 34’, e Otero, aos 90’ (Peñarol); Decisão por
pênaltis: Suélio, Perivaldo e André Santos (Botafogo) e Da Silva (Peñarol)
» Competição: Copa Sul-americana Conmebol
» Data: 30.09.1993
» Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro
(RJ)
» Público: 26.276 pagantes; 45.000 espectadores
» Renda: Cr$ 8.585.800,00
» Árbitro: Francisco Lamolina; Assistentes: Aníbal Hay e Osvaldo Carlomagno
» Disciplina: cartão amarelo – Cláudio Henrique
e Nélson (Botafogo) e Bengoechea e Perdomo (Peñarol)
» Botafogo: William Bacana, Perivaldo,
André Santos, Cláudio Henrique e Clei (Eliomar); Nélson, Suélio e Eliel;
Aléssio (Marcos Paulo), Sinval e Marcelo Costa. Técnico: Carlos Alberto Torres.
» Peñarol: Rabajda, Tais, Gutiérrez, De Los Santos e Da Silva; Baltierra, Perdomo (Ferreyra), Bengoechea (Rehermann) e Dorta; Otero e Rodríguez. Técnico: Gregório Pérez.
Botafogo x Santos – final do Campeonato
Brasileiro de 1995
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Destaque: O mais contestado título do Botafogo ocorreu na célebre final da
conquista do campeonato brasileiro de 1995, uma competição há muito perseguida
pelo Clube da Estrela Solitária; o Botafogo vencera a 1ª partida no Maracanã e
empatou por 1x1 na 2ª partida no Pacaembu, sagrando-se campeão; todavia, o gol
do Botafogo foi irregular e até hoje os santistas reclamam e a polêmica
ressurge; no entanto, na disputada polêmica os santistas esquecem que na 1ª
partida Túlio ia marcar o 3º gol, sozinho dentro da área contra o goleiro do
Santos, e erradamente o árbitro validou um impedimento inexistente, sonegando o
3x1 ao Botafogo, placar que praticamente determinava a conquista do título; ao
fim e ao cabo foi um título merecidíssimo no conjunto das duas mãos, no Maracanã
e no Pacaembu, com uma belíssima equipe botafoguense, que embora partida por
quezílias internas que acabaram atravessando o plantel, foi comandada por Túlio
Maravilha até à glória final.
BOTAFOGO 1x1 SANTOS
» Gols: Túlio, aos 24’ (Botafogo); Marcelo Passos 46’ (Santos)
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Data: 17.12.1995
» Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
» Renda: R$ 697.520,00
» Público: 28.488 espectadores
» Árbitro: Márcio Rezende de Freitas
» Botafogo: Wagner, Wilson Goiano, Wilson Gottardo, Gonçalves e André Silva
(Moisés); Leandro Ávila, Jamir, Beto e Sérgio Manoel; Donizete e Túlio.
Técnico: Paulo Autuori.
» Santos: Edinho, Marquinhos Capixaba, Ronaldo, Narciso e Marcos Adriano;
Carlinhos, Marcelo Passos, Giovanni e Robert (Macedo); Camanducaia e Jamelli.
Técnico: Cabralzinho.
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