Amarildo jogou pelo Botafogo entre 1958 e 1963, tendo sido ‘eternizado’ como titular do maior ataque do Glorioso em todos os tempos: Didi, Garrincha, Quarentinha, Zagallo e Amarildo. O craque conquistou o bicampeonato Carioca de 1961/1962 (artilheiro em 1961), o Rio-São Paulo de 1962 e a Copa do Mundo do mesmo ano.
Em 1963 foi negociado com o Milan, da Itália, onde também fez sucesso, jogando até 1967. Jogou ainda na Fiorentina (de 1967 a 1971) e na Roma (de 1971 a 1972). Voltou ao Brasil em 1973 para defender o Vasco da Gama, equipa na qual encerrou a carreira em 1974.
É comum dizer-se que Amarildo e Garrincha ganharam ‘sozinhos’ a Copa do Chile, porque Amarildo entrou com a enorme responsabilidade de substituir Pele no jogo contra a Espanha e marcou os dois gols da vitória. Antes do jogo o técnico espanhol perguntava: – "Quem é Amarildo?". Noventa minutos depois o espanhol já sabia quem era Amarildo…
No Milan, na decisão do Mundial de Clubes contra o Santos, em 1963, ele integrou o célebre ataque rubro-negro ao lado de Mora, Lodetti, Mazzola e Gianni Rivera.
Amarildo (em baixo, com Garrincha) fez 238 partidas e 135 gols pelo Glorioso, ocupando o décimo-primeiro lugar na lista dos maiores artilheiros do clube. Recebeu o apelido de ‘Possesso’ após a excelente participação na Copa do Mundo de 1962. Pelo escrete canarinho fez 24 jogos e marcou 9 gols.

As grandes decisões de Amarildo no Botafogo:
» BOTAFOGO 1x0 FLAMENGO
Data: 16/07/1961
Local: Maracanã, Rio de Janeiro
Árbitro: Armando Marques
Competição: Torneio Início (decisão)
Gol: China
Botafogo: Manga, Cacá, Zé Maria, Ayrton e Rildo; Pampolini e Édison; Neyvaldo, China, Amarildo e Sidney.
Flamengo: Ari, Marinho, Bolero, Jadir e Jordan; Vanderlei e Gérson; Aírton, Henrique, Germano e Babá.
Nota: Botafogo, campeão do Torneio Início do Rio de Janeiro (1961).
Fonte: Jornal dos Sports.
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» BOTAFOGO 3x1 PALMEIRAS
Data: 17 de março de 1962
Local: Maracanã (Rio de Janeiro)
Público: 50.325 (46.368 pagantes)
Árbitro: Romualdo Arppi Filho
Competição: Torneio Rio-São Paulo (decisão)
Gols: Quarentinha, aos 40’’ e Zequinha, aos 3’ (1° tempo); Amarildo, aos 6’ e 17’ (2° tempo)
Botafogo: Manga, Joel (Cacá), Zé Maria, Nílton Santos e Rildo; Ayrton e Didi; Garrincha, Quarentinha (China), Amarildo e Zagallo (Neyvaldo). Técnico: Marinho Rodrigues.
Palmeiras: Valdir, Djalma Santos, Valdemar, Aldemar e Jorge; Zequinha e Chinesinho; Gildo (Zeola), Américo, Vavá e Geraldo José da Silva. Técnico: Maurício Cardoso.
Nota: Botafogo, campeão do Torneio Rio-São Paulo (1962).
Fonte: Jornal dos Sports.
» BOTAFOGO 3x0 FLAMENGO
Data: 15 de dezembro de 1962
Local: Maracanã, Rio de Janeiro
Renda: Cr$ 22.093.570,00
Público: 158.994 (147.043 pagantes)
Árbitro: Armando Marques
Competição: Campeonato Carioca (decisão)
Gols: 1° tempo - Botafogo 2 a 0, Garrincha e Vanderlei (contra); Final - Botafogo 3 a 0, Garrincha
Botafogo: Manga, Paulistinha, Jadir, Nílton Santos e Rildo; Ayrton e Édison; Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagallo. Técnico: Marinho Rodrigues.
Flamengo: Fernando, Joubert, Vanderlei, Décio Crespo e Jordan; Carlinhos e Nelsinho; Espanhol, Henrique, Dida e Gérson. Técnico: Flávio Costa.
Obs: Dida e Paulistinha foram expulsos.
Nota: Botafogo, bicampeão carioca (1961-1962).
Fonte: Jornal dos Sports de 16-12 e 28-12-1962 (retificando o público editado em 16-12).
O Museu dos Esportes possui um artigo realçando as capacidades do craque, intitulado ‘Craques da Raça – Amarildo’. Eis o texto integral (http://www.museudosesportes.com.br/noticia.php?id=16899):
“Era um menino adorável de ar ingênuo e inocente. Transformou-se num dos mais terríveis demônios dos estádios. Substituiu Pelé na Copa de 1962 e ajudou o Brasil a chegar ao bicampeonato. Foi então exaltado pelo teatrólogo Nelson Rodrigues – “Só um possesso faria aquilo”. Raramente não chegava em casa de olho roxo, a mão marcada por dentes de bocas abusadas. Cada dividida com seu detrator simbolizava uma explosão de ódio, fúria, um último e fatal encontro. Dentro do menino de cabelo encaracolado, lá no recôndito de seu íntimo, começavam a brotar caracteres que o marcaram mais que o afetuoso trato com a bola: o revoltado, o malcriado, o desleal, o valente, o impiedoso, o que não levava desafora para casa.
Aos 17 anos, juvenil do Flamengo, fumava tranquilamente no vestiário quando entrou o técnico Fleitas Solich, um paraguaio disciplinador: – “Amarildo, não quero vê-lo fumando!”. Do menino de rosto tímido, surgia furioso: – “Não grite comigo". – “Fora, Amarildo, fora!” – esbravejava Solich. – “Não te arrebento, velho.....por ser covardia!”. Da Gávea para Vila Isabel, onde morava, errou o ônibus mas, acertou ao passar na porta de General Severiano, viu muitos carros e saltou para pedir vez ao técnico João Saldanha, que ouvira falar do menino através do ex-jogador Galo. O Flamengo perdia e o Botafogo ganhou, naquele ano de 1958, um dos mais temidos atacantes do futebol mundial. Passou profissional em 1960.
Aceitar desafios, paradas indigestas fazia parte de sua vida. Em campo não fugia nem do temido Jadir, violento beque do Flamengo. Em 1961, deu-lhe um toco e recebeu a resposta no lance seguinte: 12 pontos na perna. Amarildo só tremeu uma vez na vida. No dia 3 de Junho de 1962 no jogo Brasil e Espanha, na Copa do Mundo no Chile. Pelé se machucou na segunda partida e ficou fora da Copa. E no jogo contra a Espanha, lá estava o garoto Amarildo com a camisa 20. No começo, Amarildo estava apático, as pernas pareciam de chumbo e aquela ferocidade sumira. Até que no final no primeiro tempo o zagueiro Garcia cuspiu-lhe na camisa e puxou-lhe o cabelo. Pobre Garcia despertava o adormecido anjo branco e dele surgia a figura do Possesso. Veio o segundo tempo e o Brasil venceu com dois gols de Amarildo. Aquele era o grande Amarildo, bicampeão mundial, bicampeão carioca.
Por nove anos foi rei na Itália, do Milan. Fiorentina e Roma. Também foi rei em punições. Suspenso 41 vezes, teve 28 expulsões e pena de 28 semanas. Era o Possesso que quebrara pernas, tivera a sua quebrada e o corpo cheio de cicatrizes. Esse era o Amarildo que um dia jogou ao lado de deuses da técnica e de cada um deles ganhou um pedaço da imortalidade. Mas ele, além de tudo, era um Craque da Raça.”
4 comentários:
Oi,
Duas grandes decisões do Botafogo FR e de Amarildo (que completa 70 anos amanhã).
BOTAFOGO FR 3 x 1 SE PALMEIRAS
Data: 17 de março de 1962
Local: Maracanã (Rio de Janeiro)
Público: 50.325 (46.368 pagantes)
Árbitro: Romualdo Arppi Filho
Competição: Torneio Rio-São Paulo (decisão)
Gols: Quarentinha, aos 40’’ e Zequinha, aos 3’ (1° tempo); Amarildo, aos 6’ e 17’ (2° tempo)
Botafogo: Manga, Joel (Cacá), Zé Maria, Nílton Santos e Rildo; Ayrton e Didi; Garrincha, Quarentinha (China), Amarildo e Zagallo (Neyvaldo). Técnico: Marinho Rodrigues
Palmeiras: Valdir, Djalma Santos, Valdemar, Aldemar e Jorge; Zequinha e Chinesinho; Gildo (Zeola), Américo, Vavá e Geraldo José da Silva. Técnico: Maurício Cardoso
NOTA: BOTAFOGO, CAMPEÃO DO TORNEIO RIO-SP (1962).
Fonte: Jornal dos Sports.
BOTAFOGO 3 x 0 FLAMENGO
Data: 15 de dezembro de 1962
Local: Maracanã, Rio de Janeiro
Renda: Cr$ 22.093.570,00
Público: 158.994 (147.043 pagantes)
Árbitro: Armando Marques
Competição: Campeonato Carioca (decisão)
Gols: 1° tempo - Botafogo 2 a 0, Garrincha e Vanderlei (contra); Final - Botafogo 3 a 0, Garrincha
Botafogo: Manga, Paulistinha, Jadir, Nílton Santos e Rildo; Ayrton e Édison; Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagallo. Técnico: Marinho Rodrigues
Flamengo: Fernando, Joubert, Vanderlei, Décio Crespo e Jordan; Carlinhos e Nelsinho; Espanhol, Henrique, Dida e Gérson. Técnico: Flávio Costa
Obs: Dida e Paulistinha foram expulsos
NOTA: BOTAFOGO, BICAMPEÃO CARIOCA (1961-1962).
Fonte: Jornal dos Sports de 16-12 e 28-12-1962 (retificando o público editado em 16-12).
Obrigado, Pedro!
Abração.
Me lembro pouco do Amarido "ao vivo", mas revendo vídeos que tenho dele, realmente era sensacional. E parabéns prá ele hoje nos seus 70 anos. Grande abraço e Saudações gloriosamente botafoguenses!
Seu post foi sensacional, Rui.
O NIlton Santos deu parabens a ele no site oficial tbm.
bjs
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