Fragmentos ‘futebol do botafogo 1961-1965’: três vezes Garrincha… [31]

por CARLOS VILARINHO

especialmente para o Mundo Botafogo

sócio-proprietário e historiador do Botafogo de Futebol e Regatas

[A narração que se segue reporta-se à decisão do campeonato carioca de futebol de 1962]

O Flamengo dá a saída e se manda. Dida atira rente ao travessão. (…) Aos 10, Amarildo domina e faz um lançamento para Garrincha, rente à lateral. (…) Mané desata a correr, deixando Jordan para trás. Sempre em velocidade, busca o bico da área, passa de passagem por Vanderlei, atrai Fernando e toca no outro canto: 1x0. Golaço! (…)

Aos 35, Ayrton corta um passe (…) e toca para Edson, que estica para Garrincha, com espaço e sem marcação. A cinco passos da grande área, Mané ganha a dividida com Jordan, controla, ultrapassa o bico da área, evita Gérson e fuzila rasante. O couro quica na lateral da pequena área, sobe, passa por Fernando, bate no rosto de Vanderlei e entra: 2x0. Golaaçoo!! (…)

Zagalo entrega a Amarildo, que lhe devolve o couro. Zagalo progride pelo corredor da grande área, evita a marcação de dois contrários e lança com perfeição à boca da meta. Num lance eletrizante, Quarentinha executa uma tesoura voadora espetacular. O couro explode no peito de Fernando. Décio Crespo pisca um olho e Garrincha empurra para o fundo do filo: 3x0. Golaaaçooo!!! (…)

Botafogo bicampeão! O túnel grita, chora e comemora. Sérgio Darcy invade o gramado! Lídio Toledo ergue os punhos! Rildo abraça Thomé! Pula Aluísio! Paulistinha corre como um doido varrido! No vestiário, transformado em manicômio, Ney Palmeiro e Brandão Filho se abraçam comovidos.

Fonte do excerto: VILARINHO, C. F. (2016). O Futebol do Botafogo 1961-1965. Edição do Autor: Rio de Janeiro, p. 126-127.

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