por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo
Em primeiro lugar o Mundo Botafogo
saúda uma vitória consistente baseada num coletivo e num desempenho individual
que andava muito fugido da equipe Botafoguense.
Em segundo lugar afirmar que uma
goleada sobre um adversário relativamente fraco pode servir de ânimo, mas será
apenas o reinício de uma nova caminhada.
Em terceiro lugar, embora o adversário
seja fraco, fracos também são a maioria dos clubes do campeonato estadual e o
Botafogo perdeu e empatou e quando ganhou foi por margem mínima. Portanto, mérito
no jogo com o Aurora.
Em quarto lugar, comparar o
desempenho coletivo e individual do Botafogo no jogo da 1ª mão com o jogo da 2ª
mão é algo abismal em termos de parecenças.
Em quinto lugar parece evidente que
a substituição de treinador mudou o rumo do 2º jogo em relação ao 1º jogo na
Bolívia. Efetivamente, apesar do Aurora ser relativamente fraco na marcação e
possuir um goleiro aparentemente também bastante frágil, o comportamento na nossa
equipe e dos nossos atletas foi bem diferente e meritório.
E assim chegamos a um ponto de
especulação que pode ser interessante: Bruno Lage não foi bem sucedido mais
pela sua incapacidade de comunicar bem com atletas e em público e não tanto
pelos resultados; Lúcio Flávio não foi bem sucedido claramente pela sua
fragilidade muito evidente como treinador; Tiago Nunes não foi bem sucedido nos
resultados alcançados e, nos últimos jogos, pelas suas inusitadas declarações à
imprensa e a gozação pública de ‘chororô’ dirigida a um colega de profissão.
E como foi possível a mudança radical
de Tiquinho Soares? Como é possível ter-se ‘arrastado’ durante tantos jogos e
subitamente começar a correr e a movimentar-se tão agilmente? Como é que um atleta,
após jogos e jogos sucessivos de maus desempenhos, ressuscita quase ao nível dos
desempenhos anteriores à lesão? Será da variável ‘comportamental’ ao nível do
comando da comissão técnica?
E como é possível Júnior Santos
marcar 4 gols num só jogo? Será em virtude de ter jogado mais avançado na área com
Tiquinho Soares organizando jogo, evidenciando assim uma veia ‘oportunista’ de
artilheiro que anteriormente fora de Tiquinho?
Seja o que for, o empenho individual
dos jogadores afigura-se ter sido muitíssimo maior e o modelo coletivo mais
simplificado e verticalizado do que a monotonia tática habitual.
Os destaques em campo foram
claramente de Júnior Santos (há muitos jogos que se mostrou grande ‘lutador’ da
equipe) e de Tiquinho Soares por ‘últimos passes’ de grande qualidade, enquanto
Savarino no ataque precisa, embora tenha tido bom desempenho, afinar melhor o aproveitamento
de oportunidades criadas.
Fora de campo, duas revelações muito
interessantes: a Coletiva de Fábio Matias e de Júnior Santos. Há muito tempo
que eu não assistia a Coletivas botafoguenses claras, objetivas, sem demagogias,
assertivas e com inteligência emocional – tanto de FM como de JS. Superinteressante.
Aplausos do Mundo Botafogo!
Finalmente uma palavra para a
torcida que acorreu ao estádio e entusiasmou a equipe!
FICHA TÉCNICA
Botafogo 6x0 Aurora
» Gols: Júnior Santos, aos 3’, 52’,
69’ e 81’, Tiquinho Soares, aos 15’, e Savarino, 45+2’
» Competição: Copa Libertadores da
América / 3ª Eliminatória
» Data: 28.02.2024
» Local: Estádio Olímpico Nilton
Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
» Público: 20.425 pagantes / 21.917
espectadores
» Renda: R $ 740.697,00
» Árbitro: Jesús Valenzuela
(Venezuela); Assistentes: Jorge Urrego (Venezuela) e Tulio Moreno (Venezuela);
VAR: Juan Soto (Venezuela)
» Disciplina: cartão amarelo – Alexander
Barboza e Damián Suárez (Botafogo) e Michelli, Robles, Blanco, René Barbosa e
Alaniz (Aurora)
» Botafogo: Gatito Fernández; Damián
Suárez (Mateo Ponte), Lucas Halter, Alexander Barboza (Gregore) e Hugo; Danilo
Barbosa, Tchê Tchê (Kauê) e Eduardo (Diego Hernández); Júnior Santos, Tiquinho
Soares (Janderson) e Savarino. Técnico: Fábio Matias.
» Aurora: Akólogo; Amarilla, René
Barbosa e Michelli (Troncoso); Didí Torríco (Darío Torrico), Robles (Cabral),
Alaniz, Serginho (Sejas) e Jair Torrico; Reinoso (Bustamante) e Blanco.
Técnico: Diego Soria.