por RUY MOURA |
Editor do Mundo Botafogo
No Chipre é fácil conviver com camelos,
burros, bodes, cabras e papagaios, como se verá pelas ilustrações, mas o que
predomina sã mesmo os gatos.
No Egito Antigo os gatos eram animais
adorados no porque os egípcios acreditavam que eles eram criaturas mágicas, que
traziam consigo a sorte às pessoas que os cuidavam. Por essa razão, as famílias
ricas vestiam s seus gatos com indumentárias adornadas por joias e os
alimentavam principescamente com altas guloseimas.
Todavia, tal com Chipre deu direito a guerras territoriais que ainda hoje são visíveis pela divisão fronteiriça da capital Nicósia entre o Chipre e o território a norte anexado pelos turcos em 1974, também no que respeita aos gatos há uma notória divisão devido à existência de duas raças de felinos por registrar: a Afrodite e a Santa Helena.
A raça Afrodite é mais forte, com patas
traseiras mais altas e leves e pelo suave, enquanto a raça Santa Helena tem
olhos maiores e cabeça mais pequena. O Chipre reivindica o legado das suas
espécies, com o que as autoridades turcas do norte da ilha não concordam.
O ponto de discórdia é porque as duas raças
de felinos ainda estão por registrar e a Sociedade Felina de Chipre quer que
ambas sejam reconhecidas como exclusivamente pertencentes à ilha cipriota,
enquanto os turcos do norte da ilha também reivindicam os dois legados.
A Associação de Gatos de Raça Pura de Chipre afirmou publicamente: «Estes gatos pertencem a seu país e é realmente um perigo que estrangeiros e, em particular, grupos oriundos da Turquia queiram registrar uma raça cipriota como sendo de fora do Chipre.»
Donkey Sanctuary.
Arquivo pessoal.
Os cientistas da Universidade de Davis, na
Califórnia, afirmam que as espécies evoluíram a partir da raça Van, originária
do lago Van, situado na parte Leste da Turquia. Todavia, a competição continua
porque a dita Associação cipriota enviou novas amostras de DNA para a
Califórnia, esperando uma decisão definitiva a favor dos cipriotas.
Chipre, ilha pioneira na domesticação de gatos fez amizade com os bichanos há mais de 9 mil anos. Segundo a história tradicionalmente narrada, Helena, mãe do imperador romano Constantino, ordenou, no século IV, que os gatos fossem levados do Egito para a ilha com a intenção de usar as habilidades naturais dos felinos no combate às cobras venenosas que infestavam e região e ameaçavam os habitantes em um clima desértico.
A versão não foi comprovada e muita gente
admite que se seja lenda, no entanto, a evidência mostra que o Chipre abriga a
mais antiga prova de relacionamento amistoso entre pessoas e gatos, e que se
situa séculos antes do nascimento de Constantino.
Durante escavações na região sul do Chipre, conhecida pelos seus registros de ocupação humana desde o período Neolítico, especialistas do Museu de História Natural de Paris encontraram uma tumba de um homem de cerca de 30 anos e de um gato, que morreu com cerca de 8 meses. O túmulo datava de 9.500 anos e tinha utensílios como ferramentas e machados, indiciando que o homem possuía um estatuto social privilegiado naquela comunidade.
Na medida em que o humano e o felino estavam
próximos e ambos voltados para oeste, os cientistas acreditam numa relação
afetiva entre ambos, comprovando-se a companhia privilegiada entre pessoas e
gatos.
Por outro lado, há gatos em cada rua e em
cada canto. Independentemente dos cientistas da Califórnia, a Federação
Internacional Felina reconhece oficialmente as raças puras, mas mesmo que não
reconhecesse, a realidade é indesmentível: Chipre possui atualmente 1 milhão e
200 mil habitantes e os grupos de proteção animal estimam que a população de
gatos na ilha seja de… 1 milhão e 500 mil gatos!
Nota: A
população de gatos está a aumentar. No Brasil o Censo Pet IPB (2022) menciona a
existência de 27,1 milhões de gatos em lares e o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) estima que em 2030 alcance o número de 41,6 milhões.
4 comentários:
Estou gostando muito dessas resenhas sobre Chipre, país muito interessante, eu amos gatos, desde a mais tenra idade, Chipre fica cada vez mais querido. Meus pais me contaram que certa vez me levaram ao hospital com suspeita de que eu tinha enviado um caroço de feijão no nariz, quando foram conversar com o médico a respeito eu simplesmente havia sumido, me encontraram no terraço do hospital brincando com um gatinho. Eu tinha apenas 3 anos. Naturalmente não havia nenhum caroço no meu nariz.Essa é uma amizade de longa data. Infelizmente há uma semana uma das minhas gatinhas morreu, fiquei muito triste.
Essa sua gloriosa camisa do Botafogo com essas duas araras nos braços ficou sensacional. Essas aves são originárias de Chipre? Abs e SB!
Foi muito bom ter gostado, Sergio. Digo "foi" porque se trata do último texto dos cinco que escrevi. Guardei os gatos para o fim em honra dos bichanos. Nunca tive gatos. A minha família sempre teve cães. Por isso, eu também, mas há 15 anos tive um grande desgosto com a morte precoce do meu lindo beagle e nunca mais tive cães. Agora estou pensando num gato, porque as minhas filhas, a minha irmã (brasileira) e o meu sobrinho são todos gamados em gatos. Ao todo são 7 gatos!
Não sei se as aves são originárias do Chipre, mas creio que não são originárias da Europa, mas sim das Américas, África e Ásia. São animais belíssimos pelas suas cores extravagantes! Isto é, são o inverso dos... pavorosos urubus!
Abraços Gloriosos.
Também tive um beagle lindo, se chamava Amadeus (veio com esse nome do pedigree) e depois comprei uma fêmea linda cujo nome era Constante (uma vez que era Amadeus, nada mais justo ter o nome da esposa do Amadeus Mozart!). Ele morreu com 17 anos, e ela morreu envenenada com apenas 8 meses. senti tanto que disse que nunca mais teria outro animal, mas acabei adotando outro cachorro e duas gatinhas. Infelizmente meu cão morreu com câncer há 6 anos e disse para minha esposa que não queria mais animais, que ficaria apenas com as duas gatinhas até elas partirem. Uma delas morreu na sexta passada, tinha um sarcoma muito violento e não conseguiu debelar nem com duas cirurgias. O nome dela era Pudim e, curiosamente ela e meu cão que se chamava Lucke eram grandes amigos, e os dois morreram por causa da mesma doença. Abs e SB!
Esses beagles só podiam mesmo chamar-se Amadeus e Constanze! (rsrsrs)
O meu cachorro, de nome Sócrates, foi de férias com meu pai para o meu sítio na serra, e embora estivesse vacinado morreu estupidamente com Leishmaniose. Ainda esteve na clínica, mas não se salvou. Deixei-o na clínica para a injeção final, de modo a não sofrer mais, e jamais me esquecerei dos seus olhinhos de despedida. Diziam-me: "leva-me para casa". Fico sempre arrepiado quando falo disto. (snif) Ele tinha só cinco anos e era tão vivo e tão louco. Foi o meu sexto e último cachorro.
Abraço.
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