terça-feira, 30 de setembro de 2025

Garrincha visto pelo cronista ‘peladeiro’

Fonte: Castro, R. (2018). Estrela Solitária – Um Brasileiro Chamado Garrincha. Lisboa: Edições Tinta da China.

por PAULO MENDES CAMPOS | poeta, ensaísta, jornalista, contista, escritor, confesso peladeiro e botafoguense

«Quando ele avança, tudo vale. A ética do futebol não vigora para Mané. O fair-play britânico é esquecido pelos marcadores, pelo juiz e pela própria torcida. Normas e regras do association abrem estranhas exceções para êle. Uma conivência complacente se estabelece de imediato entre o árbitro e o marcador, o primeiro auxiliando o segundo, fechando os olhos às sarrafadas mais duras, aos carrinhos mais espetaculares e, aos trancos mais violentos; às obstruções mais evidentes. Quando todos esses recursos falecem, o marcador em desespêro, sem medo ao ridículo, agarra a camisa ou a cintura de Garrincha. O juiz aí apita a falta, mas sem advertir o jogador que usa o recurso ilegal.

Todos os jogadores do mundo, afirma o professor Nilton Santos, são marcáveis, menos seu Mané; êste só com revólver. Nilton é o mais consciente dos fãs de Garrincha, costumando dizer que, se está ainda a jogar futebol depois dos trinta anos, é por ser também do Botafogo.

Quando Garrincha apareceu para treinar em General Severiano (a direção andava louca atrás de um ponta direita), Nilton Santos, um pouco por comodismo, outro tanto por humorismo, marcava os candidatos à posição no grito. O ponta pegava a bola e, antes de conseguir dominá-la, já sabendo que estava ali o melhor lateral-esquerda do mundo, ouvia um grito: Oi! A bola lhe escapava dos pés, e Nilton Santos se apoderava dela tranquilamente. Uma tarde apareceu para treinar um menino de pernas tortas. Já no vestiário, o técnico Gentil Cardoso, rindo-se, chama a atenção de todos para a anomalia do novato: aquêle sujeito podia ser tudo na vida, menos jogador de futebol.

Começado o treino, lá pelas tantas uma bola sobrou para Garrincha. Nilton deu o grito de costume, mas o menino torto matou a bola e ficou esperando. Ferido pela ousadia, Nilton partiu para cima do garôto com decisão. Talvez nesse momento estivesse em jôgo o destino de Garrincha: se Nilton lhe tomasse a bola, e lhe aplicasse como corretivo duas ou três fintas, possivelmente Gentil Cardoso não esperasse muito para enviar o novato ao chuveiro, sem permitir-lhe maior oportunidade. Apesar dêsse perigo, a despeito de não estar enfrentando um marcador qualquer, Garrincha escolheu o caminho mais difícil: driblar Nilton Santos ou voltar para o trabalho mal pago da fábrica. Só três vezes em sua carreira, Nilton levou um drible entre as pernas: a primeira foi ali. A turma que não perde treino ficou boquiaberta; o lance abriu um crédito de curiosidade para Garrincha, seu destino estava salvo.

Divulgação / Ultimato do Bacon.

Quem levou Garrincha para o Botafogo foi Arati, depois de apitar uma partida em Pau Grande, 3º distrito do município de Magé. Tendo começado a chutar a bola aos 10 anos de idade, Garrincha não teve outro clube além do Pau Grande F. C. e o Botafogo. Apesar de sua extrema simplicidade, duas vêzes seu Mané desconfiou que tinha bastante futebol para tornar-se profissional. Uma tarde, foi bater em São Januário. O Vasco era então um time de craques experientes, cobertos de glória, uma espécie de Academia Brasileira de Letras, sem perspectiva para estreantes. Garrincha uniformizou-se, mas não lhe apresentaram a bola. Meses depois, foi parar na Rua das Laranjeiras, conseguindo treinar meio tempo, já na hora da penumbra e do cansaço de Gradim, o técnico.

No Botafogo, Garrincha estreou na mesma semana em que apareceu, jogando no time de baixo. No domingo seguinte, a dramática torcida botafoguense via entrar em campo aquêle extrema-direita de pernas desajeitadas. Há coisas que só acontecem ao Botafogo, resmungaram nas sociais. O adversário era o Bonsucesso. Já antes do término do primeiro tempo, Manuel Francisco dos Santos tomava conta da posição, correndo como um potro, batendo na bola com segurança, fintando com estilo próprio, cobrando escanteios dos dois lados, sendo que do lado esquerdo a bola descrevia uma curva não prevista pela geometria euclidiana e pelos arqueiros.

Em suma, êle apareceu feito, praticando um futebol pessoal e desconcertante, onde só o dom da cabeçada era a única deficiência. Não quero ser modesto em futebol: descobri imediatamente êsse mundo nôvo com uma intuição alvoroçada de tôdas as alegrias que êle iria me dar. Senti Garrincha e Pelé à primeira vista, e êsse orgulho ninguém me tira

Nota do Mundo Botafogo: o texto corresponde ao original, respeitando a ortografia à época da publicação.

Botafogo, o bairro carioca perfeito para deambular

Movimento numa sexta à noite na esquina das ruas Fernandes Guimarães e Arnaldo Quintela, em Botafogo. Foto: Alexandre Cassiano.

«O guia britânico Time Out divulgou, nesta semana, sua lista anual de bairros mais descolados do planeta, com 39 locais selecionados em diferentes partes do mundo. Botafogo , a mais perfeita tradução da boêmia carioca na Zona Sul da cidade, está no ranking, desta vez na 29ª posição.» – In https://oglobo.globo.com.

E percorrendo a rua de São Clemente faz-se a caminhada histórica desde a enseada de Botafogo, onde nasceram os heroicos remadores do Club de Regatas Botafogo, até ao Largo dos Leões, onde valentes rapazes fundaram o Botafogo Football Club – um bairro histórico, sede do Clube Mais Tradicional do Brasil.

https://oglobo.globo.com/rio/bairros/zona-sul/noticia/2025/09/26/time-out-botafogo-entra-na-lista-e-bairro-de-sao-paulo-fica-no-top-3-dos-mais-descolados-do-mundo-veja-os-pontos-altos-de-cada-um-e-o-ranking-completo.ghtml

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Mourinho, Guardiola e o gandula-presidente Paulo Azeredo

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

José Mourinho julga que sabe tudo sobre futebol, mas escapam-lhe alguns… ‘pormenores’. A propósito de um gandula que Mourinho cumprimentou após um gol do Benfica, disse o seguinte no passado dia 26 de setembro de 2025:

O miúdo [garoto] estava ali. Não sei se é da academia ou não. Mesmo que não seja são miúdos que vivem o clube. Faço isto muitas vezes com eles. Eles estão a sofrer e ao mesmo tempo a sonhar. O caso mais bonito que houve foi o Pep Guardiola, que era apanha-bolas [gandula] no Barcelona e passou a ser um grande jogador e treinador. São miúdos que vêm para ajudar e têm os seus sonhos. Querem uma prenda dos jogadores ou um high-five dos treinadores.”

Pois é, acontece que houve, no longínquo ano de 1904, um gandula que esteve nos jogos de fundação de um clube do Rio de Janeiro e depois tornou-se campeão juvenil, jogou na equipe principal, foi benemérito, grande benemérito e presidente que revolucionou o Botafogo Football Club nas décadas de 1920-30 e 1950-60.

Foi assim que o Mundo Botafogo iniciou uma publicação sobre Paulo Antônio Azeredo:

Paulo Antônio Azeredo foi um dos grandes presidentes que revolucionou a gestão do Botafogo Football Club. Paulo Azeredo foi presidente pela primeira vez em 1923, depois entre 1926-36 (solicitando dispensa em 1935 e dando lugar a Rivadávia Corrêa Meyer) e, finalmente, após a fusão, entre 1954-63.

Azeredo foi o primeiro ‘gandula’ do Botafogo, quando ainda existiam as palmeiras do Largo dos Leões como baliza, porque não tinha idade para jogar. Flávio Ramos, entrevistado anos mais tarde, refere-se a Paulo Azeredo como “menino também, desmontando de seu ‘poney’ e encostando-se a uma palmeira, para torcer, como nosso primeiro ‘gandula’” (Castro, 1951: 14-15). Mas o ‘gandula’ foi campeão infantil em 1910, tornou-se veterano em 1916, benemérito em 1925 e grande benemérito em 1939.”

Publicação em https://mundobotafogo.blogspot.com/2008/01/paulo-antnio-azeredo-gandula-na-fundao.html

Pois é, Mourinho, o Botafogo foi sempre pioneiro e, neste caso, muitas décadas antes de Guardiola – com o seu notabilíssimo Paulo Antônio Azeredo, o gandula-presidente. É um caso incomparavelmente mais bonito!

Botafogo wayless 0x2 Fluminense

por RUY MOURA  Editor do Mundo Botafogo

Por muitíssimo menos John Textor despediu Paiva, logo depois de o beijar, porque, segundo ele, queria que jogássemos à Botafogo way e Paiva jogava à Botafogo retranca, mas o simpático rapaz de Parma continua ao comando e conseguiu inovar, transformando o Botafogo way em Botafogo wayless.

Haja paciência para tanta incompetência desde o topo até à base, bem à semelhança de tantas e tantas diretorias e quiçá de tantas e tantas equipes indolentes que tivemos.

Botafogo wayless! – uma pena depois de tanto brilho e alegria em 2024.

FICHA TÉCNICA

Botafogo wayless 0x2 Fluminense

» Gols: Cano, aos 32’, e Lima, aos 88’

» Competição: Campeonato Brasileiro

» Data: 28.09.2025

» Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

» Público: 15.781 pagantes; 18.252 espectadores

» Renda: R$ 942.703,50

» Árbitro: Ramon Abatti Abel (SC); Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (SP) e Thiaggo Americano Labes (SC); VAR: Daniel Nobre Bins (RS)

» Disciplina: cartão amarelo – Santi Rodríguez e Matheus Martins (Botafogo) e Lucho Acosta e Ignácio (Fluminense)

» Botafogo: Léo Linck; Vitinho (Mateo Ponte), Gabriel Bahia, David Ricardo e Marçal (Matheus Martins); Newton, Marlon Freitas e Savarino (Artur); Santi Rodríguez (Kadir), Chris Ramos (Arthur Cabral) e Cuiabano. Técnico: Davide Ancelotti.

» Fluminense: Fábio; Samuel Xavier (Guga), Thiago Silva (Ignácio), Freytes e Renê; Martinelli, Hércules e Lucho Acosta (Lima); Serna, Cano (Everaldo) e Canobbio (Soteldo). Técnico: Luis Zubeldía.

domingo, 28 de setembro de 2025

Retrospecto do ‘Clássico Vovô’ (1905-2025)

Arte: Elson Souto.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

SÍNTESE DE TODOS OS JOGOS (1905-2025)

» 381 jogos, 130 vitórias, 113 empates e 138 derrotas; saldo de gols desfavorável em 532-569.

SÍNTESE DOS ÚLTIMOS 20 ANOS (2005-2025)

» 79 jogos, 31 vitórias, 22 empates e 26 derrotas, com saldo de gols favorável em 87-84.

ÚLTIMO JOGO

Botafogo 2x0 Fluminense

» Gols: Vitinho, aos 36’, e Savarino, aos 90+4’

» Competição: Campeonato Brasileiro

» Data: 26.04.2025

» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)

» Público: 11.639 pagantes; 12.943 espectadores

» Renda: R$ 656.420,00

» Árbitro: Bruno Arleu de Araújo (RJ); Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Correa (RJ) e Thiago Henrique Neto Correa Farinha (RJ); VAR: Marco Aurélio Augusto Fazekas Ferreira (MG)

» Disciplina – cartão amarelo – Alexander Barboza, Cuiabano, Gregore e Savarino (Botafogo) e Bernal, Freytes, Ganso e Jhon Arias (Fluminense)

» Botafogo: John; Vitinho, Jair, Alexander Barboza e Cuiabano (Alex Telles); Gregore e Marlon Freitas (Allan); Savarino, Mastriani (Elias Manoel), Igor Jesus e Matheus Martins (Artur). Técnico: Renato Paiva.

» Fluminense: Fábio; Samuel Xavier, Ignácio, Freytes e Renê; Martinelli (Paulo Baya), Bernal (Nonato) e Ganso (Lima); Canobbio (Serna), Jhon Arias e Cano (Everaldo). Técnico: Renato Gaúcho.

MAIOR GOLEADA ABSOLUTA EM DECISÕES DO CAMPEONATO ESTADUAL NA ‘ERA AMADORA’ (1910)

Botafogo 6x1 Fluminense

» Gols: Abelardo de Lamare (3), Décio Viccari (2) e Mimi Sodré (Botafogo); Lulu Rocha (contra) (Fluminense)

» Competição: Campeonato Carioca

» Data: 25.09.1910

» Local: Rua Voluntários da Pátria, no Rio de Janeiro (RJ)

» Público: 6.000 espectadores

» Árbitro: A. H. Hassell

» Botafogo: Coggin, Edgard Pullen e Dinorah; Rolando de Lamare, Lulu Rocha e Lefèvre; Emmanuel Sodré, Abelardo de Lamare, Décio Viccari, Mimi Sodré e Lauro Sodré.

» Fluminense: Waterman, Félix Frias e Ernesto Paranhos; Nery, Mutzenbecher e Gallo; Millar, Oswaldo Gomes, Edwin Cox, Gilbert Hime e Alberto Borgerth.

MAIOR GOLEADA ABSOLUTA EM DECISÕES DO CAMPEONATO ESTADUAL NA ‘ERA PROFISSIONAL’ (1957)

Botafogo 6x2 Fluminense

» Gols: Paulo Valentim (5) e Garrincha (Botafogo); Escurinho e Valdo (Fluminense)

» Data: 22.12.1957

» Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

» Público: 89.100 espectadores

» Renda: Cr$ 3.267.639,00

» Juiz: Alberto da Gama Malcher

» Botafogo: Adalberto, Thomé e Nilton Santos; Servílio, Beto e Pampolini; Garrincha, Didi, Paulinho Valentim, Édson e Quarentinha. Técnico: João Saldanha.

» Fluminense: Castilho, Cacá e Pinheiro; Jair Santana, Clóvis e Altair; Telê, Jair Francisco, Valdo, Robson e Escurinho. Técnico: Sylvio Pirilo.

ÚLTIMOS 6 JOGOS – recorde de vitórias de um clube no clássico

29.01.2023: Botafogo 1x0 Fluminense

20.05.2023: Botafogo 1x0 Fluminense

08.10.2023: Botafogo 2x0 Fluminense

03.03.2024: Botafogo 4x2 Fluminense

11.06.2024: Botafogo 1x0 Fluminense

21.09.2024: Botafogo 1x0 Fluminense

29.01.2025: Botafogo 2x1 Fluminense

26.04.2025: Botafogo 2x0 Fluminense

Botafogo 13x0 Heips – 2ª rodada da Taça Guanabara feminina

Foto: Arthur Barreto / Botafogo. Arte: X / BotafogoFem.

A desproporção de qualidade futebolística entre os quatro grandes clubes do Rio de Janeiro e os demais quatro clubes que disputam o campeonato carioca de futebol feminino, é enorme.

O Botafogo venceu o Heips por 13x0 e lidera com 6 pontos pelo saldo de 30 gols a 0, contra 22 gols a 0 do Flamengo.

FICHA TÉCNICA

Botafogo 13x0 Heips

» Gols: Analu, aos 2’ e 78’, Carol, aos 27’ e 39’, Fran Bonfanti, aos 55’ e 68’, Tipa, aos 76’ e 83’, Paola, aos 18’, Natane, aos 50’, Bia, aos 8’, Lu Gómez, aos 31’, e Duda Santin, aos 65’

» Competição: Campeonato Estadual / Taça Guanabara

» Data: 28.09.2025

» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos (campo anexo), no Rio de Janeiro (RJ)

» Árbitra: Rejane Caetano da Silva (RJ); Assistentes: Ana Vitória Trindade Ferreira (RJ) e Karolaynne da Conceição Martins Garcia (RJ); 4º Árbitro: Wendel de Paiva Gouvêa (RJ)

» Disciplina: cartão amarelo – Paola (Botafogo) e Nathalia e Maria (Heips)

» Botafogo: Ana Lara; Fran Bonfanti, Sara, Thaiane (Grazy) e Guima; Bia, Tefinha (Tipa) e Analu; Paola (Raissa), Lu Gómez (Vitorinha, depois Natane) e Carol (Duda Santin). Técnico: Léo Goulart.

» Heips: Vitoria; Anna Beatriz (Marcelly), Nathalia, Naiany e Isabelle (Janaina); Ketelen, Jenifer (Ana Júlia) e Laís (Ana Rita); Jhenniffer (Raissa), Maria (Hillary) e Taiane Silva. Técnico: Uibson Moreira dos Santos.

sábado, 27 de setembro de 2025

Luiz Henrique: craque da Libertadores e do Brasileirão 2024

Crédito: Vitor Silva / Botafogo.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Luiz Henrique André Rosa da Silva nasceu no dia 2 de janeiro de 2002, em Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, é ponta-direita (90%) e ponta-esquerda (10%), esquerdino, mede 1,82m de altura e pesa 77kg.

 O atleta foi cria do Fluminense, ingressando no clube em 2010, aos 9 anos de idade e atuou principalmente nos sub-15 (2015-2016), sub-17 (2017-2018), sub-19 (2019-2020) e sub-20 (2019-2020).

Estreou na equipe principal do Fluminense no dia 12 de agosto de 2020 no empate por 1x1 com o Palmeiras, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro, e marcou o seu primeiro gol pela equipe profissional do Fluminense no dia 17 de outubro de 2020 no empate de 2x2 com o Ceará.

Luiz Henrique foi campeão estadual pelo Fluminense, mas ainda nesse ano encerrou a sua participação no clube após 120 jogos, 14 gols e 14 assistências.

Foi vendido ao Real Bétis por 10 milhões de euros e contratado até 2028, tendo jogado no clube espanhol entre 2022 e início de 2024 (64 jogos, 4 gols e 10 assistências).

Luiz Henrique destaca-se, sobretudo, pela aceleração e pique, condução e controlo de bola, agilidade e força de remate.

O craque foi formalmente contratado para o Botafogo no dia 31 de janeiro de 2024 por 18 milhões, assinando por uma temporada.

Luiz Henrique estreou no dia 7 de fevereiro de 2024 na derrota para o Flamengo por 1x0. Sob o comando de Thiago Nunes a equipe alinhou com Gatito Fernández; Mateo Ponte, Lucas Halter, Alexander Barboza (Bastos) e Hugo; Danilo Barbosa (Eduardo), Marlon Freitas (Victor Sá) e Tchê Tchê; Luiz Henrique (Newton), Tiquinho Soares (Savarino) e Júnior Santos.

Entretanto Luiz Henrique lesionou-se e regressou à equipe apenas no dia 31 de março, na vitória por 2x0 sobre o Boavista, no jogo de volta da final da Taça Rio, ganha pelo Botafogo.

O craque marcou o 1º gol pelo Botafogo no dia 24 de abril, na vitória sobre o Universitário da Venezuela por 3x1, gols de Eduardo, aos 46’ e 90+2’, e Luiz Henrique, aos 56’. A equipe alinhou com John; Damián Suárez (Mate Ponte), Lucas Halter, Bastos (Alexander Barboza) e Hugo; Luiz Henrique (Óscar Romero),Gregore, Marlon Freitas (Tchê Tchê) e Savarino; Júnior Santos e Tiquinho Soares (Eduardo).

Entretanto, devido aos seus desempenhos Luiz Henrique foi convocado para a Seleção Brasileira em agosto de 2024, estreando pelo Brasil no dia 6 de setembro de 2024 na vitória sobre o Equador por 1x0, gol de Rodrygo, aos 29’, em partida válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Sob o comando de Dorival Júnior, a equipe alinhou com Alisson; Danilo, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Guilherme Arana (Wendell); André (João Gomes), Bruno Guimarães (Gérson) e Lucas Paquetá (Lucas Moura); Vini Jr., Rodrygo e Luiz Henrique (Estêvão).

No dia 10 de outubro de 2024, também pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, Luiz Henrique marcou o seu 1º gol pela Seleção Canarinha, na vitória sobre o Chile por 2x1, em Santiago, gols de Igor Jesus, ao 45+1’, e Luiz Henrique, aos 89’, ambos atletas do Botafogo. Sob o comando de Dorival Júnior, o Brasil alinhou com Ederson; Danilo, Marquinho, Gabriel Magalhães e Abner (Gabriel Martineli); André (Bruno Guimarães) e Lucas Paquetá (Gérson); Savinho (Luiz Henrique), Raphinha, Rodrygo e Igor Jesus (Endrick).

Sete meses depois do 1º gol pelo Botafogo, a 30 de novembro de 2024, após brilhantes exibições, Luiz Henrique atinge o auge do seu desempenho na final da Copa Libertadores da América, marcando o 1º gol da partida e sofrendo o pênalti que Alex Telles converteria no placar de 2x0 a favor do Botafogo. No fim do jogo, atuando com 10 jogadores apenas, em virtude da expulsão de Gregore aos 28 segundos da partida, o Botafogo superou o Atlético Mineiro por 3x1, gols de Luiz Henrique, aos 35’, Alex Telles, aos 43’ (pen.), e Júnior Santos, aos 90+6’, a equipe alinhou com John; Vitinho, Alexander Barboza, Adryelson e Alex Telles (Marçal); Gregore, Marlon Freitas e Savarino (Danilo Barbosa); Luiz Henrique (Matheus Martins), Igor Jesus (Allan) e Thiago Almada (Júnior Santos).

Crédito: Vitor Silva / Botafogo.

Uma semana volvida, o novo campeão sul-americano de futebol, após ter vencido nas duas rodadas anteriores do Brasileirão o Palmeiras por 3x1 e o Internacional por 1x0, realizou o derradeiro e decisivo encontro no dia 8 de dezembro de 2024, data da fundação do Botafogo de Futebol e Regatas, vencendo o São Paulo por 2x1, gols de Savarino, aos 37’, e Alex Telles, aos 90+1’, selando a conquista do campeonato brasileiro. A equipe formou com John; Mateo Ponte, Adryelson, Marçal e Alex Telles; Gregore, Marlon Freitas (Allan) e Savarino (Matheus Martins); Luiz Henrique (Rafael), Igor Jesus (Tiquinho Soares) e Thiago Almada (Tchê Tchê).

Rafael, botafoguense desde criança, substituiu Luiz Henrique no final da partida, realizando pelo Botafogo o último jogo da sua brilhante carreira futebolística.

O extraordinário desempenho de Luiz Henrique valeu-lhe os maiores encómios nacionais e internacionais, arrecadando, nada mais, nada menos, do que 10 prêmios individuais:

» Jogador do mês do Campeonato Brasileiro: agosto de 2024.

» Prêmio Vale Investir (jogador jovem do mês): outubro de 2024.

» Seleção do Campeonato Brasileiro: 2024.

» Craque do Campeonato Brasileiro: 2024.

» Melhor Atacante do Campeonato Brasileiro (Bola de Prata): 2024.

» Seleção da Temporada do Campeonato Brasileiro (Troféu Mesa Redonda): 2024.

» Herói da Copa Libertadores da América: 2024.

» Equipa da temporada da Copa Libertadores da América: 2024.

» Equipe Ideal da América (El País): 2024.

» Rei da América: 2024.

No final da temporada Luiz Henrique conquistara a Taça Rio, o Campeonato Brasileiro e a Copa Libertadores da América. Atuou em 55 jogos pelo Botafogo, marcou 12 gols e efetuou 5 assistências.

No dia 18 de janeiro de 2025, foi vendido ao FC Zenit, da Rússia, por 33 milhões de euros.

Fontes principais: https://en.wikipedia.org; https://pt.besoccer.com; https://www.ea.com; https://www.zerozero.pt

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Botafogo em Barreiras: o prefeito Baltazarino, o empresário e a ‘estrela’ Josimar

Fonte: https://eurio.com.br

[Nota preliminar: trata-se do excerto de uma publicação do autor intitulada “Quando Baltazarino trouxe o Botafogo do Rio para jogar em Barreiras”.]

por ROBERTO DE SENA | Mural do Oeste | 23 de julho de 2025

«Baltazarino Araújo Andrade entrou para a história como um dos melhores prefeitos de Barreiras. Ainda hoje, muitos anos depois da sua morte, suas obras continuam aí para todo mundo ver, como é o caso do CAB – Centro de Abastecimento de Barreiras – Ginásio de Esportes, Estádio Geraldão, entre muitas outras que não dá para enumerar e que são marcos da nossa cidade.  Mesmo realizando grandes obras, e sendo Barreiras ainda uma cidade pequena e sem muito destaque no cenário nacional, Baltazarino conseguia proezas inacreditáveis para a época, como, por exemplo, trazer o Botafogo do Rio de Janeiro, campeão brasileiro do ano anterior e uma das melhores equipes do País, para jogar em Barreiras. […]

Lembro-me como hoje. Corria o ano de 1986, logo depois da Copa do Mundo, quando a notícia foi dada em primeira mão pela rádio Barreiras. […]

Em dois minutos a notícia correu feito um raio. Na Praça Castro Alves, conhecida popularmente por Praça das Corujas, um senhor que era dono de uma barraca de vender cigarros e refrigerantes, bem na esquina de frente para a avenida, dava pulos de alegria e gritava:

– “Finalmente vou realizar meu sonho. Eu sabia que não iria morrer sem ver o meu Botafogo jogar. Só Baltazarino pra me dar um presente desse! Enquanto vida eu tiver não deixo de votar neste homem é nunca.” E pulava feito um doido dentro da barraca.

Um barbeiro por nome Didi que trabalhava em um salão na Praça Coronel Antonio Balbino e que hoje é chamada de Praça 24 Horas, passou o resto do dia soltando foguetes para comemorar a vinda do seu time de coração.

Já os adversários de Baltazarino se encarregaram de lançar a dúvida no ar. […]

E ficava aquela discussão danada nas esquinas da cidade. Os aliados de Baltazarino tiravam sarro com a oposição. […] Os adversários rebatiam. […]

Quem ama o futebol como é o meu caso, sabe muito bem que naquele tempo o Botafogo tinha um jogador chamado Josimar, famoso lateral direito que havia sido o destaque da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1986 realizada no México, tendo marcado dois gols que de tão belos entraram para a história das Copas. Josimar era a estrela e estava sendo sondado para jogar em grandes times da Europa. […]

O povo de Barreiras estava ansioso para ver de perto as sensacionais jogadas do craque botafoguense que não fazia nem um mês todos viam pela televisão jogando na Copa do Mundo, fazendo belíssimos gols pela Seleção Brasileira. Os adversários de Baltazarino continuavam baixando o sarrafo. […]

Vocês acham que um jogador do nível de Josimar vem jogar em Barreiras? […]

O certo é que o assunto tomou conta da cidade. Na hora do almoço e do jantar quando as famílias estavam reunidas ou domingo depois da missa. No famoso bar Aconchego de Nelli Nancy, no bar do Bento, no bar do Humberto, no Mercado Velho, na loja de Naldomar Campos, no Supermercado Castro, na loja de Annibinha, na Loja  de Peças Sabbá, de Barrerinhas a Vila Brasil, da Baraúna ao Mucambo, a vinda do Botafogo era o que se comentava por todos os cantos entre ricos e pobres, pretos e brancos, adultos e crianças. Dizem que até o padre Geraldo na época teria falado durante uma pregação da importância do futebol para a saúde e o bem-estar do povo. Por aí se pode deduzir a importância que se dava à vinda do Botafogo do Rio de Janeiro a Barreiras. […]

Dois dias antes de viajar para  Barreiras o Botafogo jogou em Brasília. Conta-se que Josimar pediu para não vir para Barreiras e o empresário teria ligado para Baltazarino tentando dar um migué.

Bom dia prefeito, o Botafogo jogou ontem em Brasília, o time deu um show e vai fazer um grande espetáculo ai em Barreiras. Já estamos aqui prontos para embarcar.

Comandante do 4º BEC, Cel. Fernando Porres Ferreiras e esposa e o prefeito Baltazarino Araújo Andrade e sua esposa D. Josefa (casal à direita da foto), na inauguração do Parque de Exposições. Crédito: Acervo pessoal da historiadora Ignez Pitta de Almeida.

Baltazarino abriu-se em sorrisos no telefone e mostrou toda a sua alegria com o empresário.

– Muito bem, compreendeu, o povo de Barreiras tá soltando foguetes na rua de alegria para ver o Botafogo. Vamos fazer uma comitiva grande para recepcionar o time na entrada da cidade. Vou botar banda de música, mandar fazer umas  galinhas caipira no jeito para os atletas sentirem o sabor do nosso tempero. Vai ser uma festança daquelas que nosso povo sabe fazer.

– Só tem um pequeno problema seu prefeito, mas é coisa sem importância, probleminha bobo que não vai atrapalhar em nada o espetáculo.

– Sim, pois não, pode falar. É dinheiro? Diga lá! O que for a gente resolve. Aqui num tem parangolé não, compreendeu? […]

Olha prefeito, o Josimar no jogo de ontem sofreu uma contusão e vai ter que voltar para o Rio de Janeiro para ficar em tratamento. […]

Baltazarino, que era explosivo, ficou irado e não mediu as palavas

Como é que é? É verdade o que eu tô ouvindo? O Josimar não vem? É isso mesmo que você falou ou eu tô ficando doido?

É isso mesmo, seu prefeito. Ele não vai poder ir. Olhe, mas não tem problema nenhum. No jogo de ontem aqui em Brasília, ele foi substituído por um jogador da base que jogou um bolão, deu um show e a torcida gostou mais dele do que do Josimar. Sabe como é, Josimar depois da Copa deixou a fama subir para a cabeça, tá pensando que é o rei da cocada preta, mas num é não. Vamos provar ai em Barreiras que não precisamos dele para fazer um grande espetáculo e dar um show de bola como a torcida gosta. Né não prefeito?

O quê! Cê tá pensando que eu sou algum besta, é? Pois olhe, vou lhe dizer uma coisa: se Josimar não vier, não precisa o Botafogo vir não. Pode voltar daí mesmo compreendeu? Nem venha me enrolar com tal de jogador da base que eu num quero saber de base nenhuma. Aliás, se o Botafogo tiver a coragem de vir até aqui sem o Josimar aí vocês vão conhecer a base direitinho pois vão sair daqui na base da taca. Vai ser na base da taca compreendeu. É taca de vergalho de boi para aprender a cumprir a palavra. […]

Dizem que não passaram nem 10 minutos, o empresário voltou a ligar.

– Prefeito, o senhor me desculpe, eu entendi mal, o jogador que tá machucado é um tal de Clerismar, que eu mesmo num sei nem quem é. É esse que não pode ir. O Josimar vai sim. […]

O certo é que o Botafogo chegou a Barreiras debaixo de imenso foguetório e muita festa. Josimar era tietado por todos, embora não tivesse dado muita atenção para quase ninguém.

No dia do jogo o Estádio Geraldão estava tão lotado que parece que a cidade toda estava lá. Pelas ruas em volta podia se ver ônibus de caravanas que vinham de Santa Rita de Cássia, Formosa do Rio Preto, Riachão das Neves e as demais cidades da região. […]

No dia seguinte, quando o Botafogo foi embarcar de volta para o Rio de Janeiro, centenas de torcedores foram ao hotel e levaram presentes para os jogadores. Carne de bode, buchada, doce de buriti, peta, ginete, licor da caju, rapadura, mel de abelha, litros e mais litros de cachaça brejeira. Kincão e Hugo Assis, do antigo Cine Foto Revelação, racharam de ganhar dinheiro tirando foto do povo com os jogadores. […]

Era assim o nosso saudoso Baltazarino. Não engolia “H” de ninguém e nem aceitava vissunagem. Quando alguém vinha com conversa mole, com enrolação, ele percebia no ato e ia logo dizendo: “Sabedoria quando é demais vira bicho e come o dono.”»

Publicação completa em https://muraldooeste.com/cronica-de-roberto-de-sena-quando-baltazarino-trouxe-o-botafogo-do-rio-para-jogar-em-barreiras/

FICHA TÉCNICA

Botafogo 0x0 Seleção de Barreiras (BA)

» Gols: –

» Competição: Amistoso

» Data: 25.07.1987

» Local: Estádio Municipal Luiz Geraldo da Silva, o 'Geraldão', em Barreiras (BA)

» Botafogo: Jorge Lourenço; Josimar, Ronaldo, Wilson Gottardo, e Wagner Pepeta; Vítor, Carlos Magno e Berg (Mazolinha); Helinho (Hélder), De Lima e Marcinho (Evaldo). Técnico: Sebastião Leônidas.

» Seleção de Barreiras: Rodnei; Nego, Nildo, Maninho e Gaguinho; Dom, Cláudio e Paulo; Raimundo, Chiquinho (Baema) e Roberto Porto (Jaime). Técnico: Severo. 

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Botafogo 1x1 Grêmio - "é fartar, vilanagem"

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Não assisti ao jogo por conta de uma viagem longa, mas ouvi a narração. Aparentemente, face aos desempenhos de que me apercebi, o empate não parece mal, mas na realidade o que aconteceu é que o Botafogo fez um gol e o Grêmio ganhou grátis um pênalti inexistente concedido pela arbitragem.

Em suma, o Botafogo deveria ter ganho, apesar dos seus múltiplos desfalques, não fosse o costumeiro comportamento dos trios de arbitragens prejudicando-nos em inúmeras partidas.

Como se não bastasse a péssima gestão de Textor, o treinador de futebol ainda em idade nenê na profissão e os desfalques consecutivos na equipe por lesões e cartões disciplinares, ainda temos mais uma e outra vez, e novamente e sempre, os senhores do apito, da bandeira e do vídeo que insistem, permanentemente, em prejudicar a nossa equipe sem que a CBF faça coisa alguma para placar estes árbitros que de FIFA não têm nada e uma boa parte deles deveria apitar no futebol amador.

É uma vergonha nacional tanta impunidade e simultaneamente uma raiva permanente que conseguem incutir no ‘massacrado’ torcedor botafoguense.

Cada vez mais o futebol brasileiro de clubes é menos…

FICHA TÉCNICA

Botafogo 1x1 Grêmio

» Gols: Cuiabano (Botafogo), aos 52’ (Botafogo); Tiago Volpi, as 90’ (pen) (Grêmio)

» Competição: Campeonato Brasileiro

» Data: 24.09.2025

» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)

» Árbitro: Lucas Paulo Torezin (PR); Assistentes: Eduardo Gonçalves da Cruz (MS) e Andrey Luiz de Freitas (PR); VAR: Gilbert Estevam da Silva (SP)

» Público: 18.353 pagantes / 18.551 espectadores

» Renda e público: R$ 895.231,00

» Disciplina: cartão amarelo – Marlon Freitas, Alexander Barboza e Kaio Pantaleão (Botafogo); Marcos Rocha (Grêmio)

» Disciplina: cartão vermelho – Kaio Fernando (Botafogo)

» Botafogo: Léo Linck; Vitinho, Kaio Pantaleão, Alexanderson Barboza e Alex Telles (Cuiabano); Newton e Marlon Freitas; Artur (Kadir), Jeffinho (Mateo Ponte), Arthur Cabral e Matheus Martins. Técnico: Davide Ancelotti.

» Grêmio: Tiago Volpi; Marcos Rocha, Gustavo Martins, Kannemann e Marlon; Noriega (Alex Santana), Dodi, Pavon (Alysson), Edenilson (Cristian Olivera) e Willian (Cristaldo); André Henrique (Jardiel). Técnico: Thiago Kosloski.

Voz de André Rizek: ao Flamengo, tudo; aos outros, porrada

por ANDRÉ RIZEK | YouTube / Charla Podcast

«Nos anos 80, eu pedi de presente de aniversário pra minha família ver um jogo do Flamengo, do Zico, no Maracanã. Eu tinha fascinação pelo time do Zico, pelo Flamengo no Maracanã e tal. E aí quando eu venho morar no Rio de Janeiro em 2010, meu primeiro choque é com a cobertura da mídia. […]

E a primeira coisa que eu percebo é que, cara, o Flamengo tem um tratamento nobre. Por exemplo, o Flamengo vence a Taça Guanabara “a Guanabara é do Mengão!” E outros clubes ganham e são zoados. Aí o Botafogo ganha o campeonato estadual “Botafogo vence um Estadual esvaziado”, peraí. Alguma coisa está diferente. O Vasco vai jogar com o Real Madrid, a manchete é “vice de novo”, o Flamengo perde do Liverpool, é “parabéns, Flamengo, bela partida”. Peraí, calma. A coisa não bate. […]

Ronaldinho espirrava, RONALDINHO! Aí o Vasco ganhava do Aurora, maior goleada da história internacional do Vasco, quatro linhas. Está estranho. E aí você acostuma o torcedor do Flamengo que tem que ser assim. Ao Flamengo tudo e aos outros nada. Zoeira, trata com desdém, com piada. Então o próprio torcedor do Flamengo se habituou a esse tratamento. […]

Durante a Copa do Mundo, tem um exemplo prático. Eu disse que o Jhon Arias era, na minha opinião, o melhor jogador, o mais completo jogador em atividade no Brasil. “Mas e o Arrasca?” Eu não falei do Flamengo. Não se pode elogiar nada que seja fora do Flamengo. […] Foi se criando uma cultura de mídia no Brasil, que ao Flamengo, tudo, e aos outros, porrada, zoeira, entendeu? Diminuição, muitas vezes desrespeito

Botafogo 2x2 Santos: dois pontos em voo picado

Crédito: Vitor Silva / Botafogo. por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo Mais um jogo de dois pontos desnecessariamente perdidos e a eq...