Paulo Antônio Azeredo foi um dos grandes presidentes que revolucionou a gestão do Botafogo Football Club. Paulo Azeredo foi presidente pela primeira vez em 1923, depois entre 1926-36 (solicitando dispensa em 1935 e dando lugar a Rivadávia Corrêa Meyer) e, finalmente, após a fusão, entre 1954-63.
Azeredo foi o primeiro ‘gandula’ do Botafogo, quando ainda existiam as palmeiras do Largo dos Leões como baliza, porque não tinha idade para jogar. Flávio Ramos, entrevistado anos mais tarde, refere-se a Paulo Azeredo como “menino também, desmontando de seu ‘poney’ e encostando-se a uma palmeira, para torcer, como nosso primeiro ‘gandula’” (Castro, 1951: 14-15). Mas o ‘gandula’ foi campeão infantil em 1910, tornou-se veterano em 1916, benemérito em 1925 e grande benemérito em 1939.
Nos primeiros anos, entre 1912 e 1924, o Botafogo precisava de uma garantia de campo que lhe permitisse expandir o seu património, de tal modo que fosse possível aumentar a arquibancada e construir a sede social, um ‘velho’ sonho botafoguense. Então, iniciou-se uma campanha para tornar perpétuo o aforamento do terreno. O dirigente desta campanha foi precisamente Paulo Azeredo, que influenciou o seu pai, que era político, a interceder pelo Botafogo. A 2 de Janeiro de 1925, o Presidente da República, Arthur Bernardes, sancionou o decreto do Congresso Nacional que autorizava o aforamento do imóvel ao Botafogo.
Entretanto, em 1926, com o seu entusiasmo e empreendedorismo, o novo presidente levou uma alma nova ao Botafogo. Alceu Castro refere-se assim ao presidente: “Foi eleito presidente o vulto inconfundível de Paulo Azeredo, que assim iniciou sua magnífica administração (…) que daria ao Botafogo as maiores glórias esportivas, morais e materiais” (Castro, 1951: 265).
Paulo Azeredo percebeu que era necessário voltar a conquistar títulos, pois o Botafogo ia fazer quase duas décadas sem ser campeão carioca. Então, o presidente montou uma nova comissão técnica, muito mais eficiente do que as anteriores.
A Comissão foi composta pelo médico Victor Guisar, pelo técnico inglês Charles Williams e por um superintendente, o húngaro Nicolas Ladanyi. O húngaro vinha com tal prestígio que levou o técnico Williams a solicitar a demissão e quem passou a auxiliar o novo técnico Ladanyi foi Nilo Braga, que se manteve a jogar e a marcar gols.
Esta estrutura, montada a partir da presidência, permitiu ao Botafogo tornar-se tetracampeão carioca e conquistar cinco títulos em apenas seis anos. As campanhas destes títulos assinalaram 75 vitórias, 22 empates e 16 derrotas, 320 gols a favor e 176 contra, e o goleador Carvalho Leite marcou gol em 79 ocasiões.
Foi por esta época que houve uma grave cisão no futebol carioca e levou à existência de duas ligas. O Botafogo, defendendo aquilo que na época se considerava as tradições do desporto carioca, repudiou o profissionalismo implantado em 1933 e ficou a disputar o torneio da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA), então a entidade oficial filiada na Confederação Brasileira de Desportos (CBD).
Na presidência de Paulo Azeredo foi construída a sede em 1928, e a Mourisco-Pasteur, em finais da década de 1950, também se realizou sob a sua presidência. Foi também durante a presidência de Paulo Azeredo que ficou aberto o caminho para a fusão do Botafogo das regatas com o Botafogo do futebol.
Quer os botafoguenses de terra, quer os de mar, desejavam a união entre os dois clubes e foi Paulo Azeredo, juntamente com Viveiros de Castro, que, em 1931, incumbiu Alceu Mendes de Oliveira Castro de sondar o seu primo, António de Oliveira e Castro, a maior figura do Club de Regatas Botafogo, legendário campeão de remo de 1902, sobre a fusão dos dois clubes. A decisão do 'Almirante' foi favorável, embora adiada devido à grande influência do Fluminense no CR Botafogo.
Paulo Azeredo esteve presente na fusão do Botafogo, tendo sido quem sugeriu a designação de Botafogo de Regatas e Futebol, acabando por se inverter as modalidades e vingar o ‘Futebol e Regatas’.
O grande dirigente foi, nessa qualidade, campeão carioca de futebol por oito vezes: 1930, 1932, 1933, 1934, 1935, 1957, 1961, 1962. Na última administração de Azeredo o Botafogo atingiu a famosa marca de 120 títulos num único ano em todas as modalidades praticadas, sagrando-se campeão de terra (futebol), mar (remo) e ar (aeromodelismo).
Fontes principais
Castro, Alceu Mendes de Oliveira (1951), O Futebol no Botafogo (1904-1950), Rio de Janeiro: Gráfica Milone
Pepe, Braz; Miranda, Luiz Felipe; Carvalho, Ney Óscar (1996), Botafogo – O Glorioso. Uma História em Preto e Branco. Rio de Janeiro: Ney Óscar Ribeiro de Carvalho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Presidentes_do_Botafogo_de_Futebol_e_Regatas
Azeredo foi o primeiro ‘gandula’ do Botafogo, quando ainda existiam as palmeiras do Largo dos Leões como baliza, porque não tinha idade para jogar. Flávio Ramos, entrevistado anos mais tarde, refere-se a Paulo Azeredo como “menino também, desmontando de seu ‘poney’ e encostando-se a uma palmeira, para torcer, como nosso primeiro ‘gandula’” (Castro, 1951: 14-15). Mas o ‘gandula’ foi campeão infantil em 1910, tornou-se veterano em 1916, benemérito em 1925 e grande benemérito em 1939.
Nos primeiros anos, entre 1912 e 1924, o Botafogo precisava de uma garantia de campo que lhe permitisse expandir o seu património, de tal modo que fosse possível aumentar a arquibancada e construir a sede social, um ‘velho’ sonho botafoguense. Então, iniciou-se uma campanha para tornar perpétuo o aforamento do terreno. O dirigente desta campanha foi precisamente Paulo Azeredo, que influenciou o seu pai, que era político, a interceder pelo Botafogo. A 2 de Janeiro de 1925, o Presidente da República, Arthur Bernardes, sancionou o decreto do Congresso Nacional que autorizava o aforamento do imóvel ao Botafogo.
Entretanto, em 1926, com o seu entusiasmo e empreendedorismo, o novo presidente levou uma alma nova ao Botafogo. Alceu Castro refere-se assim ao presidente: “Foi eleito presidente o vulto inconfundível de Paulo Azeredo, que assim iniciou sua magnífica administração (…) que daria ao Botafogo as maiores glórias esportivas, morais e materiais” (Castro, 1951: 265).
Paulo Azeredo percebeu que era necessário voltar a conquistar títulos, pois o Botafogo ia fazer quase duas décadas sem ser campeão carioca. Então, o presidente montou uma nova comissão técnica, muito mais eficiente do que as anteriores.
A Comissão foi composta pelo médico Victor Guisar, pelo técnico inglês Charles Williams e por um superintendente, o húngaro Nicolas Ladanyi. O húngaro vinha com tal prestígio que levou o técnico Williams a solicitar a demissão e quem passou a auxiliar o novo técnico Ladanyi foi Nilo Braga, que se manteve a jogar e a marcar gols.
Esta estrutura, montada a partir da presidência, permitiu ao Botafogo tornar-se tetracampeão carioca e conquistar cinco títulos em apenas seis anos. As campanhas destes títulos assinalaram 75 vitórias, 22 empates e 16 derrotas, 320 gols a favor e 176 contra, e o goleador Carvalho Leite marcou gol em 79 ocasiões.
Foi por esta época que houve uma grave cisão no futebol carioca e levou à existência de duas ligas. O Botafogo, defendendo aquilo que na época se considerava as tradições do desporto carioca, repudiou o profissionalismo implantado em 1933 e ficou a disputar o torneio da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA), então a entidade oficial filiada na Confederação Brasileira de Desportos (CBD).
Na presidência de Paulo Azeredo foi construída a sede em 1928, e a Mourisco-Pasteur, em finais da década de 1950, também se realizou sob a sua presidência. Foi também durante a presidência de Paulo Azeredo que ficou aberto o caminho para a fusão do Botafogo das regatas com o Botafogo do futebol.
Quer os botafoguenses de terra, quer os de mar, desejavam a união entre os dois clubes e foi Paulo Azeredo, juntamente com Viveiros de Castro, que, em 1931, incumbiu Alceu Mendes de Oliveira Castro de sondar o seu primo, António de Oliveira e Castro, a maior figura do Club de Regatas Botafogo, legendário campeão de remo de 1902, sobre a fusão dos dois clubes. A decisão do 'Almirante' foi favorável, embora adiada devido à grande influência do Fluminense no CR Botafogo.
Paulo Azeredo esteve presente na fusão do Botafogo, tendo sido quem sugeriu a designação de Botafogo de Regatas e Futebol, acabando por se inverter as modalidades e vingar o ‘Futebol e Regatas’.
O grande dirigente foi, nessa qualidade, campeão carioca de futebol por oito vezes: 1930, 1932, 1933, 1934, 1935, 1957, 1961, 1962. Na última administração de Azeredo o Botafogo atingiu a famosa marca de 120 títulos num único ano em todas as modalidades praticadas, sagrando-se campeão de terra (futebol), mar (remo) e ar (aeromodelismo).
Fontes principais
Castro, Alceu Mendes de Oliveira (1951), O Futebol no Botafogo (1904-1950), Rio de Janeiro: Gráfica Milone
Pepe, Braz; Miranda, Luiz Felipe; Carvalho, Ney Óscar (1996), Botafogo – O Glorioso. Uma História em Preto e Branco. Rio de Janeiro: Ney Óscar Ribeiro de Carvalho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Presidentes_do_Botafogo_de_Futebol_e_Regatas
1 comentário:
Voltei agora da homenagem realizada em General Severiano a familia do Dr. Paulo Azeredo, eterno presidente campeao.
Foram homenageados tambem pessoas importantes para o bem o clube no passado, hoje e no futuro: Amarildo, Zagallo, Claudio Good, Manoel Renha, Paulo Antonio Azeredo Neto, Adalberto, etc...
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