Mantendo a linha ‘inovadora’ do Mundo Botafogo sobre análise aos jogos –
tal como foi feito no último jogo –, dá-se a palavra aos observadores externos:
«O Botafogo poderia ter vencido o
Mirassol. Após fazer 3 a 0, deveria ter respondido melhor quando pressionado na
etapa final. Mas falta comando. O treinador não consegue passar energia. Após o
primeiro gol era para agitar. No segundo, parar a partida com uma alteração.
Davide Ancelotti nada fez porque nunca sabe o que é para fazer.» – Blog do Mansell | Fogaonet.
«Esse modelo do
Textor de desmontar equipes a cada seis meses ou a cada uma temporada, isso
para mim é fadado ao insucesso. É muito difícil a gente ver clubes que consigam
se manter em disputa dessa forma. Não dá, não tem continuidade, não tem
continuidade de treinador. Tudo bem, o Artur Jorge ter saído não foi um
problema do Botafogo. O Artur Jorge quis sair, recebeu uma proposta e saiu. Mas
o Botafogo já sabia disso muito antes. O Botafogo sabia disso na viagem para o
Catar. Quando pega o avião para viajar para o Catar, o Botafogo já sabia disso.
E não agiu rapidamente para conseguir trazer um treinador. Eu até me admiro o
Botafogo estar em quinto lugar.» – Rodrigo
Coutinho | Troca de Passes | SporTV.
«Seria impensável o
Botafogo jogar para pouco mais de 6.700 torcedores após conquistar os títulos
da Conmebol Libertadores e do Brasileirão, mas os 16 minutos iniciais do
segundo tempo contra o Mirassol ajudam a explicar a falta de interesse no
Alvinegro nos últimos dias. […] A
capacidade do time se desmontar em um intervalo é a personificação de um clube
que se desestruturou de um ano para o outro. […] O italiano, claro, tem responsabilidade, pelo empate. Mas […] os atletas sentiram a primeira bola na rede
e simplesmente se desfizeram dentro de campo. Não houve liderança para se
reerguer. […] O planejamento do
Botafogo é pauta antiga. […] O empate com sabor de derrota no Nilton Santos
[…] é apenas mais um capítulo de um ano
bagunçado.» – Sergio Santana |
Globoesporte.
Nota do Mundo Botafogo:
Quando os espectadores no Nilton Santos forem 2.000 ou menos, ou quando as
esperanças de uma classificação minimamente honrosa estiverem desfeitas, já
depois de seis competições vergonhosamente perdidas, talvez John Textor empurre
o assunto para a frente com a barriga e diga simplesmente que em 2025 Davide Ancelotti
está apenas preparando uma grande equipe para 2026.
A ‘vergonha’ surge quando a visão que uma pessoa tem de si mesma é ameaçada
por um evento. Então, ou nos assumimos humildemente e mudamos de rumo, ou
cedemos à vontade de nos escondermos escudados em qualquer argumento já sem
sentido e seguimos em frente estuporando o resto da caminhada…
FICHA TÉCNICA
Botafogo 3x3 Mirassol
» Gols: Savarino, aos
12’, Chris Ramos, aos 30’, e Álvaro Montoro, aos 39’ (Botafogo); Chico da
Costa, aos 46’, Jemmes, aos 57’, e Lucas Ramon 60’ (Mirassol)
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Data: 17.09.2025
» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
» Público: 5.859
pagantes; 6.724 espectadores
» Renda: R$ 381.240,00
» Árbitro: Bruno
Pereira Vasconcelos (BA); Assistentes: Alessandro Álvaro Rocha de Matos (BA) e Luís
Carlos de França Costa (RN); VAR: Émerson de Almeida Ferreira (MG)
» Disciplina: cartão amarelo – Danilo, Santi Rodríguez, Alexander Barboza e Matheus
Martins (Botafogo); João Victor (Mirassol)
» Botafogo: Léo Linck;
Vitinho, Kaio Fenando, Alexander Barboza e Alex Telles (Cuiabano); Marlon
Freitas, Danilo (Newton) e Savarino (Matheus Martins); Santi Rodríguez
(Mastriani), Chris Ramos e Álvaro Montoro (Jeffinho). Técnico: Davide
Ancelotti.
» Mirassol: Walter; Lucas
Ramon, João Victor, Jemmes e Reinaldo; Neto Moura (Yago Felipe), Danielzinho e
José Aldo (Shaylon); Negueba (Carlos Eduardo), Cristian Renato (Chico da Costa)
e Alesson (Edson Carioca). Técnico: Rafael Guanaes.
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8 comentários:
Resumo: nem no tempo da vaca magra era tão vergonhoso...
O ano de 2024 foi mágico, 2025 trágico. O torcedor botafoguense parece nunca poder sonhar com dias melhores, parece uma sina sem fim, uma temporada que dá orgulho e na seguinte vergonha. Incrível o segundo tempo do time ontem, me lembrou o jogo contra o Corinthians, um primeiro tempo espetacular e um segundo tempo de um time completamente brochado, mas ontem foi pior, muito pior.
O mais grave de tudo, é que o desprezo com o início da temporada nesse ano, pode ser nefasto para a temporada de 2026,:e então meu caro Textor, o prejuízo será muito maior,l. Abs e SB!
Exato, Vanilson. Textor está dando cabo do Botafogo com a mesma velocidade com que i engrandeceu. O problema maio é que a abordagem de desmanches semestrais deixa-nos-á sem futuro se o rumo se mantiver. Saiu do Palace e do Lyon sem boas soluções e nenhum amigo; é contestado permanentemente pelos torcedores do Moleenbek, que o querem fora tal como os do Palace e do Lyon. Creio que chegou a nossa vez... Porém, que alternativas temos?
Abraços Gloriosos.
Nem sei bem o que comentar, Sergio. estamos num ponto que, creio, até o Eduardo Barroca fazia melhor. Na profissão, Davide Ancelotti é um neném que caminha sem vigor nem direção e acaba por chegar a um sítio qualquer - geralmente a um beco sem saída.
Como campeão sul-americano e campeão brasileiro envergonho-me do que vi ontem - mas Textor não se envergonha de maneira nenhuma.
Abraços Gloriosos.
Não só nos desmanchamos de uma temporada para outra, nem apenas de um semestre para o seguinte, como também no intervalo entre o primeiro e o segundo tempo, de acordo com as leis universais da aleatoriedade. Por mais que tenhamos retomado o orgulho, com a montagem de uma equipe sensacional em 2024 (e não sou daqueles que joga a experiência de 2023 fora, acho que foi um degrau fundamental), de que adianta arrumar a casa em um momento, para depená-la depois?
O fato é que a instabilidade atual mostra-nos que não se trata de mera turbulência, momentânea, ou um período forçoso de adaptação, cujas dores de atravessá-lo valeriam a pena no futuro (o que acredito ser o caso de 2023-2024). Não, essa instabilidade é o prenúncio de que os frutos do esforço passado foram hipotecados pro "mercado futuro", na cabeça ultraliberal, sem pudor de fazer grandes alavancagens, com garantias insustentáveis, do nosso atual presidente. Há toda uma filosofia de gestão de risco que precisa ser mudada.
Gosto de ousadia, mas, dando errado, administrar seus revezes está nos custando desempenho, e o preço vem sendo duramente cobrado. E haja estômago. Estamos totalmente dependentes da habilidade de Textor em reverter as consequências de uma grande aposta que parece ter exaurido seus fiadores, e não parece ganhar fôlego por si só.
Totalmente de acordo, Companheiro. Não se trata da mera turbulência momentânea ou de adaptação.Trata-se de algo que, na verdade, tenho evitado dizê-lo, mas conhecendo a estratégia base de Textor e o seu estilo 'falastrão' sempre temi, desde o início, estarmos entregues a um homem só ('presidente proprietário' em vez de presidente sujeito a mandato limitado) e que tem andado sempre no fio da navalha na sua trajetória profissional. Gerir um Clube, e pior ainda, uma Holding, juntando neoliberalismo + disparos para todos os lados indiscriminadamente + urdir perigosos jogos financeiros + atitude de torcedor em vez de atitude de dirigente + decisões inconsistentes em derivas paradoxais, é um caldo escaldante e muito perigoso para o nosso futuro porque, como diz no seu comentário, parece ter desembocado na exaustão de recursos e de difícil reversão no curto prazo. E, contudo, fico na dúvida se será pior sem Textor do que com Textor - do tipo "contigo é mau, sem ti é pior" porque as consequências podem ser desastrosas.
Abraços Gloriosos.
Nessa história toda, eu me preocupo com o fato de o Botafogo não ter um plano B e, caso Textor caia, acabar nas mãos de acionistas com uma visão de transformar o clube em um RB Bragantino ou Bahia, que não caem de divisão e revelam jovens jogadores, porém sem nunca disputar títulos (o que, para o tamanho do Botafogo, é muito problemático). Ou então voltar para as mãos dos dirigentes amadores que tanto nos destruíram por anos a fio. Outro fato é que, diferente de torcidas como a do Palmeiras, Corinthians, São Paulo e algumas aqui no Rio de Janeiro, não vejo mobilização suficiente para a torcida assumir o clube e ocupar a sede social. E aqui não estou falando de violência nem nada, mas de ter uma torcida que exija que, se alguém assumir, haverá sua vigilância constante e cobrança por um plano minimamente sustentável a longo prazo. Por exemplo, suponhamos que o Botafogo volte às mãos dos dirigentes por algum motivo e, pela dívida, não tenha como montar times estrelados de início, seria necessário apresentar uma proposta para a torcida, com alternativas e transparência, uma forma que a torcida pudesse controlar.
Eu ando muito triste com tudo isso. O alvinegro glorioso tem uma história linda, repleta de craques e momentos inesquecíveis, mas o amadorismo e a paixão cega de anos atrás criaram hiatos, e hoje somos um time que tem menos títulos oficiais comparado aos outros, atrás em números de vitórias contra os rivais, sem CT e agora no meio de uma briga judicial.
O Botafogo foi o primeiro carioca a ter um título nacional em 68, e um rival do RJ só venceria 12 anos depois, mas teve visão e conquistou mais depois, enquanto nós só voltaríamos a conquistar em 1995 e depois em 2024. É muito complicado um time do tamanho do Botafogo não ter um bicampeonato ou uma sequência de participações na Libertadores. Infelizmente, os clubes são retratos dos seus dirigentes, e se hoje o Botafogo é tão mal visto é porque no passado foi gerido por pessoas pequenas, acovardadas e sem ambição. E agora, com Textor, qual retrato está se construindo? Dívidas na justiça, sem planejamento, momentos vexatórios. É como se tivéssemos um Montenegro mais evoluído e nem sucedido, mas ainda assim um Montenegro.
Dinafogo, sempre temi uma gestão financeira neoliberal, sujeita a flutuações eventualmente severas, e a falta do tal plano B. Num momento Textor parecia te bom senso e algum conhecimento do futebol, mas a verdade é que isso se esvaiu e oscila entre melhores 'gestões' em 2022 e 2024 e piores 'gestões' em 2023 e 2025. Já no passado a sua gestão financeira, antes de chegar ao Botafogo, passou por oscilações complexas, e agora mostra-se precipitado, de certo modo algo leviano na condução dos negócios do Clube, incerto na trajetória e não inspirando confiança. Se fracassar no Botafogo ou ficamos entregues a coadjuvante do Lyon ou à horrenda gestão do Clube social, dominado pela desastrosa oligarquia de sempre.
Abraços Gloriosos.
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