terça-feira, 1 de maio de 2012

Sonja, Fernanda, Botafogo e gandulas



por Sidney Garambone
in Garamblog – Globoesporte.com

É uma grande mentira a frase “tem coisas que só acontecem ao Botafogo”. O certo é “tem Botafogo que só acontecem às coisas”. E na decisão da Taça Rio, o histórico alvinegro estrelado mostrou mais uma vez que é um time especial.
Claro, todos os times são especiais. Ainda mais para suas torcidas.

Uns são populares, outros aristocráticos, outros organizados, alguns hegemônicos… cada um com seu charme, sua história, sua personalidade própria.

O Botafogo é poético.

Garrincha, Manga, Vinícius de Morais, João Saldanha, Sandro Moreira, Armando Nogueira…

Decididamente o Botafogo é poético. Versos dramáticos, inusitados, com rima ou sem rima. Capaz de seduzir as crianças simplesmente pela beleza do escudo estrelado. Tão poético que, com tantos mitos e deuses que vestiram sua camisa, dá-se o direito de alçar ao Olimpo dominicais gandulas.

Em 1988, uma menina chamada Sonja comoveu torcedores de todos os clubes. Ela tinha apenas 11 anos, era gandula no Maracanã e chorou desesperada pela derrota do seu Botafogo para o Vasco por 3×0. Foi manchete dos jornais e provou ser visceral a relação do torcedor com sua paixão, qualquer que seja a nossa idade.

Duas décadas e pouco mais tarde, uma outra gandula, maiorzinha, foi protagonista novamente de uma partida entre Botafogo e Vasco. Só que agora o final foi diferente. Fernanda, de 23 anos, repôs uma bola tão rápido que acabou ajudando no primeiro gol do Botafogo.

O mais importante. Ela é rapidinha para todos os clubes, cariocas ou não. Orientação dos chefes da Federação. Mas foi o Botafogo que aproveitou, legalmente, da competência da moçoila.

Fernanda e Sonja são de gerações diferentes. Ganharam os minutos de fama em épocas diferentes. A grande graça estava na alma de ambas. Quando olham para o céu, só avistam uma estrela. A solitária.

2 comentários:

José Gonçalves disse...

Rui, está aí uma definição pelo qual procurava há anos e encontrei aqui, o BFR é antes de tudo poético. Nada mais justo... Só com olhos de poesia podemos enxergar aquela estrela que brilha nos verdes campos do futebol. Neruda já dizia no poema "Dá-me a Festa Mágica": E eu irei pelos campos na noite estrelada/com os braços abertos e a face desnuda,/cantando árias ingênuas com as mesmas palavras/com que na noite falam os campos e a lua.

Ruy Moura disse...

José Gonçalves, quem promoveu nos bastidores a fusão do CRB e do BFC em BFR foi... Augusto Frederico Schmidt, poeta, que alcançou o seu desiderato!

Abraços Gloriosos!

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