segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Maurício: um dia e um gol para a eternidade

Gol do título carioca de 1989. Crédito: Reprodução.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Maurício de Oliveira Anastácio nasceu no dia 29 de setembro de 1962, no Rio de Janeiro, atuava como ponta-direita, é destro, mede 1,84m e pesa 78kg.

Maurício foi revelado pelo Bonsucesso, atuando nas equipes de base entre 1975 e 1980. Subiu à equipe profissional em 1980 e permaneceu no clube até 1984, mas entretanto foi sendo emprestado ao CR Guará (1982), ao Juventus de Rio do Sul (1984) e a SC Internacional (1984). Foi campeão pelo Bonsucesso no Campeonato Carioca – Série B (1981).

Em 1984 transitou para o América, onde permaneceu até 1986, atuando em 110 jogos e marcando 26 gols.

Em 1986 Maurício transferiu-se para o Botafogo e logo em 1987 foi chamado para a seleção Brasileira pré-Olímpica, conquistando o Torneio pré-Olímpico de 1987.

Posteriormente foi emprestado ao Internacional em 1988-1989 (40 jogos e 9 gols), regressando em boa hora ao Botafogo, ainda em 1989, para ser campeão pelo Glorioso, quebrando o célebre jejum de 21 anos ao assinalar o gol que na tarde de 21 de junho de 1989 deu ao Botafogo o título de Campeão Estadual invicto desse ano.

Infogol do título. Crédito: Edson Teramatsu – @infogol.com.br

O Botafogo defrontou o Flamengo, no estádio do Maracanã, pela decisão do título de Campeão Estadual, e aos 57’ Mazolinha cruzou para a área e Maurício surgiu oportunamente à boca da baliza para marcar o gol do título e fazer explodir de alegria toda a massa botafoguense sufocada de tanto jejum. Sob o comando de Valdir Espinosa, a equipe alinhou com Ricardo Cruz; Josimar, Wilson Gottardo, Mauro Galvão e Marquinho; Carlos Alberto Santos, Luisinho e Vítor; Maurício, Paulinho Criciúma e Gustavo (Mazolinha).

Foi um título que, além de profundamente emocionante, carregou, provavelmente, a maior convergência de superstições num só caso em toda a existência do Glorioso, superando todas as superstições e sortilégios de Carlito Rocha, especificamente em torno do número 12, ou do invertido 21. As manipulações destes dois números são infindáveis. Eis algumas delas: o jogo ocorreu num dia 21, com a temperatura no estádio acusando 21 graus; passaram-se 21 anos e 12 dias (21 invertido) desde a celebração do último título oficial; o gol ocorreu aos 12’ do segundo tempo, ou, noutra perpectiva, aos 57’ de jogo (5+7=12); ao 21º cruzamento, Mazolinha, camisa 14, assistiu Maurício, camisa 7, e 14+7=21; para cúmulo das circunstâncias numerológicas, místicas ou astrais, a renda do jogo foi de NCz$ 302.592,00, isto é, 3+0+2+5+9+2+0+0=21.

Em Pé: Paulo Roberto, Carlos Alberto Santos, Wilson Gottardo, Marquinho, Mauro Galvão e Gabriel. Agachados: Maurício, Luisinho, Milton Cruz, Paulinho Criciúma e Valdeir. Fonte: Instagram @sportsretroreserva.

A cronologia do 21 tem mais exemplos e até inspirou um livro, mas fiquemos por aqui.

Maurício desligou-se do Botafogo ainda em 1989, após atuar em 103 e marcar 15 gols. Conquistou os títulos oficiais da Taça Rio (1989) e do Campeonato Estadual (1989) e a nível internacional o Torneio Pentagonal da Costa Rica (1986) e o Troféu Cidade de Palma de Mallorca (1988).

Em 1990 ingressou no RC Celta de Vigo (Espanha), atuou em 29 jogos, marcou 2 gols e conquistou o Troféu Cidade de Vigo (1991).

Seguidamente Maurício transferiu-se para o Grêmio FPA (1990-1991), atuou em 53 jogos e marcou 8 gols; ingressou na Portuguesa de Desportos (1991-1994), onde atuou em 65 jogos e marcou 11 gols. No dia 27 de fevereiro de 1991 foi convocado para a Seleção Brasileira principal, pela qual realizou um único jogo, no empate por 1x1 com o Paraguai, entrando na partida aos 61’ e jogando com a camisa nº 16.

Em seguida a Portuguesa emprestou Maurício ao SC Internacional (1992-1993), representando o clube em 60 jogos com 9 gols, tendo conquistado o Campeonato Gaúcho (1992) e a Copa do Brasil (1992).

Em 1994-1995 decidiu-se por uma experiência internacional, estabelecendo contrato com o Ulsan HD FC (Coreia do Sul), atuando em 18 jogos, marcando 2 gols e conquistando a Korean League Cup (1995).

Livro ‘1989 – O Escolhido’, lançado em 2021 com biografia de Maurício, histórias e ‘heróis’.

Em 1996 efetuou 1 jogo e 1 gol pelo Zico All Star FC. Ainda nesse ano rumou ao América FC, onde atuou em 19 jogos e marcou 6 gols. Jogou ainda pelo Londrina EC (1997-1998), conquistando o Campeonato Paranaense da 2ª Divisão (1997), pelo XV de Piracicaba (1998-1999) e novamente pela Portuguesa (2000-2001), onde pendurou as chuteiras.

Posteriormente teve duas experiências como treinador: no Atlético Roraima (2005) e no Emirates Club (2008).

Em 2007 a diretoria do Botafogo prestou homenagem ao jogador criando uma camisa comemorativa, lançada no evento ‘Feijão do Fogão 2007’.

No ano de 2008 foi agraciado pela FIFA com o prêmio individual ‘Lendas do Botafogo’ e mais tarde, em 2020, foi distinguido por O Globo com o prêmio ‘14º Maior Ídolo da História do Botafogo’.

Em 2021 foi lançado o livro ‘1989 – O Escolhido’, idealizado por Maurício e escrito por Aline Bordalo, com a bibliografia do atacante e as histórias e ‘heróis’ da grande conquista de 1989.

Atualmente Maurício vive em São Paulo, discretamente longe dos holofotes, mas continua revendo os seus antigos companheiros e a torcida botafoguense, que o reverencia como um herói de um evento profundamente emocionante. Em algumas ocasiões surge em programas desportivos e em eventos relacionados ao Botafogo, compartilhando experiências e refletindo obre a sua trajetória no futebol.

Fontes: https://pt.wikipedia.org; https://terceirotempo.uol.com.br; https://www.lance.com.br; https://www.zerozero.pt; Instagram @mauricioanastaciooficial

3 comentários:

jornal da grande natal disse...

Sou doido pelo 21! Ponha mais! Não precisa ser imediatamente... (rsrsrs).

jornal da grande natal disse...

Fez a postagem dia 22. E ontem foi 21! Não esperou pela data de nascimento: 29. (rsrs)

Ruy Moura disse...

Ontem não podia ser porque era dia de comentário ao BFR x CAM. Mas 22 é 'tática de antecipação' de uma semana ao aniversário de Maurício (rsrsrs).

Vou presenteá-lo proximamente com uns quantos 21...

Abraços Gloriosos.

Maurício: um dia e um gol para a eternidade

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