por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo
Bem sei que temos muitos desfalques, que jogamos
uma partida de polo aquático em campo de futebol, que Léo Linck esteve numa
noite infeliz porque sai mal da baliza, que John Textor iniciou a derrocada de
uma equipe de aura vencedora e contratou um treinador mediano e a seguir um
aprendiz que caminha para o abismo, mas, além de tudo isso, suportar um futebol
sem marca identitária e árbitros absolutamente tendenciosos e impunes que
continuam a sonegar o nosso Clube rodada após rodada, é demais para qualquer torcedor,
especialmente quando o nosso dirigente máximo entrou a ‘matar’ para mudar a
falta de seriedade do futebol brasileiro e acabou se rendendo à CBF e às amizades
com a presidente do Palmeiras e as arbitragens dos nossos jogos são do mesmíssimo
tipo das de antes de 2022.
Os primeiros trinta minutos mostraram à saciedade
que não temos equipe com sustentabilidade, mesmo atendendo aos desfalques, porquanto
o Internacional, jogando polo aquático como nós, abriu o placar e ainda teve
duas bolas ao poste e à trave. No gol há culpas para a zaga e para Léo Linck, e
os jogadores de linha comente conseguiram um único remate enquadrado com a
baliza, aos 29’. E a isso tudo soma-se que o VAR não chamou o árbitro para um
pênalti derivado de uma cotovelada em Santi Rodriguez e, ainda pior, um segundo
pênalti absolutamente escandaloso que os espectadores televisivos identificaram
imediatamente, mas o árbitro, de frente para o lance, NÃO VIU (!!!) e o VAR não
chamou.
Dois pênaltis mudariam totalmente a figura do jogo
no que respeita ao ânimo dos jogadores e manutenção dos esforços hercúleos que
alguns fazem, apesar da desconexão tática permanente na equipe.
Trinta minutos sequenciados por mais quinze
minutos de futebol arrastado e muito aquático e um início da 2ª parte com mais
um gol do Internacional aos 50’ de jogo, em novo falhanço claro de Léo Linck, que
é um goleiro com muito potencial mas que parece não ter no Botafogo um
treinador de goleiros que o ensine como anular o jogo aéreo do adversário.
E confesso: nesse mesmo minuto 50 desliguei o
televisor.
Diz-se que a torcida do botafoguense abandonou a
equipe, especialmente aqueles que são desprezíveis patifes da mídia desportiva,
querendo com isso atacar a única verdadeira fortaleza do Botafogo – a sua torcida!
A questão é como ser possível uma torcida
continuar a encher o estádio como dantes quando o topo dirigente que nos proporcionou
dos belos títulos destruiu a equipe de futebol super vencedora mediante atos de
gestão absolutamente trágicos com perdas de todas as competições disputadas,
assim como outros atos nos clubes da Eagle Football que levaram a uma
unanimidade insuspeita: os torcedores do Botafogo, do Crystal Palace, do Lyon e
do Molenbeek viraram-se contra o líder.
Como se já não bastasse a sonegação permanente
jogo após jogo para evitar que o Botafogo dispute os primeiros lugares, bem
como a recente decisão sobre o estádio Nilton Santos claramente para nos
desmoralizar e derrotar como fizeram com a interdição do estádio em 2009, ainda
temos, dentro de casa, um líder e um treinador incapazes de virar o rumo dos
acontecimentos.
De resto, estamos dentro dos padrões do anunciado
futebol brasileiro ‘competitivo’: vitória / derrota / vitória / derrota…
Queremos um líder que, esse sim, nos abandonou;
um treinador que não cometa os sucessivos erros do aprendiz que atualmente
temos; um staff capaz que não nos
traga reforços do calibre de Rwan Cruz ou Mastriani.
E então, quando o atual abandono tomar novamente
em mãos a preciosidade que é o Botafogo em toda a sua dimensão histórica e
ambição futura, também a torcida tornará a encher o estádio como em 2024.
Estamos zangados, sim; muito zangados. Se neste
cenário Dantesco ainda conseguimos inacreditavelmente manter lugar no G4, apesar
de não termos uma identidade de jogo, um treinador capaz e um líder, imagine-se
o que poderíamos ter feito se o líder soubesse o que significa ‘compromisso’ e
se tivéssemos um treinador a sério, ou até mesmo um interino com qualidade.
Depois de injetados para uma nova vida fomos atirados
para um purgatório sem remissão e querem todo o apoio da torcida quando à
torcida apenas oferecem migalhas futebolísticas há meses sem fim.
Estamos zangados, sim; muito zangados.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 0x2 Internacional
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Data: 04.10.2025
» Local: Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS)
» Público: 18.827 pagantes; 20.805 espectadores
» Renda: R$ 261.861,50
» Árbitro: Flávio
Rodrigues de Souza (SP); Assistentes: Alex
Ang Ribeiro (SP) e Gustavo Rodrigues de Oliveira (SP); VAR: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP)
» Disciplina: cartão amarelo – Newton e Alexander Barboza (Botafogo) e Aguirre
e Bernabei (Internacional)
Gols: Alan Patrick, aos 9’, e Vitinho, aos 50’
» Botafogo: Léo Linck; Vitinho, Gabriel Bahia (Mateo Ponte), Alexander Barboza e
David Ricardo; Newton (Allan), Marlon Freitas e Savarino; Santiago Rodríguez
(Matheus Martins), Arthur Cabral (Mastriani) e Jeffinho (Chris Ramos). Técnico:
Davide Ancelotti.
» Internacional: Anthoni; Vitão, Mercado e Juninho (Victor Gabriel); Aguirre, Thiago Maia
(Óscar Romero), Bruno Henrique (Ronaldo), Alan Patrick e Bernabei; Vitinho
(Bruno Gomes) e Carbonero (Borré). Técnico: Ramón Díaz.
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