sábado, 31 de maio de 2025

Que seria da superstição sem o Botafogo?

por SÉRGIO AUGUSTO | Botafoguense desde 1948

«E agora, Francis Hime? O Botafogo foi campeão. Pode ir mudando aquela estrofe. E agora, José Alvarenga? Aquela brincadeira com o adesivo do Botafogo, em “A Princesa Xuxa e os Trapalhões”, deixou de ser engraçada para tornar-se premonitório: “Botafogo, campeão de 2010”. Eu, se fosse você, não ficaria surpreso se o Fogão comemorasse o centenário do seu primeiro Campeonato com outro [nota MB: como realmente aconteceu!].

E agora, sociólogos, antropólogos e cientistas políticos? Chegou a hora de botar o preto no branco. Ou vocês ainda não perceberam que a decadência do glorioso esquadrão da estrela solitária sempre esteve intimamente ligada à decadência do Brasil e, sobretudo, de seu futebol? Não foi por acaso que passamos a encadear fiascos nas Copas do Mundo depois que a seleção canarinho foi obrigada a dispensar em suas hostes jogadores botafoguenses.

Tampouco foi casual a longa espera: o Botafogo deixou para ser campeão no ano da volta concreta do país à democracia e justo no dia em que nasceu a maior observador dos hábitos do velho bairro do clube, Machado de Assis.

Muito antes de empalmar a taça e vestir a faixa de campeão invicto, o Botafogo já se destacara como um caso exemplar. Ou melhor, uma raridade. Durante todo o campeonato, sob o comando de um técnico que é xará do maior filósofo da ética (logo da ética!) [nota MB: Sérgio Augusto refere-se a Valdir Espinosa, técnico campeão, e a Baruch Espinosa, holandês de origem portuguesa, designado por ‘filósofo da ética], seu time exibiu em campo virtudes como humildade, determinação e solidariedade, há muito banidas de nossa paisagem.

Foram 21 anos de jejum, quebrados num dia 21, com 21 graus de temperatura no Maracanã e o gol decisivo marcado aos 12 minutos (21 invertidos) pelo dono da camisa sete, que, além de ser a terça parte de 21, possui as bênçãos de Garrincha. O que seria da superstição sem o Botafogo?»

E se... der-bi?...

 

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Mercado de contratações: Álvaro Montoro, promessa de alto nível

Montagem.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Álvaro Montoro nasceu no dia 17 de abril de 2007, em Concepción, Tucumán, Argentina, atua principalmente como meia atacante, é destro, mede 1,75m de altura e pesa 65kg.

Com menos de oito anos de idade Montoro começou jogando futebol no Concepción Fútbol Club, e quando se mudou para Buenos Aires integrou a equipe do Liniers, antes de ingressar no Vélez Sarsfield em 2017.

Montoro jogou em todas as categorias de base do Vélez entre 2017 e 2024. Entretanto, em junho de 2022 foi convocado para a Seleção da Argentina Sub-17, com apenas 15 anos de idade.

Posições principal e complementares de Montoro. Fonte: www.transfermarkt.pt.

Em 2024 atuou pela última vez no Sub-20, integrou a equipe de Reservas e passou ao profissional com 17 anos de idade. Esse foi o ano dos seus primeiros títulos pelo clube, tendo vencido a Copa LPF Projeção Inicial, em 2023/2024, e sido campeão da 1ª Divisão da Argentina, em 2024.

No ano em curso Montoro foi convocado para a Seleção Sub-20 da Argentina, e desde que integrou a equipe profissional até agora (2024-2025) atuou em 48 jogos, fez 3 gols e 2 assistências – sendo que os 3 gols e 1 assistência ocorreram na Copa Libertadores da América de 2025.

Os seus pontos fortes são, sobretudo, a qualidade de passe na função de ‘criação’ (79%, e nos lançamentos longos acerta mais de metade), mas também o ataque ao gol e simultaneamente a capacidade para assumir ações defensivas.

Características de Montoro. Fonte: www.fotmob.com

Atuando principalmente como meia atacante, Montoro também joga pela ponta direita e pela ponta esquerda.

Tais características são conhecidas na Argentina pela designação de ‘enganche’, enquanto em Itália é designada por ‘trequartista’. Neste caso, o meia divide-se entre funções de criação e de ataque, e atua mais avançado junto aos centroavantes. Amiudadas vezes recebe o nº 10 na camisa.

O Vélez Sarsfield revelou craques como Nicolás Otamendi e Thiago Almada e está em vias de dar ao mundo um novo craque, provavelmente com qualidades semelhantes do Almada, e o Botafogo afigura-se poder ser o primeiro da fila internacional a contratar a jovem promessa.

Fontes: pt.wikipédia.org; www.fotmob.com; www.transfermarkt.pt; www.zerozero.pt.

Das mais belas imagens de Garrincha

 
Foto colorizada.

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Será que deu?

[nota MB: a prosa inquieta do cronista alvinegro sobre o amanhã hoje na crônica do dia seguinte.]

por CARLOS EDUARDO NOVAES | Colunista, botafoguense

«São 9 horas 30m de quarta-feira, 21 de junho – Estou sentado à máquina procurando um tema para a crônica de amanhã (para mim) ou de hoje (para vocês, leitores). O contínuo do jornal, como sempre, passará ao meio-dia, para levá-la à redação. Planejo escrever sobre as viagens de Collor e Brizola à Europa (por que não foram juntos? sairia mais barato) ou sobre a insistência com que Ulysses nega ser Governo ou o decreto de Sarney sobre o novo mínimo (tudo pelo social!). Sei que o fantasma da hiperinflação volta a rondar o País; sei que estamos mergulhando em outra crise econômica; sei que a Caixa ainda não liberou o dinheiro para o Rio, sei de muitas coisas, mas o que gostaria mesmo de saber é se o Botafogo vai conquistar o título de campeão hoje à noite.

Quando vocês estiverem lendo este texto a sorte já terá sido lançada: ou o Rio de Janeiro estará em festa, com o título, mais esperado do que o retorno do País à eleição direta para Presidente ou os botafoguenses terão permanecido com o grito de “é campeão” entalado na garganta. Admito que não é lá muito jornalístico escrever sobre um fato que vai ocorrer entre a redação do texto e sua publicação no jornal, mas que fazer? Não consigo pensar em mais nada. Para mim o Josimar é muito mais importante do que o Sarney. Tento visualizar as figuras de Color e Brizola e só “enxergo” o Gottardo e o Mauro Galvão. Ulysses Guimarães virou o Emil Pinheiro (aliás o dois têm o mesmo olhar de peixe morto).

Faltam 12 horas para o Botafogo entrar em campo e já escuto o foguetório e os gritos da torcida vindos do Maracanã. O hino do clube gira em minha cabeça comum disco quebrado. Viajo no tempo. Já que não posso viajar para frente e saber o resultado do jogo (minha máquina do tempo está quebrada), retorno a 1968, ano da última conquista. Eu tinha mais cabelos, mais esperanças e se alguém, na ocasião, me dissesse que o Botafogo ficaria 21 anos sem um título estadual, mandaria internar num hospício.

As lembranças que recolho da época se embaralham entre a euforia pelo campeonato e a tristeza pelo AI-5, que selou a ditadura militar no País. Hoje, confrontando a trajetória do clube com a do País, chego à mesma conclusão que alguns psicanalistas (botafoguenses): “o Botafogo, como um valor real na materialização dos processos oníricos rejeitou inconscientemente a possibilidade de ganhar um campeonato enquanto a falta de democracia permanecesse como uma fonte de psiconeuroses”. Ou seja: o Botafogo recusou-se a fazer bonito, num País que fazia feio. Agora, com o retorno às diretas para Presidente, volta a brilhar uma luz no fim do túnel. Será da Estrela Solitária?

Às 10 horas 30m desisto de tentar escrever sobre qualquer outra coisa que não seja o Botafogo. Pouco me importa o que façam com Naji Nahas [nota MB: empresário libanês criado no Egito e radicado no Brasil desde 1969], desde que Criciúma acerte dentro do gol (terá acertado? pergunto a vocês que já estão no dia seguinte). Tremo de emoção e expectativa e mal consigo acertar os dedos nas teclas. Vinte anos só não é mais do que os 29 que aguardamos para votar pra Presidente. O mastro da bandeira alvinegra já descansa ao lado de minha mesa; redijo o texto envergando a camisa do clube e reluto em passar tal informação preocupado com o juízo dos leitores, caso o Botafogo tenha empatado ou perdido o jogo. O babaca do Moraes gastou emoção à toa, dirão vocês. Sinto muito, mas estou sob os efeitos de uma descontrolada ressaca alvinegra. Tudo à minha volta é preto e branco. A televisão, que nunca deu defeito, sob meu olhar acabou de perder as cores. Tudo é preto e branco. Minha diarista entrou assustada com a decoração do apartamento. Assustou-se, mais ainda quando obriguei-a a vestir, também, a camisa do Botafogo. Ela relutou:

– Mas… mas doutor.

– Vista! – ordenei – vista e não discuta!

– Mas… eu sou Flamengo!

Sua confissão soou-me como uma punhalada nas costas. Quer dizer que tenho um inimigo dentro de casa e não sabia? Senti-me como um judeu alemão servido por uma empregada da Gestapo. Pensei em despedi-la, mas lembrei-me que detesto cozinha. Quem vai lavar os copos e os pratos depois da comemoração? Sim, no entanto é preciso ter cuidado. Se o Botafogo ganhar, ela vai querer me envenenar. Tranquei-a na cozinha, à chave, e passamos a conversar através da porta.

– Caso o Botafogo vença – disse-lhe – quinta-feira você não precisa vir.

– E se der empate, doutor? – perguntou ela do outro lado.

– Tire sua folga na próxima segunda-feira.

– E se o Flamengo ganhar? – insistiu ela.

– Você vem – respondi incisivo – mas vai ficar de bico fechado.

Será que hoje, quinta-feira, estarei encharcado de alegria, lavando copos e pratos na cozinha?»

Paulinho Valentim, o 'Grande Dia'

Botafogo 6x2 Fluminense, 5 gols de Paulinho Valentim. Decisão do Campeonato Carioca de 1957. Foto colorizada.

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Botafogo 1x0 Universidad de Chile: DNA da 'Gloria Eterna'

Crédito: Vitor Silva / Botafogo FR.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

O Botafogo entrou bem na partida e durante o primeiro quarto de hora criou duas grandes oportunidades, uma com um centro de Artur à medida de Cuiabano que se atrapalhou com a bola à frente da baliza e conseguiu a proeza de rematar ao lado, outra com Vitinho na corrida rematando cruzado muito próximo da baliza.

Depois o jogo acalmou, com o Universidad fechado na defesa porque quem precisava do resultado era o Botafogo, e aos 23’ Jair quis sair bonito com a bola, adiantou-a e cometeu a imprudência suprema de um carrinho que pretendia recuperar a posse de bola, originando uma falta grosseira, claramente para cartão vermelho que acabou por merecer.

Felizes, os chilenos esfregavam as mãos de contentes, acreditados, tal como aconteceu com o Atlético Mineiro, em 30 de novembro de 2024, que o jogo estava na mão. Ledo engano: Paiva manteve o esquema, tal como AJ naquele dia Eterno, e o Botafogo nunca deixou de tentar contra-ataques rápidos. E quinze minutos após a expulsão, aos 38’, Vitinho passou a bola a Artur, que lançou Savarino na corrida pela direita, que centrou milimetricamente para Igor Jesus, que cabeceou fulminante para o fundo das redes. Belíssima jogada. Botafogo 1x0.

Agora cabia ao Universidad correr atrás do prejuízo!

O Botafogo geriu bem a partida até ao intervalo, mas o segundo tempo começou meio assustador com o Universidad rematando de fora da área aos 49’ para a bola explodir no travessão. Parecia dado o sinal que a coisa ia ser complicada. Porém, aos 51’ foi Artur que, em corrida, centrou da linha de fundo para Igor rematar muito por alto em frente da baliza; aos 55’ o Botafogo contra-atacou, Igor venceu a zaga, esticou para Artur e o camisa 7 estufou as redes num lindo gol, mas anteriormente, no início da jogada, Igor ajeitara a bola com a mão e o gol foi invalidado; aos 60’ houve nova oportunidade e Artur quase encobriu o goleiro para ampliar o placar.

Daí em diante nada de verdadeiramente relevante se passou: após a bola do Universidad no travessão nenhuma outra oportunidade o adversária teve a seu favor, nem antes nem depois do bola no travessão, tanto mais que John apenas defendeu uma bola enquadrada com a baliza durante toda a partida.

O Universidad foi tendo bola, mas quase nunca conseguiu entrar na nossa grande área com a bola a correr, nem rematar de meia distância porque a defesa do Botafogo organiza-se muito bem, tal como o contra-ataque quando tem espaço por mínimo que seja. As melhorias foram significativas durante o jogo.

Uma partida jogada quase na perfeição por quem tem apenas 10 elementos em campo, um desempenho extraordinário de Barboza, Artur e Igor Jesus (notas 10), seguidos de perto por Savarino, Gregore e Renato Paiva (notas 9.5), mas também os demais estiveram em alto nível (notas 8 a 9), se excluirmos Jair que tem muito que aprender, bem como assentar no que respeita a uma certa vaidade – típica da juventude – que, na opinião do Mundo Botafogo, por vezes prejudica o coletivo.

Ou talvez não tivéssemos jogado com 10 atletas, como assegura Renato Paiva: “Começamos com 12 e quando o Jair foi expulso jogamos com 11. A torcida deixa qualquer profissional desse clube sem palavras”. Portanto, nota 10 também para a torcida.

Crédito: Vitor Silva / Botafogo FR.

Certo, certo, é que 30 de novembro e 27 de maio são datas gêmeas de superação da inferioridade numérica;

certo, certo, é que foi na reta final da fase de grupos da Libertadores em 2024 e 2025 que nos redimimos de duas campanhas que inicialmente pareciam fadadas ao fracasso e construímos vitórias épicas;

certo, certo, é que quando estamos em risco de falhar, por inferioridade técnica ou inferioridade numérica, não falha a atitude e a entrega ao jogo;

certo, certo, é que o modo como foi conquistada ‘La Gloria Eterna’ mudou o DNA do Glorioso, porque até as gerações mais antigas parecem ter deixado o pessimismo para trás e acreditado nesta classificação mesmo depois dos 23 minutos de jogo – tal como eu também acreditei ao relembrar-me automaticamente dos 29 segundos de 30 de novembro.

Afigura-se que o nosso destino pode estar verdadeiramente em reconstrução se as novas ações estratégicas, táticas e operacionais incidirem coerentemente na mesma direção. Incidirão?...

Temos todos que nos manter alerta e exigir aos nossos dirigentes que mantenham o ‘facho de luz’ na direção certa.

*****

Curiosidade: o Botafogo defrontou o Club Universidad de Chile em 5 jogos (1 amistoso e 4 Libertadores), obtendo 2 vitórias e 3 derrotas, 7 gols a favor e 7 gols contra; todavia, as nossas duas vitórias bastaram para nos dar a classificação à fase seguinte da Copa Libertadores de 1996 e de 2025.

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FICHA TÉCNICA

Botafogo 1x0 Universidad de Chile

» Gols: Igor Jesus, aos 38’

» Competição: Copa Libertadores da América

» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)

» Data: 27.05.2025

» Público:  33.393 pagantes; 36.342 espectadores

» Renda: R$ 1.672.405,00

» Árbitro: Andrés Rojas (Colômbia); Assistentes: Alexander Guzmán (Colômbia) e Cristian Aguirre (Colômbia); VAR: Heider Castro (Colômbia)

» Disciplina: cartão amarelo – Cuiabano e John (Botafogo); Guerrero, Hormazábal, Calderón e Altamirano (Universidad de Chile); cartão vermelho – Jair (Botafogo)

» Botafogo: John; Vitinho, Jair, Alexander Barboza e Alex Telles (Mateo Ponte); Gregore e Marlon Freitas; Artur, Savarino (Danilo Barbosa), Igor Jesus e Cuiabano (Allan). Técnico: Renato Paiva.

» Universidad de Chile: Castellón; Hormazábal, Calderón e Nicolás Ramírez; Guerrero, Marcelo Díaz (Altamirano), Poblete (Assadi), Aránguiz e Sepúlveda; Leandro Fernández e Di Yorio (Guerra). Técnico: Gustavo Álvarez.

Mosaico – Anúbis, o Cão-Rei do Egito

Fonte: Youtube Fogão do Meu Coração – A Casa do Botafogo. Captura de tela, 27.05.2025.

https://www.youtube.com/watch?v=cF2pR07a8ts

Autoria do Mosaico: Movimento Ninguém Ama Como a Gente.


terça-feira, 27 de maio de 2025

Retrospecto Botafogo x Club Universidad de Chile

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

O Botafogo defrontou o Club Universidad de Chile em 4 jogos, obtendo 1 vitória e 3 derrotas, 6 gols a favor e 7 gols contra.

Botafogo 2x3 Club Universidad de Chile

» Gols: Amarildo, aos 79’, e Édson, aos 82’ (Botafogo); Álvares, aos 12’ e 65’, e Coll, aos 68’ (Universidad)

» Competição: Amistoso Internacional

» Data: 25.05.1963

» Local: Casablanca, Marrocos

Nota: Após estar perdendo por 0x3, o Botafogo reagiu e chegou ao empate em 3x3, mas o árbitro anulou o último gol.

Botafogo 1x2 Club Universidad de Chile

» Gols: Jeferson, aos 49’ (Botafogo); Marcelo Salas, aos 45’, e Walter Silvani, aos 90’ (Universidad)

» Competição: Copa Libertadores da América

» Data: 12.04.1996

» Local: Estádio Nacional Julio Martínez Prádanos, em Santiago, Chile

» Público: 40.000 espectadores

» Árbitro: Roberto Ruscio

» Disciplina: cartão amarelo – Moisés (Botafogo)

» Botafogo: Carlão (Wagner); Jefferson, Gonçalves, Wilson Gottardo e Paulo Robert Prestes; Moisés (Silas), Uidemar, Bentinho e Hugo; Beto e Dauri. Técnico: Ronaldo Torres.

» Universidad de Chile: Vargas; Castañeda, Fuentes, Traverso e Ponce; Valencia (Víctor Hugo Castañeda), Galdamés, Rodrígues e Romero; Salas e Goldberg (Walter Silvani). Técnico: Miguel Angel Russo.

Botafogo 3x1 Club Universidad de Chile

» Gols: Dauri, aos 37’, Ronaldo Fuentes, aos 47’ (contra), e Bentinho, aos 90’ (Botafogo); Leonardo Rodríguez, aos 19’ (Universidad)

» Competição: Copa Libertadores da América

» Data: 19.04.1996

» Árbitro: Gustavo Gallesio (Uruguai)

» Local: Estádio São Januário, no Rio de Janeiro, Brasil

» Botafogo: Alex; Jefferson, Gonçalves, Wilson Gottardo e Paulo Roberto Prestes; Jamir, Uidemar, Bentinho e Hugo (André Silva); Mauricinho (Moisés) e Dauri (Paulinho). Técnico: Ronaldo Torres.

» Universidad de Chile: Vargas; Castañeda, Fuentes, Traverso e Ponce; Valencia (Cristián Mora), Galdamés, Luis Musrri e Leonardo Rodríguez; Salas e Goldberg (José Sánchez). Técnico: Miguel Angel Russo.

Botafogo 0x1 Universidad de Chile

» Gols: Di Yorio, aos 59’

» Competição: Copa Libertadores da América

» Data: 02.04.2025

» Local: Estádio Nacional de Chile, no Chile

» Público: 42.763 espectadores

» Árbitro: Esteban Ostojich (Uruguai); Assistentes: Martín Soppi (Uruguai) e Agustín Berisso (Uruguai)

» Disciplina: cartão amarelo – Patrick de Paula, Gregore, Jeffinho e Igor Jesus (Botafogo) e Leandro Fernández, Sepúlveda, Aránguiz e Nico Guerra (Universidad); cartão vermelho – Igor Jesus (Botafogo)

» Botafogo: John; Vitinho, Jair, Alexander Barboza e Alex Telles; Gregore, Marlon Freitas (Allan) e Patrick de Paula (Elias Manoel); Matheus Martins (Artur), Igor Jesus e Santiago Rodríguez (Jeffinho). Técnico: Renato Paiva.

» Universidad de Chile: Castellón; Nicolás Ramírez, Calderón e Zaldívia; Hormazábal, Marcelo Díaz (Montes), Sepúlveda (Castro), Aránguiz e Atamirano (Poblete); Leandro Fernández (Nico Guerra) e Di Yorio (Contreras). Técnico: Gustavo Álvarez.

Botafogo 1x3 Santos (Brasileirão A2 Feminino – 5ª Rodada)

Créditos: Reinaldo Campos / SFC e Arthur Barreto / BFR.

Apesar da derrota do Botafogo contra o Santos – que lidera agora isoladamente – o Glorioso mantém a vice-liderança, tem todas as possibilidades de vencer os dois últimos jogos da 1ª Fase e classificar-se para as quartas-de-final.

FICHA TÉCNICA

Botafogo 1x3 Santos

» Gols: Júllia, aos 86’ (Botafogo); Samara, aos 15’, Larissa, aos 74’, e Rafa Andrade, aos 83’ (Santos)

» Competição: Campeonato Brasileiro A2

» Data: 24.05.2025

» Local: Estádio Jayme Cintra, em Jundiaí (SP)

» Árbitro: Ana Caroline D. Eleutério de Sousa Carvalho (SP); Assistentes: Veridiana Contiliani Bispo (SP) e Welber Venâncio da Silva (SP); 4º Árbitro: Talita Ximenes de Freitas (SP)

» Disciplina: cartão amarelo – Natália (Santos)

» Botafogo: Yasmin; Sinara (Paola), Ana, Sassá (Ana) e Natane; Duda Basílio, Tefinha e Franciele (Raissa); Ana Caroline, Tipa e Júllia (BB). Técnico: Léo Goulart.

» Santos: Stefane; Analuyza (Nicole), Rafaella (Evellyn), Ana e Raissa Calheiros; Natália, Suzane e Samara (Camille Abreu); Bárbara Cuzzuol, Rafa Andrade e Larissa.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Heleno Além da Alma

por FRANCISCO PEDRO DO COUTO

[O MB manteve a ortografia da época]

«A legenda viva de craque, temperamental, genial, genioso, quase um Valentino do futebol – de um homem que vivei intensamente até ao fim.

Ano de 1954, treino do Botafogo: alguns torcedores na arquibancada e um homem com uma toalha no pescoço, falando sòzinho, parecendo viver o treino como se fôsse uma grande partida de futebol. De repente, enfia a toalha no rosto e chora durante alguns minutos. Em seguida, sai do estádio e procura um táxi. O homem era Heleno de Freitas, um dos maiores jogadores de todos os tempos, o ídolo elegante de sua geração.

Heleno já estava afastado do campo há três anos, o seu futebol já era para todos uma coisa remota – menos para êle. Sai pelo portão da Venceslau Braz e um de seus amigos, Marcelo Soares de Moura, passa num automóvel. Marcelo era amigo de Heleno desde os tempos de ginásio no São Bento, mas custa a reconhecer no ar cansado e envelhecido do homem na calçada o grande jogador de um passado muito recente. Só um momento depois tem a certeza: era mesmo Heleno. Ao dar a carona, Marcelo constata que o rapaz abatido e solitário no seu lado só tinha do homem dos automóveis último tipo o orgulho. Não era mais o center-forward que deslumbrara as platéias de tôda a América do Sul, nem era mais o monstro sagrado do futebol. Longe da bola e do gramado, seu temperamento difícil o afastava dos amigos. Tornou-se insuportável.

Naquele dia de 1954, dentro do carro, Marcelo pergunta: “Aonde vai, Heleno?” E Heleno, grave: “Vamos ao Hotel Paissandu. Preciso falar como Zezé Moreira”. Zezé era o técnico da Seleção Nacional, concentrada no Hotel Paissandu para as eliminatórias da Copa do Mundo. “Vou dizer ao Zezé que não tenho gostado do nosso time, e que, se êle precisar de mim para comandar o ataque, estou às ordens, êle pode contar comigo”. Dentro do carro, Marcelo olhou oblíqua e disfarçadamente para Heleno. Viu nos seus olhos a expressão da irrealidade, e teve a certeza de que êle já não pensava direito. Estava há mais de três anos sem jogar, e ninguém assim poderia pensar sequer em integrar qualquer time, quanto mais uma Seleção. O éter destruíra Heleno.

Fôra no Rio, em 1951, a última partida de Heleno. Ou a sua última tentativa de jogar. Numa tarde chuvosa de sábado, vestiu a camisa do América, na única vez em que pisou o Maracanã. Era um jôgo contra o São Cristóvão, o América era bastante superior, devia ganhar fácil. A escalação de Heleno, no entanto, provocou uma reação extremamente contrária nos companheiros. O time todo o sabotou e, em represália, entregou o jôgo. O São Cristóvão fêz 3x0 no primeiro tempo e Heleno não voltou para o segundo. Pegou sua roupa e abandonou o estádio. Nunca mais jogaria.

As novas gerações que vão aos estádios não podem sequer ter uma idéia do jogador que era Heleno de Freitas. Em todos os setores da atividade humana há sempre aquêles que estão muito à frente de seu próprio tempo. Era êste, exatamente, o caso de Heleno. Perfeito na cabeçada, chutando òtimamente com os dois pés, impecável ao matar uma bola, segurança e perfeição absoluta nos passes, êle não era o center-forward característico de sua época – não era apenas um tanque.

Heleno, hoje, seria um craque extraordinário do futebol moderno, porque já no seu tempo, em que ninguém pensava atribuir tal função a um atacante, Heleno atacava e defendia, armava e finalizava. No coração do jogador havia a vontade de participar de tudo, de viver tudo intensamente, até o fim, como jogador, em 1951. Mas morreu melancòlicamente, em 1959, num sanatório em Barbacena, Minas

Sporting, bicampeão português de futebol

Conquista do Campeonato.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

O Sporting Clube de Portugal, agremiação desportiva pela qual torço em terras lusas, cujas semelhanças com o Botafogo de Futebol e Regatas são muitas, sagrou-se bicampeão português nesta temporada de 2024-2025 e conquistou a ‘dobradinha’ ao vencer simultaneamente o Campeonato Nacional e a Taça de Portugal, além de ser tetracampeão português de futsal.

O Sporting esteve 19 anos sem ser campeão, desde 2001-2002 a 2020-2021, sendo-lhe sonegados pelo menos três títulos de campeão nacional durante esse período, numa época em que o FC Porto, e depois o SL Benfica, influenciavam poderosamente os bastidores do futebol português, cada um à vez. O Porto teve um processo judicial designado por ‘Apito Dourado’, por corromper arbitragens, mas por artes mágicas considerou-se que as gravações que todos puderam ouvir devido a fuga do sigilo judicial não eram legais à face da lei e o clube não sofreu sanções. Seguidamente foi o Benfica acusado judicialmente, mas os anos vão passando e o julgamento ainda não se realizou.

Por outro lado, a implementação do VAR data de 2017-2018. Entre 2001-2002 (último título do Sporting) e 2017-2018, o Porto foi campeão 9 vezes, o Benfica 6 vezes e o Sporting 0 vezes. Depois do VAR, num período ainda significativo de erros de avaliação do VAR e da arbitragem, o Porto ainda ganhou mais 2 campeonatos e o Benfica 1 campeonato, perfazendo-se, em 18 anos, 11 títulos para o Porto e 7 títulos para o Benfica.

As tecnologias do VAR foram se aperfeiçoando e os ‘erros’ foram diminuindo. Então, curiosamente, o Sporting recomeçou a conquistar novos títulos de campeão nacional, assim como nos outros dois torneios – a famosa Taça de Portugal, que é considerada a ‘prova rainha’ e a ‘festa do futebol’, encerrando a temporada oficial, e a Taça da Liga, designada como o torneio que consagra o ‘campeão de inverno’. Ainda há a Supertaça que abre cada temporada, disputada entre o campeão nacional e o vencedor da Taça de Portugal, mas é jogada em jogo único e praticamente não tem valor competitivo.

Pois veja-se que com a melhoria sucessiva das tecnologias que vão sendo implementadas, apenas três anos após a implementação do VAR, os títulos no futebol português foram, curiosamente, mudando de figura, embora quando os ‘erros’ acontecem – isto é, quando há dúvidas que o VAR não resolve – opta-se por favorecer os clubes do costume.

Em 8 anos de implementação do VAR o quadro de títulos das competições mencionadas mudou significativamente:

Competições

FC Porto

SL Benfica

Sporting CP

Campeonato Nacional

3

2

3

Taça de Portugal

4

-

2

Taça da Liga

1

1

4

TOTAIS

8

3

9

Nota: ainda neste período o Braga venceu 1 Taça de Portugal e 2 Taças da Liga; o Desportivo das Aves venceu 1 Taça de Portugal.

Nem o Porto nem o Benfica conseguiram superar o Sporting neste período de existência do VAR. Porém, se considerarmos apenas os últimos 5 anos em que o Sporting recomeçou a ganhar, temos um quadro ainda mais favorável aos Leões:

Competições

FC Porto

SL Benfica

Sporting CP

Campeonato Nacional

1

1

3

Taça de Portugal

3

-

1

Taça da Liga

1

1

2

TOTAIS

5

2

6

 

Conquista da Taça de Portugal.

Isto significa que, ao recomeçar a ganhar, o Sporting alcançou a hegemonia do futebol português ao conquistar 3 títulos nacionais, 1 Taça de Portugal e 2 Taças da Liga, enquanto os rivais, apesar do seu maior investimento no futebol, venceram apenas uma vez o campeonato nacional e foram ultrapassados também no conjunto de títulos,

Neste domingo, dia 25 de maio de 2025, o Sporting conquistou a Taça de Portugal de virada sobre o Benfica, com gol de empate na última jogada e mais dois gols na prorrogação. Curiosamente, o VAR do jogo – considerado o melhor do país – anulou um pênalti mal marcado pelo árbitro contra o Sporting, anulou o segundo gol favorável ao Benfica por ter sido precedido anteriormente de falta não marcada pelo árbitro a favor do Sporting no início da jogada e ainda confirmou um pênalti a favor do Sporting.

Pura coincidência explicada por outros fatores? Ou finalmente os antideuses do futebol, sujeitos aos avanços tecnológicos significativos que geram decisões objetivas e não apenas puramente subjetivas, estão perdendo terreno para a verdade desportiva?...

PS: O Sporting também é atualmente tetracampeão português de futsal.

VENCEDORES APÓS IMPLEMENTAÇÃO DO VAR:

Campeonato Nacional

2017-18 – Porto

2018-19 – Benfica

2019-20 – Porto

2020-21 – Sporting

2021-22 – Porto

2022-23 – Benfica

2023-24 – Sporting

2024-25 – Sporting (Bi)

Taça Portugal

2017-18 – Desportivo das Aves

2018-19 – Sporting

2019-20 – Porto

2020-21 – Braga

2021-22 – Porto

2022-23 – Porto

2023-24 – Porto (Tri)

2024-25 – Sporting

Taça da Liga

2017-18 – Sporting

2018-19 – Sporting (Bi)

2019-20 – Braga

2020-21 – Sporting

2021-22 – Sporting (Bi)

2022-23 – Porto

2023-24 – Braga

2024-25 – Benfica

Marcelo de Almeida e Isabella Gomes conquistam 5 medalhas no Pan-Americano de Remo

Marcelo de Almeida. Fonte: Instagram botafogo.remo por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo Marcelo Barbosa de Almeida (14.02.2003) e Is...