por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo
O Botafogo somou mais uma partida inacreditavelmente
má, embora jogasse em casa contra o lanterna já rebaixado para a 2ª divisão a
cinco rodadas do fim do campeonato.
Quanto mais folgas, pior a equipe atua, sem
modelo de jogo e em desacerto defensivo, sem capacidade criativa consistente e dificuldade
em atacar com eficácia – e nem sequer jogadas ensaiadas se observam.
De tanta ruindade salvaram-se três prováveis
preciosos pontos, Kadir com dois belíssimo gols e o Sport que não baixou os
braços e lutou como lhe foi possível, apesar de rebaixado.
Em vez do jogo se iniciar com domínio do
Botafogo, como seria expectável, eis que foi o Sport que dominou os primeiros
minutos com dois ataques perigosos, um dos quais, aos 9’, poderia ter aberto o
placar, mas o chute cruzado saiu ao lado da baliza de Léo Linck.
Perante inúmeros passes errados e falhas de
marcação por parte da nossa equipe, aos 13’ o Sport puxou um contra-ataque, Léo
Pereira recebeu a bola por entre três defensores do Botafogo, aguentou a
corrida dominando a bola e à entrada da área rematou para o fundo das redes. Sport
1x0 perante a passividade defensiva.
Aos 19’ o Botafogo deu um ar da sua graça, Savarino
fez grande arrancada, mas no momento decisivo para o empate rematou ao lado.
Os minutos foram passando sem que a nossa postura
em campo fosse pouco mais do que frouxa, errando tudo o que pudesse ser importante
para empatar e o Sport resolveu escandalizar o Nilton Santos: cobrança de
escanteio, o grandalhão Alexander Barboza falhou a marcação e Rafael Rhyere cabeceou
convictamente para o fundo das redes aos 27’. Sport 2x0 acompanhado das vaias justíssimas
dos torcedores botafoguenses.
Em menos de meia hora o despromovido Sport
mostrou como tem sido a gestão do futebol do Botafogo em 2025, sem homem ao
leme nem tripulação organizada.
Eis senão quando Artur, que atravessou um
período de total ineficiência, tornou a marcar do mesmo local de onde marcou recentemente
contra o Vasco da Gama: Alex Telles centrou da ala esquerda, Artur estava posicionado
dentro da área ligeiramente descaído para a direita, recebeu a bola, ajeitou-a
e dispara um balaço para diminuir o placar aos 30’, num bonito gol. Botafogo
1x2.
Todavia, a desatenção continuou e logo aos 32’
a bola sobrou para um atacante do Sport na marca de pênalti, com o goleiro
totalmente fora da baliza e foi David Ricardo que de cabeça salvou o remate que
levava selo de gol.
Aos 41’ novamente o esforçado Artur efetuou
um grande remate, mas Gabriel fez uma grande defesa, segurando a vitória parcial
do Sport ao intervalo.
Esperava-se que o Botafogo mostrasse mais
eficiência na 2ª parte e conseguisse ser eficaz no último remate, mas a equipe continuou
insistindo nos mesmos erros, mostrando-se mal preparada e sem uma bússola clara
dentro de campo, lutando atabalhoadamente pelo empate.
Somente aos 55’ surgiu uma boa oportunidade a
centro de Alex Telles, mas à boca da baliza, faltando apenas empurrar a bola
para a baliza, Danilo não conseguiu chegar a tempo.
E por entre um coletivo falhando amiudadas vezes,
eis que surgiu a ‘estrela’ do jogo. Kadir recebeu a bola de costas para a
baliza, praticamente em cima da linha da grande área, ‘matou’ na coxa, girou sem
deixar a bola ir ao solo, tirando o zagueiro da jogada, e fuzilou as redes do Sport
num belo gol. Tudo empatado em 2x2.
Diria o espectador que agora sim, após o empate,
o terceiro gol iria surgir rapidamente. Nada mais enganoso.
A posse de bola do Botafogo aumentou e o Sport
manteve-se recuado, mas nos 20 minutos seguintes só registramos duas jogadas
realmente perigosas: a 1ª foi aos 63’ com Savarino dentro da área hesitando
sobre o que fazer quando recebeu a bola, perdeu espaço e desperdiçou um gol
claro com remate à figura de Gabriel; a 2ª foi ao 71’, sendo a vez de Barrera, muito
individualista e com dificuldades no 1x1, hesitar cara a cara com o goleiro e
acabar por lhe permitir uma grande defesa.
Aos 77’, na sequência de um escanteio, uma
cabeçada fulminante do Sport saiu rasando a baliza – seria para nós um balde de
água fria, mais fria do que a chuva que caía.
E em seguida?... Nada de relevante durante
mais 17 longos minutos, o jogo prestes a terminar já nos acréscimos, o escândalo
a ganhar forma, e eis que Danilo endossou a bola a Kadir, que do mesmo local de
onde marcara o gol de empate, dominou a bola sem delongas e rematou para a bola
embater no travessão e aninhar-se no fundo das redes pernambucanas. Botafogo
3x2, em virada conseguida mais individualmente do que coletivamente.
Como esta equipe ainda disputa o acesso
direto à Libertadores só é possível, creio, porque há 15 equipes muitos ruins
jogando bola atrás de si.
Em todo o caso, embora sem grande alegria,
vivemos mais uma rodada exclamando “Ufa!” no final da partida, na esperança que
possamos chegar diretamente à fase de grupos da Libertadores.
E que a gestão do Botafogo ganhe o juízo que
não tem tido em 2025, desde o topo até à incipiente comissão técnica.
E fazendo votos para que a equipe evidencie mais
dinamismo e organização para vencer o Grêmio.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 3x2 Sport
» Gols: Artur, aos 30’, e Kadir aos 57’ e 90+4’ (Botafogo); Léo Pereira, aos
13’, e Rafael Rhyere, aos 27’ (Sport)
» Data: 18.11.2025
» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
» Público: 10.508 pagantes; 12.120 espectadores
» Renda: R$ 397.420,00
» Árbitro: Bruno Pereira Vasconcelos (BA); Assistentes: Eduardo Gonçalves da Cruz (MS) e Daniella
Coutinho Pinto (BA); VAR: Heber
Roberto Lopes (RS)
» Disciplina: cartão amarelo – Alex Telles, Kadir e Davide Ancelotti – técnico (Botafogo)
e Lucas Kal, Gabriel, Aderlan e Igor Cariús (Sport)
» Botafogo: Léo Linck; Vitinho (Mateo Ponte), David Ricardo, Alexander Barboza e
Alex Telles (Cuiabano); Marlon Freitas, Danilo e Savarino (Álvaro Montoro);
Artur, Chris Ramos (Kadir) e Jeffinho (Jordan Barrera). Técnico: Davide
Ancelotti.
» Sport: Gabriel; Aderlan, Rafael Thyere, Luan Cândido e Igor Cariús; Rivera,
Lucas Kal (Sérgio Oliveira) e Lucas Lima (Chrystian Barletta); Léo Pereira
(Kévyson), Matheusinho (Hyoran) e Pablo (Romarinho). Técnico: César Lucena.

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