quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Botafogo 3x2 Sport: uma virada baseada nas individualidades

Crédito: Arthur Barreto / Botafogo.

por RUY MOURA |  Editor do Mundo Botafogo

O Botafogo somou mais uma partida inacreditavelmente má, embora jogasse em casa contra o lanterna já rebaixado para a 2ª divisão a cinco rodadas do fim do campeonato.

Quanto mais folgas, pior a equipe atua, sem modelo de jogo e em desacerto defensivo, sem capacidade criativa consistente e dificuldade em atacar com eficácia – e nem sequer jogadas ensaiadas se observam.

De tanta ruindade salvaram-se três prováveis preciosos pontos, Kadir com dois belíssimo gols e o Sport que não baixou os braços e lutou como lhe foi possível, apesar de rebaixado.

Em vez do jogo se iniciar com domínio do Botafogo, como seria expectável, eis que foi o Sport que dominou os primeiros minutos com dois ataques perigosos, um dos quais, aos 9’, poderia ter aberto o placar, mas o chute cruzado saiu ao lado da baliza de Léo Linck.

Perante inúmeros passes errados e falhas de marcação por parte da nossa equipe, aos 13’ o Sport puxou um contra-ataque, Léo Pereira recebeu a bola por entre três defensores do Botafogo, aguentou a corrida dominando a bola e à entrada da área rematou para o fundo das redes. Sport 1x0 perante a passividade defensiva.

Aos 19’ o Botafogo deu um ar da sua graça, Savarino fez grande arrancada, mas no momento decisivo para o empate rematou ao lado.

Os minutos foram passando sem que a nossa postura em campo fosse pouco mais do que frouxa, errando tudo o que pudesse ser importante para empatar e o Sport resolveu escandalizar o Nilton Santos: cobrança de escanteio, o grandalhão Alexander Barboza falhou a marcação e Rafael Rhyere cabeceou convictamente para o fundo das redes aos 27’. Sport 2x0 acompanhado das vaias justíssimas dos torcedores botafoguenses.

Em menos de meia hora o despromovido Sport mostrou como tem sido a gestão do futebol do Botafogo em 2025, sem homem ao leme nem tripulação organizada.

Eis senão quando Artur, que atravessou um período de total ineficiência, tornou a marcar do mesmo local de onde marcou recentemente contra o Vasco da Gama: Alex Telles centrou da ala esquerda, Artur estava posicionado dentro da área ligeiramente descaído para a direita, recebeu a bola, ajeitou-a e dispara um balaço para diminuir o placar aos 30’, num bonito gol. Botafogo 1x2.

Todavia, a desatenção continuou e logo aos 32’ a bola sobrou para um atacante do Sport na marca de pênalti, com o goleiro totalmente fora da baliza e foi David Ricardo que de cabeça salvou o remate que levava selo de gol.

Aos 41’ novamente o esforçado Artur efetuou um grande remate, mas Gabriel fez uma grande defesa, segurando a vitória parcial do Sport ao intervalo.

Esperava-se que o Botafogo mostrasse mais eficiência na 2ª parte e conseguisse ser eficaz no último remate, mas a equipe continuou insistindo nos mesmos erros, mostrando-se mal preparada e sem uma bússola clara dentro de campo, lutando atabalhoadamente pelo empate.

Somente aos 55’ surgiu uma boa oportunidade a centro de Alex Telles, mas à boca da baliza, faltando apenas empurrar a bola para a baliza, Danilo não conseguiu chegar a tempo.

E por entre um coletivo falhando amiudadas vezes, eis que surgiu a ‘estrela’ do jogo. Kadir recebeu a bola de costas para a baliza, praticamente em cima da linha da grande área, ‘matou’ na coxa, girou sem deixar a bola ir ao solo, tirando o zagueiro da jogada, e fuzilou as redes do Sport num belo gol. Tudo empatado em 2x2.

Diria o espectador que agora sim, após o empate, o terceiro gol iria surgir rapidamente. Nada mais enganoso.

A posse de bola do Botafogo aumentou e o Sport manteve-se recuado, mas nos 20 minutos seguintes só registramos duas jogadas realmente perigosas: a 1ª foi aos 63’ com Savarino dentro da área hesitando sobre o que fazer quando recebeu a bola, perdeu espaço e desperdiçou um gol claro com remate à figura de Gabriel; a 2ª foi ao 71’, sendo a vez de Barrera, muito individualista e com dificuldades no 1x1, hesitar cara a cara com o goleiro e acabar por lhe permitir uma grande defesa.

Aos 77’, na sequência de um escanteio, uma cabeçada fulminante do Sport saiu rasando a baliza – seria para nós um balde de água fria, mais fria do que a chuva que caía.

E em seguida?... Nada de relevante durante mais 17 longos minutos, o jogo prestes a terminar já nos acréscimos, o escândalo a ganhar forma, e eis que Danilo endossou a bola a Kadir, que do mesmo local de onde marcara o gol de empate, dominou a bola sem delongas e rematou para a bola embater no travessão e aninhar-se no fundo das redes pernambucanas. Botafogo 3x2, em virada conseguida mais individualmente do que coletivamente.

Como esta equipe ainda disputa o acesso direto à Libertadores só é possível, creio, porque há 15 equipes muitos ruins jogando bola atrás de si.

Em todo o caso, embora sem grande alegria, vivemos mais uma rodada exclamando “Ufa!” no final da partida, na esperança que possamos chegar diretamente à fase de grupos da Libertadores.

E que a gestão do Botafogo ganhe o juízo que não tem tido em 2025, desde o topo até à incipiente comissão técnica.

E fazendo votos para que a equipe evidencie mais dinamismo e organização para vencer o Grêmio.

FICHA TÉCNICA

Botafogo 3x2 Sport

» Gols: Artur, aos 30’, e Kadir aos 57’ e 90+4’ (Botafogo); Léo Pereira, aos 13’, e Rafael Rhyere, aos 27’ (Sport)

» Data: 18.11.2025

» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)

» Público:  10.508 pagantes; 12.120 espectadores

» Renda: R$ 397.420,00

» Árbitro: Bruno Pereira Vasconcelos (BA); Assistentes: Eduardo Gonçalves da Cruz (MS) e Daniella Coutinho Pinto (BA); VAR: Heber Roberto Lopes (RS)

» Disciplina: cartão amarelo – Alex Telles, Kadir e Davide Ancelotti – técnico (Botafogo) e Lucas Kal, Gabriel, Aderlan e Igor Cariús (Sport)

» Botafogo: Léo Linck; Vitinho (Mateo Ponte), David Ricardo, Alexander Barboza e Alex Telles (Cuiabano); Marlon Freitas, Danilo e Savarino (Álvaro Montoro); Artur, Chris Ramos (Kadir) e Jeffinho (Jordan Barrera). Técnico: Davide Ancelotti.

» Sport: Gabriel; Aderlan, Rafael Thyere, Luan Cândido e Igor Cariús; Rivera, Lucas Kal (Sérgio Oliveira) e Lucas Lima (Chrystian Barletta); Léo Pereira (Kévyson), Matheusinho (Hyoran) e Pablo (Romarinho). Técnico: César Lucena.

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