Num jogo indefinido devido ao Botafogo jogar com a maioria da equipa constituída por reservas, assistiu-se a uma partida de futebol bem diferente das últimas partidas em que o Botafogo correu, lutou, jogou e marcou logo de início.
Analisar esta equipa é, por isso, incipiente, já que tais jogadores não jogarão em conjunto noutros desafios porque apenas se apresentaram quatro titulares na escalação inicial.
Com a equipa quase classificada, havia que aproveitar este jogo e o próximo para testar jogadores em ‘tempo real’, que é um tempo bem diferente do tempo de treino, como já Didi o afirmara há cinquenta anos: “treino é treino, jogo é jogo”. No entanto, o Botafogo teria que se precaver para, pelo menos, empatar o jogo e classificar-se. Em minha opinião o raciocínio foi este: a) entra-se com uma equipa de reservas que, se funcionar, isto é, se assegurar um bom resultado no 1º tempo, permite mais substituições de teste no 2º tempo; b) se não funcionar, como não funcionou, entram três titulares, entre os quais o homem pelo qual passa a maioria das jogadas (L. Flávio), e assegura-se a classificação na 2ª parte do jogo.
Em minha opinião desmembrar uma equipa não é bom para um entrosamento que ainda está no início. A opção mais certa parecia ser a de se iniciar com sete titulares, assegurar um resultado robusto, e terminar com quatro titulares, não pondo em causa o 1º lugar da classificação, como poderia vir a acontecer. Considero que a ousadia foi excessiva e o futebol perdeu com isso, e o Botafogo sofreu com isso.
O segundo erro, em minha opinião elementar, foi não se ter ´limpo´ os cartões amarelos de Ferrero. Em minha opinião o Ferrero entraria a titular, forçava uma falta para cartão amarelo no final do 1º tempo, era substituído em seguida e poderia estar tranquilo para descansar contra o Madureira, jogar a semifinal e, esperemos, a final. Mas não, nem sequer entrou em campo. Então, as hipóteses pioram e apresentam-se assim: a) entra em campo contra o Madureira e leva cartão amarelo, não jogando a semifinal; b) entra em campo e não leva cartão amarelo, segue para a semifinal, leva cartão amarelo e não joga a final; c) não entra em jogo contra o Madureira joga a semifinal, leva cartão amarelo e fica afastado da final. Não é uma boa gestão de cartões amarelos, pois não?... Especialmente tratando-se do melhor jogador de uma defesa incerta e excessivamente aberta. Continuo a insistir na pergunta de retórica: ‘Não há quem veja isto no comando técnico?...’ Dir-se-á que sim, que o comando técnico é experiente. Mas, então, porque não o fez?... Neste caso não há desculpa por não haver banco capaz para o efeito… porque o que não faltou no jogo foram reservas a entrar a titulares.
Quanto ao jogo em si, a 1ª parte foi bastante má, com perdas sucessivas de passes mal dirigidos, nenhum chute perigoso à baliza da Cabofriense, ineficácia atacante e… mais um gol sofrido pelo alto por desatenção da zaga. Praticamente no único centro a Cabofriense marcou, tal como tenho dito: um centro é quase meio gol na área do Botafogo. Insisto na pergunta de retórica: ‘O que espera o comando técnico para armar uma defesa bem mais capaz do que esta?...’
Na segunda parte entraram os três jogadores que, em minha opinião, deviam ter sido escalados inicialmente, segurar o jogo na 1ª parte e serem substituídos na 2ª. Claro que o Botafogo melhorou, sobretudo com Lúcio Flávio, e até mesmo com Escalada, embora ainda ‘rijo’ demais para os reflexos de área. Porém, a equipa já estava excessivamente desarticulada e teve muitas dificuldades para marcar à Cabofriense, só o fazendo em penalty. Aliás, o Botafogo passou a jogar melhor quando também ficou temporariamente reduzido a dez unidades por lesão. No entanto, já depois do empate, foi Renan, aos 35 minutos, que salvou, provavelmente, o golo da vitória da Cabofriense. Num contra-ataque rápido a Cabofriense ganhou espaço vazio onde devia estar Renato Silva, tendo sido Renan a sair da baliza e atirar a bola para fora em situação extrema. Renato Silva, que é péssimo na defesa, insiste em ir ao ataque, onde ainda é pior, não recupera o seu lugar em contra-ataques e deixa a ala desguarnecida. Em minha opinião, Renan salvou o Botafogo, salvou Renato Silva e salvou Cuca.
Perplexidade: porquê Cuca?... Bem, reproduzo uma observação do companheiro Renatinho, ontem no Canal Botafogo: “O Botafogo atual é assim: Renato Silva e mais 10, faça frio, faça calor, tenha sol ou tenha chuva, jogue com titulares ou reservas, não tem jeito. E Renato Silva e mais 10. O cara alcançou um STATUS nunca visto antes na história desse time”.
Mais palavras para quê?... Quando é que a torcida diz basta a uma tal opção do comando técnico que poderia ter levado à derrota, ontem, ao 35º minuto da 2ª parte?... É que quem está sendo prejudicado é o Botafogo… No Canal Botafogo já afirmei que o Renato Silva não é culpado: ele joga o que sabe, porém, não sabe muito. E não é ele que se escala, escalam-no.
Por outro lado, mencionei no Canal Botafogo, no ano passado, que alguns dos ‘frangos’ dos goleiros decorriam da sua insegurança quanto ao mau posicionamento da zaga, porque um goleiro tem que ter confiança na zaga e não sair à toa. No ano passado, ninguém comentou a minha observação, mas este ano o João Ignacio Müller, no Canal Botafogo, referiu precisamente esse argumento para defender as falhas do goleiro Castillo – e ele é bem entendido em futebol. Obviamente que eu só podia concordar, mas se o critério é válido para Castillo, também é válido para isentar alguns ‘frangos’ ocorrido no ano passado. Então, reforça-se a necessidade de alteração ao esquema defensivo porque muitos gols sofridos são da responsabilidade de uma zaga pouco capaz.
Por outro lado, iniciar-se um jogo com uma forte maioria de reservas quando a vaga não está garantida, mostra o risco de se montar uma equipa que acaba por não ser lúcida, não ser rápida, não ser ofensiva, tendo sido colocada em causa a classificação e sujeitando-se o Botafogo a ir para o último jogo do Grupo com responsabilidades maiores às costas – o que, felizmente, acabou por não acontecer.
A arbitragem pareceu-me ter critérios equivalentes para ambas as equipas, o que é muito bom. Pior do que errar é haver uma arbitragem com dois pesos e duas medidas, e a de ontem teve um peso e uma medida, penalizando todas as faltas por trás com cartão amarelo. Em minha opinião, Gatti foi a estrela da noite.
Que venha o Madureira, mas que haja equilíbrio na testagem de novos jogadores e que seja ensaiado um novo esquema defensivo, sobretudo para nos consolidarmos visando o sério embate da semifinal contra o Flamengo ou o Fluminense. Perdoem-me a insistência no esquema defensivo, mas é a única forma que eu vejo de poder tornar a gritar brevemente ‘É CAMPEÃO!”
FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x1 Cabofriense
Gols: Lúcio Flávio 33’ 2ºT; Fabinho 14’ 1ºT
Competição: Campeonato Carioca
Estádio Olímpico João Havelange, o ‘ Engenhão’, 6 de Fevereiro de 2008
Arbitragem: Marcelo de Souza Pinto; Ricardo Maurício de Almeida, Lilian Bruno (RJ)
Cartões amarelos: Alessandro (Botafogo); Marcos Marins, Têti, Douglas Assis, Márcio (Cabofriense)
Cartão vermelho: Marcos Marins
Botafogo: Renan, Renato Silva, Edson, Eduardo (Marcelinho), Alessandro, Robston (Escalada), Túlio, Adriano Felício, Abedi (Lúcio Flávio), Triguinho, Fábio. Técnico: Alexi Stival, o ‘Cuca’
Cabofriense: Gatti, Leandro Amaro, Douglas Assis, Mirita (Oziel), Tenório, Márcio, Marcos Marins, Têti (Lucas Chiaretti), Vanderson, Fabinho, Wesley (Maicon). Técnico: Aílton Ferraz
Analisar esta equipa é, por isso, incipiente, já que tais jogadores não jogarão em conjunto noutros desafios porque apenas se apresentaram quatro titulares na escalação inicial.
Com a equipa quase classificada, havia que aproveitar este jogo e o próximo para testar jogadores em ‘tempo real’, que é um tempo bem diferente do tempo de treino, como já Didi o afirmara há cinquenta anos: “treino é treino, jogo é jogo”. No entanto, o Botafogo teria que se precaver para, pelo menos, empatar o jogo e classificar-se. Em minha opinião o raciocínio foi este: a) entra-se com uma equipa de reservas que, se funcionar, isto é, se assegurar um bom resultado no 1º tempo, permite mais substituições de teste no 2º tempo; b) se não funcionar, como não funcionou, entram três titulares, entre os quais o homem pelo qual passa a maioria das jogadas (L. Flávio), e assegura-se a classificação na 2ª parte do jogo.
Em minha opinião desmembrar uma equipa não é bom para um entrosamento que ainda está no início. A opção mais certa parecia ser a de se iniciar com sete titulares, assegurar um resultado robusto, e terminar com quatro titulares, não pondo em causa o 1º lugar da classificação, como poderia vir a acontecer. Considero que a ousadia foi excessiva e o futebol perdeu com isso, e o Botafogo sofreu com isso.
O segundo erro, em minha opinião elementar, foi não se ter ´limpo´ os cartões amarelos de Ferrero. Em minha opinião o Ferrero entraria a titular, forçava uma falta para cartão amarelo no final do 1º tempo, era substituído em seguida e poderia estar tranquilo para descansar contra o Madureira, jogar a semifinal e, esperemos, a final. Mas não, nem sequer entrou em campo. Então, as hipóteses pioram e apresentam-se assim: a) entra em campo contra o Madureira e leva cartão amarelo, não jogando a semifinal; b) entra em campo e não leva cartão amarelo, segue para a semifinal, leva cartão amarelo e não joga a final; c) não entra em jogo contra o Madureira joga a semifinal, leva cartão amarelo e fica afastado da final. Não é uma boa gestão de cartões amarelos, pois não?... Especialmente tratando-se do melhor jogador de uma defesa incerta e excessivamente aberta. Continuo a insistir na pergunta de retórica: ‘Não há quem veja isto no comando técnico?...’ Dir-se-á que sim, que o comando técnico é experiente. Mas, então, porque não o fez?... Neste caso não há desculpa por não haver banco capaz para o efeito… porque o que não faltou no jogo foram reservas a entrar a titulares.
Quanto ao jogo em si, a 1ª parte foi bastante má, com perdas sucessivas de passes mal dirigidos, nenhum chute perigoso à baliza da Cabofriense, ineficácia atacante e… mais um gol sofrido pelo alto por desatenção da zaga. Praticamente no único centro a Cabofriense marcou, tal como tenho dito: um centro é quase meio gol na área do Botafogo. Insisto na pergunta de retórica: ‘O que espera o comando técnico para armar uma defesa bem mais capaz do que esta?...’
Na segunda parte entraram os três jogadores que, em minha opinião, deviam ter sido escalados inicialmente, segurar o jogo na 1ª parte e serem substituídos na 2ª. Claro que o Botafogo melhorou, sobretudo com Lúcio Flávio, e até mesmo com Escalada, embora ainda ‘rijo’ demais para os reflexos de área. Porém, a equipa já estava excessivamente desarticulada e teve muitas dificuldades para marcar à Cabofriense, só o fazendo em penalty. Aliás, o Botafogo passou a jogar melhor quando também ficou temporariamente reduzido a dez unidades por lesão. No entanto, já depois do empate, foi Renan, aos 35 minutos, que salvou, provavelmente, o golo da vitória da Cabofriense. Num contra-ataque rápido a Cabofriense ganhou espaço vazio onde devia estar Renato Silva, tendo sido Renan a sair da baliza e atirar a bola para fora em situação extrema. Renato Silva, que é péssimo na defesa, insiste em ir ao ataque, onde ainda é pior, não recupera o seu lugar em contra-ataques e deixa a ala desguarnecida. Em minha opinião, Renan salvou o Botafogo, salvou Renato Silva e salvou Cuca.
Perplexidade: porquê Cuca?... Bem, reproduzo uma observação do companheiro Renatinho, ontem no Canal Botafogo: “O Botafogo atual é assim: Renato Silva e mais 10, faça frio, faça calor, tenha sol ou tenha chuva, jogue com titulares ou reservas, não tem jeito. E Renato Silva e mais 10. O cara alcançou um STATUS nunca visto antes na história desse time”.
Mais palavras para quê?... Quando é que a torcida diz basta a uma tal opção do comando técnico que poderia ter levado à derrota, ontem, ao 35º minuto da 2ª parte?... É que quem está sendo prejudicado é o Botafogo… No Canal Botafogo já afirmei que o Renato Silva não é culpado: ele joga o que sabe, porém, não sabe muito. E não é ele que se escala, escalam-no.
Por outro lado, mencionei no Canal Botafogo, no ano passado, que alguns dos ‘frangos’ dos goleiros decorriam da sua insegurança quanto ao mau posicionamento da zaga, porque um goleiro tem que ter confiança na zaga e não sair à toa. No ano passado, ninguém comentou a minha observação, mas este ano o João Ignacio Müller, no Canal Botafogo, referiu precisamente esse argumento para defender as falhas do goleiro Castillo – e ele é bem entendido em futebol. Obviamente que eu só podia concordar, mas se o critério é válido para Castillo, também é válido para isentar alguns ‘frangos’ ocorrido no ano passado. Então, reforça-se a necessidade de alteração ao esquema defensivo porque muitos gols sofridos são da responsabilidade de uma zaga pouco capaz.
Por outro lado, iniciar-se um jogo com uma forte maioria de reservas quando a vaga não está garantida, mostra o risco de se montar uma equipa que acaba por não ser lúcida, não ser rápida, não ser ofensiva, tendo sido colocada em causa a classificação e sujeitando-se o Botafogo a ir para o último jogo do Grupo com responsabilidades maiores às costas – o que, felizmente, acabou por não acontecer.
A arbitragem pareceu-me ter critérios equivalentes para ambas as equipas, o que é muito bom. Pior do que errar é haver uma arbitragem com dois pesos e duas medidas, e a de ontem teve um peso e uma medida, penalizando todas as faltas por trás com cartão amarelo. Em minha opinião, Gatti foi a estrela da noite.
Que venha o Madureira, mas que haja equilíbrio na testagem de novos jogadores e que seja ensaiado um novo esquema defensivo, sobretudo para nos consolidarmos visando o sério embate da semifinal contra o Flamengo ou o Fluminense. Perdoem-me a insistência no esquema defensivo, mas é a única forma que eu vejo de poder tornar a gritar brevemente ‘É CAMPEÃO!”
FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x1 Cabofriense
Gols: Lúcio Flávio 33’ 2ºT; Fabinho 14’ 1ºT
Competição: Campeonato Carioca
Estádio Olímpico João Havelange, o ‘ Engenhão’, 6 de Fevereiro de 2008
Arbitragem: Marcelo de Souza Pinto; Ricardo Maurício de Almeida, Lilian Bruno (RJ)
Cartões amarelos: Alessandro (Botafogo); Marcos Marins, Têti, Douglas Assis, Márcio (Cabofriense)
Cartão vermelho: Marcos Marins
Botafogo: Renan, Renato Silva, Edson, Eduardo (Marcelinho), Alessandro, Robston (Escalada), Túlio, Adriano Felício, Abedi (Lúcio Flávio), Triguinho, Fábio. Técnico: Alexi Stival, o ‘Cuca’
Cabofriense: Gatti, Leandro Amaro, Douglas Assis, Mirita (Oziel), Tenório, Márcio, Marcos Marins, Têti (Lucas Chiaretti), Vanderson, Fabinho, Wesley (Maicon). Técnico: Aílton Ferraz
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