
Nilton Moreira Coutinho
Texto enviado pelo autor
Noto nas ruas uma alegria quase silenciosa. Pessoas caladas, vestidas com a camisa do Botafogo. Interessante é que não são barulhentas nem eufóricas, e parecem até tranqüilas demais. Que sentimento carregam? Talvez apenas se sintam felizes em mostrar que são botafoguenses, que entendem de dor e superação e que jamais se abateram pelos deboches e gozações dos últimos anos. Entendem, e muito, da agonia de ver seu clube quase rebaixado alguns meses atrás, mas são conscientes que se isso ocorresse, continuariam alimentando seu amor pelo clube, bem como diz a letra do canto que entoam “Ninguém cala este nosso amor...”.
Ontem [18 de Abril de 2010], o clube deu um exemplo de superação, e apesar do foguetório e da alegria que afloraram, seu torcedor sabe que, ao contrário do infeliz pronunciamento do jogador Fahel, o clube vive de passado sim, e seu passado é glorioso e vencedor, assim como já é passado este tríplice campeonato agora conquistado: taça GB, taça Rio e campeonato carioca. Já foi escrito na história do clube, já é parte do passado, juntando-se a dona Chiquitota, Flávio Ramos, Didi, Garrincha, Biriba, Carlito Rocha e todos os outros personagens e episódios que marcam a história gloriosa do clube.
Ontem, o clube fez valer sua tradição, e pela segunda vez em menos de 30 dias, derrotou o campeão carioca e brasileiro e seu maior rival no estado. E o torcedor acolheu, brincou, festejou, e como todo botafoguense, abriu os braços para o passado, evocando nas arquibancadas os ídolos antigos, Didi, Garrincha, Nilton Santos e outros. Fez também presente as bandeiras do Uruguai e da Argentina, acolhendo de braços abertos Herrera e Loko Abreu, vindos daqueles países, mas que, independente de qualquer nacionalidade, vestindo aquela camisa estrelada, se tornam, acima de tudo, botafoguenses. E este astral, este clima de confiança e fraternidade, não confiança extrema na vitória, mas a confiança de que todo time iria honrar a camisa que vestia, contagiou o Maracanã, e viu-se então um adversário trêmulo e inseguro, embora combativo, mas que em nenhum momento conseguiu ser superior ao elenco botafoguense, notadamente no primeiro tempo. Num jornal de hoje alguém falou sobre nobreza, comparando o Botafogo ao seu rival Flamengo. A invisível e ao mesmo tempo evidente nobreza que a camisa botafoguense emana e impõe. E isto é fato, pois mesmo em momentos difíceis, com elenco desfalcado e poucos jogadores, o clube sempre buscou forças nas suas tradições e na sua história, e, como diz no hino “num facho de luz, sua estrela solitária te conduz...” E conduziu mesmo, como também ocorreu no campeonato brasileiro de 2009, vencendo os grandes clubes do país e, inevitavelmente, deixando seu maior rival, o Flamengo, com o titulo nas mãos.
Por isso, ainda pergunto: O BOTAFOGO PRECISA SER CAMPEÃO?
Bem...como torcedor, logicamente digo que sim. Mas não para se impor como o melhor, mas simplesmente pra continuar escrevendo sua história vitoriosa. Afinal, o título de ontem já é passado, já é história. Mas será que o Botafogo precisa mesmo ser campeão??? Concordo que, de vez em quando é até bom que seja, não apenas pra continuar acrescentando histórias e vitórias ao seu passado, mas também pra cicatrizar suas feridas, pra dar alegria a sua seleta e diferenciada torcida. Mas o que concluo, é que o Botafogo não precisa ser sempre campeão, como necessitam alguns outros clubes, que sem vitórias e glórias, simplesmente desapareceriam. Não sobreviveriam, com toda certeza. Precisam de vitórias e títulos pra sobreviverem, pois não tem mais do que se alimentar. Sem títulos, muitos clubes simplesmente se desintegram. É complicado aceitar que um clube exista apenas com o objetivo de ser campeão, ser melhor que todos os outros, sempre e sempre...
Isso é ilógico, impossível, e eu diria, até muito triste. Então vejo aí a grande diferença do Botafogo em relação à maioria dos outros clubes. O poeta escreveu no hino do Botafogo... “não podes perder, perder pra ninguém…”. E o Botafogo nunca perde, porque nunca se perde, porque sempre se acha, e tem consciência de que não é nenhum guerreiro imortal. E que a grande vitória, a que “não pode perder pra ninguém”, é a sua identidade, a sua história, a sua tradição e principalmente, o amor de sua torcida.
Então, agora entendo a paz e a postura silenciosa e calma de seus torcedores.
É que na verdade sabem que qualquer título logo se torna pequeno, diante da grandiosidade do Botafogo.
Rapidamente é inserido na sua história e o torna mais grandioso ainda...
Para ser assim e acima de tudo por ser assim, seus torcedores bem sabem:
O BOTAFOGO NEM PRECISA SER CAMPEÃO!....
Texto enviado pelo autor
Noto nas ruas uma alegria quase silenciosa. Pessoas caladas, vestidas com a camisa do Botafogo. Interessante é que não são barulhentas nem eufóricas, e parecem até tranqüilas demais. Que sentimento carregam? Talvez apenas se sintam felizes em mostrar que são botafoguenses, que entendem de dor e superação e que jamais se abateram pelos deboches e gozações dos últimos anos. Entendem, e muito, da agonia de ver seu clube quase rebaixado alguns meses atrás, mas são conscientes que se isso ocorresse, continuariam alimentando seu amor pelo clube, bem como diz a letra do canto que entoam “Ninguém cala este nosso amor...”.
Ontem [18 de Abril de 2010], o clube deu um exemplo de superação, e apesar do foguetório e da alegria que afloraram, seu torcedor sabe que, ao contrário do infeliz pronunciamento do jogador Fahel, o clube vive de passado sim, e seu passado é glorioso e vencedor, assim como já é passado este tríplice campeonato agora conquistado: taça GB, taça Rio e campeonato carioca. Já foi escrito na história do clube, já é parte do passado, juntando-se a dona Chiquitota, Flávio Ramos, Didi, Garrincha, Biriba, Carlito Rocha e todos os outros personagens e episódios que marcam a história gloriosa do clube.
Ontem, o clube fez valer sua tradição, e pela segunda vez em menos de 30 dias, derrotou o campeão carioca e brasileiro e seu maior rival no estado. E o torcedor acolheu, brincou, festejou, e como todo botafoguense, abriu os braços para o passado, evocando nas arquibancadas os ídolos antigos, Didi, Garrincha, Nilton Santos e outros. Fez também presente as bandeiras do Uruguai e da Argentina, acolhendo de braços abertos Herrera e Loko Abreu, vindos daqueles países, mas que, independente de qualquer nacionalidade, vestindo aquela camisa estrelada, se tornam, acima de tudo, botafoguenses. E este astral, este clima de confiança e fraternidade, não confiança extrema na vitória, mas a confiança de que todo time iria honrar a camisa que vestia, contagiou o Maracanã, e viu-se então um adversário trêmulo e inseguro, embora combativo, mas que em nenhum momento conseguiu ser superior ao elenco botafoguense, notadamente no primeiro tempo. Num jornal de hoje alguém falou sobre nobreza, comparando o Botafogo ao seu rival Flamengo. A invisível e ao mesmo tempo evidente nobreza que a camisa botafoguense emana e impõe. E isto é fato, pois mesmo em momentos difíceis, com elenco desfalcado e poucos jogadores, o clube sempre buscou forças nas suas tradições e na sua história, e, como diz no hino “num facho de luz, sua estrela solitária te conduz...” E conduziu mesmo, como também ocorreu no campeonato brasileiro de 2009, vencendo os grandes clubes do país e, inevitavelmente, deixando seu maior rival, o Flamengo, com o titulo nas mãos.
Por isso, ainda pergunto: O BOTAFOGO PRECISA SER CAMPEÃO?
Bem...como torcedor, logicamente digo que sim. Mas não para se impor como o melhor, mas simplesmente pra continuar escrevendo sua história vitoriosa. Afinal, o título de ontem já é passado, já é história. Mas será que o Botafogo precisa mesmo ser campeão??? Concordo que, de vez em quando é até bom que seja, não apenas pra continuar acrescentando histórias e vitórias ao seu passado, mas também pra cicatrizar suas feridas, pra dar alegria a sua seleta e diferenciada torcida. Mas o que concluo, é que o Botafogo não precisa ser sempre campeão, como necessitam alguns outros clubes, que sem vitórias e glórias, simplesmente desapareceriam. Não sobreviveriam, com toda certeza. Precisam de vitórias e títulos pra sobreviverem, pois não tem mais do que se alimentar. Sem títulos, muitos clubes simplesmente se desintegram. É complicado aceitar que um clube exista apenas com o objetivo de ser campeão, ser melhor que todos os outros, sempre e sempre...
Isso é ilógico, impossível, e eu diria, até muito triste. Então vejo aí a grande diferença do Botafogo em relação à maioria dos outros clubes. O poeta escreveu no hino do Botafogo... “não podes perder, perder pra ninguém…”. E o Botafogo nunca perde, porque nunca se perde, porque sempre se acha, e tem consciência de que não é nenhum guerreiro imortal. E que a grande vitória, a que “não pode perder pra ninguém”, é a sua identidade, a sua história, a sua tradição e principalmente, o amor de sua torcida.
Então, agora entendo a paz e a postura silenciosa e calma de seus torcedores.
É que na verdade sabem que qualquer título logo se torna pequeno, diante da grandiosidade do Botafogo.
Rapidamente é inserido na sua história e o torna mais grandioso ainda...
Para ser assim e acima de tudo por ser assim, seus torcedores bem sabem:
O BOTAFOGO NEM PRECISA SER CAMPEÃO!....
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