por RUY MOURA
Editor do Mundo Botafogo
[INTROITO À SÉRIE DE CINCO PUBLICAÇÕES SOBRE
PARTICULARIDADES DE DIDI]
A personalidade de Didi, pelo
menos no que se relaciona ao futebol, era única. E a sua chegada ao Botafogo entrou para o ‘folclore do futebol’, havendo
duas versões dessa notável contratação.
A primeira versão envolve naturalmente
João Saldanha, à época treinador do Botafogo. Conta-se que em 1956 João
Saldanha tomou um táxi e desceu em frente à porta do Fluminense, nada mais,
nada menos, do que carregando vários sacos de dinheiro – que fariam a alegria
dos Irmãos Metralha – que perfaziam um milhão e oitocentos e cinquenta mil
cruzeiros, que era exatamente a exigência dos dirigentes do Fluminense porque desconfiavam
de um eventual calote por parte do nosso Clube.
Agora imagine o leitor o que terá sido a
contagem de uma enorme quantidade de cédulas conferida, uma por uma, pelos
funcionários da tesouraria madrugada dentro. Para melhorar acena, conta-se,
ainda, que faltavam alguns ‘trocos’ e que João Saldanha se socorreu do taxista
– obviamente botafoguense – para completar o valor da transferência.
Essa
era a versão botafoguense. Os dirigentes do Fluminense, envergonhados,
desmentiram logo, afirmando que jamais se prestariam a tal cena. Segundo eles,
tratava-se apenas de um cheque, mas como o Botafogo tinha fama de ‘malandro’
quiseram confirmar a validade do cheque antes da transferência – bastante
elevada, já que dava para comprar um apartamento de sala e três quartos em
Copacabana.
Ao
fim e ao cabo o que contava mesmo é que o genial Didi ia juntar-se a mais dois
gênios em General Severiano – Garrincha e Nilton Santos e ainda uma carrada de
grandes jogadores que conquistaram o campeonato de 1957. Nesse dia, a história
do Clube mudou, conquistando diversos campeonatos estaduais, sagrando os seus
atletas campeões do mundo em 1958 e 1962 e alardeando o seu extraordinário
futebol pelos palcos do mundo em mais de 100 cidades, que lançaram o Clube no
Olimpo do Futebol Mundial.
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