segunda-feira, 18 de março de 2024

Botafogo 2x1 Sampaio Corrêa

Gatito, o melhor em campo, em defesa cara a cara com o adversário. Fonte: Captura de tela.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Jogo totalmente incaracterístico no primeiro tempo com o Botafogo atuando no seu estádio, contra uma equipe de valia muito inferior e sendo dominado na maior parte do tempo, embora haja atenuantes em função da escalação inicial estar repleta de reservas.

É certo que ainda estamos em pré-temporada e que a Taça Rio é uma competição de cariz secundário, mas o entrosamento deveria já ser melhor neste momento da temporada.

Inicialmente o Botafogo ainda deu um ar de sua graça com um remate de Bastos à entrada da grande área, mas foi o Sampaio Corrêa que abriu o placar aos 21’ com uma falha de marcação quando dois atletas do Sampaio Corrêa avançaram pela ala esquerda, acompanhados por dois marcadores, mas ao trocarem passes houve um adversário que ficou livre de marcação em virtude da lentidão do marcador, avançou até à linha de fundo, cruzou e Otávio colocou o Sampaio Corrêa à frente do marcador.

O adversário passou a ser mais afoito perante a apatia botafoguense e aos 35’ foi Gatito que, com duas boas defesas na mesma jogada, mais uma vez evitou que o Sampaio Corrêa ampliasse o marcador.

O Botafogo respondeu com um remate de Kauê ao travessão, mas logo depois foi novamente Gatito a entrar em ação para evitar o 2x0. Perante a iminência de um placar ainda mais adverso, Fábio Matias substituiu os nulos Diego Hernández (que é escalado quase sempre fora da sua melhor posição) e Émerson Urso (que ainda não se percebeu a lógica da sua contratação) por Júnior Santos e Savarino, por volta dos 40’, certamente na mira de chegarmos ao intervalo pelo menos com o jogo empatado – o que não aconteceu apesar da ligeira melhoria da nossa equipe.

O placar de desvantagem mínima no primeiro tempo saiu barato para o Botafogo.

As duas substituições, assim como a de Kauê por Marlon Freitas no início do segundo tempo, melhoraram substancialmente a equipe, evidenciando que Matias continua a ler bem o jogo e a efetuar substituições acertadas.

O inevitável Júnior Santos seria o autor do primeiro gol do Botafogo. Tchê Tchê acertou um belo chute no travessão novamente, a bola sobrou para Júnior Santos que estufou as redes, mas o árbitro, que deve ter duas palas nos olhos, e daí chamar-se Felipe Paludo, viu a bola no braço de Júnior Santos e anulou um gol aparentemente legítimo, sem intervenção do VAR. Afinal, para que serve o VAR no futebol brasileiro?

Certamente para fazer de conta que faz, mas não faz.

O Botafogo tomou a dianteira do jogo e à meia hora Júnior Santos foi claramente derrubado dentro da grande área e o próprio cobrou o pênalti mais em jeito do que em força e empatou a partida. Diz-se que foi um pênalti de cavadinha. Tenha sido, ou não, teve categoria e, sobretudo, empatou o jogo, mostrando que Júnior Santos continua numa fase sensacional em que não falha nos momentos decisivos.

A nossa equipe melhorou bastante em busca do gol da virada e continuou levando perigo à baliza adversária, especialmente em conclusões de Janderson aos 87’ e Savarino aos 90’.

Sem esmorecer, o Botafogo continuou na insistência e aos 90+3’ Savarino virou o placar e estabeleceu a mesma marca final do jogo de ida: Botafogo 2x1.

Importante: com Fábio Matias deixamos de tomar gols nos acréscimos e passamos a fazê-los nesses mesmos acréscimos; a nossa força mental está regressando...

Continuamos a caminhar no trilho certo de preparação para fazermos bons jogos na Libertadores e no Brasileirão, mas relembro John Textor que, além do reforço que ganhamos com a demissão de André Mazzuco, é necessário contratar reforços de campo se quiser que a Estrela Solitária do Glorioso brilhe bem alto no ‘hiperespaço sideral’ do futebol nacional e internacional.

FICHA TÉCNICA

Botafogo 2x1 Sampaio Corrêa

» Gols: Júnior Santos, aos 76', e Savarino, aos 90+3' (Botafogo); Octávio, aos 21' (Sampaio Corrêa)

» Competição: Taça Rio – jogo de volta

» Data: 17.03.2024

» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, Rio de Janeiro (RJ)

» Público: 4.463 pagantes; 5.204 espectadores

» Renda: R$ 106.194,00

» Árbitro: Felipe da Silva Gonçalves Paludo; Assistentes: Carlos Henrique Alves de Lima Filho e Raphael Carlos de Almeida Tavares; VAR: Carlos Eduardo Nunes Braga

» Disciplina: cartão amarelo – Janderson (Botafogo) e Marcelo, Gabriel Agu, Octávio, Abner e Josiel (Sampaio Corrêa); cartão vermelho – Diogo (Sampaio Corrêa)

» Botafogo: Gatito Fernández; Damián Suárez, Lucas Halter (Raí), Bastos e Hugo; Kauê (Marlon Freitas), Danilo Barbosa, Tchê Tchê (Breno) e Diego Hernández (Júnior Santos); Émerson Urso (Savarino) e Janderson. Técnico: Fábio Matias.

» Sampaio Corrêa: Leandro Matheus; Lucas Carvalho, Índio, Eduardo Thuram e Guilherme; Rodrigo Dantas (Josiel), Marcelo e Gabriel Agu; Octávio (Davi), Abner (Gustavo Tonoli) e Rafael Pernão (Paulo Vítor).

4 comentários:

Sergio disse...

Primeiro tempo tenebroso até a modificação providencial do Fábio Matias que lê muito bem o jogo. Não acho que o Diego Hernandes deva jogar na ponta, me lembra aquela história do Flávio Costa escalando Gerson de ponta esquerda, onde naturalmente o Canhota não rendia. Quanto ao Emerson Urso, preferia ter visto o Yarlen começando, mas talvez o Matias esteja segurando para fazer uma transição correta, pois o que a precipitação tem queimado jogadores da base no Botafogo é fato.
No primeiro tempo o lado direito da defesa do Botafogo estava completamente aberta e era nítido o desentendimento, tanto pela não recomposição do DH como pela falta de cobertura do meio campo e da zaga. Ainda bem que o Gatito estava numa tarde inspirada.
Com a entrada do Marlon Freitas no segundo tempo o time se ajeitou e passou a dominar o jogo, tanto que a única boa chance o Sampaio Corrêa foi num lance de bola parada, uma falta muito bem batida e uma boa defesa do Gatito.
Confesso que não entendo a anulação do gol do Junior Santos, mas o que me surpreendeu muito foi a torcida do narrador e comentarista a favor do Sampaio Corrêa; acharam correta a anulação do gol e questionaram o pênalti claro no JS. Me impressiona como o Botafogo incomodada tanta gente.
Acho que as duas próximas semanas o time terá que treinar muito para acertar a defesa, e a volta do Jefinho e do Luis Henrique a tendência é o time ficar mais forte e ter mais opções para o ataque, mas ainda acho urgente que se acerte a defesa que me parece muito desentrosada e insegura, principalmente em bolas longas. De certa forma me lembra a defesa do início do ano passado, mas o Luís Castro conseguiu acertar, e o Bruno Lage e seus sucessores conseguiram destruir, foi nesse ponto que eu considero um dos fatores mais importantes para a perda do título. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Meu estimado amigo, o que se poderia esperar da escalação inicial?... Emerson Urso é um equívoco, Janderson não me parece estar a evoluir, Diego Hernandéz desconfio que ainda não foi devidamente orientado do ponto de vista técnico-tático de modo a confirmar a promessa que foi (ou ainda é), o Halter não me parece zagueiro para titular, etc.

Sei que o Matias precisa rodar a equipe, mas rodar a equipe sem tempo para treinar/entrosar é curto para melhorar desempenhos de atletas com lacunas como temos numa parte deles. Três titulares substitutos bastaram para mudar o jogo horrendo da 1ª parte do Botafogo: Júnior Santos, Savarino e Marlon Freitas.

O Gatito foi o ‘homem do jogo’ e parece estar regressando paulatinamente aos seus antigos desempenhos.

Gol anulado: vi várias vezes o lance, parei as imagens e, em minha opinião, quando o travessão devolveu o remate a bola bateu no joelho de JS, foi às costas do zagueiro, regressou ao JS, matou no peito e chutou. Não vi mão nem do zagueiro nem do JS. O VAR devia intervir e a jogada revista. Mas VAR no Brasil é só para fingir que faz alguma coisa, mas tantas vezes não faz nada.

O Luiz Henrique poderá ser uma peça importante, mas vai precisar de tempo para concretizar o seu potencial, e quanto ao Jeffinho ainda não me convenceu verdadeiramente. Porque regressou ao Botafogo?... Porque não aprovou no Lyon. E, sinceramente, não o vi fazer grandes coisas desde que regressou.

Se eu pudesse livrava-me de vários atletas que jogaram ontem e mudava alguns de posição. Mas, claro, o Fábio Matias sabe muitíssimo mais de condução de equipes de futebol do que eu.

As próximas semanas serão decisivas.

Abraços Gloriosos.

Sergio disse...

Acho que montar um elenco forte leva tempo e acho que as apostas fazem parte, então há vários jogadores que realmente estão sendo testados e muitos não serão aproveitados para o elenco atual, pois ainda há jogadores que vão chegar no meio do ano e segundo o Textor haverá investimentos na segunda janela, espero que seja verdade.
Uma coisa que tem me chamada atenção é que há muitos investimentos pesados em volantes e atacantes, mas vejo a necessidade de investir em jogadores de peso para a defesa. Todos os grandes times, e aqui falo especificamente do Botafogo, todos os times que conquistaram títulos tinham grandes defesas. Lembrando que o maior problema do bom time de 2007 foi exatamente o problema defensivo, assim como o segundo turno do ano passado.
Espero que o novo treinador seja apresentado o mais rápido possível para aproveitar essa parada da data FIFA.
Sobre o Jefinho, eu acho bom jogador para completar o elenco, mas o Savarino adaptado acho mais jogador, e o Luís Henrique pode acrescentar muito a equipe.
Que o novo treinador consiga saber utilizar da melhor forma possível os jogadores do atual elenco.
O trabalho do Fábio Matias tem me agradado, principalmente por ter tudo pouco tempo para treinar mas tem conseguido fazer o time se recuperar psicologicamente, mas ainda acho que ele não deve ser efetivado, acho que precisa de mais tempo, principalmente com um treinador de peso. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Verdade, Sergio. Um elenco afinado leva tempo. Mas os dirigentes e parte mais radical das torcidas reage mais aos resultads imeditados. Espero que o Textor saiba segurar mais as esclhas que fizer de modo a dar consistência futura.

O Botafogo sempre me irritou nos últimos anos no que respita a volantes e meias-atacantes, contratano aos mntes e esquecendo-se muitas vezes que é preciso mais do que um atacante. Os maus resultados de 2023 cmeçaram praticamente com a ausência de Tiquinho porque na verdade não tinha substituto. É preciso contratar com equilíbrio um Onze titular. Por exempl, a nossa lateral direita foi um desastre em 2022 e 2023,commuito maus deempenhos e muitos gols adversários por ali. Isso continua até agora. O Sampaio Corrêa foi por aí que atacou.

O F. Matias creio que, desta vez, não será treinador desilusão para mim. Ainda não lhe vi erros em campo nem nas Coletivas. As más escalaçºoes que faz são compreensivas porque ele precisa rodar s jogadores, mas sinultaneamente faz as mudanças certas durante o jogo para ganhá-los, seja com reservas para rodarem ou titulares.

Nós já falamos disso aqui, e ambos somos de piniã que é um treinador jovem, pode ficar como assistente técnico de um treinador bom com quem aprenda novos métodos e modelos e depois ser efetivado quando o treinador principal sair (já que não duram muito no futebol brasileiro, mesm vencendo). O Abel Ferreira é apenas uma excepção, porque os treinador mudam geralmente de clube entre um ou dois anos.

Aposto todas as fichas nessa situação do F. Matias: Assistente Técnico por dois ou três anos e Treinador Principal do Botafogo a seguir. Desejo e espero que não me desiluda.

Abraços Gloriosos.

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