segunda-feira, 4 de março de 2024

Botafogo 4x2 Fluminense – uma vitória maiúscula com arbitragem minúscula

Emerson Urso: golaço de peixinho. Crédito: Vitor Silva / Botafogo.

 por RUY MOURA | Edito do Mundo Botafogo

Se é ‘sorte’ de estreante ou se é a dinâmica de um treinador em desenvolvimento, não sei, mas que este Botafogo não é o de Lúcio Flávio nem o de Tiago Nunes, parece-me clarissimamente que não é.

Equipe entrando com forte personalidade, futebol muito mais verticalizado, organizado e dinâmico, marcação alta, recuperação rápida de bola e entrega total ao jogo, tal como se pedia incessantemente neste espaço do Mundo Botafogo.

Tanto foi assim que logo aos 2’ Raí avançou pela ala esquerda, efetuou um passe longo em diagonal e a bola foi direta para Marlon Freitas, dentro da área, rematar à meia volta e fazer um bonito gol para colocar o Alvinegro à frente do placar. Botafogo 1x0.

O Botafogo manteve-se forte e aos 14’ a defesa do Fluminense aliviou mal, a bola ficou à mercê de Raí que rematou sensacionalmente de fora da área e estufou as redes tricolores. Um golaço. Botafogo 2x0.

Marlon Freitas ainda poderia ter feito o 3º gol aos 23’ num remate magistral de fora da área, mas o goleiro do Fluminense estava lá. Lelê ainda falhou a possibilidade de diminuir o placar, mas aos 25’ não acertou: bola lançada frontalmente para a entrada da área, Halter não afastou a bola à espera de Gatito, este esperava que Halter afastasse, nenhum fez coisa alguma e Lelê conseguiu tocar para as redes. Fluminense 1x2.

Gatito e Halter têm condições para a titularidade numa equipe botafoguense competitiva?... Responda quem souber.

Ainda no 1º tempo, aos 32’, Janderson disparou um petardo e a bola saiu rasando a trave esquerda da baliza fluminense.

No 2º tempo o Botafogo ameaçou ampliar num grande remate de Kauê, aos 53’, que também saiu raspando a trave. Manteve-se melhor do que o Fluminense, mas depois viu-se o árbitro favorecendo o tricolor sempre que pôde. Houve um lance de provável pênalti sobre o Botafogo que não foi apitado nem teve menção do VAR, e posteriormente, num lance semelhante a esse, o árbitro não hesitou em marcar pênalti a favor do Fluminense, altamente duvidoso e sem revisão do VAR. Empate 2x2 aos 82’.

A sombra de nova virada tal como outras recentes permitidas aos nossos adversários ganhava forma em muitas mentes, tanto mais que Diniz apostava claramente no ataque.

No entanto, ao fazê-lo, desguarnecia mais a sua defesa. E como esta nossa equipe – titular, mista ou reserva – respira novos ares de brio e ousadia desde a interinidade de Fábio Matias, continuou a apostar na vitória. Kauê fez uma arrancada fulgurante, foi calçado dentro da área e o árbitro não teve como escamotear o pênalti. Marlon Freitas cobrou, marcou o seu 2º gol na partida e cravou Botafogo 3x2 aos 86’.

Crédito: Vitor Silva / Botafogo.

Também não faltou um quiproquó entre jogadores das duas equipes devido a um lance na área com Yarlen e Felipe Alves e, já no final da partida, aos 90+9’, Emerson Urso brilhou ao aparecer na área após cruzamento e, apesar de acossado por Marcelo, marcar um sensacional golaço de ‘peixinho’, digno do holandês Van Persie numa Copa do Mundo.

Atuando com uma equipe mais jovem o Botafogo conquistou uma grande vitória contra o Fluminense e contra uma arbitragem novamente parcial e incompetente, que pode constituir a consolidação de uma viragem de rumo. Não é nenhum ‘chororô’, como insiste a ‘palhaçada’ de muitos flamenguistas, até pela razão de termos ganho o jogo, é mesmo crítica muito negativa aos péssimos contributos das arbitragens que desprestigiam o futebol com a sua clamorosa ‘estupidez apitadora’.

Ainda assim, o Botafogo tornou a golear e as recordações futuras de Fábio Matias serão bem saborosas: além de uma vitória inicial (ainda  'frouxa') por 2x0 sobre o Audax, alcançou uma vitória internacional, uma vitória nacional contra um grande rival e 12 gols marcados em três partidas por uma equipe cuja ataque era desafinado, burocrático e enferrujado.

E finalmente realçar que o Botafogo necessita de reforços urgentemente e não apenas de esperar por “uma oportunidade de mercado”. Esperando por oportunidades de mercado Textor já falhou rotundamente em julho de 2023. Busque jogadores de maior gabarito no mercado e não gaste 20 milhões de euros apenas em jogadores pensados sobretudo para o Lyon. O Botafogo merece maior atenção.

FICHA TÉCNICA

Botafogo 4x2 Fluminense

» Gols: Marlon Freitas, aos 2’ e 86’ (pen.), Raí, aos 14’, e Emerson Urso, 90+9’ (Botafogo); Lelê, aos 25’, e John Kennedy, aos 82’ (Fluminense)

» Competição: Campeonato Carioca / Taça Guanabara

» Data: 03.03.2024

» Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

» Público: 19.764 pagantes / 21.492 espectadores

» Renda: R$ 1.014.427,50

» Árbitro: Felipe da Silva Gonçalves Paludo (RJ); Thiago Rosa de Oliveira Espósito (RJ) e Thiago Filemon Soares Pinto (RJ): VAR: Rodrigo Carvalhaes de Miranda (VAR-RJ)

» Disciplina: cartão amarelo – Gregore, Lucas Halter, Marçal, Mateo Ponte, Emerson Urso, Damián Suárez e Gatito Fernández (Botafogo) e John Kennedy, Lelê e Felipe Alves (Fluminense); cartão vermelho – André (Fluminense)

» Botafogo: Gatito Fernández; Mateo Ponte (Damián Suárez), Lucas Halter (Jefferson Maciel), Bastos e Marçal; Gregore, Marlon Freitas e Kauê (Yarlen); Diego Hernández (Hugo), Janderson e Raí (Emerson Urso). Técnico: Fábio Matias.

» Fluminense: Felipe Alves; Guga (Martinelli), Antônio Carlos (André), Marlon (Marquinhos) e Alexsander (Marcelo); Lima, Renato Augusto e Terans; Douglas Costa (Jhon Arias), Lelê e John Kennedy. Técnico: Fernando Diniz.

4 comentários:

Sergio disse...

Como sempre uma análise precisa do jogo. Apenas uma correção: a arrancada que gerou o pênalti foi do Kauê e não do Janderson. Também fiquei na dúvida no lance, mas na repetição e em alguns comentários realmente foi o Kauê.
Eu não tenho dúvidas de que a mudança de comando trouxe um novo ânimo a equipe e mais importante, percebe-se não só um esquema de jogo mas principalmente um crescimento do individual. E algo que me chamou a atenção, o time deixou de ser aquele do Tiago Nunes que não tinha confiança e recuava e fatalmente fazia o adversário crescer, patrão o do Fábio Matias que tem confiança e joga sem medo ou desânimo. Que continue assim.
Sobre a arbitragem é algo que está cada dia mais se tornando cansativo pelos absurdos que são cometidos pela arbitragem contra o Botafogo. Detalhe: um pênalti escandaloso no Tiquinho contra o Nova Iguaçu provavelmente mudaria a classificação. Eu de minha parte não faço a menor questão de disputar esse título carioca que um dia foi importante. Hoje nem premiação tem. Acho melhor usar a taça rio para que o novo treinador conheça melhor o elenco e faça uma espécie de pré temporada tal como aconteceu ano passado. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Meu amigo, lapso meu, foi o Kauê. Obrigado!

O Fábio Matias verticalizou, como sempre temos falado, melhorou a movimentação e os passes e, sobretudo, dinamiza e empolga a equipe. Disse-me um amigo meu hoje que se ainda tivessemos o TN, após o primeiro gol do FFC a equipe amedrontava-se e após o empate desmoronava e tomava virada. Acredito que o meu amigo tem toda a razão. Fábio Matias tem liderança e parece-me ousado. Veremos, mas até agora é uma revelação a dirigir a equipe e a fazer Coletivas.

A arbitragem é tão vergonhosa que mesmo com as campanhas pífias de L. Flávio e T. Nunes conseguiríamos ser campeeões em 2023 se a arbitragem fosse imparcial.

A Taça Rio, tal como escrevei na análise ao jogo contra Flamengo, vai ser a extensão da nossa pré-temporada para afinar melhor a equipe. Em suma, estamos de acordo!

Abraços Gloriosos.

jornal da grande natal disse...

Em todo o Brasil - com os temperos regionais - o Estadual virou prosseguimento da pre-temporada para avaliação de contratados, possíveis reposições e aprimoramento tecnico, tático e físico do elenco, visando Copa do Brasil e as quatro séries nacionais.

Ruy Moura disse...

É isso mesmo, Vanilson. Claro que todos os torcedores comemoram esses títulos, mas até creio ser mais na ótica da zoação com os adversários, tipo Grêmio/Internacional, Atlético/Cruzeiro, Botafogo/Flamengo, etc., do que vibração significativa, porque qualquer comemoração estadual está muito longe do que era outrora o charme dos estaduais e a vibração associada.

Abraços Gloriosos.

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