por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo
Em voo de madrugada para Chipre – cujo fuso
horário representa +6 horas de diferença – o jogo terminou com chegada a Chipre
quase ao alvorecer. Consequentemente não
assisti à partida e conheço apenas o resumo, a coletiva de Artur Jorge e
algumas menções nas redes sociais.
O destaque é claramente a Fênix Renascida da
nossa Torcida, criativamente muito acima das torcidas rivais e cravando na alma
dos Botafoguenses uma emoção ímpar.
Quanto ao jogo parece indiscutível que o
Botafogo foi muito superior ao Palmeiras e poderia ter saído para o intervalo
com dois gols de diferença. Finalmente parece que o ataque se conseguiu
articular com bom entendimento entre Igor Jesus e Luiz Henrique, sendo que o
passe de Igor Jesus para o gol de Luiz Henrique, visto lentamente, evidencia a
fineza de Igor Jesus. Por sua vez, Luiz Henrique perdeu um gol feito ainda no
1º tempo. O meio-campo também parece que jogou com maior criação e admito que o
foco no jogo foi bem conseguido e o Botafogo logrou gerir o resultado para
não ser surpreendido pelas pressas de aumentar a vantagem e acabar por
perdê-la. Futebol ofensivo, sim, mas não
surpreendido pelo adversário devido à gula atacante.
Sumariamente, vi (em 6’ de resumo) uma 1ª parte
forte, cujo ataque não ficou dependente dos gols da defesa e uma 2ª parte
cuidadosa para guardar a vantagem.
Os aspetos negativos realçados nesta partida
foram, ainda, a definição do último passe (salvo Igor Jesus que evidencia crescimento
jogo a jogo) e o posicionamento de John Victor, que vinha ameaçando errar
devido à sua, ainda, inexperiência em certos lances na ânsia de ser um Manuel
Neuer. Que pode vir a ser, mas não será um Neuer subitamente.
A “eterna glória” que a faixa da torcida menciona, faz-se se tivermos em conta, todos nós, que fomos iludidos pela 'raposa' Abel Ferreira quando anunciou em 2023 que o Botafogo tinha tudo para ganhar o campeonato. Tiquinho Soares iludiu-se, Lúcio Flávio iludiu-se, foi esse exatamente o intuito de Abel Ferreira: elogiar para iludir o adversário e vencê-lo. O Mundo Botafogo denunciou, mas parece que ninguém entendeu o alcance dos elogios de Abel Ferreira nessa altura.
Por isso, a finalizar, destaco a Coletiva de
Artur Jorge sobre o grande mote que deve ser seguido por todos os
botafoguenses, e em espacial o plantel:
«Tenho mais anos disto do que eles [os
jogadores] e a primeira coisa que amanhã vou falar com eles é “não se deixem
iludir”. Hoje fizemos um jogo competente, mas não pudemos adormecer, porque não
vamos estar a pôr em bicos de pés pelo jogo que fizemos. Nem pensarem eles [os
jogadores] que está tudo feito, porque perceberam, e já tiveram isso na
pele, de que quando facilitaram tivemos resultados adversos com equipes teoricamente
mais acessíveis. E nós não podemos andar a deixar iludir por aquilo que nos
querem vender. Hoje fizemos e ganhamos por que fomos mais competentes, fomos agressivos,
fomos, acima de tudo, mais competentes. […] Se nós formos a pensar que
do outro lado está um técnico, está uma equipe, que gostou muito do Botafogo,
gostou muito das características dos jogadores do Botafogo, que tem atacantes
que seguram muitas vezes a bola, que tem zagueiros que ganharam todos os
duelos, se for essa a mensagem que os meus jogadores levem para dentro de campo
na próxima quarta-feira, não vamos conseguir. A mensagem é precisamente o
contrário. […] Nós não precisamos de grandes elogios, nós não precisamos
de grandes avaliações de fora, porque eu também não o faço com os rivais, faço
internamente para com os meus.»
FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 2x1 PALMEIRAS
» Gols: Luiz Henrique 21’/1ºT (1-0), Maurício
32’/1ºT (1-1) e Igor Jesus 38’/1ºT (2-1)
» Competição: Copa Libertadores
» Data: 14.08.2024
» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no
Rio de Janeiro (RJ)
» Público: 36.394 pagantes; 38.848 presentes
» Renda: R$ 1.775.401,25
» Árbitro: Esteban Ostojich (Uruguai); Assistentes:
Nicolás Tarán (Uruguai) e Horácio Ferreiro (Uruguai); VAR: Cristhian Ferreyra
(Uruguai)
» Disciplina: cartão amarelos – Igor Jesus,
Cuiabano e Tiquinho Soares (Botafogo); Flaco López, Raphael Veiga, Abel
Ferreira e Estêvão (Palmeiras)
» Botafogo: John; Mateo Ponte, Bastos,
Alexander Barboza e Cuiabano (Marçal); Gregore, Marlon Freitas (Allan) e Thiago
Almada (Matheus Martins); Luiz Henrique (Tchê Tchê), Igor Jesus e Savarino
(Tiquinho Soares). Técnico: Artur Jorge.
» Palmeiras: Weverton; Vitor Reis, Gustavo
Gómez e Murilo; Giay, Aníbal Moreno, Maurício (Estêvão), Raphael Veiga (Fabinho)
e Vanderlan; Rony (Lázaro) e Flaco López (Felipe Anderson). Técnico: Abel
Ferreira.
2 comentários:
Grande jogo do Botafogo ontem, que poderia ter terminado o primeiro tempo com pelo menos dois gols de vantagem. Me impressionou no jogo de ontem a calma do time Botafogo depois de tomar o gol de empate, um gol fortuito, eu diria que o Palmeiras achou um gol, bem só contrário do Botafogo que construiu seus gols e outra jogadas.
Muitos jogadores se destacaram, mas o conjunto foi o fator que ressaltou a individualidade.
Não tem nada decidido,as se o Botafogo jogar o que jogou ontem acho difícil não se classificar, mas no futebol tudo é pode acontecer, principalmente contra um time como o do Palmeiras que é muito qualificado. Ainda bem que temos um treinador que vai conter a euforia pela vitória de ontem, e as palavras dele mostram o quanto ele será importante para que a equipe não desvie do foco e não entre no sempre nefasto " já ganho".
Me chama muito a atenção em ambas as equipes o desgaste que a temporada está impondo aos seus atletas, uma temporada criminosa.
Sobre a torcida só tenho a dizer que ela é simplesmente sensacional, maravilhosa. Pela qualidade do mosaico, especial o de ontem, dupla face, essa torcida merece um grande título. Abs e SB!
Independentemente dos erros que o AJ ainda possa vir a cometer, eu creio que esta equipe só será capaz de manter o devido à liderança dele, à objetividade dele, à assertividade esclarecedora dos muitos obstáculos pelo caminho para esta equipe não embarcar em deslumbramentos. Este Timoneiro é a chave principal para que o meio externo não penetra a equipe e a destroce como aconteceu o ano passado com os deslumbramentos e os erros de palmatória a que assistimos, incluindo JT, dirigentes, comissão técnica, jogadores e até mesmo torcedores. Temos que saber fruir cada momento com os pés no chão e não voar e queimar as asas como Ícaro na mitologia. Porque com modéstia a trabalhar, foco e orgulho a jogar, poderemos realmente ter uma temporada feliz.
Abraços Gloriosos.
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