terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Aladar Szabo, o maior jogador de pólo aquático de todos os tempos


Aladar Szabo foi o mais notável jogador de pólo aquático do Botafogo, revolucionando o pólo brasileiro e botafoguense nos anos sessenta do século passado.

Diz-se que o húngaro Szabo emigrou para o Brasil por ter ouvido falar da alegria do povo e ter visto Garrincha jogar na Hungria contra o Honved a 22 de Abril de 1956. Consta que Szabo fugiu da invasão soviética e rumou para a Itália. Entretanto, teve problemas por lá e acabou por aceitar o convite de João Havelange, então Presidente da CBD, para treinar no Brasil.

A história conta que Szabo chegou ao Rio de Janeiro em 1959, no navio ‘Conte Grande’, sendo recebido por Edson Perri, o ‘Barriga’, que viria a ser seu técnico no ‘escrete canarinho’ e no Botafogo.

Nessa altura o atleta rumou para o Fluminense, que possuía a melhor equipa de Pólo Aquático da época. Aladar Szabo entrou como treinador, mas a sua superioridade técnica era tão grande que passou logo a jogador, permanecendo nas Laranjeiras entre 1959-61 e sendo naturalizado para jogar pelo Brasil.

Foi nesse período que o Brasil logrou obter conquistas inéditas, designadamente a medalha de ouro nos Jogos Panamericanos de São Paulo e a de bronze nas Universíades de Porto Alegre.

Em 1961 Szabo transferiu-se para o Botafogo e quebraria a invencibilidade do Fluminense que durava há nove anos. O Botafogo venceu por 2x0 com gols do próprio Szabo.

As mudanças introduzidas por Szabo foram profundas e representavam o que de melhor existia no pólo aquático mundial, sobretudo por ser originário de um país como a Hungria que conquistara os jogos olímpicos de 1932, 1936, 1952, 1956.

A influência de Szabo foi espantosa, ao mesmo tempo que conseguia manter a tradição das características machistas do pólo aquático, tendo sido conotado com imagens violentas. Os títulos dos jornais da época eram um exemplo significativo dessa imagem: “Agressão e sangue na piscina” (Revista do Esporte, 1962.07.27; “Fluminense saiu do torneio por medo de Szabo” (Jornal do Brasil, 1962.11.09); “A violenta história de Szabo” (Jornal da Tarde, 1972.04.20; “Era bom de bola e de briga” (Jornal do Brasil, 1982.10.14).

O Botafogo na época possuía uma equipa fabulosa, com Álvaro Pires, Nei, Pezinho e Jorgete, além do próprio Szabo. Os remates de Szabo eram de tal modo portentosos que não era raro que os gols de Szabo fizessem a bolar quicar várias vezes dentro da rede e na borda.

Szabo era conhecido por quebrar as traves das balizas, o que não seria de espantar tendo em consideração dois aspectos: a) que a bola era muito mais pesada do que hoje, especialmente depois de encharcada; b) que Aladar tinha um remate absolutamente desproporcional para a época.

Em todo o caso, contavam-se histórias que nunca puderam ser confirmadas, tais como as que narravam que Szabo jogava a bola da piscina do Fluminense para o campo e do clube Guanabara para o Botafogo.

O que é realmente seguro é que Aladar Szabo chegava a marcar, por exemplo, 12 gols numa vitória de 12 gols do Botafogo. E que não possuindo títulos estaduais desde há 14 anos, o Botafogo foi campeão estadual em 1963, 1965 e 1966.

Fontes principais
http://poloaquaticoceara.blogspot.com
http://touca14.blogspot.com
http://www.poloaquatico.com.br

12 comentários:

Unknown disse...

Boa Noite Rui,
Gostaria de me apresentar, me chamo Isabella Szabo e sou filha do Szabo! Foi realmente encantador encontrar seu texto sobre meu pai.

Gostaria de dizer que não só a história dos gols é realmente segura. Mas a outra (que vc cita), de que ele jogava a bola da piscina do Guanabara para o Botafogo é segura também. Conheço gente que viu! Aliás conheço muita gente que viu e pode confirmar!

Enfim queria mesmo é deixar meu obrigada! E agradecer a lembrança!

Um beijo
Isabella Szabo

marcos disse...

ola,vi seu pai jogar e treinar no fluminenese onde eu nadava...eu estava presente nesse dia do jogo fluxbotafogo e lembro que saiu uma bela briga entre os jogadores...seu pai fez um gol do meio da piscina e de costas...seu pai jogou muitos anos no flu pq as cores do clube eram e sao ainda as cores da hungria,estou errado? eu tinha 12 anos e nadava pelo flu onde fui campeao carioca 2 vezes..um beijo e que bela lembranca
ps; seu pai foi o maior de todos ate hoje
marcos amorim

Ruy Moura disse...

Isabella, peço desculpa, mas somente agora é que me apercebi da sua mensagem. Fico muito contente que tenha gostado da publicação. Eu lembro-me de Szabo, porque nessa altura vivia no Rio e esse extraordinário atleta fez-me fã do pólo aquático.

Beijos Gloriosos!

Unknown disse...

Olá Rui, tudo bem??
Meu nome é Paula, sou repórter aqui do SporTV e gostaria de entrar em contato com você sobre essa matéria do Szabo.
Poderia entrar em contato comigo??
paula.arantes@tvglobo.com.br

Abraços e obrigada!

Unknown disse...

Bom dia Isabella, meu nome é Micheal M. Warren, conheci seu pai na época da Sanacqua, da rua Tabapuã, trabalhava com ele ao dar aulas de natação, muitas saudades, Grande Szabo.

Roberio Dias disse...

Olá Isabella,
Teu pai foi meu primeiro técnico, em 1961, no Botafogo. Mas como o Botafogo ainda não tinha piscina, treinávamos na do Guanabara. Nessa época nasceu seu irmão, o Átila, que conheci recém nascido, mas nunca mais vi. Logo depois, o Barriga (Edson Perri) entrou no lugar e ele deixou de ser técnico, ficando só jogador. Para resumir, tinha jogos que ganhávamos de 10 a zero e os dez gols eram do seu pai. Fabuloso jogador!

Unknown disse...

Olá Isabella, espero que estejas bem e Átila tb. Conheci Szabo na Sanacqua, trabalhei por alguns anos lá; o pai de minhas filhas foi atleta de seu saudoso pai. Só tenho que agradecer por tudo que aprendi, as histórias que ouvi e experiências maravilhosas de vida que Szabo nos passava. Belas lembranças, Abraços Aquáticos.

Anónimo disse...

Boa tarde Isabella, tudo bem;
Seu pai me treinou no Paulistano nos ano 70, e trabalhei com ele na Sanacqua naquela época.
Tenho um blog, onde escrevo textos sobre o cotidiano e fatos de nossas vidas, e agora , redigi um sobre seu pai, como segue:

https://blog-do-cera.webnode.com/l/uma-lenda

Abraços

Fernando Ceravolo
cera@superig.com.br

Unknown disse...

Bom dia,nos anos 80 meu pai tinha um comércio aqui em SP bairro do Itaim Bibi, seu pai era frequentador muito gente boa tinha uma escola de natação, Sanacqua me permitiu ir lá aprender a nadar,ele tinha casa na Av 9 de julho,jamais esquecerei !!!

antonio disse...

Roberio, vc. deve ter ouvido falar no meu irmão adotivo que, embora não fosse do polo aquático, foi um nadador e técnico muito conhecido, tanto no Guanabara, quanto no Botafogo. Seu nome era Julio Arthur e era muito amigo do Perri. Um grande abraço.

Unknown disse...

Cara Isabella,
Assisti seu pai jogando na piscina do Pacaembu.
Foi um jogo em homenagem a meu pai Alfredo Gherardi, Campeão Paulista, Brasileiro e Sul Americano.
Foi uma honra assistir este jogo.
Um abraço,
José Alfredo Gherardi

Ruy Moura disse...

Que sortudo, J. A. Gherardi!!!
Abraços Gloriosos.

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