quinta-feira, 12 de março de 2009

Jogos inesquecíveis: Botafogo 5x2 Flamengo

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No campeonato de 1944, o alvinegro conseguiu, a 10 de Setembro, uma de suas maiores vitórias sobre o Flamengo, tricampeão da cidade, batendo o rival por 5x2.

Ao marcarem o quinto gol, a 14 minutos do fim do jogo, os alvinegros foram confrontados com um protesto dos adversários, que se sentaram no gramado, inconformados com o que consideravam gol irregular. E a torcida botafoguense não perdoou, gritando:

– “Senta, para não apanhar de mais!”

A grande rivalidade entre alvinegros e rubros-negros se não teve aí o seu início, teve aí a sua consolidação. Os rubro-negros acabaram por abandonar o campo por ordem dos dirigentes. Flávio Costa, técnico dos rubro-negros, fez o seguinte depoimento:

– “Não queria que os jogadores se sentassem no gramado. Estava longe e não pude interferir. Aquilo foi ordem dos dirigentes.”


O jornal ‘Esporte Ilustrado narrou assim o acontecimento:

“Dessa vez, por meio de Geninho, que recebeu um passe de Heleno dentro da grande área e chutou de forma impressionante para a pelota bater na parte inferior do travessão e depois no solo, assinalando o 5º goal da tarde. O juiz, que estava bem colocado e vira que o balão tanspusera a linha de goal, embora tenha saído novamente, não teve dúvidas em assinalar o tento”.

O jornal ‘A Noite’ acrescentou:

“Abrindo o jôgo para os extremos, os alvi-negros tiveram sucesso absoluto, construindo uma vitória cómoda, altiva e limpa.”

O Botafogo alinhou com Ary, Laranjeira e Laidlaw; Ivan, Papetti e Negrinhão; Lula, Geninho, Heleno, Valsecchi e Walter. Os gols foram assinalados por Heleno (2), Valsechi (1), Walter (1) e Geninho (1).

Fontes:
Acervo e pesquisa de Rui Moura
Alceu Castro: O Futebol no Botafogo (1904-1950), Rio de Janeiro, 1951

4 comentários:

Rodrigo Federman disse...

Putz, Rui!!!
Como eu queria presenciar uma partida assim...
Abs e SA!!!

Fernando Lôpo disse...

Escrevi o texto abaixo aqui no blog do MCR (e acho que aqui também) no dia seguinte à vitória sobre o flor. Reproduzo-o na íntegra, e hoje não mudaria praticamente nada.

"Para mim, a despeito da suposta qualidade técncia de alguns jogadores tricolores e feroz marcação do Botafogo, um fator vem se tornando a chave dos jogos do Botafogo, ora para o bem, ora para o mal: a saída de bola. A questão é: com 3 zagueiros e esses cabeças-de-área, nossa saída de bola é muito deficiente. O número de chutões que damos num jogo é muito alto. Mas para a proposta desse jogo não tinha muito problema. Jogamos só em contra-ataque, esperando o time deles ou tentanto roubar a bola na intermediária deles. Quando nós saíamos, dávamos um bicão e tentávamos ganhar a 2ª bola, no que fomos bem sucedidos muitas vezes. O problema é: e quando nós precisarmos bucar o gol? Quando o adversário tiver o resultado? Vamos nos limitar à tática de chutão e 2ª bola? É preciso criar alternativas que hoje o time não tem. Se eles saíssem na frente? Nem atacante no banco tínhamos.

A saída de bola do fluminense é muito ruim e nos facilitou. Curioso que marcávamos até os zagueiros deles, e deixávamos livre apenas Fabinho, que ao ter a bola desesperava-se sem saber o que fazer com ela. Um detalhe: Diguinho sempre foi ótimo no Botafogo como 1º cabeça-de-área. Quando atuou de 2º, a partir da volta de Leandro no ano passado, caiu de produção. E no flu só joga de 2º, pois o 1º é ou Fabinho ou Jailton. O flu só vai render mais quando jogar Diguinho de 1º e alguém como Bonfim de 2º cabeça-de-área. Vai melhorar o passe, a saída de bola e o contra-ataque deles (mas tomara que insistam nisso por um bom tempo). Os laterais tricolores inoperantes. Mariano era sempre vaiado pela torcida atleticana, não sei o que esperavam dele. Leandro não acerta passe, que dirá cruzamento. Os zagueiros, lentos e confusos, e um técnico sem a menor variação de esquema.

Por isso que na época do imbróglio do Vasco eu dizia que preferia enfrentar o Flu, pois o estilo deles encaixa com o nosso. Um 4-2-2-2 sem variação, estático, dependendo de um lampejo dos meias. E pior, acreditam que são muito bons e vão pra cima. Perfeitos para nosso time que só contra-ataca. O Vasco, com um bom técnico, tem variação, meias que jogam abrindo o jogo, cabeças-de-área centralizados com um deles saindo muito bem e uma bola parada fortíssima. O que aconteceu ontem não foi diferente do 2º tempo de Vasco x Flu, em que este ficou com um a mais e também não conseguiu criar chances de gol, ficando no empate sem gols.

Voltando ao nosso time, Fahel me surpreendeu positivamente. Tem bom passe curto, um bom posicionamento defensivo e excelente pelo alto (precisávamos de alguém assim e ainda precisamos de mais). A única crítica que ainda mantenho a ele é o excesso de faltas que faz, muitas delas tolas, transformando jogadas mortas em perigosos cruzamentos. Batista também vem jogando bem, e mesmo Leo Silva, de quem não gosto, dá pra entender, é jogador de confiança do técnico (todo time tem isso). Critiquei bastante a contratação dos 3, mas hoje reconheço que têm certa qualidade ou pelo menos alguma utilidade. Mas estamos num Estadual. Para o Brasileiro, é preciso mais.

Não podemos nos iludir. O time tem fragilidades, o sistema de jogo é péssimo para atacar, não temos reservas para o ataque e há um excesso de improvisações já no time titular, imagine então quando é preciso o banco. O altíssimo número de cabeças-de-área do elenco traz a vantagem de serem hoje os cabeças-de-área os jogadores mais versáteis de um elenco (geralmente fazem também zaga, lateral ou meia). Mas está curto.

Precisamos urgentemente de um zagueiro de velocidade, um lateral-esquerdo, um meia (de preferência dois) e pelo menos um atacante. O dinheiro é curto, mas é observar gente acessível e trazer. Renato pode ser o misto de cabeça-de-área e meia que Ney Franco buscou em Lucas Silva e não achou.

Ainda assim, provavelmente vamos garantir nossa presença na final do campeonato pela 4ª vez seguida (se permitirmos que haja final), e até que o elenco eponhsa suas deficências, é hora de dizer pros rivais que temos um timaço e que Émerson, Leo Silva, Juninho e cia. são seleção. hahahaha

26 de Fevereiro de 2009 02:00"


Não quero dizer que era certo que perderíamos, mas que era certo que o time teria sérias dificuldades quando enfrentasse um adversário que jogasse também em contra-ataques, bem organizado. E pior ainda seria se saíssemos perdendo.

Aconteceu hoje e não passamos no teste. Reprovados direto, nem em recuperação ficamos.

No Brasileiro, quase todo mundo joga só em contra-ataque. Tem de ter alternativas, senão dá nisso aí.

Ruy Moura disse...

Rodrigo, o último jogo com banho de bola botafoguense foi em 1968... BFR 4x0 Vasco na decisão.

Gostava muito de ter visto outros: 6x2 Fluminense, 6x0 Flamengo e... o espantoso 6x5 com o Millonarios...

ABraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Fernando, o que comprova a clarividência das suas análises!...

Saudações Gloriosas!

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