quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Garrincha e a bacanal frustrada

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[Por entre as trevas do 3º afundamento do Glorioso (perda da sede nos anos setenta, rebaixamento nesta década e o retorno iminente à segundona) há sempre novas e fantásticas histórias que este blogue veicula sobre a estimulante vida botafoguense de 115 anos de existência. E a personagem mais fantástica que nos faz sorrir – além das magníficas histórias de Carlito Rocha, João Saldanha, Nenem Prancha ou Aloísio ‘Roupeiro’ – é o eterno, inigualável e extraordinário cidadão Mané Garrincha. Amoral e impagável no futebol e na vida, a sua perfeita força de natureza tem sempre uma surpresa para todos.]


por João Ignacio Müller
CanalBotafogo

Nas décadas de 50 e 60, os jogos eram disputados praticamente nos finais de semana.

Rarissimamente aconteciam jogos às quartas-feiras, de modo que as famigeradas “concentrações” de um modo geral, em todos os clubes, se iniciavam às quintas-feiras e iam até domingo após as partidas.

No Botafogo não era diferente e o time ficava concentrado, penosamente, num hotel da zona sul do Rio de Janeiro.

Garrincha era dos mais inconformados com tal situação. Ainda mais porque era possuidor de um apetite sexual fora do comum e em estado normal de temperatura e pressão, era capaz de ter, num curto espaço de tempo, 3, 4 relações, sem demonstrar a menor fadiga... [e, segundo consta publicamente, tendo por suporte vinte e cinco centímetros de amplos recursos…]

Uma certa vez, noite alta, Mané, que dividia o quarto com Nilton Santos, que ficava no primeiro andar baixo, fugiu pela janela, escapou silenciosamente e resolveu ir para gandaia, sem que ninguém soubesse.

Já eram mais de 2 horas da madrugada, quando voltou, acompanhado de duas “senhoritas” do calçadão... Deu um “cala a boca” para o porteiro do hotel, que era seu amigo, e subiu para o quarto.

Nilton, como de costume, roncava em dó sustenido maior (dizem que o ronco dele era tão alto que chegava a incomodar seus vizinhos!!!)

É lógico que Mané se aproveitou de tal situação... O ronco do compadre, abafaria os gritinhos e gemidos, advindos da suruba que se iniciaria em poucos momentos...

E assim foi. A coisa ia num crescendo desenfreado, Garrincha comendo as duas damas desembestado, e Nilton roncando, nem se dava a perceber do que ali estava se passando.

Mas Garrincha nutria por Nilton Santos um respeito quase de filho para pai. Nilton era seu compadre e padrinho de crisma, quase uma divindade para ele. E sabia que o “compadre”, profissional como era, não aceitaria ser conivente daquela situação.

E foi aí que a porca torceu o rabo! A “coisa” esquentou de tal maneira com as duas gentis “senhoritas”, que de repente, ouviu-se um estalo ensurdecedor! A cama quebrou com os três, provocando um barulho que acordou o andar inteiro, mesmo porque assustadas, as meninas gritaram para valer!

Em poucos minutos, identificado o local da confusão, Gentil Cardoso, que era dublê de técnico e cão de guarda da concentração, ali chegou, acompanhado de outras pessoas, a tempo de ainda ver correndo em disparada pelo corredor, semi-nuas, as duas “meninas”...

É escusado dizer que, pego com a boca na botija, Garrincha foi severamente admoestado. E somente não foi mandado embora porque, graças a Deus, Nilton, com o prestígio que acumulava com Gentil Cardoso, que o chamava de “meu craque”, impediu que isso acontecesse...

No dia seguinte, Nilton ainda dava a maior bronca em Mané, que cabisbaixo o ouvia. Foi quando o maior lateral da história do futebol, não se conteve e completou: – “Porra Mané, tu podias ao menos arranjar coisa melhor, uma delas era a cara do guarda civil que faz ronda na minha rua!!!”

Nota: O conteúdo do parêntesis reto incluído no artigo é de minha autoria e fundamenta-se em informação difundida no blogue de Roberto Porto.

4 comentários:

Gil disse...

Rui,

Quando continuamos com AS e AB na direção do futebol e a contratação de um tal de "Fuska" com "k", só essas histórias para melhorar o astral.

Abs e Sds, BOTAFOGUENSES!!!

Ruy Moura disse...

Já disse ao Rodrigão que quando se tem pouco dinheiro compra-se 'fuscas' em vez de Mercedes. Mas querem-nos fazer crer que os fuskas são Mercedes. Após o traffico de ipatinguenses começámos o traffico de baruerienses... Lema: Abaixo o BFR! Viva o Traffico!

Abraços Gloriosos!

ROQUE RASCUNHO disse...

Este blog é, sem dúvida, um dos grandes monumentos imateriais do meu Glorioso Alvinegro! A riqueza das pesquisas, o diálogo com as fontes, a postura crítica; este sítio encantou de forma arrebatadora um estudante de História de alma Alvinegra. Sinto-me honrado de termos este espaço. Abçs de Niterói-RJ, Rui Moura.

Ruy Moura disse...

Amigo Roque, os elogios ao trabalho que se realiza é sempre uma satisfação para qualquer pessoa, mas a sua refinada apologia do blogue é soberba. Obrigado!

Estive em Niterói ultimamente em Setembro de 2007 e em Abril passado. Gosto muito de lá ir. O escudo do lado esquerdo do ecrã do blogue é um quadro feito à mão que comprei num restaurante em Niterói.

Abraços Gloriosos!

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