quinta-feira, 21 de maio de 2009

Sala de Imprensa Jornalista Armando Nogueira

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O Botafogo inaugurou, a 18 de Maio de 2009, em General Severiano, a sala de imprensa mais moderna do Brasil, com um espaço de cem metros quadrados, piso em grama sintética, ambiente climatizado, televisor de plasma, mesa de som e aparelho de DVD, bem como painéis com os ídolos do clube e o Engenhão ao fundo.

A sala foi designada por ‘Jornalista Armando Nogueira’, um dos maiores jornalistas brasileiros de sempre e botafoguense de coração. Além dos membros dirigentes do clube – representados pelo presidente Maurício Assumpção – e do próprio homenageado, esteve presente Mário Zagallo, outra figura identificada com o Botafogo.

O presidente botafoguense, perante o jornalista emocionado, declarou:

– “É um orgulho inaugurar uma sala com esse nome. Não preciso falar da história de Armando Nogueira, pois muitos dos jornalistas presentes o consideram um ídolo. Dele como botafoguense as palavras dele falam por mim. É o que ele me disse: ser maioria é fácil, mas o botafoguense é diferente. Bem-aventurado é o clube que tem o Armando Nogueira para transformar o sentimento em palavra.”

Por seu turno, o jornalista de 82 anos de idade, embora com problemas de saúde que lhe tolhem a fala e o obrigam a deslocar-se em cadeira de rodas, manifestou o seu agradecimento:

“Não é fácil ser jornalista, mas sempre fui justo a essa causa e ao Botafogo. Obrigado a todos.”

Foi o notável Armando Nogueira que disse, um dia, que “para Mané Garrincha, o espaço de um pequeno guardanapo era um enorme latifúndio.”

E que proferiu uma das frases mais lapidares sobre o nosso clube:
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"O Botafogo é bem mais que um clube – é uma predestinação celestial."
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Foto: globoesporte.globo.com

7 comentários:

Fernando Lôpo disse...

Bacana a sala de imprensa, homenagem e tal, mas... não gosto desse Armando Nogueira, que tantos desserviços prestou ao País. Porém, como é uma figura pública, muito conhecido, Botafoguense ilustre, entendo a homenagem.

Ruy Moura disse...

Fernando, desconheço tais 'desserviços'. É assunto inteiramente novo para mim. De que se trata?...

Se puder, esclareça-me por e-mail, por favor...

Abraços Gloriosos!

Fernando Lôpo disse...

É que Armando Nogueira foi por muitos anos diretor de jornalismo da Rede Globo. E foi diretor de jornalismo exatamente durante a ditadura, na pior fase dela. Quando pessoas eram mortas, a democracia havia sido assassinada, independentes como o jornal Tribuna da Imprensa eram censuradíssimos, a Globo cada vez mais crescia e se consolidava graças às benesses obtidas com a reciprocidade entre ela e a ditadura. Não só a Globo, mas Folha de SP, Estado de SP, Veja e outros.

Uma das medidas de Armando Nogueira ao subir an Globo foi demitir o nosso grande João Saldanha, grande sucesso na época, em circunstâncias não muito esclarecidas. Seja por ciúmes ou pelas opiniões de João. A ponto de Armando se recusar a dar entrevistas para a biografia de João Saldanha. Mesmo que não gostasse de João, sendo um democrata, um jornalista, deveria ter dado entrevista para o livro, mesmo que fosse para criticar o personagem-tema, como o fez por exemplo Eduardo Vianna (o Caixa D'Água), pois a crítica faz parte, é uma opinião.

Com a tal "distensão" do regime e a volta de grandes líderes que estavam exilados, voltou o principal deles: Leonel de Moura Brizola. Em 1982, houve a emblemática e disputada eleição para governador do Estado do Rio, entre Brizola e Moreira Franco (apelidado pelo gaúcho de gato angorá). Foi a primeira vez que se testou aqui a votação eletrônica, parece que pelo menos na contagem dos votos (não tenho detalhes sobre o sistema).

Pois bem, embora Brizola estivesse ganhando, de repente começaram a "surgir" contagens por parte da empresa responsável dando a vitória a Moreira. Quem bancava esse "resultado"? As Organizações Globo do senhor Armando Nogueira. Graças se não me engano, ao Jornal do Brasil e mais alguns veículos, a verdade foi reestabelecida. O jornalista independente Pedro do Coutto foi importante nesse processo.

O jornalista Paulo Henrique Amorim escreveu um livro sobre o tema chamado "Plim Plim, a peleja de Brizola contra a fraude eleitoral", que infelizmente ainda não li.

Sobre o livro:

http://pdt12.locaweb.com.br/memoria.asp?id=22

Versões sobre o chamado caso Proconsult:

http://www.pdt.org.br/personalidades/bzelecfraud.htm

http://www.brunazo.eng.br/voto-e/noticias/cad3mundo1.htm

Do Observatório da Imprensa:

http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=284MEM001

A versão da Rede Globo:

http://memoriaglobo.globo.com/Memoriaglobo/0,27723,5270-p-21750,00.html

Leiam e tirem suas dúvidas se a Globo errou por inocência ou má fé. Dado o histórico da Globo e casos subsequentes, não preciso dizer minha opinião.

Fernando Lôpo disse...

Em 1989, nova tentativa de fraude, dessa vez diferente, e dessa vez bem sucedida.

Após 29 anos, finalmente o povo voltava a votar para presidente. Chegaram ao 2º turno Fernando Collor de Mello e Lula, que travaram um debate na TV Bandeirantes às vésperas da eleição. No debate, o que se diz até hoje é que de fato Collor superou Lula.

A Rede Globo, no dia seguinte, exibiu um compacto do debate no Jornal Nacional, telejornal de mais audiência e influência. O problema é que a "edição" era absolutamente pró-Collor, e era bem cara-de-pau, distorcendo falas dos dois, selecionando os melhores momentos de Collor e os piores de Lula (só pra constar, acho o governo de Lula horroroso, mas estou abordando outra cosia e não querendo santificá-lo). Uma edição necessariamente é parcial, e mais grave ainda em véspera de eleição. mas a Globo nitidamente fez um trabalho exageradamente pró-Collor.

Quem era o diretor de jornalismo da Globo? Armando Nogueira.


Ainda no Observatório da Imprensa, um debate por meio de artigos entre Paulo Henrique Amorim e Ali Kamel (diretor-executivo da Central Globo de Jornalismo):

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=283ASP004

E entre Eliakim Araújo e o mesmo notório Ali Kamel:

http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=283ASP005

Artigo de Helio Fernandes:

http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2004/10/291828.shtml


Rui, o assunto é vasto, mas fica aí a dica até pra você se aprofundar mais no assunto, especialmente esses dois episódios. Provavelmente só vai ver defesa da Globo e do Armando Nogueira por meio meio de fontes "oficiais", isto é, de gente da emissora. Fora deles, é provável qeu só encontre cada vez masi realtos sobre as atuações antidemocráticas da Globo e seus jornalistas.


Sobre 1982, ele alega que a culpa foi toda do jornal O globo e que a TV Globo apenas repetiu os dados do jornal. Sobre 1989, ele alega que nada sabia sobre essa edição.

O fato é que Armando era o diretor de jornalismo nesses dois casos que são mais explícitos e emblemáticos, fora todo o apoio à ditadura em seus momentos mais cruéis.

Não vale alegar que era determinação de cima, pois um cara renomado como Armando poderia escolher onde trabalhar, e isso nunca foi desculpa para Saldanha, que sempre combateu o regime.


Nessa hora, faz-se escolhas. Armando fez as dele, e me desculpem os fãs dele, mas quem apoia a ditadura que ele apoiou, eu considero que também tem sangue nas mãos.

E não é a imagem de bom velhinho que fica declamando poesias sobre futebol que vai apagar isso.

Fernando Lôpo disse...

Desculpe o tamanho dos textos, Rui, mas foi mais ou menos o que consegui catar de fontes pela internet e o que me lembrava de memória.

Mas como eu disse, até por ser da Globo, a imagem que "fica para a história" do Armando nogueira é extremamente positiva, e como Botafoguense ilustre e parte da imprensa, entendo a homenagem. Mesmo porque entendo também que o clube não pode ter ideologia (embora nesse caso em momento algum haja ideologia nas críticas a ele) e deve ter sempre relações institucionais.

Mas o meu ideal de Botafogo e de Brasil tem como imagem e símbolo um lutador como João Saldanha, que "combateu o bom combate", seguindo suas convicções sem se importar se o caminho escolhido seria o mais difícil ou mais cômodo, e não um adesista (pra dizer o mínimo) como Armando Nogueira.

Abraços.

Ruy Moura disse...

Pois meu bom amigo, eu não sabia que o Armando Nogueira tinha estado como diretor nesses momentos fundamentais. Creio que quem adere a uma ditadura, seja ela de esquerda ou de direita, e que age ao lado dela e a encobre, também é responsável por ela e, como diz, também tem sangue nas mãos. Porque o sangue não fica nas mãos apenas do assassino direto, mas também dos mandantes, dos lacaios e dos encobridores.

E não considero que o assunto seja uma questão de política, porque não considero que seja questão de política suprimir os direitos e a liberdade dos cidadãos ordenando o seu massaacre e a sua matança. Não se chama política: chama-se prepotência, covardia e homicídio.

Se eu soubesse que a personagem de que falamos esteve nessa decisão contra João Saldanha, eu não teria feito a publicação. É que João Saldanha é o meu ídolo botafoguense e o meu cidadão brasileiro exemplar de coragem, cidadania e cabeça levantada!

Abraços Gloriosos!

Unknown disse...

É uma vergonha ver tanta porcaria e mentiras sobre o mestre Armando Nogueira, (se é que são botafoguenses esses que o criticam) o que se esquecem de falar é que o Armando Nogueira foi despedido pelo Roberto Marinho justamente por não concordar com tais práticas anti-democráticas, o caso do compacto do debate de 1989 foi o estopim. (Já que vocês são tão espertos procurem saber quando ele foi afastado da Globo) Ele chegou até mesmo a desvincular-se da TV Globo, período esse que passou pela Band e outras emissoras. Outra prova de que era um homem integro era o fato de nunca levantar revanchismo por ter sido afastado, tal qual Paulo Henrique Amorim, Celso Freitas e outros que enquanto estavam na Globo a defendiam com unhas e dentes, mas quando levaram um pe na bunda se tornaram os jornalistas integros e salvadores da pátria criticos da Globo. Hipócritas! São os que criticam quem esta no poder, mas quando tem a oportunidade de usufruir de poder fazem pior do que os que criticavam. E além do mais, vocês acham mesmo que uma pessoa que não fosse realmente integra e adorada receberia tantas homenagens dos mais diversos veiculos de comunicação e pessoas? Nem o Roberto Marinho foi homenageado desse jeito, só recebeu homenagens por seu cargo, foram homenagens meramente formais, homenagens de papel, todo mundo sabia do lado obscuro desse sr., já no caso do Armando foram realmente homenagens sinceras por pessoas que gostavam dele e o admiravam mesmo ele estando a tanto tempo fora da midia por questoes de saude, essa homenagem sincera é claramente visível. Vergonha é ver tanta falácia sobre o "mestre".

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