Os ritos e os mitos

Quem já se debruçou sobre análises sociológicas às sociedades humanas percebe claramente como e para que funcionam os ritos e os mitos – na vida quotidiana tal como no futebol.

No futebol chama-se ‘catedral’ ao estádio do clube, ‘manto sagrado’ à camisa, apela-se à ‘cor clubista’ de Deus e a carradas de santos supostamente protetores do clube ou alteram-se os nomes das agremiações clubistas para dar maior dinamismo à adesão emocional: ‘Fogão’, ‘Vascão’, ‘Mengão’ ou ‘Fluzão’.

A ‘sacralização’ do futebol e os exageros da sua importância na vida das pessoas tem aumentado consideravelmente na última década. Seguindo essa via de exagero, e em tom de humor, vou alinhar na ‘sacralização’ do futebol e dar o meu ‘humilde’ contributo.

Por tudo aquilo que ao longo de cento e poucos anos tem caracterizado cada um dos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro, a minha classificação ‘sagrada’ seria a seguinte:

» O Botafogo é uma Predestinação Celestial
» O Vasco é um Manto Sagrado
» O Flamengo é um Apito Abençoado
» O Fluminense é um Tapetão Santificado

Por falar em 'ritos' e 'mitos', acho que hoje vou ver o jogo envergando uma das minhas camisas do Botafogo e torcer para que a ‘predestinação celestial’ nos acompanhe na Ilha do Retiro. Talvez até faça figas se não encontrar um trevo de quatro folhas até à hora do jogo...