sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Botafogo, Chão de Estrelas

de Walter Alfaiate (1930-1910)

Botafoguense de sempre


Quando

O paraíso das cabrochas
Do seu Oswaldo Tintureiro
Desfilou e abriu o mar
O mar
Que também é quizumbeiro
Morreu assassinado o Matinada
Nas confusões que vestem Fevereiro

Botafogo saiu pelo sem rival
Brincou com os gaviões
E do funil eu era fã
Juntos, mar e fantasia
Ganhando prêmios do Correio da Manhã

Mauro Duarte
Engenho e arte
Como disse o cantor dos navegantes
Vindo à vela da rua Marquês de Abrantes
Com Pica-Fumo, Ivo e Zorba Devagar
Miúdo, Eli Campos e Jair Cubano
Alcides, no cantinho da fofoca nacional
Figuras nobres do imaginário
Do país do carnaval
Figuras nobres do imaginário
Do país do carnaval

Depois, com Niltinho Tristeza
O samba se uniu para brilhar
Ganhou paradas e foi aquela beleza
Tanto fazia ser de Botafogo ou do Humaitá

Pra quem chegar
Pra quem chegar agora
E ouvir a minha história
Meu samba tem
A honra de anunciar
Sou a estrela solitária
Botando fogo
No crepom azul do mar

Nota: realce a negrito da autoria do Mundo Botafogo.

7 comentários:

Émerson disse...

Caetano Veloso definiu Wálter Alfaiate assim: "O magnata supremo da elegância moderna".
Saudações Gloriosas!

Ruy Moura disse...

Émerson, tornei-me fã do Caetano Veloso desde que lançou "sem lenço sem documento, nada nos bolso ou nas mãos..." Uma letra enormemente feliz. Tal como foi feliz essa frase, que eu não conhecia.

Só lamento as palavras extremamente infelizes que proferiu sobre o colonialismo português no Brasil. Acho um grande subdesenvolvimento intelectual, nesse campo, quem ataca o país irmão em vez de defendê-lo. Especialmente um país que conseguiu, com imensas lutas dos seus ´desbravadores', dar ao Brasil as fronteiras que tem hoje e o tornam um dos maiores potentados do futuro.

Nunca escrevi uma palavra contra o Brasil ou contra qualquer país de língua oficial portuguesa. Não dou tiros nos pés...

E as piadas sobre portugueses também já cheiram a ranço...

Abraços Gloriosos!

Émerson disse...

Rui, o colonialismo português teve virtudes, como teve defeitos.
Gilberto Freyre fala sobre isso no livro Casa Grande & Senzala, quando contesta os que acham que estaríamos melhores com a colinização inglesa, que se apóiam no exemplo dos E.U.A., ao que Freyre diz que a Índia e a África do Sul também foram colonizados pelos ingleses, e não são desenvolvidos.
Do que eu mais gostei, na formação brasileira, foi o congraçamento dos povos três povos, o branco, o vermelho e o negro, que resultou no povo mais bonito do mundo (puxando um pouco a sardinha para o nosso lado... rs). Como diz Morais Moreira, em sua bela canção, são as "três meninas do Brasil...!
Saudações Gloriosas!

Ruy Moura disse...

Como tudo na vida Émerson, há o verso e o reverso da medalha. O problema é a escolha, e especialmente o modo como se fala quando a escolha é ressaltar os defeitos. Eu poderia escolher falar do Brasil em referência a milhares de situações nada abonatórias para a vida social do país, mas o que escrevo é elevando o país e defendendo a política internacional que têm desenvolvido (já que da nacional penso que não me devo pronunciar).


A Maitê Proença, a Torloni e outros/as, foram ricamente tratados em Portugal e depois foram dizer mal dos portugueses no Brasil. Já ouvi conversas alheias dizendo mal dos portugueses e depois a mesma pessoa dizer mais à frente que também tem passaporte português e uma casa em Lisboa... Gente desprezível...

Na escolha, eu vejo grandes virtudes, inclusive a ida de 15.000 pessoas da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, tornando a Cidade Maravilhosa cosmopolita, e que ainda será a mais cosmopolita do país, apesar de São Paulo. Nenhum outro país de língua portuguesa foi tão beneficiadop em território conquistado e independência precoce como o Brasil (precoce no sentido em que ainda não chegáramos à época das descolonizações da 2ª metade do século XX).

Diz-se que Portugal foi pioneiro da escravatura. Nada mais falso. Já há 5.000 existiam escravos no Egito, que construíram as pirâmides. Sempre houve escravos em momentos históricos. Aliás, nem sequer consta a existência de uma única palavra de Jesus Cristo contra a escravatura, porque essa era condição da época. Uns eram cidadãos, outros escravos. O que essas pessoas não escrevem é que Portugal foi o pioneiro, sim, mas da abolição da escravattura! Os portugueses são o povo mais universalista que existe, porque andam no mundo há mais de 500 anos fundindo-se com as culturas locais. E devo dizer que penso que o povo brasileiro herdou bastante disso. Acredito que no futuro os brasileiros darão lições de igualdade étnica (e outras) ao mundo.

Mas há gente que não valoriza a miscigenação que só a cultura portuguesa concretizou. Basta comparar com as colonizações inglesa, francesa e espanhola. Ninguém se misturou: os portugueses, sim. Misturados com irmãos de língua e de cultura. As colonizações inglesas mantiveram as classes sociais da Índia inalteradas, e ainda hoje existem os intocáveis, classe social considerada sub-humana. As colonizações inglesas e holandesas suportaram a separação rácica brutal na África do Sul com a política do aparthaid. As colonizações inglesas suportaram ditadores como Robert Mugabe no Zimbabué. Etc. Esses e outros países de colonização inglesa possuem um desenvolvimento muito aquém do Brasil (veja-se o IDH - índice de desenvolvimento humano publicado anualmente pelo PNUD-ONU). [continua]

Ruy Moura disse...

Todos os países de língua portuguesa, à exceção momentânea da Guiné-Bissau, têm eleições democráticas e uma convivência muito estreita entre raças. Ou não foram os portugueses que inventaram a mulata? (rs)

Os portugueses elevaram sempre os povos da mesma língua. Em 1999 o país parou em manifestações diárias a favor da independência de Timor. Eu estive em todas as manifestações e praticamente não trabalhei durante um mês, mas a nossa luta nas ruas permitiu ao 1º ministro português, António Guterres, hoje alto comissário na ONU, ameçar sair da Nato se não houvesse uma declaração consistente reconhecendo a independência de Timor. Houve. Bil Clinton também cedeu. Que povo faria isso por gente desconhecida a milhares de quilómetros de distância, num país pouco conhecido dos portugueses, pela distância e pela ditadura Indonésia durante mais de duas décadas?

E a democracia portuguesa foi conquistada não aos tiros, mas com o apoio maciço da população que encheu as nossas espingardas de cravos em lugar de saírem balas. Eu também participei nesse processo: cumpria o serviço militar obrigatório à época. As minhas melhores memórias públicas – além das minhas participações políticas na vida da nação – são esses dois momentos de liberdade e universalidade.

PS1: E a colonização da América deve-se muito aos irlandeses, nem tanto aos ingleses. E veja-se o racismo que existe na América, a segregação evidente. Os brasileiros sabem disso quando nos EUA são olhados como 'hispânicos' aqueles que não têm a pele completamente branca e as feições completamente brancas. E na verdade milhões de brasileiros com pele quase branca são mestiços, considerados brancos na maior parte do mundo, mas não nos EUA. Na identificação pessoal de muitos americanos de pele quase branco vem escrita que a origem é de etnia negra. Em Portugal não existe essa distinção rácica no Bilhete de Cidadão.

PS2: E que viva o Botafogo, que recebeu o apelido do barco de guerra português que esteve no Rio de Janeiro. De nome de guerra virou sobrenome de família após o português João Pereira de Souza o adotar como sobrenome.

Abraços Gloriosos!

Émerson disse...

Rui, concordo plenamente contigo.
O povo português é muito hospitaleiro. Digo isso porque minha irmã e seu marido estão estudando mestrado na cidade do Porto, e estão adorando o país e o povo português.
Sou suspeito para falar sobre Portugal, porque, como a maioria dos brasileiros, sou descendente de portugueses, o que pode ser visto pelos sobrenomes das nossas famílias, como Gonçalves, Andrade, Honorato, Rebelo (recentemente, conheci um Rebelo, que até escreveu um livro sobre as origens da nossa família, e descobriu que viemos dos Açores, se não me engano).
Quanto á Revolução dos Cravos, acho que foi uma das coisas mais bonitas e espontâneas que já vi de um povo.
Devemos, realmente, aos portugueses, o caráter universalista e aberto aos estrangeiros...
Por fim, viva o Botafogo, talvez o mais "português" de todos os clubes brasileiros!

Ruy Moura disse...

Que belas palvras as suas, Émerson. Espanta-me muito que certos brasieiros, justamente com sobrenomes como Andrade, Monteiro, Cabral, Rodrigues, Abreu, Gomes, Guimarães, Paiva, etc., reneguem as suas origens, contem piadas imbecis e descabidas sobre Portugal (país classificado pelo IDH-PNUD-ONU como 'muito desenvolvido') e digam mal do que não conhecem.

Mas vida que segue. O que nos importa mesmo é que o 'português' Botafogo (rs) manteve a liderança!

Abraços Gloriosos!

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