por Tadeu Nascimento
Diário da Manhã, 17.08.2013
Nos meados da década
de 80 o cantor Francis Hime, gravou a música E se (de autoria dele e de Chico
Buarque) onde faz gozações com os fatos impossíveis ou quase. E aí, ele pega o
time da estrela solitária: “E se cair neve no sertão”/ E se o Botafogo for campeão.
Pois, não há-de ver, leitor, que pouco anos depois tiveram que engolir o
próprio verso, pois o Botafogo foi bicampeão carioca 1989/90 e depois campeão
brasileiro de 1995 – série A. A letra capciosa da canção faz alusão aos 21 anos
que alvinegro carioca não erguia qualquer taça.
Depois de 13
partidas, um terço do campeonato brasileiro de 2013 o Botafogo está na ponta,
juntamente com o Cruzeiro, com 25 pontos. O time mineiro está à frente, por
saldo de gols. Mas em que pese os caprichos dos deuses do futebol, tudo
conspira a favor do alvinegro carioca. Até na numerologia: a somatória de 1995,
o ano que o Botafogo foi campeão brasileiro (1+9+9+5= 24 que por sua vez
somados, 2+4 = 6) e o ano de 2013 ( 2+0+1+3= 6). Os dois resultados redundam em
6! Eis, o que diz a ciência da numerologia. Outra passagem cabalística:
Botafogo versus Flamengo, ano 1989. Botafogo, 21 anos sem ganhar nenhum
campeonato. Mas com os deuses do futebol não se brinca: aos 21 (olhe a
repetição do 21!) minutos do 2º tempo! Em que data? Ora, no dia 21 de junho de
1989! O baixinho Mazolinha, que calça chuteira nº 36, cruza para Maurício
balançar as redes: 1x0 e o Botafogo campeão!
Para quem não
acredita, é bom lembrar de um outro fato, o do “Tricampeonato da seleção
brasileira” que é bastante curiosa: a somatória dos dois anos nos quais o
Brasil sagrou-se campeão, diminuindo-se do ano em que perdeu em casa, em pleno
Maracanã, resulta no Brasil Tricampeão (1958+1962= 3920-1950= 1970). Se não
bastasse, o Brasil, na campanha para o “TRI”, em 1970, no México, enfrentou na
1ª fase a Tchecoslováquia, Romênia e Inglaterra. Exatamente nesta sequência.
Pois não é que as iniciais desses três países formam a palavra “Tri”! Então,
caro leitor, não é sintomático, o futuro do Botafogo em 2013? Sem contar que o
alvinegro é o campeão carioca de 2013. E ainda está disputando, com grandes
chances, a Copa do Brasil.
Mas não é só isso: o
Botafogo conta com um time organizado. Tem um goleiro de seleção, uma defesa
firme, um meio de campo criativo com Gabriel, Lodeiro (da seleção Uruguaia) e
Seedorf (ex-Milan e ex-seleção da Holanda) e no ataque Vitinho (um garoto de 18
anos, que segundo o mestre Zagallo, será um novo Jarzinho) e Rafael Marques que
finalmente resolveu dizer a que veio.
Seedorf, capítulo à
parte. O atleta negro precioso. Um diamante negro do futebol do 3º milênio.
Grande jogador. Líder em campo. Mais que um homem simples e educado; ele é elegante.
Tanto dentro das 4 linhas, quanto nas linhas gerais da vida.
Agora, como nada é
perfeito nesse mundo – muito menos no mundo futebolístico – esperamos ter muita
sorte com a arbitragem, pois o Botafogo sempre teve contra si a leviandade dos
juízes. Certa vez, em 1981, jogando uma semi-final contra o São Paulo, fora de
casa e o alvinegro, ganhando por 2x0, o homem de preto, ao 45 minutos do 1º
tempo, marcou penalty inexistente pró São Paulo: Serginho Chulapa se jogou na
área. E no 2º tempo pressionaram tanto, inclusive com invasão de campo e
inversões de faltas a favor do time paulista, que resultou na vitória do São
Paulo, que o credenciou para jogar a final contra o Grêmio, naquele episódio em
que o Serginho Chulapa foi expulso por ter chutado a cabeça do Leão, então
goleiro do time gaúcho. E então os deuses do futebol castigaram o tricolor
paulista, e o Grêmio, com o gol de Baltazar, que recebera um passe da ponta
esquerda do ex-Botafogo Renato Sá, sagrou-se campeão Brasileiro daquele ano.
“Sonhar não custa
nada”– diz o samba-enredo de 1992 da Mocidade Independente de Padre Miguel – e
é por essa razão, que continuo sonhando.
Então, mesmo que
precise cair neve no sertão, o Botafogo será o campeão brasileiro de 2013!
É a “Operação
Botafogo rumo a Tóquio 2014.”
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