quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Um dia de 1931...

6 de maio de 1931. Botafogo x Corinthians. Torneio Interestadual de 1931 que colocou frente a frente o campeão carioca, o Botafogo, e o tricampeão paulista, o Corinthians. Uma espécie de ‘Torneio Rio-São Paulo’ a dois que, à época, bem poderia representar o campeão brasileiro, já que o Rio de Janeiro e São Paulo eram indubitavelmente as grandes forças do futebol brasileiro.

 

Foi inesperadamente facílimo para o Botafogo: “na cancha iluminada de General Severiano, esmagou o formidável quadro tri-campeão paulista do Corinthians por 7x1” (Castro, 1951: 354). O poderoso esquadrão corintiano era impiedosamente abatido pelos campeões cariocas de futebol.

 

Nilo esteve absolutamente endiabrado e assinou 4 dos 7 gols botafoguenses. O Corinthians inaugurou o marcador, mas rapidamente Nilo empatou com o melhor gol da noite. O ‘Correio da Manhã’ descreveu assim o lance:

 

“Dez minutos depois, Nilo empata a partida obtendo em estilo admirável, o mais belo goal da noite. O exímio crack, assenhoreando-se da bola, lança-se como uma flécha sôbre o goal do Corinthians, acossado pelo center-half, pelo half direito e pelos dois backs paulistas. Passa por todos êles e envia poderoso tiro alto que Colombo não pode deter.”

 

Por sua vez, ‘O Globo’ exalta a figura de Nilo:

 

“Nilo foi a figura máxima da cancha. Jogando contra adversários que foram sempre leais, disputando “apenas” a bola – e que pena que não seja assim nos jogos do campeonato carioca! – o mignon forward pôde exibir tôda a sua técnica impressionante, obtendo, em consequência, quatro dos sete pontos da contagem. Aquele, porem, com que o extraordinário Nilo balançou pela primeira vez a rêde antagónica, bastaria para consagrar a grande classe do nosso maior crack da atualidade.”

 

‘O Jornal’ também dava destaque a Nilo:

 

“Nilo, com quem Tufy vai-se haver – O nosso prognóstico foi positivo, pois o grande atacante botafoguense, no apogeu da sua carreira gloriosa, confirmou igualmente as opiniões de Andrade, Castro e Nazzazi, que o classificaram como o maior dos forwards sul-americanos ou seja, do mundo. Nilo foi o autor de quatro impressionantes jogadas que alteraram o placard corintiano, sendo, assim, o scorer da noite!”

 

A nossa equipa alinhou com: Pedrosa, Benedito e Otacílio; Canali, Martim e Pamplona; Ariza, Alvaro, Nilo, Carvalho Leite e Celso. Gols de Nilo (4), Carvalho Leite (2) e Paulinho.

 

Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo); fontes: Alceu Mendes de Oliveira Castro: O Futebol no Botafogo (1904-1950), Rio de Janeiro, 1951; Correio da Manhã; O Globo; O Jornal.

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