Confesso
que estou muito satisfeito com a nossa larga vitória sobre o Vasco da Gama,
sobretudo devido ao oportunismo e mau carácter que apresentou ao não ceder o
seu campo ao Botafogo e obrigando à troca dos jogos. Mas, ao contrário do que o
Vasco pensava, o tiro saiu-lhe pela culatra e o time não marca nenhum
gol desde que eliminou o Fluminense da Taça Guanabara. O time é péssimo e o
Botafogo voando!
A
minha segunda observação é que aprecio futebol e pólo aquático, mas não acho nenhuma
piada à modalidade de futaquático. O campo encharcado praticamente não permitiu
jogar no primeiro tempo e o jogo decorreu muito truncado e sem muita evidência
da qualidade do Botafogo. Aliás, o primeiro tempo, embora corrido e disputado, teve
apenas quatro lances a realçar: duas únicas chances de golo
para o Botafogo, a expulsão poupada ao Vasco aos 27 minutos por entrada
criminosa do jogador vascaíno que só recebeu cartão amarelo e… o arriscado drible de Jeferson. Nada mais.
No
segundo tempo, com o gramado muito mais enxuto, o Botafogo pôs a bola a rolar
com uma incrível facilidade e uma enorme capacidade técnica, liquidando o Vasco
em 13 escassos minutos através de dois gols limpíssimos e muito objetivos de
Rafael Marques e de Lodeiro.
A
preparação física do Glorioso é atualmente notável, e não a falta de preparação
do passado recente (2012). A este fator juntou-se a rapidez dos ataques que
desequilibraram completamente o Vasco da Gama.
E
daí para a frente foi jogar tranquilamente, fazer mais um gol para a goleada e
proporcionar à torcida um olé ao mau comportamento dos vascaínos com o
Botafogo. Lodeiro até se deu ao luxo de não acertar a baliza em nenhuma das
três faltas que cobrou.
Confesso
que também adorei ganharmos e golearmos sem Seedorf, pensando o Vasco que sem
ele o nosso time se desconjuntava. Ficou evidente que o Botafogo não é só
Seedorf, como, aliás, ele próprio disse.
Se
este Vasco foi o time que mais aquisições fez esta época, então direi que foi o
time que mais perebas contratou – que nem um gol conseguiu fazer nos últimos
cinco jogos, e em dois deles tornou-se ‘freguês’ do Glorioso.
Finalmente,
uma palavra individualizada para atletas e treinador. ‘Jeferson Seleção’ continua
a ser a ‘muralha de aço’ do Botafogo; a dupla de zagueiros é talvez a melhor
desde 2006, valendo destacar o garoto ‘Dória Seleção’; Lodeiro e Fellype Gabriel
são decisivos na armação de jogo; Rafael Marques merece uma palavra de apreço
porque mudou a sua forma de jogar e rende muito mais, tendo-se mostrado honesto
e trabalhador, o que não invalida a sua fraqueza como atacante; Oswaldo
Oliveira parece que começou finalmente a montar um time mais consistente, sem
buracos entre o meio campo e ataque, com zagueiros muito bem colocados e
laterais que não andam a correr disparatadamente como Márcio Azevedo. Beneficiou,
evidentemente, da saída de três horrorosos jogadores, da solidez técnica e
psicológica que Seedorf fornece ao time, da franca melhoria em termos de preparação
física e da saída de uma psicóloga que em vários anos não conseguiu o que os
novos psicólogos do Glorioso conseguiram em pouco tempo: elevar radicalmente a
auto-estima dos jogadores. A competência destaca-se sempre da mediocridade, e é
isso que o Botafogo mostra, realçando a mediocridade dos adversários mediante a
exibição de uma qualidade incomparavelmente melhor.
FICHA TÉCNICA
Botafogo
3x0 Vasco da Gama
» Gols:
Rafael Marques, aos 52', Lodeiro, aos 58' e Fellype Gabriel, aos 72'
» Competição: Campeonato carioca (Taça Rio)
» Data-Hora:
03.04.2013
» Local: Estádio
Raulino de Oliveira, Volta Redonda (RJ)
» Público: 5.478
pagantes / 6.994 presentes
» Renda: R$
111.670,00
» Árbitro:
Luís Antonio Silva Santos (RJ); Auxiliares:
Wagner de Almeida Santos (RJ) e Jackson Lourenço Massara Santos (RJ)
» Disciplina: cartão amarelo – Bolívar (Botafogo), Sandro Silva e Yotún (Vasco da Gama); cartão vermelho – Alessandro, 61'
(Vasco da Gama)
» Botafogo:
Jefferson; Lucas (Edílson, 85'), Bolívar, Dória e Júlio César; Marcelo Mattos,
Gabriel, Fellype Gabriel (Henrique, 86') e Lodeiro; Rafael Marques (Vitinho, 81')
e Bruno Mendes. Técnico: Oswaldo de Oliveira.
» Vasco da Gama:
Alessandro; Nei, Dedé, Renato Silva e Yotún; Sandro Silva, Wendel (Bernardo, 56'),
Fellipe Bastos e Carlos Alberto; Éder Luís (Pedro Ken, 59') e Tenório (Michel
Alves, 62'). Técnico: Paulo Autuori.
8 comentários:
Rui,
Como você, vibrei pela vitória e muito mais pela vitória resposta ao presidente vascaíno. Em uma única jogada ele impediu de utilizarmos o Seedorf e jogar o clássico no Rio.
Como você, tenho que reconhecer a perseverança, dedicação, profissionalismo e autoestima do Rafael Marques. Passar por todas as criticas, cobranças (inclusive minhas) demonstra a força e personalidade que possui. Outros não suportariam.
Abs e Sds, Botafoguenses!!!
Botafogo mostra que sabe jogar bem mesmo sem o Seedorf. No coletivo, o time está excelente. Muitas opções de jogadas, pelos dois lados e seriedade ao longo de todo jogo. Jefferson um monstro no gol como sempre e o Gabriel marcando bem. Só o Marcelo Mattos que precisa entender que não sabe chutar de fora da área. Mas eu falei que o Rafael Marques ia deslanchar, após o primeiro gol.
Bom trabalho do Oswaldo de Oliveira, que acertou o time. Jogando assim, com seriedade, dá pra ganhar a Copa do Brasil.
Se não fosse o campo molhado, faríamos mais gols.
Ganhar um clássico e sempre bom, mas esse foi especial, os vascainos bem que tentaram desestabizar mais o glorioso não tomou conhecimento e aplicou uma sonora vitória. não poderia ser melhor!!
Iram
Já temos o camisa 9 da seleção, O grande (e põe grande nisso) Rafael Marques....rs
Gil, fui e sou contra a presença de Rafael Marques, mas reconheço a humildade, o trabalho, a perseverança e a confiança em si próprio que conseguiria ser útil. Está sendo desde que mudou de funções, mas não chega para as necessidades do Glorioso.
E é caso para dizer que o Botafogo 'dinamitou' o Vasco.
Ainda não me tinha apercebido do diferencial entre a anterior psicóloga e os atuais psicólogos do Glorioso. Agora entendo melhor as vitórias na semi e na final da Taça Guanabara. Os psicólogos instalaram a confiança de cada atleta e isso permitiu-lhes, também, melhorar a concentração no jogo em mais de 50% do que era antes.
Abraços Gloriosos!
Caro Aurelio, fico muito contente por revê-lo nestas paragens.
À exceção de uma observação sua, concordo com todas as suas ideias, incluindo a ideia de que Oswaldo parece ter aprendido alguma coisa nos últimos tempos.
O que eu não assinaria em baixo é a ideia de que Rafael Marques deslanchou ou vai deslanchar. Em minha opinião, e infelizmente para nós, o Rafael nunca deslanchou nem deslanchará em toda a sua carreira. É apenas um jogador mediano, ou menos. Dentro das suas capacidades, creio que atingiu o pico.
Abraços Gloriosos!
Iram, eu admito que as últimas cinco vitórias consecutivas devem-se, em parte, aos psicólogos. Nunca vi o BFR tão confiante nem tão concentrado.
Desejo que a trapalhada em que nos querem meter seja superada por este coletivo que, só com dois craques - à baliza e no meio-campo -, consegue um jogo coletivo notável. Sei que Vitinho e Cidinho - que insistem em marcar gols em detrimento do coletivo - não jogaram (Vitinho foi pouco para avaliar). E o que registrei é que não houve uma única jogada dos atletas a pensar em si mesmo, mas no time. Só assim se podem conquistar títulos. Veja os galáticos do Real que o Luxemburgo treinou tão pouco tempo e que acabaram goleados. E aconteceu o mesmo com Carlos Queiroz - que até de 5x0 tomou. Eram todos vedetas... Agora vejam como jogam com o Mourinho. Treinador pesa muito para o jogo coletivo.
Abraços Gloriosos!
É isso, Ronau! O futuro grande goleador da Seleção do Brasil!
O que acho espantoso é que muito dos que massacraram o Rafael Marques (incluindo eu), digam agora que o homem faz muito bem o papel do Seedorf, que é líder, que o Oswaldo é 'muito inteligente' mantendo-o em campo, etc.
Jogador limitado mesmo. Só vale pela sua humildade, honestidade e grande esforço no trabalho. Embora não tendo comprometido nos últimos jogos, creio que não é atleta para o Botafogo. Afinal é atacante, e gols que é bom foram dois, contra os últimos da tabela: Quissamã e Vasco, que têm ambos equipas horrorosas.
Abraços Gloriosos!
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