quarta-feira, 17 de abril de 2013

Qual foi/é o seu maior ídolo dos últimos tempos?


A sondagem recebeu 69 votos assim distribuídos:

1º SEEDORF: 32 (46%)
2º Loco Abreu: 21 (31%)
3º Jefferson: 16 (23%)

Seedorf ganhou a Loco Abreu com uma vantagem significativa (15%), que por sua vez ganhou a Jefferson também com uma vantagem importante (8%).

Confesso que, desta vez, não era exatamente o resultado que eu esperava, mas compreendo-o. E existe uma curiosidade: é que os atletas por ordem de classificação seguem um padrão interessante – a ordem de classificação é tanto menor quanto mais tempo o atleta esteve ao serviço do Botafogo. Por outras palavras, quanto menos o craque está/esteve ao serviço do Botafogo mais votos conquista – ganhando os de curto prazo contra o de longo prazo. Eu explico.

Em minha opinião, creio que é fácil compreender a votação: (a) Jefferson é o mais discreto e menos incisivo dos três, e é incapaz de responder com ironia e eficácia à comunicação social, chegando a falar ‘bobagem’ nas suas declarações públicas; (b) já Loco Abreu enfrentou a comunicação social e a torcida dos cathartiformes com o seu perfil provocador e altivo, que relançou um certo respeito público ao clube e uma posição muito clara contra as perguntas elementares e traiçoeiras de repórteres funcionalmente semianalafabetos; (c) Seedorf, embora há pouco tempo no Glorioso, colocou também o Botafogo nas bocas do mundo – mais do que Loco Abreu – e trouxe o que nós muito apreciamos: seriedade, ética, respeito e ambição. Na verdade, Seedorf conseguiu o que nunca ninguém havia conseguido desde 2007: um botafoguense chorando em público, e absolutamente ninguém, mas mesmo ninguém, nem mesmo os cathartiformes ou a comunicação social, foram capaz de falar em chororô, vergando-se calados à espantosa legitimidade social e dignidade do choro de um homem vertical – chorar é um sentimento respeitável.

Não obstante estas considerações, e a minha clara adesão ao que foi e representou Loco Abreu e ao que é e representa Seedorf, votei ‘Jefferson’. Perguntar-me-ão porquê, e direi que existem duas razões fundamentais: a) Jefferson é dos três o botafoguense de coração e alma, porque embora os outros dois demonstrem um carinho especial pelo Glorioso, serão muito mais passageiros na nossa história – no coração deles fala mais alto o Nacional e o Milan –, enquanto Jefferson está connosco há muito tempo e é um botafoguense como nós; (b) como sempre disse, um time começa a construir-se a partir do goleiro, e se todos os nossos últimos goleiros foram fracos e muitas vezes perdemos jogos por isso, Jefferson já fez muitíssimos mais gols pelo Glorioso do que algum dia fariam Loco Abreu e Seedorf, isto é, as vezes que salvou a nossa baliza não tem termo de comparação com nenhum outro atleta do Glorioso – a ele devemos imensas transformações de derrotas em empates e de empates em vitórias.

O goleiro nunca é o ‘tal’, o craque comemorado, e em última análise é sempre o culpado de uma derrota, como fizeram injustamente com Barbosa em 1950 pela simples razão de o Brasil não suportar a derrota sem encontrar um bode expiatório.

Porém, para mim, Jefferson é o ‘tal’. Quando todos falham, lá está a ‘muralha’ Jefferson para nos salvar!

2 comentários:

Anónimo disse...

RUI,perfeita a sua análise.Concordo em grau, gênero e número.
Você matou a cobra e mostrou o pau.
Um abraço do JOTA.

Ruy Moura disse...

É a minha homenagem ao atleta sempre esquecido na hora da vitória e muito relembrado na hora da derrota. Eu sou mais Jefferson, goleiro de seleção e o melhor do Botafogo depois de Manga.

Abraços Gloriosos!

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