A
sondagem recebeu 69 votos assim distribuídos:
1º
SEEDORF: 32 (46%)
2º
Loco Abreu: 21 (31%)
3º
Jefferson: 16 (23%)
Seedorf ganhou a Loco
Abreu com uma vantagem significativa (15%), que por sua vez ganhou a Jefferson
também com uma vantagem importante (8%).
Confesso que, desta
vez, não era exatamente o resultado que eu esperava, mas compreendo-o. E existe
uma curiosidade: é que os atletas por ordem de classificação seguem um padrão
interessante – a ordem de classificação é tanto menor quanto mais tempo o
atleta esteve ao serviço do Botafogo. Por outras palavras, quanto menos o
craque está/esteve ao serviço do Botafogo mais votos conquista – ganhando os de
curto prazo contra o de longo prazo. Eu explico.
Em minha opinião,
creio que é fácil compreender a votação: (a) Jefferson é o mais discreto e menos
incisivo dos três, e é incapaz de responder com ironia e eficácia à comunicação
social, chegando a falar ‘bobagem’ nas suas declarações públicas; (b) já Loco
Abreu enfrentou a comunicação social e a torcida dos cathartiformes com o seu
perfil provocador e altivo, que relançou um certo respeito público ao clube e
uma posição muito clara contra as perguntas elementares e traiçoeiras de
repórteres funcionalmente semianalafabetos; (c) Seedorf, embora há pouco tempo
no Glorioso, colocou também o Botafogo nas bocas do mundo – mais do que Loco
Abreu – e trouxe o que nós muito apreciamos: seriedade, ética, respeito e
ambição. Na verdade, Seedorf conseguiu o que nunca ninguém havia conseguido
desde 2007: um botafoguense chorando em público, e absolutamente ninguém, mas
mesmo ninguém, nem mesmo os cathartiformes ou a comunicação social, foram capaz
de falar em chororô, vergando-se calados à espantosa legitimidade social e
dignidade do choro de um homem vertical – chorar é um sentimento respeitável.
Não obstante estas
considerações, e a minha clara adesão ao que foi e representou Loco Abreu e ao
que é e representa Seedorf, votei ‘Jefferson’. Perguntar-me-ão porquê, e direi
que existem duas razões fundamentais: a) Jefferson é dos três o botafoguense de
coração e alma, porque embora os outros dois demonstrem um carinho especial
pelo Glorioso, serão muito mais passageiros na nossa história – no coração
deles fala mais alto o Nacional e o Milan –, enquanto Jefferson está connosco
há muito tempo e é um botafoguense como nós; (b) como sempre disse, um time
começa a construir-se a partir do goleiro, e se todos os nossos últimos
goleiros foram fracos e muitas vezes perdemos jogos por isso, Jefferson já fez
muitíssimos mais gols pelo Glorioso do que algum dia fariam Loco Abreu e
Seedorf, isto é, as vezes que salvou a nossa baliza não tem termo de comparação
com nenhum outro atleta do Glorioso – a ele devemos imensas transformações de
derrotas em empates e de empates em vitórias.
O goleiro nunca é o
‘tal’, o craque comemorado, e em última análise é sempre o culpado de uma
derrota, como fizeram injustamente com Barbosa em 1950 pela simples razão de o
Brasil não suportar a derrota sem encontrar um bode expiatório.
Porém, para mim,
Jefferson é o ‘tal’. Quando todos falham, lá está a ‘muralha’ Jefferson para
nos salvar!
2 comentários:
RUI,perfeita a sua análise.Concordo em grau, gênero e número.
Você matou a cobra e mostrou o pau.
Um abraço do JOTA.
É a minha homenagem ao atleta sempre esquecido na hora da vitória e muito relembrado na hora da derrota. Eu sou mais Jefferson, goleiro de seleção e o melhor do Botafogo depois de Manga.
Abraços Gloriosos!
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