quarta-feira, 3 de abril de 2013

Botafogo voando e goleando… sem Seedorf!



Confesso que estou muito satisfeito com a nossa larga vitória sobre o Vasco da Gama, sobretudo devido ao oportunismo e mau carácter que apresentou ao não ceder o seu campo ao Botafogo e obrigando à troca dos jogos. Mas, ao contrário do que o Vasco pensava, o tiro saiu-lhe pela culatra e o time não marca nenhum gol desde que eliminou o Fluminense da Taça Guanabara. O time é péssimo e o Botafogo voando!

A minha segunda observação é que aprecio futebol e pólo aquático, mas não acho nenhuma piada à modalidade de futaquático. O campo encharcado praticamente não permitiu jogar no primeiro tempo e o jogo decorreu muito truncado e sem muita evidência da qualidade do Botafogo. Aliás, o primeiro tempo, embora corrido e disputado, teve apenas quatro lances a realçar: duas únicas chances de golo para o Botafogo, a expulsão poupada ao Vasco aos 27 minutos por entrada criminosa do jogador vascaíno que só recebeu cartão amarelo e… o arriscado drible de Jeferson. Nada mais.

No segundo tempo, com o gramado muito mais enxuto, o Botafogo pôs a bola a rolar com uma incrível facilidade e uma enorme capacidade técnica, liquidando o Vasco em 13 escassos minutos através de dois gols limpíssimos e muito objetivos de Rafael Marques e de Lodeiro.

A preparação física do Glorioso é atualmente notável, e não a falta de preparação do passado recente (2012). A este fator juntou-se a rapidez dos ataques que desequilibraram completamente o Vasco da Gama.

E daí para a frente foi jogar tranquilamente, fazer mais um gol para a goleada e proporcionar à torcida um olé ao mau comportamento dos vascaínos com o Botafogo. Lodeiro até se deu ao luxo de não acertar a baliza em nenhuma das três faltas que cobrou.

Confesso que também adorei ganharmos e golearmos sem Seedorf, pensando o Vasco que sem ele o nosso time se desconjuntava. Ficou evidente que o Botafogo não é só Seedorf, como, aliás, ele próprio disse.

Se este Vasco foi o time que mais aquisições fez esta época, então direi que foi o time que mais perebas contratou – que nem um gol conseguiu fazer nos últimos cinco jogos, e em dois deles tornou-se ‘freguês’ do Glorioso.

Finalmente, uma palavra individualizada para atletas e treinador. ‘Jeferson Seleção’ continua a ser a ‘muralha de aço’ do Botafogo; a dupla de zagueiros é talvez a melhor desde 2006, valendo destacar o garoto ‘Dória Seleção’; Lodeiro e Fellype Gabriel são decisivos na armação de jogo; Rafael Marques merece uma palavra de apreço porque mudou a sua forma de jogar e rende muito mais, tendo-se mostrado honesto e trabalhador, o que não invalida a sua fraqueza como atacante; Oswaldo Oliveira parece que começou finalmente a montar um time mais consistente, sem buracos entre o meio campo e ataque, com zagueiros muito bem colocados e laterais que não andam a correr disparatadamente como Márcio Azevedo. Beneficiou, evidentemente, da saída de três horrorosos jogadores, da solidez técnica e psicológica que Seedorf fornece ao time, da franca melhoria em termos de preparação física e da saída de uma psicóloga que em vários anos não conseguiu o que os novos psicólogos do Glorioso conseguiram em pouco tempo: elevar radicalmente a auto-estima dos jogadores. A competência destaca-se sempre da mediocridade, e é isso que o Botafogo mostra, realçando a mediocridade dos adversários mediante a exibição de uma qualidade incomparavelmente melhor.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 3x0 Vasco da Gama
» Gols: Rafael Marques, aos 52', Lodeiro, aos 58' e Fellype Gabriel, aos 72'
» Competição: Campeonato carioca (Taça Rio)
» Data-Hora: 03.04.2013
» Local: Estádio Raulino de Oliveira, Volta Redonda (RJ)
» Público: 5.478 pagantes / 6.994 presentes
» Renda: R$ 111.670,00
» Árbitro: Luís Antonio Silva Santos (RJ); Auxiliares: Wagner de Almeida Santos (RJ) e Jackson Lourenço Massara Santos (RJ)
» Disciplina: cartão amarelo – Bolívar (Botafogo), Sandro Silva e Yotún (Vasco da Gama); cartão vermelho – Alessandro, 61' (Vasco da Gama)
» Botafogo: Jefferson; Lucas (Edílson, 85'), Bolívar, Dória e Júlio César; Marcelo Mattos, Gabriel, Fellype Gabriel (Henrique, 86') e Lodeiro; Rafael Marques (Vitinho, 81') e Bruno Mendes. Técnico: Oswaldo de Oliveira.
» Vasco da Gama: Alessandro; Nei, Dedé, Renato Silva e Yotún; Sandro Silva, Wendel (Bernardo, 56'), Fellipe Bastos e Carlos Alberto; Éder Luís (Pedro Ken, 59') e Tenório (Michel Alves, 62'). Técnico: Paulo Autuori.

8 comentários:

Gil disse...

Rui,

Como você, vibrei pela vitória e muito mais pela vitória resposta ao presidente vascaíno. Em uma única jogada ele impediu de utilizarmos o Seedorf e jogar o clássico no Rio.

Como você, tenho que reconhecer a perseverança, dedicação, profissionalismo e autoestima do Rafael Marques. Passar por todas as criticas, cobranças (inclusive minhas) demonstra a força e personalidade que possui. Outros não suportariam.

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Aurelio Bulhões Pedreira de Moraes-Jornalista disse...

Botafogo mostra que sabe jogar bem mesmo sem o Seedorf. No coletivo, o time está excelente. Muitas opções de jogadas, pelos dois lados e seriedade ao longo de todo jogo. Jefferson um monstro no gol como sempre e o Gabriel marcando bem. Só o Marcelo Mattos que precisa entender que não sabe chutar de fora da área. Mas eu falei que o Rafael Marques ia deslanchar, após o primeiro gol.
Bom trabalho do Oswaldo de Oliveira, que acertou o time. Jogando assim, com seriedade, dá pra ganhar a Copa do Brasil.

Se não fosse o campo molhado, faríamos mais gols.

Anónimo disse...

Ganhar um clássico e sempre bom, mas esse foi especial, os vascainos bem que tentaram desestabizar mais o glorioso não tomou conhecimento e aplicou uma sonora vitória. não poderia ser melhor!!

Iram

Unknown disse...

Já temos o camisa 9 da seleção, O grande (e põe grande nisso) Rafael Marques....rs

Ruy Moura disse...

Gil, fui e sou contra a presença de Rafael Marques, mas reconheço a humildade, o trabalho, a perseverança e a confiança em si próprio que conseguiria ser útil. Está sendo desde que mudou de funções, mas não chega para as necessidades do Glorioso.

E é caso para dizer que o Botafogo 'dinamitou' o Vasco.

Ainda não me tinha apercebido do diferencial entre a anterior psicóloga e os atuais psicólogos do Glorioso. Agora entendo melhor as vitórias na semi e na final da Taça Guanabara. Os psicólogos instalaram a confiança de cada atleta e isso permitiu-lhes, também, melhorar a concentração no jogo em mais de 50% do que era antes.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Caro Aurelio, fico muito contente por revê-lo nestas paragens.

À exceção de uma observação sua, concordo com todas as suas ideias, incluindo a ideia de que Oswaldo parece ter aprendido alguma coisa nos últimos tempos.

O que eu não assinaria em baixo é a ideia de que Rafael Marques deslanchou ou vai deslanchar. Em minha opinião, e infelizmente para nós, o Rafael nunca deslanchou nem deslanchará em toda a sua carreira. É apenas um jogador mediano, ou menos. Dentro das suas capacidades, creio que atingiu o pico.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Iram, eu admito que as últimas cinco vitórias consecutivas devem-se, em parte, aos psicólogos. Nunca vi o BFR tão confiante nem tão concentrado.

Desejo que a trapalhada em que nos querem meter seja superada por este coletivo que, só com dois craques - à baliza e no meio-campo -, consegue um jogo coletivo notável. Sei que Vitinho e Cidinho - que insistem em marcar gols em detrimento do coletivo - não jogaram (Vitinho foi pouco para avaliar). E o que registrei é que não houve uma única jogada dos atletas a pensar em si mesmo, mas no time. Só assim se podem conquistar títulos. Veja os galáticos do Real que o Luxemburgo treinou tão pouco tempo e que acabaram goleados. E aconteceu o mesmo com Carlos Queiroz - que até de 5x0 tomou. Eram todos vedetas... Agora vejam como jogam com o Mourinho. Treinador pesa muito para o jogo coletivo.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

É isso, Ronau! O futuro grande goleador da Seleção do Brasil!

O que acho espantoso é que muito dos que massacraram o Rafael Marques (incluindo eu), digam agora que o homem faz muito bem o papel do Seedorf, que é líder, que o Oswaldo é 'muito inteligente' mantendo-o em campo, etc.

Jogador limitado mesmo. Só vale pela sua humildade, honestidade e grande esforço no trabalho. Embora não tendo comprometido nos últimos jogos, creio que não é atleta para o Botafogo. Afinal é atacante, e gols que é bom foram dois, contra os últimos da tabela: Quissamã e Vasco, que têm ambos equipas horrorosas.

Abraços Gloriosos!

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